The Slytherin escrita por Ravena


Capítulo 51
Três Vassouras




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Pov Maiara 

Ah, Dedosdemel, por que tão cara? 

Se eu tivesse uma quantia razoável de dinheiro, gastaria tudinho só em porcaria. Ia bater ponto no hospital a cada três meses por causa do colesterol, mas com certeza seria uma pessoa mais feliz. 

As idas até Hogsmead eram muito frequentes para os alunos do quinto ano, mas eu sempre ficava no castelo para ajudar Harry com as aulas da Armada de Dumbledore. Mereço o prêmio da amizade, com certeza absoluta. Mas hoje tínhamos escolhido ir até a vila, pois Harry tinha um encontro.

Cho chorona Chang estava apaixonada por ele. Olha, ela é legal e tal, mas tenho um pressentimento muito errado a respeito dela. Mas o que eu penso da Cho não importa, pois o que interessa é que Harry gosta dela desde o terceiro ano.

Enquanto o casal apaixonado estava passeando por Hogsmead, eu, Rony e Olívia estávamos indo a falência na Dedosdemel. Nós fizemos uma disputa para ver quem conseguia enfiar mais varinhas de alcaçús dentro da boca. Rony acabou ganhando, aquele embuste.

—Como se sente perdendo pra mim de novo, Black?

—É um sentimento novo, de fato. Aproveite enquanto ainda pode, Weasley, a primeira vez é mesmo inesquecível. 

Depois que fomos expulsos da loja por falar muito alto, fomos até o "Três Vassouras". Eu e Rony nem tínhamos mais dinheiro para gastar, então concordamos em ir só para admirar a madame Rosmerta. Só Olívia que pediu uma cerveja amanteigada. 

—Agora que eu entendi porque esse lugar está fedendo. Vem cá, acabou a água do banheiro da Grifinória de novo? - provocou uma voz estridente atrás da nossa mesa. 

—Granger, você por aqui? E eu achando que você tinha morrido! Estava tudo muito calmo na escola. 

—Até parece, Gray. Se eu tivesse morrido, o mundo bruxo inteiro pararia de girar por, pelo menos, 2 meses. 

—Só para as comemorações, você quer dizer.

—Celebrar a minha vida magnífica, de fato. Com tantas coisas que já fiz. Enquanto você não teria nada mais nada menos que um discurso meia boca. 

Hermione Granger conseguia ser uma biscate nojenta sem o menor esforço. Ela saiu empurrando todas as pessoas que estavam em seu caminho até chegar na porta da frente. 

—Essa menina não se cansa nunca, não é? E eu achando que teríamos um momento de paz na escola. - eu disse para Rony e Olívia. 

—A melhor coisa foi quando ela começou a namorar aquele jogador búlgaro. - disse Olívia distraída. 

—Não me lembra desse momento. Só de imaginar aquele deus búlgaro beijando aquela víbora já me dá vontade de vomitar. Eu acho que ele deveria tomar pelo menos uma anti-rábica só por precaução. 

—Rony, seu pai está bem? - perguntou Olívia, preocupada. 

O senhor Weasley tinha sido atacado durante o feriado de Natal, há algumas semanas atrás. Foi realmente horrível e ele ficou todo machucado. Fomos visitá-lo no St Mungus, o hospital que cuida de acidentes mágicos. Pobrezinho, ele estava todo enfaixado. 

—Está bem melhor que a gente, podem ter certeza disso. O folgado está sendo extremamente paparicado pela mamãe, é claro. Ela fica o dia inteirinho cuidando dele. 

—Ah, pelo amor de Deus. Não pode sentir ciúmes disso, Ronald. São seus pais! - eu disse.

—Você entenderia se... desculpe, não queria falar isso. 

Tocar no assunto familiar para mim é um pouco delicado. Como todo mundo já sabe, passei minha vida inteirinha sendo criada pela irmã adotiva de minha mãe, Lídia. A megera era realmente um horror. Mas quando eu pensava que minha situação não poderia ficar pior, descobri que tinha um pai. É um tanto clichê falar isso, mas meu pai é a pessoa mais incrível do mundo. Antes, a mera menção da palavra "família" já me fazia querer morrer, mas agora eu realmente tenho para quem voltar. E ela tem um significado para mim. 

Passei o primeiro Natal da minha vida com meu pai. Nem preciso comentar que foi a maior baderna. Todos os integrantes da Ordem se reuniram na minha casa, inclusive Harry. Fizemos até um amigo da onça e acabei tirando Rony. Comprei para ele um sutiã vermelho que eu dei combinou direitinho com seu tom de pele. Tonks, que havia me tirado, presenteou-me com um shampoo anti-frizz.

—Relaxa, Weasley. Sirius pode fazer o papel tanto do pai quanto da mãe. Ele só precisa raspar as pernas que encaixa direitinho na caracterização. 

—E não se esqueça da maquiagem. Aposto que, se passar uma avon naquela carranca, ele fica parecendo uma princesa- disse Rony, rindo. 

