The Slytherin escrita por Ravena


Capítulo 38
Os escolhidos e a ajuda imprevista 2.0




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Pov Maiara

É realmente chocante o fato de eu ter passado de ano. Não me orgulho da minha decadência. Eu sempre fui muito boa com feitiços, claro, mas nunca gostei realmente de estudar. E, claro, estudei pouquíssimo no ano passado, mesmo meus feitiços tendo melhorado muito. 

Prometo que nesse ano eu vou me esforçar de verdade. Principalmente porque eu preciso ser alguém na vida. (Minha madrinha sempre me fala isso, mesmo não sabendo o que significa). 

É uma tentação não estudar, porque isso é realmente chato e também porque esse ano é especial. Torneio Tribruxo chegou para abalar a estrutura de nossas vidas. 

Eu, Rony e Harry ficamos animadíssimos com a ideia a princípio, mas depois eles colocaram aquela ideia ridícula da maioridade. Patético. Ia ser incrível me ver duelando com alguém, se essa fosse uma das tarefas do concurso. 

Claro que o Torneio era uma oportunidade pra conhecermos pessoas novas. Para mim, eles podiam ir pra puta que pariu ao invés de Hogwarts. A princípio, tentei fazer amizade com as meninas da França. O diálogo foi mais ou menos assim:

—Oi, meu nome é Maiara e eu adorei o seu uniforme. Azul-turquesa né?

—Claro que não, garota. Isso é verde-água e não posso dizer o mesmo sobre o seu. Vem cá, essa escola sempre fede a chulé?

—Ela tem um cheiro bem agradável usualmente. Esse ano que está mal-cheirosa mesmo. Mais especificamente, assim que vocês chegaram, eu comecei a sentir esse cheirinho. Será que são vocês ou aqueles cavalos fedidos que trouxeram?

—Como ousa...

Deixei ela falando sozinha porque não sou obrigada a escutar nada. Aparentemente minha tentativa de socializar não deu muito certo e eu estou pouco me lixando para isso. 

O importante é que hoje seria dado o anúncio dos vencedores das escolas em poucas horas e eu não poderia estar mais animada. Queria eu eu fosse escolhida mas não tinha idade de qualquer jeito. Quando estava indo para o Salão Principal, percebi que Olívia não tinha aparecido desde a última aula. Como ela sempre ficava com Cedric, não me importei a princípio, mas dessa vez ela estava demorando muito. 

Perguntei para as meninas se a haviam visto, mas ninguém sabia dela. Por mais que quisesse muito ver o anúncio dos vencedores, tinha que procurar minha amiga. Deixei Harry e Rony, falando que tinha problemas de meninas e fui procurar. Incrível como homens sempre caem nessa. 

Procurei na Biblioteca, nos banheiros, no Salão Comunal inteiro, até fui lá fora nos jardins. Nada. Ela tinha sumido de verdade. Nessa hora, entrei em desespero real. Fui até o Salão Principal, na esperança de encontrá-la. A cerimônia de anunciação não tinha começado, já que estavam todos comendo e resolvi pedir ajuda para meus amigos. 

Tirando o fato que também estava morta de fome. 

—Essas asinhas de frango estão divinas! Como eu amo os elfos domésticos! - dizia Rony se entupindo de molho. Gina estava observando tudo a uma distância segura, não querendo ser comparada ao irmão.

—É melhor você ligar para seus pais. Rony vai ter uma overdose de molho em breve- disse Harry se direcionando á Gina. Ela ficou vermelha como um pimentão e virou a cara. 

Uma fofinha mas gostar de Harry Potter já é um conceito bem batido. ]

—Gente, alerta vermelho. Olívia sumiu...

—COMO ASSIM? - Rony gritou tão alto que várias pessoas se viraram para nos ver. 

—Assim, Ronald. Sumiu. Ploft. Procurei em todos os lugares. Vejam só, até n Biblioteca ela não está!

—Isso é realmente mal, galera. Precisamos achá-la.

—Mas não podem sair agora- disse Neville, que estava sentado perto- Vão anunciar o resultado. Eu sei que se preocupam com Olívia, mas eles fecharam a porta do Salão. Vocês realmente não podem sair daqui.

