– Evans! Quer alguma ajuda no Incendium? – Eu reconheceria aquele sorriso malicioso em qualquer lugar.

Merlin, não. Qualquer coisa menos James Potter.

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Encarei James, já vermelha de raiva. Aquele jeito de conquistador barato que todas as meninas simplesmente babam. Não sou uma delas; tenho uma coisa chamada amor próprio.

– Meu Incendium está ótimo, mas a Cruciatus precisa de um pouco de prática. – Merlin, pronunciar aquela maldição me deu arrepios até o fundo de meus ossos, mas tinha de dar uma resposta à altura. Deixei James plantado lá e subi para meu dormitório.

Alice babava em seu travesseiro, dormindo profundamente. Haviam outras duas meninas no mesmo quarto, uma loira e uma morena, porém não conhecia nenhuma das duas. Ambas apagadas, como minha amiga. Molly já está em seu último ano, mas se estivesse aqui com certeza estaria doidinha para ouvir o que aconteceu lá embaixo, ou contar alguma novidade sobre Arthur.

Coloquei meu pijama e dormi como nunca, preparada para o dia seguinte.

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POV James:

– Alguma sorte com a Evans? – Sirius disse, em seu habitual tom brincalhão. Todos amavam tirar sarro da minha cara por conseguir qualquer garota, menos aquela ruiva.

– James vai conseguir ela, tenho certeza! Ele é o James! – Peter adorava bajular os que julgava superior, um hábito que nunca entenderia. Quer dizer, é legal para te colocar para cima, e aumenta a confiança, mas nunca me pareceu verdadeiro.

– Dois galeões que ele não consegue! – Sirius anunciou sua aposta, brandindo sua colher de Corujas de Cereal como quem ergue uma espada.

– Confiante hoje, Almofadinhas? – Lupin ergueu as sobrancelhas, desviando os olhos do Profeta Diário que acabara de chegar.

– Pode crer que sim!

E assim fomos discutindo até a sala de Transfiguração, nossa aula favorita. Afinal, tínhamos alguma experiência nisso.

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POV Lily:

– Ei! Podemos nos sentar com vocês? – Reconheci a loira e a morena que dormiam no mesmo quarto que eu no mesmo instante, porém nunca as tinha visto antes daquele encontro.

– Ah, claro! Sentem, meninas! Quais são os nomes de vocês? – Molly já espremia algumas pessoas mais para o lado, abrindo espaço para as garotas na mesa do café da manhã. Não pude deixar de notar o grupinho de James virando as cabeças para ver o tumulto, e a piscadela que o apanhador lançou para mim. Quando isso ia parar? Será que ele não se concentra nos estudos ou algo assim?

– Eu me chamo Dorcas Meadowes – Disse a loira, apontando para si mesma. – E essa é Marlenne McKinnon! – Completou, apontando para a morena ao seu lado.

– Prazer! Eu sou Lily Evans, e essas são Molly e Alice. – Eu disse sorrindo, feliz por começar o ano com novas amizades.

– Qual é a primeira aula? Estou um pouco perdida, essa escola é tão grande... – Marlenne disse, nervosa.

– Lily e eu temos Transfiguração, com a professora McGonagall, acho que irão gostar bastante! Molly tem Herbologia, com a professora Sprout. A senhorita Prewett aqui é um ano mais velha. – Riu Alice.

E assim caminhamos até a sala, depois de Molly sair. Continuamos apresentando Hogwarts às novas alunas, e vi Severus caminhando sozinho até a aula, com a cabeça baixa e passos desajeitados.

– Meninas, eu já volto, vão indo na frente..... Ei Sev! Tudo bem?

– Sim, na verdade. James e seus amiguinhos ainda não tentaram nada, então estou ótimo! – Severus também detestava os 4 garotos (que eram conhecidos como Marotos), e isso era definitivamente uma coisa que eu e ele tínhamos em comum.

