Um dia com você... Será? escrita por Mavelle


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Olá marujos!
Tem novidades a partir desse capítulo! Novos personagens, novos pontos de vista, novos romances...
Espero que gostem das mudanças!
Beijos da Sabidinha :3



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CAPÍTULO 7 - WILLIAM

Já fazem uns dias que eu e minha mãe nos mudamos para o navio. Nada aconteceu desde então. A coisa mais emocionante foi aquela poesia tosca que meu pai disse quando o pôr do sol veio. Fora isso, só levar algumas almas, o que tem acontecido pouco, segundo ele, já que as pessoas estão deixando de se aventurar nas águas e estão preferindo ficar na segurança da terra. Povinho sem graça esse. Nem vem morrer no mar pra eu ter algo para fazer.

Enfim, nada importante aconteceu até agora. Mas minha mãe está feliz por poder estar aqui com meu pai, então está tudo bem. Vou na direção da amurada e vejo meus pais abraçados alguns metros longe de onde estou. Por um instante, me lembro de Becky. Onde ela estaria? O que estaria fazendo? Bem, provavelmente estaria no navio do pai, Jack Sparrow, se embebedando e enchendo a cara de rum. Nos víamos a cada vez que o pai dela se encontrava com minha mãe para fazer o serviço de mensageiro. A conheço desde que tínhamos uns 2 ou 3 anos, talvez desde antes disso. Sempre fui uma criança solitária. Talvez por isso eu gostasse tanto quando ela vinha. Principalmente nos últimos 2 anos. Ela começou a me tratar de um modo um pouco diferente. Talvez muito.

Uns dois anos atrás, ela me chamou para ir à uma taberna. Foi a primeira vez que alguém me chamou para beber. Ela era uns 2 anos mais nova que eu, mas tinha bem mais experiência em lugares como aquele de que eu.

– Uma caneca de rum para mim. - Becky pediu ao atendente. Com seus olhos castanhos brilhando e seu cabelo castanho escuro e cacheado caindo sobre o balcão. Ela se virou para mim sorrindo. - E você, Will? O que vai querer?

Eu não tinha experiência com nada do que estava acontecendo. Quando ela me perguntou sobre o que eu ia beber, meio que entrei em pânico. Então resolvi pedir o mesmo que ela.

– O mesmo que ela. - eu disse, meio hesitante.

O atendente se afastou. Becky pegou em meu braço e começou a acariciar. Seu toque era bom e me tranquilizava de um jeito que nem minha mãe conseguia quando eu era pequeno.

– Está mais forte dessa vez. - ela disse casualmente.

– Eu não acho. - digo.

– Ah, definitivamente está. Ainda bem. Geralmente preciso sair carregada de bares e tabernas.

– Hum, quer dizer que quando bebe desmaia?

– Pelo contrário. - ela olhou no fundo dos meus olhos. Não consegui desviar meu olhar dos olhos dela. - Quando bebo, fico louca.

– Tudo bem então. Quando isso acontecer, você quer que eu te carregue para casa? É isso?

– Exato.

Então o atendente trouxe nossas bebidas. Ela bebeu um grande gole logo que pegou na caneca. Eu hesitei um pouco e ela, obviamente, percebeu isso.

– Nunca fez nada do tipo, certo?

Assenti com a cabeça.

– Pelos sete mares! - ela falou praticamente assustada. - Vou ter que te ensinar, então. Você faz assim. - ela disse, tomando mais um bocado de sua caneca.

Fiz o mesmo. A sensação foi estranha no início, como se alguma coisa estivesse passando e queimando minha garganta. Depois a sensação passou, substituída por um prazer que ainda era desconhecido para mim. Esvaziei o que ainda restava na minha caneca, enquanto Becky fazia o mesmo. Pedimos outra rodada ao atendente. Depois de umas 5 rodadas (talvez mais), saímos, um se apoiando no outro e Becky com o braço em cima de meus ombros.

Fomos para a praia à frente. A lua estava alta no céu e havia música tocando. Becky estava com uma cara de bêbada e acho que eu também.

– Dance comigo. - ela disse, praticamente se jogando em mim.

