The Slytherin escrita por Ravena


Capítulo 50
Passeio à Meia-Noite




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Pov Olívia

Eu particularmente não entendo a necessidade de aprender o feitiço do patrono. Não vamos esbarrar com um dementador assim do nada.

—Está falando isso só porque não consegue conjurar nada. - disse Ronald Weasley, vulgo pessoa mais irritante do mundo, enquanto seu patrono corpóreo em forma de cachorro brincava entre seus pés. 

—Cala a boca, Weasley. 

—Ah amiga, relaxa. Esse é tipo o único feitiço que você ainda não consegue fazer- disse Maia um pouco mais adiante. O patrono dela era tão lindo, um leão enorme que rugia e assustava os outros patronos.

—Acho que todos nós temos nosso próprio tempo. Tudo vai dar certo no final! Não desista de fazer o seu bichinho tomar forma! E eu tenho certeza que ele vai ser muito bonito, você me lembra coisas muito bonitas...- disse Luna Lovegood que estava um pouco mais à frente. 

—Ela só está querendo ser legal, Holt. Assume que você é incapaz de fazer esse feitiço. Ninguém vai te criticar. - provocou Weasley. 

—Se você me acha tão incapaz, por que não duelemos? - já estava querendo lançar uns feitiços no Rony há muito tempo. 

—Fechado. Vamos fazer um duelo pra acabar com essa rixa de uma vez por todas, Holt- disse Weasley com um olhar de provocação. 

—Vocês vão de matar em três segundos. - dissa Maia. 

—Agora mesmo então- me virei para a turma e disse - Com licença pessoal. Eu e Rony Weasley vamos duelar agora mesmo. A menos que alguém queira bater ponto na enfermaria por causa de alguma maldição desviada, sugiro que abram espaço. 

A turma me olhou com um pouco de medo e abriu espaço bem no meio da sala. Todos nos olhavam com um olhar de expectativa e assombro, como se alguma coisa muito ruim fosse acontecer mas todos estivessem ansiosos para ver. Vi que Maiara nos olhava com um misto de reprovação e preocupação. Quem diria que ela estivesse receosa de assistir à uma luta. 

Por outro lado, eu nunca tinha me sentido tão confiante. Sentia que poderia ser capaz de acabar com qualquer engraçadinho que tentasse entrar na minha frente. E isso incluía Rony. Demos alguns passos para trás, para abrir espaço entre nós. 

—Ok, antes que alguma gota de sangue seja derramada, vamos estabelecer algumas regras- disse Harry que já estava se posicionando entre nós. - Nenhuma maldição imperdoável será permitida, e isso inclui o rictumsempra. -todo mundo da sala começou a rir. Esse feitiço era mais como uma brincadeira, pois seu principal efeito era fazer com que seu adversário ficasse incapacitado de tanto rir. - Não quero nenhuma lesão muito grave e nem reclamações depois do duelo, pois sendo melhor amigos dos dois, eu seria obrigado a ouvir muita encheção de saco dos dois lados.

—Concordo - gritou Maia do meio da multidão.

—Quando eu disser três. Um, dois, três!

Eu senti um frio na barriga por causa da adrenalina. Fiquei ansiosa por um mísero segundo e quase pensei em desistir, mas isso não ia acontecer. Sabia que tinha treinado muito e que tenho total capacidade de arrasar nessa luta. Lancei um olhar de desafio para Rony e gritei:

—Estuperfaça. 

Ele desviou a azaração com um feitiço

—Levicorpos- ele gritou. 

Rebati a azaração e assim ficou. Nem sei quando tempo durou essa dança de luz e flashes, mas eu estava me sentindo invicta. Desviava dos feitiços de Rony e lançava um repertório incrível do que eu já havia aprendido até ali. Vi, de canto de olho, que Maia estava sorrindo com orgulho. Isso me incentivou a dar o golpe final:

—Petrificus Totalus.

Rony caiu para trás como se fosse uma tábua. Senti meus meu corpo todo vibrando de alegria e de confiança. Meus amigos sorriam para mim com respeito e alegria e vi que Fred estava entregando uma moeda de sicle para Jorge. 

—Muito bom. - disse Rony, que já havia sido acordado por Harry. 

Ele nem estava sem graça ou com vergonha. Muito pelo contrário. Estava sorrindo e exalando orgulho também. 

—Você também. 

—Ok, ok pessoal. Isso foi um combate impressionante e eu estou orgulhoso. De todos vocês. Observar que todos estão aprendendo tanto e que isso está gerando ótimos resultados é muito gratificante. Obrigado pela presença de todos hoje e eu espero que vocês tenham um ótimo feriado. - disse Harry, anunciando o fim da aula. 

