All I've Ever Wanted - James & Lily escrita por IsaMultiboooks


Capítulo 22
Desistência.


Notas iniciais do capítulo

Scorose, Fremione ou Dramione? Qual fic eu faço?

Enfim, aproveitem! O cap tá meio paradinho, mas é importante. Afinal, vai ser o último antes de as coisas começarem a ficar feias de verdade.



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POV Dorcas:

Branco.

Luz...?

A última coisa que me lembrava era aquele som, a sensação do sangue jorrar para fora de meu rosto, quente e espesso. Ou da dor de suas garras rasgando meu rosto.

Era Lupin.

Remus.

Meu namorado.

Ele era um lobisomem, e me atacara. Provavelmente era por isso que estava ali, no branco daquele quarto. Era a.... Enfermaria?

Abri meus olhos, sentindo as pálpebras pesadas como chumbo se erguerem. Eu tava morta? Era isso? Morta por meu namorado?

– Shhh! Ela acordou! Ela acordou! – Reconheci a voz de Lily, distante. – Dorcas? Tudo bem? Você consegue me ouvir?

– Claro que ela consegue, ela tá machucada, não surda! – Sussurrou Sirius. – Dorcas?

– Remus... Onde está Remus? Ele tá bem? – Murmurei, fracamente. Claro, eu me sentia bem com todos ali, mas precisava de Remus. Queria ouvir tudo o que ele tinha para dizer.

– Remus não está aqui.... Peter? Cadê o Lupin? – James. Estavam todos ali, os marotos, as meninas.... Menos ele. Mas que droga, eu quase morro e ele não está nem aí?

– Sei lá! Acho que ele está ali do lado de fora, mas passou o dia inteiro aqui....

– Chama ele... Acho que é o único que ela precisa agora. – Isso, Lily! Tentei fazer meus lábios se mexerem, mas minha bochecha doeu como o inferno. Ergui a mão até meu rosto, mas fui impedida por Lenne.

– Doe... É melhor não mexer nos curativos agora. Madame Pomfrey colocou alguma poção aí, mas o ferimento era muito profundo, por isso pode demorar para fazer efeito.

– Lenne... E se eu virar uma....?

Todos suspiraram pesadamente. Eu sabia que era uma possibilidade. Mas eu jamais saberia lidar com uma coisa dessas. Quer dizer, eu vira a transformação de Remus!

– Agora não... Ela precisa descansar!

– Ela precisa saber!

Murmúrios que eu não conseguia entender. Eu precisava saber do quê?

– Dorcas... É uma possibilidade. – Merlin, não. As palavras de Lily martelaram em minha cabeça, e senti como se meu corpo inteiro estivesse murchando. E se eu realmente tivesse a licantropia de Lupin agora? – Mas não é a hora de pensar nisso agora. Pode ser, mas pode não ser, entende? Durma, Dorcs. Você precisa descansar.

Eles se distanciaram, enquanto eu tentava protestar, fracamente. Todos saíram, me deixando sozinha naquele lugar. O silêncio era o pior: Trazia de volta tudo o que acontecera.

Em meio às lágrimas, caí no choro.

POV Madame Pomfrey:

Merlin, o quê essa menina tinha na cabeça?

Quando o diretor me falou sobre o menino-lobo na escola, nem dei bola. O diretor tinha me assegurado que haviam métodos de segurança, então, quem liga? Contanto que ele não precisasse passar a noite na minha enfermaria, tudo bem. Horácio Slughorn não podia nem desconfiar, língua-solta do jeito que era.

Mas quando a menina Evans chegou carregando aquela outra.... Quase surtei! Como Dumbledore permitia algo assim?! Os ferimentos eram claramente de um lobisomem, sem falar da profundidade dos cortes!

Fiz o que pude, mas não sei se era o suficiente. Ainda mais quando a transmissão da licantropia estava em jogo.

.........................................

