Capítulo 4 - Casamento

 

 

 

Pov-Nessie

 

 

Neste exato momento, me encontro na loja de vestidos de noivas, fazendo a última prova do meu vestido. Desta vez, eu não ficava sozinha nem por um minuto sequer, eu não tinha condições nem de respirar em meu quarto. Eu era incapaz de dar um passo sem esbarrar em algum presente. Presentes que ganhei de muitos convidados, inclusive de meus padrinhos, Rafael e Mariana.

 

 

Mais eu ainda tinha a sensação de que havia um holofote focado sobre mim, chamando a atenção para a delicada aliança em minha mão direita. Em ocasiões como aquela, sentindo olhares nas minhas costas, parecia que a aliança pulsava como uma placa de neon: olhem para mim, olhem para mim!

 

 

Era idiotice ficar tão sem graça, e eu sabia disso. Além de meu pai e minha mãe, será que importava realmente o que as pessoas diziam sobre meu noivado? Mesmo depois de tanto tempo?

 

 

 

Flashback on

 

Subi as escadas silenciosamente. Meu maior medo seria enfrentar meus pais ainda hoje, não agüentaria ouvir tudo que eles tinham para me falar. Porque se eles ficaram calados até agora, era bom me preparar psicologicamente para o falatório que se seguiria. Etapa 01 concluída, o corredor estava vazio. Agora seria a pior parte, temia por entrar no quarto e eles estarem sentados na minha cama, com o sorriso angelical. Etapa 02 concluída, quarto vazio!

 

 

Tomei banho e me deitei na cama, levando o lençol até o rosto. A porta bateu e eu me encolhi como se tivesse levado um tiro. Eu sabia que eles não me deixariam em paz, não nessa noite. Ao ouvir os passos dos meus pais pelo quarto, de repente a aliança passou a pesar cinqüenta quilos em meu dedo.

 

 

- Renesmee, sabemos que está acordada, ouvimos você subir. – Descobri o rosto e olhei com a melhor cara de cínica para eles. Meu pai sentou no chão ao meu lado e minha mãe na cama aos meus pés.

 

 

- Jantar bonito não? – Perguntei na minha melhor fase falsa.

 

 

- Vamos direto ao assunto. O que você fez foi o cúmulo do absurdo. E não pense que sairá ilesa dessa história.

 

 

- Mas mãe! – A interrompi.

 

 

- Nós não vamos lhe dar sermão, porque creio que Jacob se encarregou de tudo. A atitude dele de ainda lhe querer foi nobre minha filha. Você tem que agradecê-lo pelo resto de sua vida.

 

 

- Não exagere mãe! E você não vai falar nada pai?

 

 

- Creio que não será necessário. Minha vergonha é muito maior do que você imagina. Se eu fosse falar algo, era capaz de me descontrolar aqui.

 

 

- Chega de delongas. Você está de castigo Renesmee. Até o dia do seu casamento.

 

 

O que? Eu não era mais uma criancinha que os pais colocam de castigo. E quer castigo maior do que tramar que seu noivado dê errado e sai tudo ao contrário que você planejou? Quer castigo pior que se casar com o seu ‘inimigo’? Eles só podiam estar de brincadeira!

 

 

- Mãe, isso não é justo!

 

 

- Acha que foi justo o que fez conosco? Com seu noivo? Só sairá de casa para organizar o casamento e acompanhada por mim e Alice. E algum evento em que a família de Jacob lhe convidar. Sem exceções Renesmee.

 

 

- Eu tenho direito de protestar? – Falei chorando um pouco. Novamente meu lado mimado veio à tona.

 

 

- Não querida. Agora vá dormir. Foi uma noite cansativa. -  meu pai me deu um beijo na testa e saiu do quarto.

 

 

- Filha, tenha certeza que você irá aprender a amá-lo.

 

 

-Sei que não mãe. Nós não damos certo.

 

 

- Assim que cair na real, você virá me procurar e teremos essa conversa sobre outra perspectiva querida.

