POV Lily:

Deixei James em meu quarto e avisei que voltaria em um instante. Mil coisas passavam em minha cabeça, e me sentia em um carrossel de emoções. Como Petúnia voltaria para casa agora, com James ali? E James, o que ele faria? Dormiria ali?

Não pude conter um sorriso depois daquele pensamento.

– Mãe, como você tá? – Perguntei, vendo minha mãe sentada na mesa de jantar, com meu pa acariciando suas costas. A tensão era quase palpável.

– Estou. – Era mentira, e eu sabia.

– Olhe mãe, eu conheço minha irmã bem, e ela morre de medo de ficar lá fora por muito tempo. Ela vai voltar logo, eu prometo. – Ver seus olhos se acenderem com esperança me alegrou muito. Meu pai me lançou um olhar agradecido, e quando abriu a boca para dizer algo, a porta se escancarou, mostrando uma Petúnia encharcada de lama, raivosa.

Sem dizer nada, ela simplesmente entrou e subiu para tomar banho. Olhei para minha mãe, perguntando se ela queria que eu falasse com Petúnia com o olhar. Ela apenas balançou a cabeça, negativamente.

– Mãe... E James? – Perguntei, hesitante.

– Certo. Ele pode dormir aqui.

– Na sala. – Completou meu pai, sério.

Sorri, quase dando pulinhos de alegria. James estava ali (Apesar de não ter avisado ninguém além de Sofia sobre sua saída, e estar faltando aulas em Hogwarts). Nada importava, ele estava ali, comigo.

Dei um abraço em meus pais e subi correndo, encontrando James ali, deitado em minha cama. Oh, Merlin.

– Ouvi sua irmã subindo. Ela parecia uma fugitiva de Azkaban... – Disse ele, rindo. Pulou da cama e me segurou pela cintura. – Pelo jeito beleza não é genética pra ela. – Sussurrou em meu ouvido.

Foi um comentário levemente maldoso? Foi. Mas Petúnia fez algo realmente horrível com meus pais, então nem dei muita bola. Não daria de qualquer maneira, afinal, era James falando aquilo.

Tomei seus lábios, sentindo falta de seu gosto, de sua maciez. Segurando sua nuca, passei minha mão em suas costas, sentindo cada músculo que se contraía sob meu toque. Ele segurou minhas pernas, entrelaçando-as em suas costas. Ele sorria, pausando entre os beijos para tomar fôlego. Beijei seu pescoço, seu rosto; eu amava cada centímetro dele.

Cuidadosamente, ele me deitou entre meus lençóis, ainda me segurando. Ele era perfeito, e momentaneamente, esqueci de onde estávamos, quem estava ali... Tudo. Ele tinha esse efeito sobre mim.

Me deitei sobre ele, e parei tudo, olhando em seus olhos. Acho que devo ter ficado ali encarando-o por alguns bons segundos, já que ele começou a rir.

– Eu te amo, Evans. – Disse ele, segurando minha nuca e encostando nossas testas.

– Eu também te amo, Potter. – Ri baixinho, voltando a beijá-lo.

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http://data1.whicdn.com/images/136972779/large.jpg Vejam essas perfeições! ]

Estava segurando a bainha de sua camisa de botões entre meus dedos, e corri minha mão por baixo dela, sentindo seu abdômen. Tinha que admitir, Quadribol fazia realmente muito bem. E eu tinha que parar de pensar besteiras.

– Lily, você pegou a droga do meu shampoo e eu sei muito be.... – Petúnia havia escancarado a porta, com seu pijama rosado e uma toalha na cabeça. Parou por um momento ali na porta, ficando vermelha de raiva, talvez até inveja.

– Merda... – Sussurrei, enquanto eu e James encarávamos minha irmã embasbacados. Ele ficou sem reação, já sabendo como minha Petúnia o odiava.

– Vocês bruxos.... Todos monstros... Todos sujos, vulgares... IMUNDOS! – Murmurou ela, gritando a última palavra. Estava claramente perturbada, mas eu achava que não era por isso. Algo havia acontecido, muito antes daquilo.

– Imunda é você, sua... – James começou a dizer, mas olhei para ele. Petúnia já o odiava suficientemente, não precisávamos de mais lenha na fogueira.

Ela já tinha saído, e eu e James apenas nos entreolhamos e demos risada. Não sei bem o por quê, mas parecia engraçado ver sua irmã dando um chilique e interrompendo seu melhor momento com seu namorado.

– Desculpe, Lily... – Disse ele, ainda rindo. – Mas acho que sua irmã me odeia.

– A primeira pessoa que consegue. – Levantei da cama, rindo. Ele me seguiu, e me abraçou. – Ah, e meu pai disse que você tem que dormir na sala.

– Certo... – Se aproximou de meu ouvido, sussurrando. – Mas nunca fui muito bom em seguir regras.

