Quando o Amor Toma Conta escrita por Ray, Jessymac


Capítulo 12
Luz




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Capítulo 12 – Luz

 

 

 

 

 

Eu sabia que estava sonhando, mesmo que a visão pareça real e perfeita demais.

 

 

 

 Eu estava sentada na entrada da mansão Black, com uma linda menininha em meus braços, brincando com a alça do meu vestido, o sorriso bobo no rosto, querendo me dizer algo, naquela linguagem de bebê que ninguém entende. Exceto por “mama, papá e bobó e bobô”. Eu a olhava abobada, com um singelo sorriso no rosto. Até que ela avistou Jacob chegar do trabalho e correr, ou melhor, tentar correr, naqueles passinhos de fada que derrubam diversas vezes. E mesmo que nós falemos para não correr, eles resolvem fazer exatamente o contrário e quase todas às vezes se arrebentam no chão.

 

 

 

Mas minha pequenina era hábil e conseguiu chegar até seu “Papá” sem que seus pés a traíssem. Com os braços jogados envolta de suas pernas, Jake a pegou no braço, erguendo-a, fazendo com que ela girasse no ar e seu riso delicioso enchesse nossos ouvidos de forma harmoniosa.

 

 

 

Eu me levantei e fui caminhando lentamente até meu marido e minha filha. Com um beijo de boas vindas, eu o recebi e entramos de mãos dadas na casa. Assim que avistou Rachel descer as escadas, nossa linda menina choramingou esperneando para descer e correr até a sua tia chamando-a de “Dinda”. Rachel era sua madrinha. Pegou-a no colo e deu-lhe um beijo na bochecha rosada, aconchegado-a em seu ombro, na tentativa de fazê-la dormir, e dar-nos um descanso.

 

 

 

- Não antes de tomar uma mamadeira Rach.

 

 

- Tudo bem. Eu estarei no quarto dela e quando o leite estiver pronto, eu a alimentarei.

 

 

- Certo.

 

 

 

A criada foi preparar o leite de Malu e eu e Jacob subimos para nosso quarto. Enquanto ele tomava banho, eu aproveitei que estava sozinha para organizar algumas bagunças que estavam espalhadas pela cama. O que posso fazer se a diversão de minha filha é brincar com alguns de meus sapatos? Rezar para ela não quebrar nenhum salto.

 

 

 

Estava guardando tudo aquilo, quando Jake, sai do banheiro e senta na cama, apenas de roupa de dormir.

 

 

 

- Você não vai jantar? – Eu perguntei arqueando uma sobrancelha.

 

 

- Não. Estou sem fome. Na verdade eu estou esgotado. O trabalho foi cansativo hoje.

 

 

- O trabalho foi cansativo? – Eu perguntei de forma irônica – Você passa o dia todo sentado no escritório do seu pai e quando algum trabalho, é assinar alguns papéis. E isso para você é cansativo. Que bom Jacob.

 

 

 

- Eu não estou entendendo você Nessie! O que quer insinuar?

 

 

- Nada. Eu não estou insinuando nada. Só espero que você esteja mesmo cansado por conta do trabalho. Porque se eu não estou mais satisfazendo suas necessidades, por favor, não me faça de besta.

 

 

- Ah, Renesmee, não me venha com esse ciúme de novo. Já superamos esse problema. Não comece, por favor.

 

 

- Eu vou ver a minha filha. Acho que ela já dormiu. Com licença.

 

 

 

Eu saí do quarto e me direcionei até o quarto vizinho ao meu. Rachel estava sentada na cadeira de balanço com meu bebê no colo, cantando uma musica de ninar, enquanto a fazia dormir. Sentei no pequeno sofá, ao lado oposto do quarto e fiquei olhando as duas enquanto uma lágrima escapava por meu olho. Rachel colocou o pequeno ser no berço e se sentou ao meu lado.

 

 

 

- O que houve Nessie?

 

 

- Você acha que o seu irmão está me traindo?

