Capítulo 10 – Claire e Quil

 

 

 

POV – Nessie

 

 

 

 

Passamos o resto da tarde na casa de meus avôs, e resolvemos ir para casa. Afinal, teríamos que contar a novidade para os pais de Jacob. Despedimos-nos de todos e partimos. Sônia estava verdadeiramente preocupada com a nossa demora e ficou bastante aliviada, assim que cruzamos a parte externa da entrada da casa.

 

 

 

- Estava muito preocupada com você Nessie! Pelo amor de Deus! Não faça isso conosco novamente. – Ela veio até mim e me abraçou. - Você está bem?

 

 

- Estou. Não tive mais nenhum problema. Aliás, temos uma notícia para te dar. – Olhei pelo canto do olho para Jake, e ele sorriu para sua mãe.

 

 

- Pois então me conte. Estou curiosa.

 

 

- A senhora vai ser vovó, dona Sônia! – Seus olhos se arregalaram.

 

 

- Eu não estou acreditando! Isso tudo que você está sentindo são sintomas de gravidez? – Eu lhe confirmei com um aceno de cabeça.

 

 

- Meu avô confirmou com o teste. Eu estou grávida.

 

 

- Minha nossa. Ai meus filhos fico tão feliz por vocês dois. – Ela nos abraçou ao mesmo tempo.

 

 

- Mãe a senhora agora vai ter com o que se ocupar. A Ness não sabe nem trocar uma fralda. – Ele sussurrou a última parte em seu ouvido.

 

 

- Muito bom Jacob! Fale mal de mim, que quando o bebê estiver melado de cocô, será você que irá limpá-lo, seu ingrato.

 

 

- Ela aprenderá com o tempo Jacob. Eu vou ser uma avó, não uma babá. – Ela lhe deu uma piscadela.

 

 

- Agora eu preciso urgente de um banho. Jake ajude sua mãe com a mesa.

 

 

- Tudo bem. Mas não pense que só porque está grávida, você vai me fazer de escravo.

 

 

- Ah não se preocupe com isso. – Eu ri de meus pensamentos malignos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Dois meses se passaram e segundo as minhas contas e de Carlisle, eu estava com mais ou menos três meses. Minha barriga já apresentava um pequeno volume e Jacob a cada dia que passava se tornava mais babão. Vivia alisando minha barriga, tendo seus “momentos” com o bebê, me paparicando de uma forma que me deixava deslumbrada e convencida. Meus sogros viviam trazendo mimos para mim, como doces e o meu lanche preferido, sorvete. Que meus pais não saibam, porque está um frio imenso e corro o risco de pegar um resfriado, não seria bom para o bebê.  Comia que nem uma draga e já cheguei a devorar um uma quantitade absurda de sorvete, sozinha em uma noite.

 

 

 

Alice já havia comprado inúmeras peças de roupas para o bebê e para mim. E até o quarto, ela tinha planejado com alguns decoradores. O quarto de hóspedes ao lado do nosso foi todo “desmontado”, se tornando um mero quarto branco vazio. Conversei com Jacob e Alice e achei melhor não organizar a decoração agora. Eu ainda estava nos primeiros meses de gravidez e não via necessidade de se precipitar.

 

 

 

Estava seguindo à risca uma dieta balanceada que meu avô Carlisle tinha sugerido para mim, que segundo ele, minha alimentação não estava sendo adequada para o bebê, por isso, eu estava emagrecendo, em vez de engordar. Depois que minha alimentação ganhou um toque especial de frutas, verduras, carboidratos e pouca gordura, minha barriga começou a crescer. Porém, eu não evitava tanto doce como ele imaginava.

 

 

 

Rachel virava e mexia, estava se insinuando para ser madrinha do bebê. Jacob já havia conversado comigo sobre esse assunto, quem iriam ser os padrinhos. Ele sugeriu que fosse a Rachel e o Embry, ou até mesmo Quil Claire. Mas minha vontade era de retribuir o pedido, a Rafael e mariana que escolheram, eu e Jacob para sermos os padrinhos do bebê deles. Por isso, uma incógnita ficou no ar. Se for levar em consideração àqueles que estiverem mais próximos de mim e do bebê, nesses últimos meses, a situação piora. Porque Rachel não desgruda de mim, Claire e Quil ficaram muito mais próximos após o noivado deles, em que eu e Jake seríamos os padrinhos. E Rafa e Mari eram Rafa e Mari. Um dos melhores amigos de Jacob e a minha melhor amiga, desde criança. Ai senhor, que dúvida cruel!