POV Alice:

Quando entrei no Salão para o café da manhã, tentei procurar o “grupo”, mas tudo parecia diferente. James não estava em lugar algum, e Sirius e Marlenne estavam isolados, assim como Remus e Dorcas. Peter parecia claramente dividido, não sabendo onde se sentar.

– Sirius... Lenne, o que aconteceu? – Perguntei, indo até a ponta da grande mesa da Grifinória, onde o casal estava sentado.

– Dorcas e Len brigaram. - Sirius disse, ríspido.

– E o que Remus fez?

– Colocou a namorada dele em um pedestal inalcançável. – Ele respondeu.

Murmurei um “hum”, e fui me sentar perto de Frank, no meio da mesa. Remus e Dorcas estavam no extremo oposto ao outro casal, rindo. Molly e Arthur também perceberam a tensão e vieram sentar perto de nós.

– O que aconteceu entre eles? – Sussurrou a ruiva, perturbada. Ela odiava quando as pessoas brigavam, apesar de ela mesma ser defensiva e esquentada às vezes.

– Dorcas e Marlenne brigaram, Remus defendeu Dorcas e Sirius defendeu Lenne. – Simplifiquei, enfiando uma torrada na boca.

– Meu Merlin... E onde está o James? – Perguntou Arthur.

– É aí que tá.... Ninguém sabe! – Respondeu Frank.

– Ora, então temos que encontrar ele! Quem o viu por último? - Molly se levantou, esperançosa.

Eu não sabia direito, mas quem sabe as envolvidas na briga saberiam. Comecei a contar o plano que se formulou em minha cabeça para as pessoas presentes.

– Alice, você é uma gênia! – Frank disse, me abraçando.

POV Dorcas:

– Ei, Doe... Vi que tinha um clima meio estranho no café, o que aconteceu? – Alice me perguntou, no dormitório. Era horrível ter que olhar na cara de Marlenne toda a noite, e graças à Merlin ela não estava ali agora. Mas eu realmente queria conversar sobre o assunto, apesar de não querer ficar espalhando boatos pela escola.

No fim, despejei tudo em Alice, talvez um pouco rápido demais.

– E ela me deu um tapa! Aquela vaca doida me deu um tapa! – Disse, sem pensar. Na verdade, eu tinha o péssimo hábito de dizer as coisas sem pensar quando estava brava.

E bem nessa hora Marlenne tinha entrado no dormitório.

Oh, merda.

– Então é isso que eu sou pra você? Uma vaca doida? – Disse ela, baixinho.

– Não, Lenne, eu.... – Eu sentia falta dela, da nossa amizade... E sem Lily, não tinha quase ninguém com quem conversar fora Remus, já que Alice e Molly não tiveram envolvimento nenhum até agora.

Ela saiu, batendo a porta e nos deixando plantadas como duas bobas.

POV Marlenne:

Eu acabara contando tudo para Molly. Certo, ela só perguntara o que tinha acontecido, mas eu realmente queria falar com alguém.

– Não acha que deviam conversar? Quer dizer, com Lily e James fora e tudo o que está acontecendo lá fora, vale mesmo a pena brigar? - Disse ela, soando como uma mãe. Tinha os olhos cheios de compaixão, e acabou me convencendo.

– Certo... Vou tentar. É até melhor, as coisas estão mais calmas, vai ser mais fácil! Obrigada, Molly! – Abracei-a, e depois corri até o dormitório, na esperança de encontrar minha amiga lá.

Escancarei a porta, desesperada para consertar tudo. Foi quando ouvi o que eu certamente não devia ter ouvido.

– ..... vaca louca me deu um tapa! – Dorcas disse.

As palavras queimaram em meu ouvido, e quis gritar e sair derrubando tudo que encontrasse pelo caminho. Eu fora até ali para me desculpar e era isso que ela estava fazendo? Me xingando pelas costas?

POV James:

Acabei dormindo na sala mesmo.

Certo, subi uma vez no meio da noite no quarto de Lily.

Ok, o pai dela me assustava um pouco.

Acordei no sofá com uma coruja batendo na janela. Era marrom-avermelhada, e reconheci como sendo a de Frank. Mas o que ele estava fazendo mandando uma carta para cá? Para quem? Lily?!

Abri a janela, dando um pedaço de pão que estava na mesa para ela, que pegou alegremente. Meu nome estava escrito no pergaminho, que desenrolei com cuidado.

“James,

Onde você tá? Ninguém consegue te achar!

Dorcas e Lenne brigaram, e bom... Marlenne deu um tapa em Dorcs.

Na tentativa de melhorar a situação, Molly e Alice conversaram com ela. Elas te viram abraçando ou beijando uma menina da Corvinal, e eu desconfiei na hora. Quer dizer, eu já te vi com a Lily!

Enfim, acabou que a Doe falou algo sem pensar sobre a Marlenne e ela ouviu. E tá tudo uma bagunça, já que cada Maroto apoia a namorada, e o Sirius e o Remus acabaram afastados também!