De meu escritório, pude ver Remus Lupin entrando discretamente na enfermaria. Eram 6 da manhã! Certamente, queria ver o estrago que ele mesmo causara na menina, que fiquei sabendo ser sua namorada! Qual era o problema desses jovens?!

Ele ficou ali, ao lado do leito de Dorcas Meadowes, segurando a mão dela. O rosto da garota estava completamente desfigurado, e certamente ficaria com cicatrizes. Lupin ficara ali a manhã inteira, e ainda bem que ela não acordara. Decidi não interromper, afinal, ele não estava fazendo barulho e precisava de um tempo com Meadowes.

Depois vieram os amiguinhos, a trupe inteira! Se eles acordassem a minha paciente.... Ou se contarem sobre a possibilidade da licantropia! Corri até lá quando ouvi alguém dizer “Ela precisa saber”, mas quando cheguei, já estavam indo embora. Bom mesmo.

.....................................

Era a hora da troca de curativos. Já vi muita coisa nessa vida, mas nada tão horrendo quanto aqueles cortes. Claro, nada que eu não pudesse aguentar, mas não deixava de ser perturbador. Uma menina tão linda com o rosto daquele jeito....

Decidi ir preparar as poções que julguei necessárias.

– Escaravelhos, Murtisco, Menta, Lingústica e Sanguessugas.... Certo. - Quando a poção atingiu o tom púrpura e fumegante que era necessária, reservei. - Agora, vejamos....

– Miolo Mole, onde foi que eu deixei....Ah, aqui. Menta, Oode, vagem soporífera e espinha de baiacu. Tudo certo. – Tinha o péssimo costume de murmurar os ingredientes das poções que eu preparava, e a poção do Sono definitivamente assustava os pacientes que ouviam minhas divagações. Dorcas Meadowes me encarava de olhos arregalados. Continuei.

Só me restava preparar a Wiggenweld, a poção da bruxa Spellman de reposição de sangue, a Solução de Murtisco e o Tônico para os Nervos.

Definitivamente, a menina teria que engolir muita coisa ruim hoje.

POV Remus:

O que eu tinha feito?

Por que ela tinha que nos seguir, justo naquela noite?

Até quando a licantropia ia atrapalhar minha vida?

Tudo passava em minha cabeça, causando uma pontada de dor a cada pergunta nova que surgia. Eu não lembrava de quase nada na noite anterior depois que me transformei.

Passei a manhã inteira vendo Dorcas dormir. Segurava a mão dela, e o rosto coberto de bandagens me fazia sentir um lixo.

– O que eu fiz?

Ela começou a abrir os olhos, fracamente. Ouvi o resto do grupo entrar, e resolvi sair. A última coisa que eu queria era ver o rosto dela, sua raiva... Eu era um assassino. Quase isso.

Quem seria o próximo? Eu deveria saber que algum dia isso daria errado. Hogwarts não era segura agora, por minha culpa.

Saí correndo da enfermaria, e me encostei na parede do lado de fora. Eu era perigoso, e Dorcas só iria sofrer se ficasse ao meu lado. Eu tinha que mantê-la longe de mim. Eu já havia feito estragos o suficiente por uma vida toda.

.............................

Espiei. Ela estava acordada. Me aproximei de sua cama, meio relutante. Dorcas quase pulou quando me viu, e eu apenas a silenciei, colocando o polegar em seus lábios. Eu sentiria falta disso, de como sua pele era macia contra meus dedos.

– Remus... – Ela sussurrou, se aproximando de mim. Eu não podia ceder, tinha que acabar tudo. Virei o rosto, e me doeu ver a expressão triste se formar nela. – Remus. E acho que mereço uma explicação. Por favor....