Nesse exato momento, o professor Snape passou pela nossa mesa e foi até o balcão pedir alguma coisa. 

—Olha o morcegão velho. O que vocês acham que ele está fazendo com o Harry? - eu disse. 

—Não sei Maia, mas garanto que não deve ser boa coisa. Esse cara deve sentir prazer em fazer os outros sofrerem- disse Rony.

—Não sejam tão pessimistas. Snape ainda é um professor.- disse Olívia. 

—Só porque você não consegue enxergar maldade nas pessoas, Liv, não significa que elas não possuam nenhum defeito. Esse cara esconde alguma coisa, eu tenho certeza. - eu disse. 

—Mas Dumbledore confia nele. - ela continuou insistindo. 

—O nosso velho tem um coração muito bom, se querem saber a minha opinião. Papai já me contou que Snape era íntimo de Você-Sabe-Quem, e foi quase condenado como tal. Mas, no último instante, Dumbledore interferiu por ele. Falou que Snape era do bem ou algo do tipo. - disse Rony. 

—Então ele deve ter tido algum motivo para isso.

—Acho que Dumbledore estava só trocando a ajuda por algum favor. - eu disse. - Talvez o seboso tenha algo na manga, alguma coisa para oferecer em troca do perdão.

—Não sei o que pode ser, mas garanto que não é nenhum shampoo. Olha o cabelo daquele homem! Aposto que dá para fritar um pastel com tanto óleo- disse Rony. 

Eu gargalhei tão alto que até assustei algumas pessoas de outras mesas. Eu sei que é ruim falar mal das pessoas, mas aquele homem merece. Ele banca o superior e já o ouvi se gabando para meu pai, chamando-o de inútil por não poder sair de casa. Nossa como eu o odeio. Quando descobri que Harry teria aulas de Oclumência com ele, quase fui tirar satisfação com Dumbledore por permitir isso. Com certeza Snape iria aproveitar a oportunidade para torturar Harry. 

Snape ouviu a agitação e se virou para nos encarar. Olívia rapidamente desviou o olhar, se interessando imediatamente pelo copo de cerveja amanteigada vazio em sua frente. Eu e Rony, porém, o encaramos. Aquele homem merecia todos os olhares de desprezo que poderia receber. Snape sustentou o olhar e ficamos nos encarando por algum tempo, até que um barulho de cadeira se arrastando nos despertou do transe. 

—Minha vida é um caos. 

Harry Potter tinha se sentado em nossa mesa. Ele estava com uma cara devastada, como se estivesse se recuperando de um acidente de transito. Sua bochecha estava vermelha e seu cabelo mais bagunçado que o normal. 

—Ah, olha só quem apareceu. Romeu, ó Romeu, se recuperando da seção de beijos? - eu provoquei. 

Harry me olhou como se eu tivesse batido nele. 

—Vocês gastaram todo o dinheiro em doces de novo? Estou precisando de uns sapos de chocolate. 

—Afogando as mágoas no doce, meu amigo? O que aconteceu com a sua bela dama? - disse Rony, empurrando a sacola de doces recém adquirida para Harry. 

—Não sei se o termo dama se aplica à ela. Descobri que só queria saber do Cedric...

—O QUÊ? - para minha surpresa, quem gritou foi Olívia. 

—Ela estava me perguntando sobre ele. Sabe, como ele morreu e coisas do tipo- respondeu Harry assustado. 

—Eu sempre soube. Aquela nojenta! Ficava rondando o Cedric, quase implorando por atenção. Agora, mesmo depois que ele já se foi, ela ainda fica importunando ele. E ainda usando o meu amigo para isso!

Eu nunca tinha visto Olívia com tanta raiva. Sei que a morte de Cedric foi um baque na vida dela, principalmente por causa da proximidade deles. Ela ainda ficava triste de vez em quando, mas sempre procurava seguir em frente e honrar a memória dele. 

—Liv, se acalma- disse Rony.

—Acalmar porcaria nenhuma, Weasley. Eu vou atrás dessa menina...

Felizmente, Luna Lovegood tinha chegado na nossa mesa. Só a presença dela já era extremamente relaxante e magnética, fazendo com que todos olhássemos para ela. 

—Saudações, terrâneos. Vocês querem comprar a nova edição do "O Pasquim"? Só 5 sicles. 

—Mas é claro! Sente-se conosco! - eu disse, só para desviar toda a raiva de Olívia. Ela já tinha se acalmado e seu rosto já estava voltando a cor normal. 

—Nossa, ninguém tinha me convidado para sentar antes. Você é minha amiga, Maiara Gray.- disse Luna, impressionada. A forma como ela disse isso, como se fosse a primeira vez que já tinha falado essa palavra, quebrou meu coração. 

—Mas é claro que eu sou. Vamos, sente-se conosco. 

Chegamos a conclusão que deveríamos divulgar uma entrevista com Harry no "O Pasquim" para que as pessoas realmente ficassem sabendo sobre o que aconteceu no Labirinto. 

 


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