Pov Hermione 

Me bajulem, queridos novatos, porque agora vocês estão olhando para a mais nova monitora da Sonserina. 

Cheguei ao estrelato em Hogwarts. 

Esse título chegou via carta, duas semanas antes das aulas começarem. Todas as casas possuem dois monitores, um menino e uma menina, a partir do quinto ano. Os monitores são exemplos, escolhidos entre todos os alunos do quinto ano de Hogwarts. Também temos monitores no sexto e sétimo ano, mas normalmente eles já foram monitores no quinto ano.

Acho que Hogwarts quer mais credibilidade. A ícone da moda Hermione Granger postando sobre a escola, sendo fotografada com a plaqueta de monitora e saindo em reuniões oficiais. 

Para melhorar ainda mais a minha situação, meu parceiro de monitoria era ninguém menos que Draco Malfoy. Que dupla de respeito nós temos aqui. A primeira tarefa que temos que fazer é ajudar os alunos mais novos, novatos, a embarcar no trem. Ridículo. Não estou aqui para ser babá de ninguém. 

—Vamos Hermione, vai ser divertido. - disse Draco com um sorriso no rosto. Ele estava realmente mais bonito, mesmo com aquele cabelinho cortado em forma de pote. 

—Até parece. Você sabe que eu não gosto de crianças. 

—Ah, como não? Olha só como são adoráveis. 

Uma criança passou correndo por nós. Tropeçou, caiu no chão e machucou o nariz feio. Depois, como se nada tivesse acontecido, voltou a correr. 

—Lindas criaturas. 

Fiquei encostada no trem enquanto Draco ajudava as crianças a subirem no trem. Algumas menininhas até vieram falar comigo, tentaram tirar fotos e tudo.  Draco ajudou todas as crianças que passaram por nós. Depois algumas pessoas têm a coragem de chamá-lo de egoísta e nojento. 

—Sua ajuda foi muito bem vinda, querida. - ele disse, depois que a estação já estava quase vazia.

—De nada.

Subimos no trem e fomos fazer nossa primeira patrulha. Mais uma função inútil dos monitores. Vem cá, quando as festas vão começar, heim? Já estou me cansando de trabalhar tanto. 

Draco ajudou algumas menininhas a encontrar um vagão. O trem já tinha partido e eu não esperava a hora de chegar em Hogwarts. Não acredito no que acabei de pensar. Já tínhamos percorrido quase toda extensão do trem quando vi dois bichos andando na minha direção. Ah, espera, era só Weasley e Holt. 

—Não acredito no que estou vendo. Vocês são os monitores da Grifinória? - disse com desdém quando vi a placa em suas vestes. 

—Pelo visto eles tinham opções bem piores na Sonserina. - disse Weasley. Parecia que, a cada ano que passava, ele ficava mais sardento. Estava tão alto e desengonçado que dava vontade de rir. Nem gosto de lembrar que... ai que nojo.

—Mas é claro que não, bobinho, se eu fui escolhida como monitora. Auge de Hogwarts. É muito bom quando uma celebridade tem uma função importante dentro da escola. As menininhas do primeiro ano devem estar morrendo de vontade de ser da Sonserina que nem eu. 

—Só nos resta torcer pela salvação dessas menininhas, antes que virem uma cobra fútil que nem você. Pobre coitadas. 

—Ah, me poupe Weasley. Admita que está com inveja de mim. 

—Inveja eu estou é da pessoa sentada no final desse trem que ainda não viu a sua cara. 

—Falando nisso, temos que terminar a patrulha no trem, principalmente agora que essa pessoa no final do trem precisa ser agraciada com a minha beleza.  Algum monitor tem que fazer o trabalho direito. 

—Já vai tarde. 

Dei um encontrão em Rony e seguimos em direções opostas. Draco estava ao meu lado, depois de passar por Holt delicadamente. 

—Por que não disse nada? Ficou sem voz por acaso?

—O quê? Está falando comigo? - Draco me respondeu com cara de idiota. 