– Fenrir Greyback. Eu tinha 8 anos. Meu pai ofendera aquele desprezível de alguma forma, e como vingança, ele me mordeu. Meus pais tentaram de tudo, mas não há cura para a licantropia. – Fiz uma pausa. Era muita coisa para se desenterrar, e de alguma forma, doía e me aliviava ao mesmo tempo. – Quando eu fiz 11 anos, parecia impossível que eu fosse à Hogwarts, mas Dumbledore foi nomeado diretor e me permitiu entrar na escola. Para a segurança de todo mundo, ele criou um túnel dos jardins até uma casa em Hogsmeade, e plantou o Salgueiro na frente, para ninguém entrar. Enfim, eu já te contei tudo, faz um tempo. Mas... Eu não sei, Dory.... – Sorri, me lembrando de todos achando que a Casa era mal-assombrada, enquanto apenas eu sabia da verdade.

– Continua... Você não fala sobre isso com muita gente, Remus. E eu acho sua história linda. – Dorcas disse, sorrindo.

– Quando conheci os meninos, eu tinha medo de contar tudo para eles, achando que eles iriam parar de ser meus amigos. Eles acabaram descobrindo, e Sirius disse “Cara, que loucura!”! Dá pra acreditar? – Eu contei, rindo. Lembrava como se fosse o dia anterior. Peter ficara um pouco assustado no começo, e James sorriu e disse “Não acredito que você não ia nos contar isso!”.

– Dá, na verdade. – Ela riu.

– Eles acabaram se tornando animagos, para poderem me ajudar e acompanhar. Eu fiquei tão feliz, mas tão feliz... Eu não ia poder atacá-los, e a presença deles me fazia de alguma forma menos violento. Fora que James e Sirius eram animais suficientemente grandes para me controlar quando a coisa pesava. E é por isso que eu sumo todo mês na lua-cheia. – Terminei tudo, e senti como se um peso enorme saísse de meus ombros.

– Dói? – Ela sussurrou.

– Muito. Dá pra sentir seus ossos crescendo e diminuindo, quando as garras saem a pele se rasga, os pelos abrem caminho por baixo da pele, meu rosto se estica... – Eu fui falando, e acabei perdendo a consciência de que Dorcas estava ouvindo, e ela sabia da possibilidade de ela mesma ser como eu. Merda. – Desculpe. Acabei perdendo o controle sobre o que eu falo....

– Tudo bem. Remus, eu sinto muito. Por tudo... – Ela sentia muito? Eu sou quem deveria sentir muito, eu desfigurei o rosto dela!

– Dorcas, não. Eu sou quem deveria pedir desculpas. E o melhor jeito de fazer isso é acabar tudo. De uma vez por todas. Não posso continuar fazendo isso. – Tinha que ser feito, e eu sabia disso.

– Remus, eu não me importo. Fora que, convenhamos, cicatrizes são bem legais. – Ela deu uma piscadela, sorrindo. Como ela conseguia? – Você é a melhor pessoa que eu conheço, você é leal, inteligente, gentil.... Eu te amo. E não vou desistir de nós.

– Não dá, Dory. Eu sei o que eu sou, e sei do perigo. – Droga, droga, droga, droga. Eu sentia raiva de mim, de Greyback, de tudo. – Desista, por favor. Deixe isso tudo para trás, eu sei que você merece alguém muito melhor.

Me virei para sair. Antes, eu ainda tinha algo a fazer.

Corri até sua cama novamente, e a beijei. Era a última vez que faria isso, e deixei esse pensamento tomar conta de mim enquanto puxava-a para mim. Ela agarrou minha nuca, e eu tive noção de eu só a machucaria mais fazendo isso. Me distanciei, sentindo o desespero no ar.

Eu a amava, e justamente por isso tinha que deixá-la ir. [N/A: http://fc07.deviantart.net/fs71/f/2014/250/c/2/lerigou_by_mizzilovely-d7ybzue.jpg Lerigou, Lupin, lerigou. Ok, parei. Voltando à história.... ]

POV Dorcas:

Que ótimo. Fechando o ano com chave de ouro, realmente. Como se não bastasse meu rosto estar doendo como o inferno, Remus ainda me vem e termina tudo! O que ele tem na cabeça?!

E ainda tinha a minha tia-avó. Droga, a mulher era completamente fora da casinha! E eu tinha que morar com ela, já que era minha única parente viva.

