Quero que você conheça meu mundo escrita por River Herondale


Capítulo 20
A baixa probabilidade de estar preparado para dizer adeus


Notas iniciais do capítulo

Dessa vez não demorei tanto pra postar, né? Haha. Não tenho muito o que falar aqui, só desejo boa leitura :)



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Estava certo que Clarice embarcaria no começo de agosto. O dia que mudaria tudo estava marcado.

Mas por que ela não estava feliz?

Era o começo da realização de todos seus sonhos da vida. Sabia que o caminho ainda seria longo, já que a pré-produção de um filme nunca é simples. Muita burocracia, muita coisa para organizar. Mesmo ela sendo uma parte de toda uma produtora de incontáveis pessoas envolvidas, ela não aguentava de ansiedade.

Durante seu ano em que viajou, Clarice estudou muito. Cursos interessantíssimos em escolas de Cinema na Holanda e Nova York. Desde as coisas mais técnicas até as coisas mais artísticas. Clarice tinha consciência de que levariam anos para que seu projeto saísse dos papéis, mas estando em Los Angeles e com tantas pessoas inspiradas ao seu redor já mudava tudo. Era óbvio que ela procuraria se aprofundar, e há várias universidades prestigiadas em Cinema em Los Angeles, o que ela procuraria ingressar. Tendo dezenove anos e uma mala de sonhos, não hesitaria em sonhar alto.

CalArts, AFI, pensava Clarice. Parece tão distante e irreal. Mas não impossível.

Com ajuda de Tati, Clarice começou a preparar tudo. Nunca pensou que seria tão difícil arrumar sua mala. Era algo tão costumeiro a ela, e agora parecia um peso.

O que há de errado comigo?

Não foi uma nem duas as vezes em que ela pegou o celular para ligar para Frederico. Queria reconciliar, se desculpar. Mas seu pior defeito batia: orgulho. E então descobriu que não era só orgulho; tinha medo. Medo de receber um não. Medo de a verdade ser dolorosa demais para ser suportada: de que ele a odiava agora.

– Por que você tem medo de abrir os olhos, porra? Não está vendo o que eu sinto por você? Você sempre me deixa tão confuso, você é tão inconstante. Clarice, por quê?

– Não tenho medo de abrir os olhos. Tenho medo de fechar.

Parecia que isso tinha acontecido anos atrás.

O calor do corpo dele ainda era presente quando ela se deitava. Conseguia facilmente imaginar os braços magros e acolhedores de Frederico envolvendo sua cintura enquanto ela adormecia. Ou como ele acordava e seu corriqueiro topetinho estava grudado na testa, e sua covinha dançava no rosto quando ele comia pipoca enquanto assistiam filmes no cinema.

Seu coração apertou. Ela sentiria tanta saudade disso, mesmo que se recusasse de aceitar que era verdade.

Ela sempre teve suas prioridades. Seu filme era prioridade. Ser reconhecida pelos seus filmes, como uma cineasta competente, talentosa. Era isso desde sempre e sempre não era? Estudara apenas para isso, não é mesmo?

E Cinema não é nada gentil com mulheres também. Se colocar em porcentagem é ainda mais assustador. As mulheres ainda não conquistaram o espaço justo no Cinema, e essa era a meta de Clarice. Mudar isso. Apenas o fato de terem aceitado seu roteiro já era uma vitória, considerando que ela é latina e mulher. Não só isso, mas que veio de uma família classe média, com vantagem nenhuma de pais bancando seus sonhos. Não. Tudo era com ela.

Um exemplo disso: em toda a história das premiações do Oscar, apenas quatro mulheres foram indicadas para melhor direção. Surpresa!

E então ela largou o telefone e desistiu de ligar para Frederico. De novo.

¨¨

– Eu não acredito que vou acordar todo dia sem ter você fazendo barulho na sala. – Tati comentou enquanto as duas faziam comprar no supermercado. Tinham inventado uma atividade chamada provisoriamente de “Garotas Gourmetizadoras” onde cozinhariam algum doce saboroso e diferente enquanto conversariam sobre qualquer porcaria pop como a nova peruca da Lady Gaga e a nova moda passageira de roupas para a estação. Às vezes é necessária essa futilidade.