 

 

- Me deixa sozinha na minha mais profunda desilusão mãe!

 

 

- Não seja dramática Nessie.

 

 

- Me deixe aproveitar meus últimos três meses como Renesmee Cullen sozinha.

 

 

- Tudo bem. Boa noite futura senhora Black.

 

Eu não conseguia aceitar aquilo!

 

 

 

 

 

 

 

Depois do noivado os nossos pais fizeram outro acordo, porque toda semana havia jantares na casa dos pais de Jacob, em minha casa, até na casa de tia Rosalie teve.

 

 

Jacob insistia em me dar selinhos quando ia me despedir. A data do casamento já estava marcada e ele disse que eu ‘seria sua mulher em três meses, em todos os sentidos’ palavras do próprio.

 

 

Um mês se passou e eu já tinha escolhido o vestido e parte da decoração. Iríamos passar a lua-de-mel na Ilha de Esme, presente cedido por meus avós, com o intuito da tradição –de que todos da família passariam lá- permanecesse. Por mim tudo bem, estava evitando pensar em momentos como esse. Momentos, digamos que, mais ‘íntimos’ entre mim e Jacob.

 

 

Estava pronta para ir ao tal jantar do amigo de Billy, primeiro jantar em que aparecia publicamente como noiva. Usando finalmente o vestido que tia Alice me dera no noivado – longo e lilás, como Jacob praticamente me obrigou a usar – o cabelo estava preso em um coque. Desci, pois ele já me esperava lindo como sempre, em um smoking. Me deu um selinho, isso já era normal entre nós, nem meu pai fica chateado com tal atitude. Embora não passemos disso, mesmo que não agisse por vontade própria.

 

 

 

- Você está linda.

 

 

- Obrigada! Você também está elegante.

 

 

- Elegante não é a palavra que eu quero ouvir. Eu estou esperando.

 

 

- Espere sentado. – falei saindo em direção ao carro, ele andou ao meu lado, em silencio.

 

 

- Meus pais já estão lá. – falou enquanto me ajudava a entrar no carro.

 

 

- Tudo bem. – falei não demonstrando interesse.

 

 

O caminho todo ficamos calados, olhei para a estrada que se seguia, mas vi seus olhos algumas vezes em mim. Chegando lá, Jacob prontamente se postou ao meu lado, e passou o braço no meu. Assim que ficamos perto o suficiente do dono da festa e sua esposa, ele sussurrou em meu ouvido ‘Nos amamos, lembra?’ Colocamos nossas máscaras de um ‘casal apaixonado, que está prestes a se casar. ’

 

 

Cumprimentamos o casal e entramos. Avistamos a família de Jacob conversando com alguns amigos e seguimos para lá. Billy pareceu estranhar nossa repentina ‘aproximação’, afinal ele era acostumado a me ver totalmente irritada quando estava ao lado de Jacob. Porém, desta vez, tinha até um sorriso singelo no rosto. Trocou um olhar significativo com Sônia e nos apresentou.

 

 

- Carlos esses são Jacob, meu filho e a sua noiva Renesmee Cullen.

 

 

- Prazer Jacob. Como cresceu menino, era um moleque quando o vi pela última vez. E veja você, já está noivo! E de uma linda moça. E como vai sua família Renesmee? Há tempos que não converso com Carlisle e Esme.

 

 

- Eles estão bem. Apareça lá qualquer dia desses, eles vão gostar de reencontrar um velho amigo.

 

 

- Mande lembranças minhas aos dois. Assim que der eu apareço lá. Foi um prazer conhecê-la.

 

 

- Igualmente.

 

 

- Nessie amor, venha, quero que conheça uns amigos meus.

 

 

COMO É? Do que ele me chamou? AMOR?  Ele só pode estar brincando! E não fui só eu que fiquei na pausa dramática, Billy e Sônia também ficaram em estado de choque.