– Vamos, então? – Dei meu braço a ele, sabia que tudo o que ele precisava era companhia, um ombro amigo. E eu gostava dele, até admirava sua inteligência, e nunca liguei para a rivalidade entre nossas casas. Ainda assim, Snape sabia que eu não gostava de seus amigos, mas parecia não ligar. Me pergunto se deveria fazer o mesmo.

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POV James:

Merlin, não. Aquele era Severus Snape? De mãos dadas com Lily Evans?

– Ei.... AQUELE É O RANHOSO COM A SUA GAROTA? NÃO PODE SER! – Sirius quase berrou. Quanta discrição.

– Grite mais alto, ainda não te ouviram lá em Durmstrang! – Resmunguei, de mau humor. Bastou aquilo para estragar todo o meu dia. Quer dizer, o que aquele seboso tem que eu não tenho?

– Ah James, deve ser algum tipo de pegadinha da Evans, quem trocaria você por alguém como o Snape? – Rabicho já apelou para o lado bajulador. Até me animou, mas no fundo, eu sabia que Lily não faria nada assim, ela era tão meiga... Nem alguém como Severus Ranhoso Snape faria Evans ser maldosa com alguém.

– Claro, porque Evans realmente é alguém típico de fazer pegadinhas como as nossas. Fique tranquilo James, não deve ser nada que você deveria ter medo, eles são amigos. – Lupin disse, calmo e tranquilo como só ele conseguia ser.

– Eu dou um jeito nele. Se dou.

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POV Lily:

– A aula foi ótima! Vou lá nos jardins, garotas. Qualquer coisa sabem onde me procurar! – Elas sabiam que eu adorava fazer meus deveres embaixo daquele carvalho enorme que ficava nos jardins. Era um lugar realmente tranquilo, escondido do tumulto da escola e da sala comunal.

Desci correndo, até que vi uma aglomeração de pessoas rodeando uma árvore. Não é meu estilo ser atraída por esses tumultos, mas sabia que tinha algo errado ali. E se meus instintos estivessem certos, tinha a ver com James Potter.

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POV Snape:

Estava sentado, lendo meu livro de poções. Sabia que Lily adorava essa matéria, e logo minha mente começou a divagar sobre seus cabelos ruivos, seu sorriso, seus olhos que viam o mundo de uma maneira completamente diferente da minha....

– Venham! Aluado, Almofadinhas! – Minha mente parou com o som da voz arrogante de James Potter, que vinha acompanhado de uma grande aglomeração de pessoas. Logo peguei minha varia e apontei para eles, estava cansado e só queria um pouco de sossego, mas sabia que James tinha visto quando Lily me estendeu o braço e me acompanhou até a aula. Eu tinha algo que ele queria, uma amizade com a garota mais esplêndida de Hogwarts.

– Expelliarmus!

– Essa foi boa, James! – Sirius, o fiel escudeiro de Potter apareceu.

– Quem quer me ver tirar a calça do ranhoso? - Já estava flutuando de cabeça para baixo no ar. Ótimo, só faltava a escola inteira e a turminha de James me verem sem calças, exibindo minhas pernas mais finas do que uma varinha.

– Parem com isso agora! Ponha ele no chão! – Ouvi uma voz familiar vindo em meu socorro. Droga, Lily veio em meu socorro, e eu seria socorrido por uma menina.

– Eu não preciso da ajuda de uma sangue-ruim imunda como você! – Merlin. Acabou. Eu mesmo não acredito no que eu disse. As palavras saíram de minha boca, e deixei que minha parte raivosa explodisse. Acontece que a raiva não era de Lily, e jamais seria. Ela me ajudou quando ninguém mais o fez, e eu descarreguei minha raiva nela daquela maneira.

Eu sabia que não tinha volta quando vi as lágrimas silenciosas nos olhos dela, cheios de incredulidade.

– Severus... Eu.. Eu esperava mais de você. – Murmurou ela, virando-se e correndo para o castelo.

Como eu pude fazer aquilo?