A amizade das duas era forte. Havia verdadeiro apoio mútuo e elas conversavam sobre tudo. Clarice sempre teve amizades fracas e passageiras, mas Tati mostrava que seria diferente.

– Eu vou sentir falta de acordar todo dia com Frida lambendo meu rosto. – Clarice confessou. – E das nossas piadas sobre Meninas Malvadas.

– Isso é tão barro! – E elas riram. – Não consigo digerir que você está indo embora. Mas estou feliz. Tudo está dando certo no final, não é?

¨¨¨

O dia em que Clarice comunicou a agência que estava indo embora, Tati a levou para jantar fora.

– Tomara que um fotógrafo bem gostoso entre na sua vaga, Claricita. – Tati comentou enquanto comia.

– E onde fica Matheus nisso?

– Ele não precisa saber. O fotógrafo gatão seria como um colírio para meus olhos cansados enquanto trabalho. – Tati brincou

– Mas daí você vai começar a chorar de saudade de mim.

– Não exagere. – E então Tati ficou séria inesperadamente. – Não vai falar com seus pais?

Clarice mudou de posição, incomodada.

– Eles nem me procuraram nesses meses, por que eu procuraria?

– Já pensou que talvez não tenha como eles te procurarem? Você não tem redes sociais e eles não sabem onde moro. Nem seu número de celular eles têm!

Clarice ficou muda por um tempo, e então suspirou.

– Não posso. Não consigo.

– São seus pais.

– Isso não significa nada.

Tati mudou de posição, e então disse:

– Desisto. Uma hora você vai perceber quão imatura está sendo.

¨¨¨

– Ok, estamos chegando. Disseram que é uma balada superinteressante, vamos ver se é mesmo, né? – Tati tinha arrastado Clarice no seu penúltimo dia no Brasil em uma tal balada que tinha sido aberta a pouco tempo. Ela nem sabia dessa festa.

– Balada não é algo que costumo curtir, você sabe.

– Essa você vai curtir.

– Cara, mas aqui não está silencioso demais para ser uma festa? Ainda temos que subir um andar para chegar?

– É algo muito underground, então não tem pessoas desinteressantes para ocupar nossa mente, só pseudos.

Tati abriu uma porta e então uma chuva de confetes se espalhou por todo o recinto, pessoas gritando.

– Surpresa! – Disseram.

– Pra mim? – Clarice estava com a boca escancarada. Na parede tinha uma faixa escrita “Sentiremos sua falta, Clarice” e a decoração era baseada em Cinema.

Clarice abraçou Tati com força, emocionada com tudo que a amiga tinha preparado para ela. A galera da agência estava lá, e até alguns colegas de Frederico que ela conheceu na festa da casa de Bento. Mas nada de Frederico ou Bento ou Natália.

Alguém surgiu ao lado dela e enfiou um chapéu de festa na sua cabeça. Clarice estranhou a movimentação, mas então quando viu era...

– Heitor!

– Você sumiu, mas eu não me esqueci de você. – Ele brincou, e então se abraçaram. Ele vestia uma camisa jeans de lavagem clara, e estava muito bonito.

– A vida é sempre tão corrida, desculpa.

– Não consigo suportar a ideia de que você iria embora sem falar tchau pra mim.

– Não sei se suportaria ir ao prédio, e a chance de ver meus pais.

– Tudo bem, vamos só comemorar por hoje. – Ele sorriu, e colocou uma garrafa na sua boca.

Tati que já estava lá na frente, começou a falar em um microfone.

– Agora é hora do discurso, porque sou brega mesmo, e daí? Espero que isso não soe como um elogio fúnebre, e espero que eu fique bêbada o suficiente essa noite para esquecer que você está indo embora.

Alguém entregou uma garrafa para Tati, que bebeu quase metade em um gole.

– Mas porra, vocês conhecem essa menina! Tem dezenove anos e experiência de vinte e nove! Essa filha da puta é folgada além de tudo, morou na minha casa por meses. Mas quer saber? Eu não quero morar sozinha de novo, então estou aceitando qualquer outra pessoa que queria dividir apê, só que a condição será: dentro de casa seu nome é Clarice.

Algumas pessoas riram. Tati bebericou sua bebida de novo.