 

 

Ele não me esperou nem responder, puxou-me para onde estava um grupo de rapazes e moças conversando animadamente. Não sei de onde ele os conhecia. Lembro-me de vê-los algumas vezes na escola, porém nunca dirigi uma só palavra a nenhum deles. Embora Jacob, não tenha sido da minha sala, não me lembro dele ser amigo deles, só de Rafael.

 

 

-Olá! Como estão vocês?

 

 

- Estamos bem e você? – Um rapaz igualmente moreno, só que mais baixo falou por todos.

 

 

- Eu estou bem. Quero apresentar-lhes minha noiva, Renesmee Cullen. –

 

Cinco pares de olhos foram de Jacob até mim, me analisando da cabeça aos pés. - Amor, esses são Quil, Claire, Embry, Leah e Seth. – Estremeci novamente ao ouvir o nome ‘amor’ com tanta delicadeza.

 

 

- Prazer – Falei timidamente, porém nenhum deles respondeu só assentiram uma vez com a cabeça e sorriram.

 

 

- Finalmente conheci a famosa Renesmee Cullen – Leah falou

 

 

- Eu famosa? Imagina.

 

 

- O Jacob falou tão bem de você, que estranhei vê-los juntos hoje aqui.

 

 

- Por quê? Somos noivos Leah, e onde eu estiver Nessie estará.

 

 

- Você é linda garota. Pena que já está noiva! – falou Embry, deixando Jacob um pouco irritado e me deixando corada.

 

 

- Obrigada.

 

 

Conversamos mais um pouco e Jacob me tirou dali, a conversa estava me deixando furiosa. Leah sempre fazendo algum comentário maldoso sobre mim. Sentamo-nos à mesa onde a família dele estava e mais amigos dos seus pais ficaram encantados comigo. Aproveitei o memento a sós com ele pra fazê-lo algumas perguntas.

 

 

- Jacob?

 

 

- Sim?

 

 

- De onde conhece aqueles amigos?

 

 

- Da escola. Por quê?

 

 

- Por nada. Só curiosidade. Eu gostei de Claire.

 

 

- Sabia que ia gostar dela, vocês combinam bastante. Ela namora o Quil.

 

 

- Percebi algo entre eles. E Leah?

 

 

- O que tem a Leah?

 

 

- Nada. Achei que ela não gostou de mim.

 

 

- A Leah não gosta de ninguém. Não ligue para o que ela falou, o prazer dela é machucar os outros.

 

 

- Eu não vou ligar. Percebeu que essa é a nossa primeira conversa sem brigarmos?

 

 

- É verdade, mas se quiser podemos brigar agora. – Eu ri com essa.

 

 

- Não. Eu não quero. Estamos bem assim. Por hoje nós não vamos brigar. Amanhã talvez.

 

 

- Tudo bem. Sem brigas.

 

 

Passamos a noite civilizadamente, não como duas pessoas que se amam, mas como amigos. Já estava cansada e pedi para ir embora. Ele me deixou em casa primeiro, depois iria buscar os pais. Da varanda mesmo me despedi.

 

 

- Gostou da noite?

 

 

- Gostei. Foi bom conhecer os amigos da sua família.

 

 

- Fico grato pela sua presença.

 

 

- Não há de quê! Boa noite Jacob.

 

 

- Boa noite Nessie. – Me deu um selinho e entrei.

 

 

Flashback off

 

 

 

Eu só tinha uma vaga consciência da costureira e do tecido escorregando por meu corpo. Eu tentava ao máximo não pensar no casamento, mas ultimamente era inevitável, principalmente quando se estava a um dia do evento. Os três meses se passaram rapidamente, e com eles os preparativos. Estava tudo pronto, só a espera do ‘grande dia’. Eu ainda tinha uma pequena, pequena não, mísera esperança que Jacob desistisse na hora.

 

 

O vestido estava perfeito, não precisou de nenhum ajuste. Levamos ele para casa. O jardim já estava ganhando iluminações, assim como a estrada. Passei a maioria do dia calada, respondendo às perguntas com palavras monossilábicas. Subi e tomei um banho. Hoje meus pais fizeram questão de jantarmos juntos, pois era a última noite em que estaria aqui como uma Cullen. Todos da família estavam presentes.