Ninguém sabe o que fazer, e precisamos de ajuda agora! Converse com a Lily, ou algo assim.

– Molly, Arthur, Frank & Alice.”

Merlin, como essas garotas gostam de entender as coisas errado! Agora eu não podia mais nem ter uma amiga! Fora que Lily já sabe sobre ela!

Eram 10h da manhã, e os pais de Lily deixaram um bilhete dizendo que iam trabalhar (O pai dela não saiu sem deixar um recado que dizia “Nem pense em fazer nada com ela” em minha almofada. Algum dia ele ia gostar de mim. Eventualmente). Subi as escadas até o quarto de minha namorada, com medo de trombar em Petúnia no caminho.

Abri a porta do quarto da ruiva com cuidado para não acordá-la. Ela estava dormindo em sua cama, e pareceu um anjo, apesar de babar um pouco no travesseiro. Ri com a visão, e dei um beijo em sua testa.

Ela abriu os olhos verdes lentamente, meio perdida. Me viu, e sorriu, meio abobada.

– Bom dia, Evans.

– Bom dia... – Disse ela, sentando-se preguiçosamente na cama. Sentei ao seu lado cruzando minhas pernas, e a coloquei no vão em minha frente, passando os braços ao redor dela. Era tão pequena, mas tão linda...

– O que é esse pergaminho? – Perguntou ela, subitamente desperta.

– Era sobre isso que precisamos conversar. Leia. – Disse, passando o papel para ela, que leu rapidamente. Não conseguia ver sua expressão, mas conforme lia, ia se desencostando do meu peito, surpresa.

– Merlin! Eu nunca achei que elas fossem brigar tão feio por uma coisa dessas! O que vamos fazer? Voltar para lá? – Disse ela, virando seu corpo para que ficasse de frente para mim.

– Eu não sei, por isso vim falar com você, oras! – Encolhi os ombros. – Mas confesso que sempre achei que Dorcas estapearia a Lenne, e não o contrário...

– James! Foco. Certo, não sei se minha mãe me deixaria voltar para Hogwarts, já que as aulas acabam em uns dois dias... – Pensou ela. Quase dava para ouvir as engrenagens de sua cabeça trabalhando, e eu ri. De repente, ela deu um pulo, como se tivesse uma grande ideia. - Lembra que os pais da Doe iam deixar todos dormirem lá? Então...

Depois que ela terminou de contar, eu tive a certeza de que Lily Evans era uma gênia.

POV Dorcas:

Estava nos jardins, quando uma coruja chegou perto de mim, deixando um pergaminho em meu colo. Se Remus queria marcar algo, não era muito mais fácil vir falar comigo?

“Oi Dorcs!

Desculpe pela falta de notícias, aqui tem sido um tédio. Mas bom, pelo que fiquei sabendo, aí definitivamente não estão faltando novidades.

James está aqui comigo, e recebemos uma coruja de Frank nos contando tudo o que aconteceu. Merlin, a coisa ficou feia! Mas enfim, eu acho que ninguém tá falando com você, e resolvemos fazer a “festa do pijama” que seus pais prometeram! Pode convidar quem você quiser, e apesar de eu não apoiar, você pode escolher se quer convidar Lenne e Sirius.

Enfim, esperamos que tudo fique bem. Acho que James vai ficar aqui até as aulas acabarem, e os pais dele já sabem.

Se você for fazer a festa, mande uma coruja para a minha casa com a data.

Beijos, fique bem!

– Lily & James”

Era uma boa ideia. Se Marlenne não quer ajeitar as coisas e ouvir o que tenho para dizer, tudo bem. Até poderia tentar chamar Sirius, mas duvido que ele vá sem a Lenne. Realmente.

Comecei a escrever a resposta, e aproveitei para mandar uma carta para meus pais. Seria logo depois de as aulas acabarem, assim todos já podíamos sair e ir direto para minha casa.

Marlenne não quer desculpar e nem ser desculpada? Certo.

POV Lily:

– James! A resposta chegou! – Gritei, quando a coruja voltou. Dorcas mordera a isca, e a festa seria logo depois de as aulas acabarem.

– Deu certo? – Disse ele, saindo do banho. Estava só de calça, e com os cabelos molhados. Merlin, tive de usar toda a minha concentração para não ficar encarando aquela escultura. Certo, eu fiquei encarando. Por uns bons minutos, devo acrescentar.

– Lily...? – Disse James, rindo e ajeitando os óculos em seu rosto. – Perdeu o foco?

– O que? N-não, claro que não. Certo, ela aceitou. Só falta mandar a coruja para Sirius e Lenne.

– Ok. – Respondeu ele, ainda desconfiado com minha resposta negativa.

Abracei e beijei o homem em minha frente. Fiquei na ponta dos pés, tentando alcançar seu ouvido. Por que ele tinha que ser tão alto?

– Ok... Eu perdi o foco.