 

 

 

Minha paciência não era muito grande durante esses dias. Algumas horas eu era super mimada pelo Jake e isso, às vezes, me irritava profundamente. Ele não me deixava fazer quase nada. E a desculpa esfarrapada era “Amor, é pelo bem do nosso bebê”. Pura tolice. Seja pra sair a qualquer lugar, fazer uma viagem para compras. E definitivamente, se alguém me deixar nervosa, estressada, ou meramente triste, por qualquer que for o motivo, é fator para brigas. Eu sei que eu deveria estar orgulhosa por ter um marido que é atencioso comigo e tudo mais, mas quem é que gosta de viver presa em casa 24 horas por dia? Proteção exagerada, também não é saudável.

 

 

 

Sem contar que logo nos primeiros dias em que eu descobri a gravidez, ele resolveu fazer greve de sexo. Argumentava que poderia me machucar, que poderia incomodar e blábláblá. Mas eu não queria saber de suas ridículas enrolações e com o tempo, pude mostrá-lo que se ele fizesse devagar e com cuidado, não aconteceria absolutamente nada comigo. Era um “não me toque” tão grande que me deixava altamente irritada.

 

 

 

Leah pareceu tomar o lugar certo e parece que deixou o meu marido em paz, assim que descobriu da gravidez. Embora eu ache que ela está só armando para dar o bote, como uma cobra venenosa.

 

 

 

Letícia apresentou seu noivo à família, embora a meu ver, ela não me pareceu muito feliz com o noivado. E segundo Jacob, que conversou com Embry, acha que ela sente algo por ele. Qualquer dia desses, eu vou conversar com ela sobre isso. Se ela realmente gosta do Embry, acho que deveria correr atrás do seu amor. Tia Rose não entenderia, mas suportaria essa dor.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Neste exato momento, estou terminando de me arrumar, para o casamento de Claire e Quil. Com um vestido longo preto, o cabelo preso em um coque, a franja solta na frente, salto alto e uma bolsinha de mão, eu desci as escadas. Encontro Jacob de pé a porta, esperando-me junto com sua irmã, que estava linda em um vestido longo azul bebê e o cabelo solto em cachos. Fui até ele e ajustei sua gravata borboleta que estava um pouco torta. Por hábito ele me beijou.

 

 

 

- Você está linda amor.

 

 

- Você também Jake.

 

 

- Obrigado.

 

 

- Vamos? – Rachel perguntou impaciente, tirando-me de meus devaneios, nossos olhos cravados de uma forma intensa. Um sorriso malicioso se formando em seus lábios.

 

 

- Temos mesmo que ir? – Perguntou sussurrando em meu ouvido, arrancando-me arrepios.

 

 

- Claro que temos que ir! Onde já se viu um casamento sem padrinhos? – Sua boca estava dando leves beijos quentes por meu pescoço.

 

 

- Vocês dois esqueceram que eu estou aqui? – Rachel parecia indignada – Se agarrem mais tarde. Agora, por favor, vamos, ou chegaremos depois que a noiva.

 

 

 

 

Ela saiu batendo os saltos pelo piso, resmungando como nós éramos indiscretos. Saímos rindo dela, com sua cara de poucos amigos.

 

 

 

 

 

 

 

Chegamos à casa de Claire, onde seria realizada a cerimônia e a festa. O enorme jardim já estava dividido e os criados já operavam na organização para que assim que acabasse a celebração, começasse os comes e bebes.

 

 

 

 

A decoração era em verde, lilás e branco, com algumas orquídeas lilás e lírios brancos caindo em algumas cascatas onde estariam posicionados os noivos. Cumprimentamos Quil, que aparentava muito nervosismo. Andava de um lado para o outro e eu e Jacob fomos para o nosso lugar no altar.

 

 

 

Entre os convidados estavam Embry, Seth, Leah (que não disfarçou o mau humor) e outros que eu só conhecia de relance. Como Jared, Kim, Sam, Emily e Paul (que pelo que eu percebi em casa seria o futuro noivo de Rachel.)

 

 

 

 

A marcha nupcial ecoou pelo ar, anunciando a chegada da noiva. Claire estava deslumbrante, seu vestido estava lindo, a calda arrastava pelo tapete vermelho enquanto ela atravessava-o para finalmente encontrar o amor de sua vida. Seus cabelos longos caiam como cascatas de cachos por suas costas, alguns fios presos em cima, segurando um véu. Quil lhe olhava com uma cara besta e enxugava algumas lágrimas que teimavam em cair com as costas da mão.