– Mas Clarice é complicada. Ninguém faz ideia de como é ser amiga íntima dela. Cada dia uma descoberta, cada dia um novo mistério. Foi difícil montar essa festa, confesso! Ela tem vários colegas, mas não o suficiente para encher uma festa! Mas eu precisava fazer isso por ela, ou por mim, sei lá. Esse processo anda sendo mais difícil para mim do que para ela, essa safada.

“Esse é o maior problema dela; Clarice pode ter uma casa desmoronando em cima dela, mas vai saber se virar. Ela tem uma independência que me envergonho quando lembro que aos dezenove anos eu morava com a minha mãe e ela quem pagava minha faculdade e ainda preparava minha marmita pra comer na hora do intervalo.

“E mesmo que tenha sido alguns meses de convivência, foram meses importantíssimos. Essa garota deu minha amizade mais forte, e eu me orgulho de ter ela como amiga. Clarice Vianna, guardem esse nome! Vocês ainda vão ouvir muito esse nome!”

As pessoas começaram a bater palma, e Tati foi abraçar Clarice de novo, com os olhos aguados.

– Você não presta. – Clarice sussurrou.

– Te amo.

– Também te amo, amiga. Muito.

Tati passou o microfone pra Clarice, que pegou constrangida. Com um longo suspiro ela começou:

– Eu sou uma pessoa difícil de fazer festa, eu sei. Sei que a maioria de vocês aqui eu mal conheço, então obrigada por virem, mesmo que seja só pela comida livre. – Alguns do recinto riram. – E mesmo assim, tendo tanta gente aqui, quem eu queria que estivesse não está, e é um sentimento ruim do caralho. É como se você esperasse que o trem chegasse, mas nunca viesse. Enfim, foda-se. Não é nada importante. Desculpe.

Clarice abandonou o microfone e saiu da festa, voltando pela porta onde entrou.

Segundos depois alguém sentou ao seu lado na escada. Era Heitor.

– Às vezes tenho a impressão de que estou fazendo tudo errado. – Ela sussurrou. Estava descalça, já tinha arrancado o mocassim que usava.

– Talvez esteja fazendo tudo errado. – Heitor não costumava ser gentil, sempre honesto.

– Eu estou acertando nos erros. Então é melhor continuar.

– Não acho que esteja feliz assim.

– Eu fui uma babaca com o Frederico.

A expressão de Heitor mudou.

– Seu namorado, né?

Clarice fez que não com a cabeça.

– Eu só fiz merda com ele. É a oportunidade da minha vida, tenho chances de ganhar uma bolsa na AFI, que é uma super universidade de Cinema, e não consigo ficar feliz.

– Se ele te ama ele entende isso.

– Não estávamos preparados para dizer adeus.

– Quem está?

Eles voltaram para a festa depois de uns minutos. Não tinha tempo para se preocupar.

¨¨¨

E festa durou mais algumas horas. Ela tentou se divertir no karaokê, comeu as delícias da festa, conversou bastante, principalmente com Heitor. Ela tinha se esquecido de como ele era um bom amigo.

E clichê como a vida é, Frederico apareceu.

– Pai, vou sair hoje, ok? Não precisa me esperar para almoçar. – Frederico comunicou. Era sábado.

– Vai ver a namorada?

– Não, vou sair com o Bento.

– Então vai sair com a namorada. – Dr. Leonardo brincou.

– Tchau!

Seu humor estava péssimo. Ainda não contara ao pai que estava solteiro. Não contara para ninguém, e ele se sentia horrível. Nem quando ficava doente se sentia tão mal. Acordava todos os dias cansado, andava distraído.

Vai ver amar é mesmo doença, pensou.

E o verbo amor nunca foi tão desprezível. Até de pensar na palavra era nojento.

Bento tinha implorado que Frederico saísse da casa. A desculpa que ele dava era: estou de férias. Mas Bento o conhecia bem o suficiente para saber que algo estava errado com o amigo.

Quando eles se encontraram no shopping, Bento exclamou:

– Cara, você está horrível.

– Sério?

– Total! Nas mensagens você já estava estranho, mas fisicamente está pior.

– Você não está ajudando.

– Eu tenho mil razões para acreditar que isso tem a ver com Clarice.

– ...

– É o que estou pensando?

– Preciso responder, porra?