 

 

- Outra vez isso? Não venha com “Leah”, já tivemos essa conversa. Pelos céus Nessie, esqueça essa louca!

 

 

- Não. Eu não falei em Leah e nem em nome específico.

 

 

- Eu realmente não sei Nessie, mas é muito provável que não, afinal o Jacob é mais do que apaixonado por você. Todos sabem disso, você sabe disso. Porque essa insegurança repentina?

 

 

- Não sei. Eu estava pensando, só isso. – Eu menti para ela. Não queria prolongar mais isso tudo. Pode ser que seja coisa da minha cabeça mesmo.

 

 

- Não pense besteiras.

 

 

 

Eu levantei e fiquei olhando um serzinho que era o fruto do pleno amor entre duas pessoas. Entre mim e Jacob.

 

 

 

 

Até que eu senti uma coisa pular na cama diversas vezes. Eu fui tirada de meu sonho e trazida de volta a realidade. Eu ainda estava grávida, Jacob roncava ao meu lado e uma pentelha pulava na cama. Yasmin.

 

 

 

- Bom Dia! Bom Dia! Bom Dia! Vamos acordar. BOM DIA!

 

 

 

Jake se virou para mim e me olhou frustrado. Eu lhe dei um sorriso. E abri espaço entre nós dois, para que a criança-adulta pudesse deitar.

 

 

- Bom dia Nessie! Bom dia tio Jake! – ela deu um beijo na bochecha dele. – Bom dia bebê – Ela agora deu um beijo na minha barriga.

 

 

- Olá senhorita, o que a trás aqui tão cedo? – Falei enquanto a aconchegava mais perto de mim.

 

 

- Queria passar o dia com você Nessie. Pedi para papai vir me trazer. A mãe do tio Jake não reclamou e mandou-me vir acordá-los. Acho que o senhor está atrasado tio Jake.

 

 

- Eu já ia levantar de todo jeito.

 

 

- Ah sim! Eu vi em seus roncos.

 

 

- Eu não ronco. – Eu ri com a cara de espanto que ele fez.

 

 

- Ah ronca sim! – ele me olhou esperançoso para que eu desmentisse a Yasmin, mas eu iria fazer o que? Ela estava certa. E eu apenas dei de ombros.

 

 

- Yasmin, eu não estou em condições de brincar com você, então nós iremos passar a manhã arrumando as roupinhas do bebê no armário.

 

 

- Tudo bem. Eu queria montar no cavalo da Rachel, mas eu acho que ela é ciumenta demais.

 

 

- Mais tarde eu falo com ela para andar com você.

 

 

- Certo. Sabe o que eu estava pensando?

 

 

- Nós não somos adivinhos Yasmin. – Jacob respondeu bagunçando o cabelo dele.

 

 

- Não faça isso no meu cabelo! Está assanhado. Droga. Enfim, eu estava pensando, vocês já escolheram o nome do bebê? Se for menino ou menino?

 

 

- Eu não tinha pensado nisso, mas acho que se for menina se chamará – Eu pensei no meu sonho e decidi que daria o mesmo nome a menina. – Malu. Se for menino eu não sei.

 

 

- Malu. Eu gostei desse nome. Eu vou poder ser a madrinha? – Seus olhos brilhavam de excitação, enquanto ela juntou as mãos, em forma de implorar.

 

 

- Claro que não! Você não tem idade o suficiente para isso. Aliás, acho que serão Rachel e Paul. – Jacob me olhou arqueando uma sobrancelha.

 

 

- Paul é muito irresponsável com a vida.

 

 

- Ele é o noivo de sua irmã. E além do mais, Embry é tão irresponsável quanto. Pelo menos será da família.

 

 

- AAAAAAAAAAH! Esqueci de te contar Nessie!!! – Ela deu um grito e se sentou na cama abruptamente.

 

 

- Se você fizer isso de novo, eu terei o filho pela boca Yasmin, você me assustou...