—Não, estou falando com Crabbe. É óbvio que estou falando com você, idiota. O que aconteceu? Ficou sem voz?

—Não estou muito a fim de brigar esse ano, se não se importa. 

—Ah, me poupe. 

Pov Maiara

Então existem monitores em Hogwarts? Nem sabia disso antes de Rony e Olívia serem escolhidos. Grifinória muito bem representada. Harry e eu sobramos, indo procurar um vagão para atracar sem os dois, que estavam fazendo uma monitoria. 

—Querido Harryzinho. Está tão tristinho. E seu nariz tá tão vermelhinho.

—Vermelhinho?

—Era só pra fazer rima. Mas a parte do questionamento é verdade. Está com ciúmes de Rony, não é mesmo? 

—Por que acha isso?- disse ele com cara de desdém.

—Você é meu melhor amigo. Eu sei quando você está triste. E, pelo amor de Deus, que motivo mais besta. Monitoria? Mais trabalho. A única coisa que estamos perdendo é aquele banheiro grande com papel higiênico. 

—Que banheiro é aquele, minha amiga. A banheira parece uma piscina. Lembro quando tomei banho lá por causa da segunda tarefa do Torneio... - ele parou de falar de repente, como se estivesse se lembrando de algo. Cedric.

—Não precisa ficar assim. Sabe que não foi culpa sua. - falei

—Mas é claro que a culpa foi minha. Se eu não o tivesse levado, estaria aqui conosco.

—Se você não o tivesse levado, você teoria o magoado, Harry. Deixar Cedric poderia deixá-lo profundamente envergonhado, com muita raiva e com o sentimento de humilhação a longo prazo. Só Deus sabe o que teria acontecido com ele. Deixa isso para lá, as coisas são como são. Ficar lamentando só vai lhe trazer mal. 

—Mas pelo menos ele estaria vivo, não importa seu estado de espírito. 

—Ás vezes, a dignidade de uma pessoa é mais importante que sua vida. 

Já estávamos andando pelo trem a muito tempo e não tínhamos achado nenhum lugar para sentar. Vários alunos nos olhavam com cara de nojo. Os rumores do Ministério tinham chegado em Hogwarts, e todos achavam que Harry era um mentiroso. 

Encontramos uma cabine com apenas uma ocupante, no final do trem. Nunca tinha visto essa menina na minha vida, mas ela tinha uma aparência bem peculiar: tinha o cabelo longo, loiro e um pouco sujo. Os olhos eram azuis muito claros e ela parecia ter tomado um susto. Tinha roupas bem peculiares também: usava um brinco de rabanetes e várias pulseiras e colares. 

Eu quero ser amiga dessa menina. Fiz um sinal com a cabeça para Harry e nós entramos na cabine. 

—Boa tarde, meu nome é... - eu comecei as apresentações 

—Maiara Gray, é muito bom te conhecer. É verdade que você passou creme de bode em seus olhos para mudarem de cor?- a menina respondeu com uma voz calma e serena, me olhando com os olhos arregalados e sobrancelhas pálidas. 

—Perdão?

—Não precisa se desculpar. Querem se sentar comigo? Podem ficar a vontade, só tomem cuidado para não matarem nenhum zonzóbulo. 

Eu e Harry nos entreolhamos e sentamos na frente da menina. Pelo menos ela era simpática. 

—Eu acredito em você, Harry Potter. - ela disse de repente. 

—Desculpe, mas do que está falando?

—Você-sabe-quem. Sei que ele voltou! Meu pai escreve sobre você em nossa revista "o Pasquim". 

Nunca tinha ouvido falar naquela revista. Harry me lançou um olhar de nervosismo.

—Obrigado?

—De nada- ela disse. Parece que perdeu o interesse em nós e voltou a ler a revista que estava lendo. 

—Desculpe perguntar, mas qual é o seu nome? - eu disse um pouco constrangida.

—Luna Lovegood. Prazer.