—Maldição- praguejou Rony. 

Sentei ao seu lado e comecei a comer freneticamente, como se minha vida dependesse disso. Eu comia quando ficava nervosa, não me julgue. 

—Eles vão anunciar daqui a pouco. Relaxem- disse Harry.

Passaram 20 minutos, o bastante para eu comer a mesma quantidade de asinhas que Rony (tínhamos uma competição nem um pouco saudável de quem comia mais asinhas desde o início do ano.), quando Dumbledore pediu silêncio ao Salão. Ainda me impressionava com a capacidade de controle de massas que esse cara tinha. 

Até prestaria atenção no que ele falava, mas estava mais preocupada com minha amiga e seu provável sequestro. O que será que tinha acontecido? Não conseguia pensar em ninguém que fosse tão sádico a ponto de fazer algo do tipo. 

Vítor Krum, a celebridade do momento, foi o primeiro escolhido. Não vou falar que é mutreta, mas é mutreta. É meio óbvio a manipulação de por a pessoa mais famosa da escola competindo. Traz muita visibilidade. Felizmente Harry não tem idade para esse Torneio então não preciso me preocupar.

Fleur Delacour foi a segunda. Logo a reconheci como aquela que encontrei no corredor em minha tentativa frustrada de fazer amizade. Não gostei cherri, já perdeu pontos comigo. Como provavelmente será a única menina na competição, ela ganhou a minha afeição. 

Agora, o campeão de Hogwarts, pasmem, é Cedric Diggory, o bonitão. Nossa incrível nação está muito bem representada. Aquele sim é um homem maravilhoso. Fiquei imaginando onde Olívia estaria. O melhor amigo dela foi escolhido e ela nem estava aqui para ver. Isso me deixou triste e ainda mais preocupada. Estava perdida quando ouvi uma voz gritar:

—HARRY POTTER.

Assustei e olhei para Harry, que estava paralisado de choque e medo. Todos no Salão olhavam em nossa direção e eu não gostei nem um pouco. Alguns olhares eram de curiosidade, outros de pena, mas a maior parte era de pura raiva. 

Harry tinha sido escolhido para o Torneio. Mas como? Não sai do seu lado e não o tinha visto colocar o nome no Cálice em momento algum. E ele nem podia, por causa da idade. Não precisei pensar muito para descobrir que era tudo armação. Claro que Rony não interpretou dessa forma, pois o encarava com raiva e até mesmo um pouco de tristeza. 

Harry se levantou, acompanhado por todos os olhares do Salão, e se dirigiu ao canto da sala, onde os outros campeões se dirigiram. O choque coletivo só se desfez quando os professores se retiraram e proclamaram o fim do Banquete. 

Todos os alunos cochichavam coisas horríveis a respeito do meu amigo e eu queria gritar mesmo. Como poderiam pensar que aquilo fora feito por "glória"? Ele estava arriscando a própria vida! Podia morrer! E mesmo assim as pessoas o chamavam de egocêntrico e narcisista. 

—Que ótimo amigo, não?- Rony disse, emburrado.

—Rony, pelo amor de Deus, você sabe muito bem que isso é uma armação. Nós estávamos com ele esse tempo todo e ele não fez nada. 

—Mas conseguiu, não é? O grande Harry Potter, a máxima celebridade do mundo bruxo. Não consegue ficar longe das câmeras.

—Não acredito que está falando isso, Ronald. Você sabe muito bem que Harry ODEIA a pressão. Odeia os olhares de pena. Nós odiamos. Não seja consumido por uma raiva descabida Rony. Esqueça isso e foque em ajudar Harry, que vai passar pela maior provação da vida dele!

—Maia, não estou com cabeça para isso mesmo. Não quero ajudar mais ninguém, não quero fazer nada. A partir de hoje, não serei mais um ajudante de Harry Potter. 

Meu melhor amigo saiu andando com passos largos. Entendia a situação toda, claro, mas era algo imaturo e infantil. Rony iria eventualmente ouvir a voz da razão. Enquanto isso, precisava achar minha amiga e ajudar o meu outro amigo, que receberia uma quantidade absurda de ódio gratuito. 