 

 

- A Mariana estava “entrando em trabalho de parto”, palavras da minha mãe, pela manhã. – Ela me ignorou por completo, falando de uma forma petulante, mostrando-se superior e que o fato de eu estar grávida, não a incomodava.

 

 

- E agora que você me diz isso? Boa informante você é!

 

 

- Eu tinha esquecido. E o recado para vocês “padrinhos” que de noite, se possível, a visitem na casa de tia Rosálie e tio Emmet.

 

 

- Tudo bem, nós iremos. – Jake enquanto falava se levantou e se direcionou ao banheiro para ir trabalhar.

 

 

 

 

 

 

 

 

Eu passei a manhã inteira com a Yasmin, arrumando as roupinhas do bebê em seu quarto, que já estava pronto. Um pequeno berço, uma cômoda, um armário e uma cadeira de balanço. Não tinha um sofá como no sonho, e eu também não achei propício colocá-lo aqui. Evitava constantemente pensar nele e de qualquer modo, graças aos céus, minha relação com meu marido estava muito harmoniosa, obrigada.

 

 

 

Eu estava sentada no chão, de uma forma até desconfortável, contemplando uma minúscula roupinha e um minúsculo sapatinho de tricô, feito pelas mãos de minha avó, Esme. Os meus olhos encheram de lágrimas e eu senti um cutucado em minha barriga.

 

 

 

- Nessie mexeu!

 

 

- É minha linda, mexeu.

 

 

 

O toque da mão de Yasmin serviu para desencadear inúmeras sensações para o bebê, pois começou seu momento de chutar, como se quisesse transmitir as palavras “Oi, eu estou aqui.”

 

 

 

A tarde passou rápida e à noite, eu, Jacob, e Yasmin, seguimos para a mansão de Emmet e Rosalie Cullen. (Eles foram os únicos que não quiseram morar na mansão dos Cullen, junto com os patriarcas, Carlisle e Esme.) Lá era o novo lar de Mariana e sua menininha, Jessy que nasceu pouco depois da hora do almoço.

 

 

 

Rafael estava na sala, com um sorriso besta estampado no rosto e correu ao nosso encontro, assim que colocamos os pés na entrada.

 

 

 

- Jacob! Nessie! Que bom que vieram! É uma menina!!! Linda por sinal, eu acho que ela é a Mariana todinha.

 

 

- Parabéns meu amigo! Onde está minha mais nova afilhada? – Ele e Jacob trocaram um abraço apertado.

 

 

- Parabéns Rafael. – Ele olhou minha barriga enorme e me deu apenas um beijo na bochecha, temeroso.

 

 

- Obrigado Nessie. Vejo que logo, logo você será a nova mamãe.

 

 

- Pois é. Estou enorme. Com quase nove meses.

 

 

- Entrem, entrem. As duas estão no quarto. Vocês precisam ver como ela é linda!

 

 

- Bobão!

 

 

 

Seguimos até o seu quarto, onde Mariana estava descansando deitada na cama e ao seu lado em um berço, estava a pequena Jessy. Cumprimentamos minha amiga e fui olhar por debaixo do mosqueteiro. Uma pálida recém-nascida, que adquiriu essa cor como herança da família Cullen. Eu realmente espero que o meu bebê nasça com 50% da cor do Jake, que é muito linda. Uma corzinha na família é sempre bom.

 

 

 

Achei que Rafael se enganou, porque Jessy é uma mistura dele, da Mariana e da tia Rosalie.  Principalmente o cabelo loirinho e os olhos claros. Fiquei contemplando a minha afilhada, enquanto conversava com minha amiga.

 

 

 

- Não precisa ficar nervosa Nessie! No final tudo sairá bem.

 

 

 

- Eu sei Mari, mas é inevitável não se sentir assim.

 

 

 

Os homens estavam na sala comemorando com vinho. E eu já estava cansada. Depois de muita conversa jogada fora, Jacob e eu fomos embora.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Eu estava deitada na cama, tentando achar uma posição com que me deixasse confortável e a barriga não incomodasse. Resolvi ir ao banheiro. Não sei explicar realmente o que estou sentindo neste exato momento, talvez seja apenas cansaço. Não sei definir. Fiz minhas necessidades e voltei para o quarto.