Mais do que tudo, eu senti raiva. Passei o ano inteiro ouvindo os sussurros de todos, “Ela viu os pais morrerem!”, “Ela está depressiva, com certeza”, “Viu como ela está com olheiras hoje? Deve ter passado a noite em claro pensando nos pais!”. E agora, ouviria todo tipo de gente falando que eu tentara me matar com magia negra, ou sei lá mais o quê. Mais do que nunca, eu senti raiva.

“Não deixe eles verem tudo isso, mostre que você é mais forte que eles”

POV James:

– VOCÊ FICOU DOIDO?

– CARA, VOCÊ BEBEU?

– NÃO PODIA DEIXAR PARA OUTRA HORA?

– Gente, eu não conseguia mais! Eu desfigurei o rosto dela, ou ninguém lembra disso? A última coisa que ela precisa é um namorado assim. – Disse Lupin, com um muxoxo. Será que ele era retardado? Dorcas precisava, mais do que nunca, de um namorado que apoiasse ela agora! E ele simplesmente desiste de tudo?

– Ótimo, porque desistir é realmente a solução pra tudo! – Sirius retrucou, sarcástico.

– Assassino ou não, você ainda é o cara que ela ama, pelo amor de Merlin! – Peter escolheu as palavras erradas, definitivamente. Lupin olhou para ele, como se dissesse “Sério?”.

– Remus, quando a gente tá jogando Quadribol e estamos perdendo, a gente não desiste! O time tenta melhorar, e usa tudo isso a nosso favor, como combustível! – Ok, relacionar Quadribol com o assunto pode não ter sido a melhor abordagem, mas foi a única que passou na minha cabeça.

– James, ela é uma pessoa, não um jogo. E gente, eu já me decidi, é o melhor para ela, de verdade.

– Tudo bem, se é o que você diz. Mas Remus, só saiba que ninguém pode falar o que é melhor para ela senão ela mesma. – Peter disse. Merlin, aquele menino tem um poço de sabedoria dentro dele.

A frase tinha feito algum efeito, e Remus abaixou a cabeça, pensativo.

Eu, Sirius e Peter nos entreolhamos, e piscamos, sorrindo. Deu certo!

.................................

– COMO ELE FEZ ISSO COM ELA? O QUÊ ELE TEM NA CABEÇA? ELE NÃO FAZ IDEIA DE COMO ISSO VAI FAZER MAL PARA ELA?! MERLIN, QUE RAIVA! – Lily explodiu, atraindo vários olhares no jardim.

– Lily... – Eu disse, rindo. Ela gritava, enquanto eu apenas assistia, sentado em uma pedra. Ela estava linda, e quando estava brava, ficava uma.... Gracinha? Calma. Eu, Peter e Sirius já demos um jeito nele, vai ficar tudo bem.

– Bom mesmo. – Disse ela, suspirando. Eu ri, abraçando-a, e fazendo ela rir comigo. – Como você consegue?

– Consigo o quê?

– Fazer tudo ficar assim... Tranquilo, bem... – Eu não sabia. Mas ela tinha o mesmo efeito sobre mim.

– Não sei... Acho que é um bônus do pacote James Tentação... – Sussurrei, em seu ouvido, rindo. Ela me deu um tapa no braço e caiu na gargalhada.

Lily correu a mão de minhas costas até meu pescoço, deixando sua boca se encaixar na minha. Deixei o calor dela tomar conta de mim enquanto segurava sua nuca.

– Pena que estamos no jardim.... – Murmurou ela. Eu tinha ouvido direito? Comecei a rir, com o pensamento de Lily Evans falando algo do tipo.

– Evans, estou começando a achar que sou uma má influência para você. – Observei, sustentando seu rosto com as mãos.

– Eu tenho certeza.

E voltou a me beijar.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Não se esqueçam de responder à pergunta que eu fiz nas notas iniciais, por favoooooor!

Enfim, beijos, e até o próximo cap!



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