The Slytherin escrita por Ravena


Capítulo 57
Amizade fortalecida - Livro Seis




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Pov Hermione

Nunca passei férias tão ruins na minha vida. Meu pai ficava fora de casa quase o dia todo, voltando só à noite. Mamãe vivia trancada dentro do quarto, chorando. Achava que pensar em papai o dia todo o ajudaria a enfrentar sua péssima situação com Voldemort, que vivia para atormentá-lo. Claro que tupor no qual minha mãe estava inserida não a fazia perceber que eu estava ficando quase louca com sua falta de interesse e atenção.

Nunca fiquei tão nervosa na minha vida, e isso inclui aquela vez que eu fui obrigada a dançar com Weasley na frente de todo o nosso ano. Não passava pela minha cabeça como iria resolver o caso que me fora destinado, nem como teria coragem para fazê-lo. Eu sei que sou malvadinha e tal, mas isso está em um patamar muito acima. 

A única pessoa que poderia entender a minha situação era Draco, que também foi obrigado pelo Lorde das Trevas a realizar uma tarefa impossível. O coitado estava ainda mais ferrado do que eu: teria que matar o Dumbledore. Espero que isso nunca saia daqui, mas como Voldemort quer que matemos o velho se nem mesmo ele conseguiu? Muita infantilidade. Ele está nos punindo pelo erro de nossos pais e eu sinto que isso é extremamente injusto e cruel. 

Recapitulando, nossos pais foram obrigados a matar todos os descendentes de Godric Gryffindor. Aparentemente, existe uma profecia antiga que remete ao conflito entre dois dos fundadores de Hogwarts: seus descendentes viverão em conflito para sempre, sendo que a história entre os seus ancestrais poderá se repetir, ou seja, nós Slytherin nos daremos mal de novo. Como precaução, o Lorde das Trevas quis ter certeza de que nenhum fedelho seria capaz de impedir seus planos, então enviou uma equipe de seus Comensais mais fiéis para realizar a tarefa de eliminar todos. O problema é que Maiara Gray conseguiu sobreviver. 

De qualquer forma, Milorde fica punindo Lúcio Malfoy e meu pai desde que ressurgiu. Ambos estão parecendo uma pilha de trapos e machucados. E eu e Draco somos os principais atingidos. 

Nesse exato momento, eu e ele estamos no chão do meu quarto, olhando para o nada e esperando algum milagre acontecer para nos salvar. 

—Você precisa retocar a tinta dessa parede, Mione. 

—E você tá precisando retocar a sua cara inteira, mas nem por isso eu fico comentando isso. 

—Está sendo ácida para compensar seu estado de espírito?

—Eu sou sempre ácida, então considere isso como um bônus. 

—Quer conversar sobre aquela coisa?

—Você sabe que eu estou tentando evitar isso, não sabe? Fico tão estressada pensando nisso que está acabando com meu sono da beleza! Estou até tendo olheiras. 

—Deus nos livre!

—Não brinque com meu bem estar epitelial. 

—Isso existe?

—Não sei, mas deveria. 

Entrei no meu armário para me distrair. Só uma coisa tão sagrada quanto a moda para me tirar desse dilema moral terrível: eu deveria ou não acatar o pedido do Lorde das Trevas? Se eu não o cumprisse, alguma coisa terrível poderia acontecer comigo ou com minha família. Além disso, eu nem gostava tanto assim de Maiara Gray. Mas minha inamizade não chegava ao ponto de matá-la. 

—Você está realmente se concentrando mais em roupas do que no que está acontecendo com a gente?- gritou Draco.

Fiquei com tanta raiva disso. Não entranhem, mas estou com um humor muito inconstante. Se olhar pra mim, já tenho vontade de gritar ou chorar (ou os dois ao mesmo tempo). 

—Eu preciso me distrair com alguma coisa, ok? Está sendo um inferno pensar nisso 24 horas por dia. Além disso, minha mãe ficou maluca e meu pai corre risco de vida todos os dias. Não está sendo nada fácil. - eu gritei.

—Nem me fale. Eu não durmo há semanas. Pensa que está sendo difícil porque sua mãe não fala com você? E a minha que não consegue nem falar comigo senão começa a chorar? Todos os dias eu tenho que olhar pra cara de piedade e sofrimento dela. Droga Hermione, nós conseguimos fazer isso!

—Quem disse? Não estamos nem um pouco preparados para isso, e ele sabe muito bem disso. Está nos punindo, punindo nossas famílias! Nossos nomes serão motivo de piada se fracassarmos e vamos fracassar. Você acha mesmo que conseguiremos? Tenho medo dele matar nossas famílias, nos matar. 

Eu já estava chorando muito quando Draco me abraçou. Foi esquisito. Antigamente, éramos muito amigos. Mas agora, depois de eu ter sido uma idiota mesquinha em várias situações, é como se fossemos apenas conhecidos. Reatamos a amizade ano passado, mas não era mais a mesma coisa. Era como se ele estivesse escondendo alguma de mim, além de não me idolatrar como antes. Até estaria preocupada se ele tivesse se apaixonado por outra menina, mas agora isso não tem mais importância. 

Como eu queria que meus problemas fossem limitados a relacionamentos e status social. 

—Fique calma, nós vamos conseguir. Temos que acreditar em nós mesmos- ele ficava dizendo baixinho, mesmo que soubesse que estava mentindo. 

—Será que estamos do lado errado?- eu perguntei, baixinho. Pela primeira vez em toda a minha existência, desejei que fosse do grupo dos bonzinhos. Antes era maravilhoso ser eu, agora as coisas tinham mudado. 

—Não ouse falar isso em voz alta de novo. - disse Draco com uma voz firme- Principalmente agora que seremos Comensais. 

Nossa cerimônia de iniciamento seria amanhã, no Beco Diagonal. Que vergonha, nem para ser em um lugar mais glamuroso, um salão ou alguma coisa assim. Também nem poderia me vangloriar com isso. Ninguém podia saber disso, nem minhas amigas. Eu só tinha Draco.

—Sabe, depois de tudo que passamos, estou mais que feliz por ter você ao meu lado. - eu disse depois de ficarmos 40 minutos abraçados. Era como se precisássemos um do outro para nos mantermos em pé. Isso era mais que verdade. 

—Eu também- ele respondeu, baixinho. 

 


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