 

 

 

Uma pontada aguda. Um líquido quente escorria por minhas pernas. Não, não era nada que eu conhecesse. O chão estava molhado. Eu me desesperei. Pelo menos não era sangue. APENAS A BOLSA ESTOUROU.

 

 

 

- JACOB?! JACOB PELO AMOR DE DEUS ACORDE! – Ele levantou assustado.

 

 

- O que houve Nessie?!

 

 

- A BOLSA ESTOUROU. – Eu estava desesperada. Meus olhos cheios de lágrimas.

 

 

- Acalme-se, por favor! Você não pode estar nervosa.

 

 

- Eu estou tentando! Ai! – Uma pontada golpeou-me violentamente. Curvei-me sobre a cama, onde Jake me ajudou a deitar.

 

 

- Eu vou chamar todos. Meu amor não se preocupe, vai dar certo. Eu te amo. – Ele sussurrou a última parte e seus olhos se encheram de lágrimas.

 

 

Sua boca tocou a minha de uma forma urgente. Nossas línguas se tocando como um comando acionado, mostrando o amor existente em nós dois.

 

 

 

Ele se foi rapidamente e logo a mãe do Jake entrou no quarto com Rachel. As pontadas estavam vindo com mais freqüência e isso estava me deixando ofegante. Respirava com dificuldade e Rachel estava ao meu lado na cama, segurando minha mão, enquanto eu gemia de dor, a espera da Sra. Cattermole, que iria me ajudar com o parto.

 

 

 

Mais de meia hora depois, minha mãe, Sra. Cattermole, minha avó, meu avô, meu pai e Jacob entraram apressados pelo quarto.

 

 

 

- Por favor, senhores eu peço que se retirem. Ela está entrando em trabalho de parto.

 

 

 

Eu estava sentindo muita dor e ver Jake partir para a sala me deu um aperto no peito, como se meu coração estivesse rasgado e despregado de meu interior.

 

 

 

- Renesmee querida, por favor, tente controlar a respiração. Isso é se suma importância. – Sra. Cattermole pediu enquanto me examinava por baixo das vestes.

 

 

- Nessie filha, acalme-se. Tudo sairá bem. – Minha mãe sentou-se ao meu lado e ficou alisando a barriga, tentando amenizar a dor.

 

 

- Preciso de toalhas brancas, água quente e uma tesoura esterilizada. Por favor, alguém poderia fazer isso? Rápido?

 

 

- Eu posso. Mamãe me ajude. – Rachel e Sônia saíram pela porta, em busca dos materiais.

 

 

- Renesmee querida, preciso retirar suas vestes.

 

 

- Tudo bem Sra. Cattermole.

 

 

 

 

 

 

I see you – Leona Lewis

http://www.youtube.com/watch?v=3YDz-ftqr1g

 

 

 

 

 

 

Eu estava despida, com apenas um lençol cobrindo meu corpo. A dor estava muito forte. Eu não estava agüentando, e chorava de agonia.

 

 

 

 

Eu vejo você

Eu vejo você

 

 

 

- Pelo amor de Deus... Eu não estou mais suportando tanta dor!

 

 

- Nessie, você não teve dilatação necessária. Precisa atingir 10 cm. Não tem nem 08 ainda.

 

 

 

- EU NÃO VOU AGUENTAR! AAAAAAAAAI! – Minha mãe segurava minha mão com força, mostrando-me que eu não estava sozinha.

 

 

 

 

 

Andando em um sonho

Eu vejo você

A minha luz nas trevas respirando a esperança de uma nova vida.

 

 

 

 

- Controle a respiração querida. Isso. Muito bem. Inspire e solte. Devagar. – Minha sogra me ajudava a respirar com mais facilidade. O que era muito difícil.

 

 

 

 

As lágrimas escorriam por meu rosto e eu trincava os dentes, segurando a dor. Com os olhos fechados, apertando a mão da minha mãe, eu gritei.