Eu não disse nada, apenas comecei a dançar com ela. Acho que a cena estava muito normal. Ver dois adolescentes bêbados dançando na praia era uma coisa comum aqui em Port Royal. Quando me toquei, estávamos dançando agarrados, mais próximos do que muita gente acharia aceitável. Mas só estávamos nós dois ali. Ninguém nos via. Então ela me surpreendeu. Ela me beijou. Depois, eu a beijei de volta. E ficamos lá, nos beijando à luz da lua.

Ninguém sabe que horas adormecemos. Ou mesmo se fizemos algo a mais fora os beijos. Tudo o que sei é que, quando acordei, ainda estava na praia e Becky dormia a meu lado. À minha frente, vi um Jack olhando furioso. Chamei Becky, tentando ser discreto, mas Jack me observava, como se quisesse explodir minha cabeça ou algo do tipo.

– O que foi, Will? - ela resmungou, se sentando e coçando os olhos. - Porque me acordou?

Jack tossiu, chamando a atenção dela para ele. Becky se assustou com a presença do pai à sua frente.

– Aonde você esteve, Becky? - Jack perguntou de braços cruzados com um tom um tanto ríspido.

– Ah, - ela disse. - eu estive por aí, pai.

– Por aí aonde, Rebeca Sparrow? - ele perguntou, ainda de braços cruzados e batendo seus anéis uns nos outros.

Becky gelou. Sabia que quando seu pai não a chamava de Becky, queria dizer que ela estava com problemas. Ela respirou fundo. Senti que ela ia contar o que havia acontecido ao pai. Senti meu sangue gelar e, com ele, todo o meu corpo.

– Eu passei a noite aqui com Will, pai. - ela começou a falar e eu pude sentir que estávamos realmente com problemas, devido à expressão de Jack.

– Vocês passaram a noite inteira sozinhos aqui?

– Sim, pai. - ele ia começar a falar, mas Becky o cortou. Ele finalmente havia descruzado os braços, apesar de continuar com uma expressão zangada. - Eu lhe contei que não sabia dançar e ele se ofereceu para me ensinar a dançar. Perdemos a hora. Foi isso que aconteceu.

– Hum... E você aprendeu a dançar, Becky?

– Ah, sim senhor. Will é um ótimo professor.

– Então, - ele disse cruzando os braços novamente e levantando uma sobrancelha. - dancem um pouco para mim.

Fiquei um pouco perturbado com a ideia de ter que dançar na frente de Jack. Nunca tive que dançar por uma obrigação. Sempre foi por prazer. Mas tive que fazer isso.

Então, peguei a mão de Becky e comecei a dançar com ela. Não como ontem à noite. A cada alguns passos que dávamos, eu dizia algumas falsas palavras de encorajamento, já que ela dançava muito bem. Quando terminamos, botei meus olhos nos dela. Quase não resisti ao desejo de beijá-la novamente. Mas eu consegui. Não faria isso na frente de seu pai.

– Bem, isso é o bastante. - ele disse. - Mas não quer dizer que eu não vá manter um olho em você, Turner - ele disse me olhando furiosamente. Depois se voltou para Becky. - Querida, temos que ir, savvy?

– Certo, pai. - ela disse com uma expressão meio tristonha e, dando um sorriso triste, se virou para mim. - Até outra vez, Will. - e me deu um abraço.

E assim terminou meu primeiro encontro. Depois desse, vieram outros mais. Toda vez que seu pai vinha visitar-nos trazendo notícias de meu pai e levando nossas cartas, eu e Becky saíamos juntos. Agora, repentinamente me veio a falta dela. A parte boa disso é que, quando eu sinto a falta dela, é sinal de que ela está por perto. Deixo um sorriso iluminar meu rosto. E nada pode abalá-lo.

A única coisa que vejo é um navio com velas negras. Nele, uma jovem de cabelos escuros e cacheados está em pé em cima do mastro. Abro um sorriso maior. Eu estava certo. Era ela.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
Becky é filha do Jack, mas não é com Angélica. Tentem adivinhar quem é a mãe dela...
Deixem nos reviews quem vocês acham que é. Digam também se a história está ficando boa. Por favor, comentem.
Beijos da Sabidinha :*



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