Quem falar que eu não sou a melhor amiga do mundo, mentiu.

Cheguei a conclusão que teria que procurar Olívia por conta própria e, se isso não desse certo, teria que pedir ajuda. Odiava isso, mas ainda assim, tinha que ser feito. 

Corri pelos corredores mais uma vez. Procurei nas salas, armários, banheiros e tudo. Quando acabei, já era muito tarde da noite e eu estava morta. Com certeza seria pega pelo horário de recolher e não estava nem um pouco com vontade de ser chamada atenção.

Iria até ser cômico: um assassino condenado chega na escola e "fiquei sabendo que minha pirralha está aprontando problemas. Como vai ser?". Meu pai seria incrível. Sentia saudades dele e já estava quase decidida a voltar para cama quando ouvi um barulho.

Saquei a varinha e fui na direção dele. A primeira coisa que eu vi foi um cabelo oxigenado tão claro que quase me cegou. Draco Malfoy carregava um corpo imóvel. 

—Seu cretino de merda. O que pensa que está fazendo com ela? 

Parti para cima dele e o soquei tão forte na cara que provavelmente quebrou alguns vários dentes. Depois que ele se recuperou, peguei o corpo de Olívia de seus braços e o depositei cuidadosamente no chão. Ia acabar com a raça dele, mas não ia machucar a minha amiga. 

Quando ele me olhou de novo, sua boca estava sangrando. O peguei pela camisa e o pressionei na parede, com a varinha apontada para sua garganta. Antes de fazer qualquer coisa, ele me empurrou e soltei sua camisa. 

—Espera, se acalma. Por favor, deixa eu te explicar a história.

—Você não vai falar porcaria nenhuma, Malfoy. Eu vou te dar um soco tão forte que você vai desejar voltar pro útero da sua mãe.

Dei mais um soco no olho dele e caiu de quatro. Subi em cima dele e comecei a esbofetá-lo, até que algo me chamou a atenção. Olívia não parecia machucada, nem mesmo doente. Só estava dormindo. Queria saber o que aquele verme queria com a minha amiga, ou o que ele tinha feito. 

Sai de cima dele e o deixei respirar. Ele cuspiu no chão e se ajoelhou, me olhando assustado. Seu rosto estava sangrando muito e ele tinha um hematoma horrível no olho direito. Bem feito. 

—Você vai falar tudo...

—Não sei o que aconteceu, se é isso que está perguntando. Eu a encontrei nas masmorras, ao lado do Salão Comunal da Sonserina. Seria impossível ser achada por qualquer pessoa que não fosse da casa. Vocês nem sabem onde fica. Ela estava desacordada, nesse estado. Ia deixá-la na enfermaria quando você...

—Acha mesmo que eu iria acreditar em uma merda dessas? Você nunca nos ajudou em nada, Malfoy. Só porque terminou com a sua amiguinha, não significa que é nosso amigo.

—Eu gosto da Olívia. Não no sentido romântico e tal, mas ela é legal. Me entendi com ela e quero que ela fique bem. É tão difícil assim acreditar?

—É sim. 

Eu sabia que ele estava falando a verdade. Lá no fundo, sempre soube que ele não era podre assim como Granger. Acho que era a pressão que o deixava um lixo. De qualquer forma, fiquei feliz que Olívia estava comigo e iria cuidar dela. Se ele estivesse mentindo, teria feito algo com ela antes. 

—Vou leva-la à enfermaria. Deveria ir também. Acabei com a sua cara horrorosa.

Ele deu um sorriso de idiota e nós seguimos em direção a Ala Hospitalar. 

—Não conte para ninguém sobre isso, ok?

—Acha mesmo que eu quero ser associada a você, Malfoy. Vamos fingir que isso é um sonho maldoso, ok? 

—Quer ajuda para procurar quem fez isso? 

Eu usualmente recorreria à vingança, mas não queria não. Olívia estaria segura agora, não tinha com que me preocupar. Quase perder a minha miga me deixou desesperada e eu daria uma atenção maior a ela. Não deixaria isso acontecer de novo


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