 

 

 

- MÃE, POR FAVOR, FAZ PARAR A DOR... EU NÃO ESTOU MAIS AGUENTANDO!!!

 

 

 

 

Agora eu vivo através de você e você através de mim

Encantada

Eu rezo em meu coração para que esse sonho nunca acabe.

 

 

 

 

 

- Meu Deus, por favor, que esse bebê venha logo, eu não agüento mais. Tenha piedade de mim, senhor! – Eu rezei baixinho, mais como um murmúrio para mim mesmo.

 

 

 

Outro golpe vacilante me atingiu na barriga. Dessa vez foi o mais forte que senti e não consegui reprimir o grito de agonia e dor.

 

 

 

 

 

Eu me vejo através dos seus olhos

Vivendo a vida voando alto

A sua vida ilumina o meu caminho para o paraíso

Então eu ofereço a minha vida como sacrifício

Eu vivo pelo seu amor

 

 

 

 

 

- CHEGA! POR FAVOR, NÃO ME TORTUREM MAAAAAIS! – Eu me contorcia na cama, agarrando com força o lençol para tentar amenizar a dor.

 

 

- Acho que já podemos fazer força Nessie.

 

 

- FORÇA?! MAIS FORÇA? EU NÃO VOU CONSEGUIR! AAAAAI!

 

 

- Eu sei que você consegue Nessie! Use toda a sua força. Vamos. No “três”.

 

 

- Querida, pode apertar minha mão. A força maior que você puder.

 

 

 

Minha sogra se postou ao meu lado e me estendeu sua mão para que eu pudesse segurá-la.

 

 

 

- Respire fundo filha. Vamos estar aqui com você, minha princesa.

 

 

 

Respirei fundo e no “três” eu usei uma rajada de força. Trinquei os dentes, levantei a cabeça e fiz força.

 

 

 

 

 

 

Você me ensina como enxergar

Tudo que é bonito

Os meus sentidos tocam suas palavras que eu nunca imaginei

Agora dou a minha esperança para você

Eu me rendo

Peço em meu coração para que esse mundo nunca termine

 

 

 

 

 

 

- EU NÃO VOU CONSEGUIIIIIIIIIR! – Eu estava berrando.

 

 

 

- CLARO QUE CONSEGUE. É O SEU BEBÊ NESSIE. SEU FILHO QUE ESTÁ CHEGANDO. TRAGA-O AO MUNDO. ELE DEPENDE DE VOCÊ!!! PORTANTO, FOOOOOORÇA!

 

 

 

 

Minha vista estava embaçada, não sei se por conta das lágrimas que escorriam por meu rosto ou por outro motivo, que eu não sabia distinguir qual era.

 

 

 

Eu reuni toda a esperança e amor que existia dentro de mim. Amor pelo meu filho, que dependia de mim para vir ao mundo. Amor pelo meu marido, que me esperava e esperava nosso filho na sala. E foi com esses sentimentos que eu reuni toda a coragem do mundo e com uma força absurda, consegui fazer com que um pequeno ser fosse expulso de dentro de mim, sendo logo recebido pela Sra. Cattermole, com um choro agudo.

 

 

Neste exato momento, eu desabei na cama e senti minha vista escurecer. Essa escuridão apagou por segundos inteiros a agonia sentida.

 

 

 

 

 

Eu me vejo através dos seus olhos

Vivendo a vida voando alto

A sua vida ilumina o meu caminho para o paraíso

Então eu ofereço a minha vida como sacrifício

Eu vivo pelo seu amor

 

 

 

 

 

 

Em um momento, tudo era como deveria ser. Eu estava cercada das pessoas que me amava. De sorrisos. Meu pequeno bebê estava enrolando em uma manta e a Sra. Cattermole trouxe-o para mim.

 

 

 

- É um menino Nessie! Um lindo menino. Tem os olhos do Jacob!