Pov Hermione

—Vocês estão aqui porque são os melhores que essa escola poderia oferecer. Um exemplo para os outros alunos e um orgulho para seus pais e familiares. Estão protegendo essa escola e, acima de tudo, o Ministério.

Se a cara de Dolores Umbridge já era feia, imagine seu escritório. Tudo era decorado com um tom de rosa horrível da temporada retrasada de inverno e com retratos grotescos de gatinhos com lacinhos e colares. 

—É uma honra para nós servi-la, professora. - ia dizendo Draco. Realmente o orgulho do grupo. 

Para atualizá-los da última semana tediosa nessa escola, preciso começar com meu novo corte de cabelo. Deu uma super valorizada nos meus lindos cachos castanhos, de fato. Ficou um arraso e até algumas meninas copiaram.

E agora, vou falar do mais entediante. Descobri que nosso queridíssimo trio de ouro está dando seus pulinhos, recrutando outros fracassados para formar uma seita ou sei lá. Não me incomodaria com aqueles doidos, se isso não tivesse reflexo sobre mim é claro. Esse grupo de estudo está realmente mudando as coisas em Hogwarts. O rendimento dos alunos do meu ano está melhorando gradativamente e outros alunos mais novos já apresentam notas melhores. 

Se você está achando realmente que eu perderia meu posto de aluna mais brilhante e inteligente dessa escola, está absurdamente enganado. 

Não demorou 3 segundos para Dolores saber disso. Sua medida emergencial foi, obviamente, a escolha mais folgada para se fazer em uma situação dessas: recrutar um grupo de alunos para fazer o trabalho por ela. 

Se fosse por mim, eu já teria expulsado todo mundo da Grifinória. Mas não, ela precisava de mais "provas" antes de punir os alunos. Por isso, criou a "Brigada Inquisitorial", ou seja, os alunos da elite da escola que tinham poder sobre os demais. 

Mais um título para minha coleção. Meu poder sobre essa escola só aumenta. 

—Você poderia falar para a Minerva que eu estou passando mal? Sei lá, inventa qualquer coisa. Cólica? - eu disse para Draco enquanto estávamos indo para o nosso encontro com a monitoria.

—Mas o seu ciclo é só no meio do mês. 

—Não sei o que é pior: você saber quando eu menstruo ou você não querer mentir para me ajudar. 

—Acho que o primeiro. Parece coisa de perseguidor.

—Como eu sou uma celebridade do mundo bruxo, tenho vários desse na minha cola. Mas eu realmente quero faltar hoje. Tenho que atualizar minha soneca da beleza. Essa carinha linda aqui só se mantém com 8 horas de sono por noite, no mínimo. 

Pov Draco 

Não tem uma coisa que eu não faça para essa menina, sinceramente. 

Enquanto Hermione já deve estar em seu terceiro sono, lá estava eu indo sozinho para a sala da Minerva. Tenho certeza absoluta que ela não vai acreditar na mentira, mas nem estava preocupado com isso. 

Quando eu cheguei, a sala estava praticamente deserta. Minerva estava empoleirada na cadeira como uma rainha. Seu olhar severo me penetrou no instante que entrei e eu tive vontade de correr. Aquela mulher tem uma aura de poder e até me dá um medinho. 

Mas a pior coisa não foi a professora. 

Olívia Holt estava sentada na frente da classe. Seus cabelos loiros perfeitos e encaracolados caiam sobre suas costas como uma cachoeira e ela estava particularmente linda hoje. Todas as vezes que eu olho para essa menina, sinto uma sensação de culpa imensa em meu peito, que é automaticamente substituída por uma ansiedade e um friozinho na barriga. Eu fiquei praticamente o ano passado inteiro na Ala Hospitalar por causa dela, e sentia que precisava protegê-la, mas, desde que Hermione voltou a falar comigo, não tinha pensado em Olívia. Associei isso principalmente ao fato de que eu estava carente quando me aproximei de Olívia e, agora que tudo tinha voltado ao normal, ela não chamava mais tanto a minha atenção.

—Senhor Malfoy, que bom que conseguiu se juntar a nós essa noite. Estava perdido?- disse a professora. 

—Não senhora. Estudo aqui há tempo demais para me perder. Na verdade, é bem fácil de achar sua sala, afinal ela fica no lado mais feio do castelo.

—É reconfortante ver que, em meio a tantas mudanças, ainda podemos contar com sua falta de educação, Malfoy. Agora que você chegou, acompanhe a senhorita Holt para uma busca noturna na escola. Vocês precisam patrulhar os corredores. 

—Espere um instante. A senhora está dizendo que eu terei que passar o resto da noite com ele?— o tom de Olívia era de espanto. Pelo amor de Deus, eu nem sou tão feio assim. 