Bento abriu a boca para falar alguma coisa, mas desistiu, fechando em seguida.

– Quer beber café?

Eles pegaram cappuccino e se sentaram em uma mesa dentro da cafeteria. Depois de um tempo, Bento disse:

– Eu sabia que isso ia acontecer. Essa vadia roubou sua alma!

– Ei! – Frederico se incomodou mais com o “vadia” do que com o “roubou sua alma”.

– Você estava tão envolvido, e ela vai e pisa em você assim? Isso não está certo.

– Ela vai para Los Angeles.

– O quê?!

– É. Ela não me traiu ou coisa do tipo, se é que você está pensando nisso.

– Puta egoísta. E como fica vocês dois?

– Ela não é uma puta egoísta! Talvez seja um pouco egoísta, mas ela vai trabalhar com Cinema finalmente.

– E você não pode ir?

– Como? Meu pai está cada vez mais falido e eu não tenho dinheiro para ir por minha conta. Além disso, nós brigamos feio.

– Ela era estranha mesmo. Aquelas tatuagens, aquele cabelo desgovernado. Ela meio que metia medo.

– Você nem deu chance de gostar dela.

– Mas agora você está livre na pista! Olha, não é por nada não, mas Luana com certeza aceitaria curar você desse mal que é Clarice. E detalhe: ela faz uma faculdade de gente séria, não é toda tatuada, tem roupas comportadas e um cabelo bem cuidado.

– Ainda não sei como acabei virando amigo de você, Bento. Tem cada pensamento chulo.

– Estou apenas seguindo a bíblia! Diz bem assim: “Em verdade vos digo: Clarice é louca e garota problema. Luana é gata, comportada e combina super com Frederico.” Capítulo 69, versículo 1 do livro Bento Delícia.

– Bento delícia?

– Cara, mas se acha que seus problemas são grandes, não esqueça que passei ontem a noite inteira pintando de azul as paredes do quarto de que será do meu filho.

– E como vai ser o nome dele?

– Eu até que colocaria de Frederico em homenagem ao meu melhor amigo, mas seu nome é feio demais, então não. Ainda não sabemos, cara. Provavelmente vou esperar ele nascer pra escolher algo que combina com a cara dele.

– Então ele vai acabar se chamando Joelho.

– Ha-ha. Muito engraçado.

Bento continuou a dizer mais algumas vantagens de estar solteiro e falar como Clarice não servia para Frederico. Frederico tentava se convencer de que o amigo estava certo, por mais que seu coração dissesse o contrário.

Sempre o contrário.

¨¨¨

No outro dia Bento convidou Frederico para ir jantar fora. Frederico ansiava para esfriar a cabeça, então foi. Tinha passado o dia todo tentando apagar a pasta de fotos de seu celular em que tinha Clarice, mas sempre cancelava a ação. Ainda não estava preparado.

No jantar só estava Bento e Natália. Natália estava grande, e Frederico se espantou. Ainda era difícil digerir que em poucos meses seu melhor amigo seria pai. Eles se sentaram e começaram a procurar o que comer.

– Sabe, Bento me contou de você e Clarice. Fiquei chateadíssima, ela era foda!

– Você achava ela foda? Eu nunca fui com a cara dela. – Bento comentou enquanto lia o cardápio.

– Você não foi com a cara dela porque ela era muito mulher e você é muito moleque. Sim, ela era fodona. Tirava fotos incríveis, já viu minha foto de perfil do Facebook? Ela quem tirou! E sempre muito decidida, adorava as tatuagens dela. Qual era o signo dela, por favor! Deve ser aquário...

– É aquário. – Frederico confirmou. Seu estômago estava embrulhado em falar de Clarice.

– Só podia ser! Aquarianos costumam ser excêntricos, com aparência diferente, inteligentes e totalmente frios! Porque foi frieza o que ela fez com você, te abandonar desse jeito.

– Você não está sendo nem um pouco delicada, Natália.

– Me dá um desconto, Bento! É só verdade! E qual seu signo mesmo, Fredê?

– Peixes...?

– Achei o problema! Peixes e aquário? É tipo emoção vs razão. Aquariano é todo “Ai eu sou livre, sou original” e o pisciano é aquele que fica “Já estou planejando nosso casamento e o nome dos nossos três filhos.”.