 

 

O jantar foi tranqüilo, os únicos animados eram tio Emmet e tia Alice, que tagarelava sem parar, sobre os preparativos de amanhã. Embora meu pai e minha mãe esboçassem um sorriso, seus olhos demonstravam tristeza. Por que mesmo felizes, era a sua única filha que amanhã estaria partindo, voando para longe das asas dos pais.

 

 

Fui me deitar cedo, por recomendações de tia Alice, por medo de que eu fique com olheiras. Mais tarde minha mãe veio me dar um beijo, ela sempre fazia isso quando eu estava dormindo, mas hoje eu estava acordada.

 

 

- Sem sono? – disse sentando ao meu lado na cama.

 

 

- Sim.

 

 

- Não. Com medo.

 

 

- De que?

 

 

- De tudo.

 

 

- Vai dar tudo certo querida. Confie em mim.

 

 

- Eu vou sentir saudade de tudo isso. Vou sentir falta de vocês.

 

 

- Também vou minha filha. Não sabe o quanto estou quebrada por dentro. Minha menininha, minha princesinha. – me abraçou chorando.

 

 

Estava entalada durante esses três meses. Depois da noite do noivado não derramei uma sequer lágrima, porém, agora veio tudo de uma vez. Todas as lembranças que tenho desde pequena junto com minha família e amigos, passaram como um flashback por minha cabeça. Momentos bons e ruins que passei aqui neste mesmo quarto, esse quarto em que eu passo a última noite como Renesmee Cullen. A partir de amanhã, eu serei Renesmee Black, e passarei a morar na casa dos meus sogros.

 

 

Passei horas chorando abraçada a minha mãe, matando a saudade que já estou sentindo. Acabei adormecendo em seus braços, só me dei conta que já amanhecera. A claridade de um dia com um sol forte entrava pela minha janela e alcançava meu rosto. Decidi fazer tudo como antigamente. Quando eu era mais nova, todo dia eu ia acordar meus pais, eu ia e me jogava na cama. Levantei e me dirigi até o quarto deles.

 

 

Abri a porta silenciosamente e entrei. A visão que tive foi a mais bonita do mundo, meus pais estavam deitados, minha mãe com a cabeça no peito dele e as suas mãos estavam entrelaçadas. Subi na cama e me deitei bem no meio dos dois.

 

 

- Bom dia, dorminhocos.

 

 

- Bom dia meu amor – falou minha mãe abrindo espaço para eu colocar a cabeça no seu travesseiro.

 

 

- Bom dia minha princesinha – meu pai me deu um beijo na testa – como está se sentindo?

 

 

- Estou bem. Por incrível que pareça, estou mais conformada com essa situação.

 

 

- Sabia que ia acontecer minha filha. Era só uma questão de tempo.

 

 

- Disse que estou conformada, não apaixonada mãe.

 

 

- É só uma questão de tempo.

 

 

- Mãe eu não quero falar sobre isso. Deixem-me aproveitar o momento com vocês. Quero um abraço duplo. – falei me sentando. Prontamente eles me abraçaram. Era tão bom estar reconfortada nos braços dos seus pais.

 

 

- Abraço triplo. – tia Alice entrou neste exato momento, com o cabelo já enrolado em alguns cachos para a noite.

 

 

Ficamos os quatro abraçados por uns minutos, e tia Alice praticamente me arrastou para o meu quarto, onde já estava montado um mini salão de beleza. Na minha cama, meu café da manhã preferido, já me esperava. Resumi que seria prisioneira deste quarto o dia inteiro, queria ver a decoração, mas provavelmente tia Alice queira fazer uma surpresa.

 

 

A manhã passou rápida, fizeram minhas unhas dos pés e das mãos, depilação e enrolaram meus cabelos em bobes gigantes. Almocei e tirei um cochilo. Acordei e já eram quase três da tarde. Tia Alice ajudou-me a arrumar as minhas malas que levaria para a Ilha Esme. Irei passar duas semanas e levaria coisas para mais de um mês, ela sempre exagera nesses detalhes, principalmente com a quantidade de lingeries francesas que estavam no fundo da mala.