 

 

 

Senti um peso mínimo ser colocado em meus braços e minhas lágrimas, se é que ainda existiam lágrimas, voltarem. Todas ao meu lado choravam emocionadas.

 

 

 

- Henry! Ele se chamará Henry!

 

 

 

Ele respirava um arfar rápido. Seus olhos estavam abertos e como a Sra. Cattermole disse, tinha os mesmos olhos pretos do pai. A cabecinha perfeitamente redonda era coberta por uma espessa camada de cabelinhos pretos e lisos, embora completamente absortos em sangue. A pele morena clara, seu rostinho mínimo, me deixou ainda mais encantada. Ele era muito mais lindo do que eu e o pai.

 

 

 

Logo ele se foi. Meu bebê com carinha de anjo não estava mais em meus braços. Não estava em lugar nenhum. Minha fraqueza era mais forte. Meus braços pareceram inúteis, depois não pareceram nada. Eu não sentia nada. Eu não conseguia me sentir.

 

 

 

 

 

Quando o meu coração não estava aberto

 

(e o meu espírito nunca livre)

 

Para o mundo que você me mostrou

 

Mas os meus olhos não podiam dividir

 

Todas as cores do amor e da vida cada vez mais

 

Cada vez mais

 

 

 

 

 

A escuridão cobriu meus olhos, mais densa do que nunca. Era cansativo lutar contra tudo isso. Obvio que seria muito mais fácil ceder, deixar que a escuridão me empurrasse cada vez mais fundo, até um lugar em que não havia dor, cansaço, preocupação, nem medo. Se naquele momento eu escolhesse o caminho fácil, se deixasse que a escuridão me levasse, eu faria todos sofrerem.

 

 

 

Minha família, que esteve presente nos momentos que eu mais precisei dela. Jacob, minha vida e a dele estavam interligadas, formando um único fio. Eu o amava mais que tudo no mundo. E agora, meu pequeno Henry não teria uma mãe ao seu lado nos melhores e piores momentos de sua vida?

 

 

 

Mas estava tão escuro aqui que eu não conseguia ver o rosto de ninguém. Isso tornava mais difícil não desistir de tudo.

 

 

 

Porém eu continuei a lutar contra a escuridão. Eu só resistia o máximo que eu podia. Por eles.

 

 

 

E então, embora eu ainda não conseguisse ver nada, de repente pude sentir alguma coisa. Ouvir também. Mesmo que não passassem de meros murmúrios, eu pude distinguir a voz de Jacob, sobressaltada, em meio às outras, implorando para que eu não o deixasse. Eu queria gritar, dizer que estava tentando, mas o grito ficou preso em minha garganta.

 

 

 

 

(Eu me vejo através dos seus olhos)

Eu me vejo através dos seus olhos

(Vivendo a vida voando alto)

Voando alto

A sua vida ilumina o meu caminho para o paraíso

Então eu ofereço a minha vida como sacrifício

Eu vivo pelo seu amor

E vivo pela sua vida

 

 

 

 

 

 

 

 

Eu também queria gritar dizendo que o amava. E que ele sempre será o amor da minha vida. Perdão Jacob, eu não estou mais conseguindo resistir. É mais forte do que eu. Eu fiz o que pude.

 

 

 

Eu te amo.

 

 

 

 

 

 

Eu vejo você

Eu vejo você

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

N/A: nada a declarar... :$
Beijos a todas e nos encontraremos no penúltimo capítulo
Até semana que vem
Ray Lima




N/B: Oh my fucking god! Eu juro que eu chorei :’) Nenhuma palavra resume melhor esse capítulo do que: emocionante. Completamente linda a música que se encaixou perfeitamente na hora do parto. Mas espera aí, o que foi que houve com a Nessie? :O Como assim: ‘eu ofereço a minha vida como sacrifício’? Será que a Nessie morreu? O que vcs acham meninas? Eu tô louca pra ver o próximo capítulo, tirar essa dúvida e chorar mais, com certeza!
Ray eu sou tua fã :* Meninas

Jessy