– Não sabia que você era ligada com astronomia, Natália. – Frederico disse, nada confortável e interessado com o assunto.

– Astrologia, não astronomia! E sim, eu adoro. Sempre fazia o mapa astral dos meninos que eu paquerava. – Ela disse orgulhosa.

Depois de comer, e chegar em casa, Dr. Leonardo perguntou de modo cético:

– Você não está mais namorando?

– Não.

– Hum. Percebi.

Esse era seu pai sendo sensível.

O mundo parecia desmoronar.

¨¨¨

Frederico pegou o celular para ligar para Clarice umas cem vezes. Todas ele desistiu. Falaria o quê? “Oi.”? Não, que ridículo! Imitar que nada aconteceu? Imaturo demais. Marcar para eles saírem e conversarem? De que adiantaria? Eles conversariam, e se desse tudo certo entre os dois, não levaria muito tempo para a despedida. E ele ficaria sozinho. De novo. E seria mais doloroso.

Talvez Bento estivesse certo. Ela só complicava sua vida. O certo seria terminar a faculdade, e esquece-la. Conhecer outras garotas. Ligar para ela só traria mais saudade e nenhuma resolução.

Ele se sentia mal agora, mas quem sabe amanhã melhorasse?

E seu subconsciente era teimoso.

Clarice apareceu em seus sonhos. Ela beijava ele. E eles estavam juntos. E não tinha o medo do amanhã. O importante é que o momento era eterno, e estavam congelados ali. Estavam juntos para sempre.

Mas então o despertador tocou. Merda.

Frederico foi trabalhar. O escritório de seu pai era branco demais, organizado demais, frio demais. E então uma garota que era como o escritório – muito branca, muito organizada, muito fria – surgiu. Luana.

– Fiquei sabendo que está solteiro. Que chato. – Luana disse. Como se ela realmente achasse isso chato.

– Parece que as fofocas espalharam, não é mesmo?

– Na verdade eu perguntei para o Bento. Você anda meio distraído com seu trabalho.

– Mas eu estou bem, ok? Obrigado. – Frederico disse impaciente e começou a remexer em alguns papéis sobre sua mesa.

– Olha, não quero que fique irritado comigo! Só queria dizer que qualquer coisa, pode chamar.

Ele não entendeu o que significava o “qualquer coisa”. Significava que se ele quisesse desabafar, era só chama-la? Ou se quisesse ir em alguma festa ou coisa do tipo?

Pfff, balela.

¨¨¨

Estava na casa do tio Lucio e Paulo. Era domingo de tarde, e não tinha o que fazer. Foi então que seus tios o convidaram para passar uma tarde agradável juntos e comer bolo. Estava frio e úmido, e ficar em casa aguentando o mau humor do pai não era opção.

Chegando na casa do tio, foi recebido por um abraço fortíssimo de Henrique:

Fedeíco! – O menino disse. Ele mesmo tinha aberto a porta do apartamento. – Cadê Caíce?

– Verdade. Cadê a Clarice? – Tio Lúcio também cumprimentou Frederico e olhou no corredor do apartamento a procura de Clarice.

Quando ele levantou o rosto e olhou para o sobrinho, entendeu.

– Acabou?

Frederico fez que sim com a cabeça.

– Bem, nada que não se resolva com bolo quente e chá, não é mesmo? – Tio Lúcio tentou sorrir, e carregou Henrique pelas pernas, fazendo o menino rir.

Mal sabia o tio que chá lembrava sempre Clarice.

¨¨¨

E então no meio da noite de uma sexta, recebe uma mensagem no celular:

Tem como você vir nesse endereço aqui? É tipo uma festa que fizemos para uma certa pessoa e você seria o presente.

Tati.

E então vários sentimentos se misturaram, e seu estomago embrulhou de novo, e ele não aguentava. Ver fotos não era o suficiente. Ele precisava olhar nos olhos dela de novo, nem que fosse uma última vez. Precisava dizer adeus e boa sorte.

Decidiu não pensar muito para não desistir. Pegou o carro e foi.

Foi.


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo eles irão se ver :O o que será que vai acontecer? Vão lavar roupa suja? Vão se pegar? Perdoar? Sair nos tapas? Façam suas apostas e vamos conversar nos reviews ;)



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