 

 

Os cabeleireiros e maquiadores chegaram e vieram logo para mim. Cabelo pronto estava preso em um coque firme com uma franja caindo levemente pela testa. A maquiagem também estava feita, delicada, porém marcante. Ajudaram-me a vestir o vestido, as luvas e colocaram véu preso no coque. Calcei os saltos. Dei uma espiada pela janela do quarto, pois já tinha anoitecido. Os convidados já estavam chegando, mas Jacob ainda não estava no altar.

 

 

Minha sogra entrou no quarto, acompanhada de Rachel. Em suas mãos estavam uma caixinha de veludo preto. Ela abriu e me mostrou os diamantes que brilhavam em um par de brincos, um colar e uma tiara.

 

 

- São as jóias da família Black. Foram da mãe de Billy e passadas a mim, como você casou primeiro que Rachel devo entregá-las. E você deve entregar a sua filha ou nora.

 

 

- São lindas Sônia. Não sei como agradecer.

 

 

- Fazendo meu filho feliz. Assim me faz feliz também.

 

 

- Prometo tentar.

 

 

Ela me ajudou a colocar e foi neste exato momento que meus pais entraram no quarto.

 

 

- Você está linda minha filha. – minha mãe estava muito emocionada.

 

 

- Concordo com você Bella. Ela está linda.

 

 

Tia Alice entra no quarto, linda como sempre, uma fada em pessoa.

 

 

- Está na hora. Bella, Sônia e Rachel desçam. Edward vire-se.

 

 

- O que está fazendo? – perguntei quando ela se enfiou debaixo do vestido e colocou uma liga branca e fina na minha perna. – para que serve isso? – perguntei assustada.

 

 

- Na hora você certa você vai saber. É minha e a quero de volta.

 

 

Pegou o buquê em cima da minha cama, me entregou e saiu. Saímos do quarto e descemos até a sala. Estava vazia, exceto pelas damas de honra e pajens. Yasmin, minha prima, entraria primeiro jogando pétalas de rosas pelo caminho. As crianças eram as cópias dos noivos, os vestidos e os fraques estavam iguais.

 

 

Respirei fundo diversas vezes, mas não estava conseguindo me acalmar. Eu estava meio tonta.

 

 

- Calma Nessie, está pálida, respire fundo!

 

 

As portas da casa se abriram para um jardim extremamente decorado e abarrotado de convidados. Tia Rosalie, a melhor musicista da família, depois de meu pai, começou a tocar o piano. A música feita por meu pai para minha mãe ecoou no ar.

 

 

As damas de honra entraram e eu as segui no ritmo da música. Embora ouvisse os murmúrios e sussurros dos convidados à medida que entrava em seu campo de visão, evitei olhá-los, mas sabia que estavam concentrados em mim. Até que enfim, eu o vi. Parado diante do altar, só o que via era o rosto de Jacob, ele enchia minha visão e dominava minha mente. Seus olhos eram ardentes e quando encontrou meu olhar, ele abriu um sorriso de tirar o fôlego.

 

 

Ele estendeu a mão, e meu pai depositou a minha na dele. Quando nossa pele se tocou, um choque atravessou nossos corpos. Toquei sua pele quente e me senti em casa.

 

 

No momento, enquanto o padre pronunciava as palavras, meu mundo, que fazia tempo estava de pernas para o ar, pareceu se acomodar, em sua posição correta. Vi como tinha sido tola por temer aquilo.

 

 

O padre nos declarou marido e mulher. Ele inclinou a cabeça na direção da minha. Foi um beijo rápido, porém com ternura. Seu sorriso repentino era quase de diversão, quase malicioso.

 

 

A multidão explodiu em aplausos, e ele nos virou para ficarmos de frente para nossos amigos e familiares.