—E acha mesmo que eu não penso o mesmo? Cade aquele vira-lata do Weasley?- eu respondi ríspido.

—Doente.

—Que coincidência. Hermione també...

—Que ótimo que vocês não estão doentes, mas sim prontos para o serviço. Andem logo, monitores. Possuem apenas 1 hora antes de voltarem com o relatório completo do castelo. 

Olívia me olhou com desprezo e depois saiu marchando da sala.

—Nem pense que eu quero ficar aqui...

—Draco, já que vamos ter que passar uma hora juntos, eu realmente espero que você fique calado. Ou, se for capaz, poderemos conversar que nem gente normal. 

—Do que quer falar então?

—Não sei. Talvez da escola.

—Você só fala disso, não é? Livros, escola, deveres...

—Não falo não! Se você conversasse comigo, veria que não é bem assim. - ela ficava vermelha quando estava irritada. 

—Então, senhorita Holt, vamos começar direto. Tá vendo aquela porta ali? Fiquei preso nela durante 3 horas. 

—Isso não é nada. Fiquei presa no banheiro feminino do terceiro andar durante um dia inteirinho. Meu terceiro ano foi incrível. 

—Ei, você não tinha se matriculado para todas as aulas durante aquele ano? Como conseguiu assistir a todas?

—Tenho o dom de me multiplicar e me teletransportar. Inclusive, seu dormitório da Sonserina é um chiqueiro, já fui lá. 

—Sério?

—Claro que não né. Se bem que aposto que não errei sobre seu quarto. 

—Para a sua informação, meu quarto foi eleito o melhor pelo terceiro ano consecutivo. 

—Ah é? E quanto você pagou por isso?

—Trinta galeões- eu disse dando uma piscadela. 

Fazia muito tempo desde o último dia em que tinha realmente conversado com alguém. Ela até que era engraçadinha e bem inteligente também. Andamos pelos jardins e ela foi me apontando curiosidades sobre as estrelas, o castelo e as plantas. Não acho nada disso interessante, é claro, mas ficava realmente fascinado com o som da voz dela. 

É realmente estranho passar por tudo isso. Eu sempre fui apaixonado pela Hermione, desde a nossa infância, mas sinto alguma coisa por essa nascida-trouxa. Não sei dizer o que é, e também não me orgulho disso. A bem da verdade é que não poderia ficar com Olívia nem se eu quisesse muito. Ela é uma sangue-ruim e meus pais nunca aprovariam. Além disso, ela nem gosta de mim. 

Para, cara. Por que você está pensando isso? Essa menina nunca mais chegar aos pés da Hermione. - disse uma vozinha na minha cabeça. 

Então porque será que eu fico sempre nervoso quando ela está perto de mim? - disse a outra vozinha na minha cabeça. 

Eu estou me afundando no poço do romance adolescente. 

—Sabe, até que você não é tão ruim assim.- ela disse com um sorriso. 

Estávamos na porta da sala de Minerva, depois de termos rodado o castelo praticamente todo. Chegamos em um consenso que não deveríamos descer tantas escadas só para não termos o trabalho de subi-las depois. A professora nem precisava saber disso mesmo. 

—E você não é tão chata assim. 

—Sou sim. É que você só passou uma noite comigo. 

Eu ri mais alto do que deveria. Depois de passar uma noite com ela, percebi algumas coisas: 

1) ela tinha o nariz mais lindo do mundo;

2) ela franzia o mesmo narizinho quando ficava confusa;

3) ela tinha cheiro de lavanda e pergaminho novo;

4) ela tinha um tique nervoso. Sempre levava as mãos ao pescoço, para encostar em um colar prateado.

—Você também não é tão chato, se serve de consolo. Parece que a água oxigenada que passa no cabelo não afetou o seu cérebro, afinal. 

—Para a sua informação, meu cabelo é natural.

Olívia sorriu para mim e eu pude ver realmente como era o colar que estava em seu pescoço. Era uma corrente fina, prateada e com um pingente bem pequeno, do mesmo tamanho do meu dedo mindinho. Olhando rapidamente, parecia uma figura abstrata no pingente. Se olhasse rapidamente, o pingente poderia ter uma cor um pouco mais escura do que prata. 

Mas eu sabia. 

Eu sabia exatamente que o pingente, na verdade, não era feito de prata e sim de ouro branco. Que o pingente tinha uma letra M escrita com uma fonte curvilínea. E eu também sabia que aquele colar era meu. E que o tinha perdido no mesmo dia que quase sacrifiquei a minha vida para salvar a menina mais linda do mundo de uma multidão desesperada, há mais de um ano atrás, no dia da final do Campeonato de Quadribol.


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