 

 

 

A cerimônia foi emocionante e em diversos momentos eu chorei. Jacob sempre me dava olhares apaixonados e tentava me reconfortar com cheiros em meu rosto. O novo casal Ateara estava em perfeita sincronia, tão enturmados que me emocionava ainda mais. As lembranças do nosso casamento invadiam minha mente como flashes.

 

 

 

“Jacob diante do altar, com seus olhos cravados nos meus, seu sorriso de tirar o fôlego. Quando ele estendeu a mão e meu pai depositou a minha na dele, e nossas peles se tocaram, provocando choques que atravessaram nossos corpos. E foi quando eu toquei sua pele, naquele momento, que eu encontrei realmente o meu mundo. O nosso beijo. A nossa primeira dança. Ele tirando a liga com os dentes, me deixando corada. A nossa primeira vez. Tudo foi tão mágico.”

 

 

 

 

 

 

 

A festa rolava solta, e estávamos eu, Jacob, Seth, Embry, Rachel e os demais sentados a uma mesa, usufruindo de deliciosas comidas. Os rapazes estavam bebendo vinho e acho que já estavam exagerando bastante. Embry já entoava uma canção que segundo ele foi de grande importância na infância deles. Seth e Paul estavam bem animados falando das garotas que eles tiveram algo. Sam era o único recatado, pois estava acompanhado da esposa, Emily. Jacob por sua vez, estava começando a tirar algumas brincadeiras com Leah.

 

 

 

Os noivos iam e vinham a nossa mesa e Claire já ia jogar o buquê para irem à lua-de-mel. Eu já estava louca para ir para casa, jogar Jacob embaixo do chuveiro, para que ele calasse a boca e parasse de encher o saco. Afinal, eu não estou em condições de aturar homem bêbado.

 

 

 

Rachel, Leah e as outras moças solteiras foram tentar pegar o buquê. E Jacob estava chamando o garçom para pedir mais uma taça de vinho.

 

 

 

- Você não acha que bebeu demais Jacob?

 

 

- Eu? Claro que não! Estou sóbrio. – Sua voz estava meio embargada.

Ele estava totalmente sóbrio.

 

 

- Pára de beber amor, sério. Você não é disso.

 

 

- Eu vou parar quando eu quiser entendeu? Você não manda em mim.

 

 

- Você tem certeza que está sóbrio? Olha o jeito que você está falando comigo. Realmente não estou te reconhecendo. – Meus olhos já estavam cheios de lágrimas.

 

 

- Renesmee não enche minha paciência.

 

 

 

Uma lágrima escapou por meu rosto e antes que alguém pudesse perceber, eu enxuguei com um dedo. Logo Rachel veio pulando em nossa direção carregando um buquê nas mãos.

 

 

 

- Deu trabalho, mas eu consegui pegar!

 

 

- Que bom pra você Rach. Eu estou cansada e preciso ir embora.

 

 

- Mas já Nessie?

 

 

- Sim. Se quiser ficar com o seu irmão bêbado, boa sorte.

 

 

- Não mesmo! Levanta Jacob, nós já vamos. – Ela ordenou.

 

 

- Eu não quero ir agora. Estamos no melhor da festa.

 

 

- Então fique e se possível morra!

 

 

 

Eu deixei os dois plantados à mesa e saí à procura de Claire e Quil, para que pudesse me despedir.

 

 

 

Assim que desejei a eles boa sorte com a vida e tudo mais, encontrei Rachel e Jacob parados próximo a entrada do jardim, e acredite, ele mal conseguia ficar de pé sozinho.

 

 

 

O caminho de volta pra casa foi silencioso, exceto pelos roncos que o senhor sóbrio produzia. Com muito esforço eu e Rachel conseguimos transportar esse homem altamente pesado e grande para o quarto. Eu mal consegui tirar a gravata, o terno e a camisa e ele literalmente me empurrou para o lado e se deitou só de calça na cama. Pela primeira vez ele não se portou cuidadoso comigo e agiu como se eu não estivesse grávida. Até me empurrar ele fez. Tudo efeito da bendita bebida, deixou-o totalmente sem noção. Com certeza amanhã ele nem se lembrará das insanidades que cometeu e me falou.

 

 

 

Este estúpido!

 

 

 

Tomei um rápido banho e chorei até dormir.