 

 

Os braços de minha mãe foram os primeiros a me encontrar, o rosto banhado em lágrimas foi a primeira coisa que vi no meio de toda a agitação.  E depois fui passada pela multidão, de abraço em abraço, vagamente ciente de quem me envolvia, minha atenção centrada na mão de Jacob apertando a minha.

 

 

 

 

(...)

 

 

 

 

A festa prosseguia e agora havia tempo para recepcionar melhor os convidados.

 

 

Conversei com minha família inteira, e percebi a aparência de quem perdeu o jogo que se estampava no rosto de minha prima, Letícia.

 

 

‘É meu bem, mesmo eu não gostando dele, ele agora é meu! Perdeu querida!’

 

 

Conversei com minha nova família e cumprimentei rapidamente os outros convidados. Demorei mais um pouco com os amigos de Jacob que conheci uma festa antes. E novamente Leah não me tratou bem. Imagino se ela também já teve algo com ele antes?

 

 

Parei agora para conversar com meus padrinhos, Rafael e Mariana.

 

 

- Nessie, você não vai acreditar! – falou animadamente.

 

 

- O que foi?

 

 

- Você vai ser titia! – Eu não acredito! Ela está grávida?

 

 

- Você está grávida?

 

 

- Sim!

 

 

- Ai meu Deus Mari, parabéns! Estou feliz por vocês!

 

 

- Nós também estamos. Estou com dois meses.

 

 

- Que bom amiga. Parabéns Rafael!

 

 

- Obrigado.

 

 

Todas as tradições foram seguidas. Os flashes das câmeras nos atingiram enquanto segurávamos a faca sobre o bolo espetacular. Joguei meu buquê nas mãos de uma Claire surpresa. Todos riram do meu rubor quando Jacob tirou a liga emprestada com os dentes. E quando ele jogou-a foi parar propositalmente no rosto de Embry.

 

 

A primeira dança do casal começou e Jacob me levou até o centro da pista.

 

 

- Apreciando a festa, Sra. Black? – sussurrou em meu ouvido.

 

 

- Eu me acostumei.

 

 

Ele se inclinou para me beijar, enquanto isso as câmeras dispararam flashes em nós. A música mudou e meu pai pediu a dança. Depois foi vovô Carlisle e Charlie, tio Emmet e Jasper, por fim Billy. Quando Jacob me abraçou de novo, consegui fazer ressurgir minha alegria anterior, a certeza que tudo na minha vida estava no lugar certo naquela noite. Sorri e deitei a cabeça em seu peito. Seus braços me apertaram.

 

 

Logo eu já estava no meu quarto, mamãe e tia Rosalie tiraram meu vestido, me colocaram um vestido lilás. Soltaram meus cabelos e eles caíram em cachos nas minhas costas.

 

 

As lágrimas dos meus pais escorriam sem parar. Despedi-me deles rápido, evitando muito sofrimento, sem conseguir manter a maquiagem intacta. Cumprimentei minha família também. Enquanto meus pais se despediam de Jacob – e lhe davam instruções de como me fazer feliz – fui me despedir de minha nova família.

 

 

- Seja bem-vinda a família Nessie. Aguardaremos vocês voltarem da lua-de-mel. – disse Sônia.

 

 

- Nossa casa estará disponível para acolhê-la querida.

 

 

- Obrigada aos dois, por tudo.

 

 

Todos aplaudiram quando Jacob me beijou na soleira da porta. Entrei no carro. Partimos, enquanto eu dava adeus pela janela, e gritava ‘ Eu amo vocês’ para a varanda, onde meus familiares acenavam para mim.

 

 

A última imagem que registrei foi a dos meus pais. Tantos tipos diferentes de amor, harmoniosos naquele momento único. Pareceu-me uma imagem promissora.

 

 

Iríamos passar a noite em um chalé pequeno que Billy tinha. Ele nos forneceu como presente.

 

 

Jacob apertou minha mão.

 

 

- Eu vou fazê-la feliz – eu suspirei e ele beijou meu cabelo.

 

 

Seguimos para a nossa noite de núpcias.