The Slytherin escrita por Ravena


Capítulo 37
Maldições Imperdoáveis e Vítor Krum




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 Infelizmente, as aulas ainda não tinham sido suspensas. É um pouco chocante Hermione Granger não se importar mais com as aulas, tendo em vista que eu continuo sendo a melhor aluna do ano (por mais que Holt ache o contrário), mas eu não quero saber de aula porque já sei tudo que eles vão ensinar. 

Ser filha de uma família impecável me motivava a estudar magia elementar desde que nasci e esse conhecimento não é jogado fora. 

Outro fator que contribuía para meu horror era o novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas. Era constante a mudança de professores dessa matéria e, convenientemente, gradativa também. A cada ano que passava, o professor ficava pior.

Primeiro tivemos Quirrel, um otário que não conseguia nem falar, que dirá ensinar alguma coisa decente. Depois, Lockheart, o protótipo daquelas bonecas trouxas que as criancinhas fazem uma maquiagem carregada no pó e na tinta aquarela nas sobrancelhas. Lupin, um lobisomen disfarçado que não gostava de desodorante. E, para você ver a nossa situação catastrófica, esse último era o nosso MELHOR professor. 

Esse ano, seguindo a lógica, tivemos um professor novato. Mal posso esperar o ano que vem pra ele sair daqui também. Alastor Moody me dava medo. Se Lockheart era a boneca trouxa mal-feita, Moody era a boneca trouxa versão exorcista. Não conseguia imaginar como alguém poderia ser tão feio daquele jeito. 

Pelo menos, o cara era competente. De acordo com o repertório, ele havia capturado praticamente metade de Azkaban e eu me sentia motivada em aprender alguma coisa. 

Assim que chegou na sala, o professor iniciou aquela ladainha de apresentações. Como sempre. Aparentemente, o tema da aula seriam as Maldições Imperdoáveis. 

Já ouvira falar delas, claro. Eram lendárias no mundo bruxo. Apenas os bruxos mais "cruéis" seriam capazes de realiza-las, já que envolviam tortura humana, e sua utilização resultaria em uma passagem direta e sem volta para Azkaban. 

Não me orgulho em dizer que já cogitei a possibilidade de utilizá-las. É horrendo, claro, mas mesmo assim. Sempre fui fascinada por feitiços e não sei como seria tão fácil acabar com a vida de alguém em apenas poucas palavras. 

Moody começou com a aplicação prática da primeira maldição, Imperius. Utilizada para controlar o indivíduo, essa maldição era "leve". Pelo menos eu a considerava. O professor tirou uma aranha de dentro do bolso (repugnante, certo?) e a jogou nos alunos, sob o domínio da maldição. 

O primeiro alvo foi, já estou gostando desse cara, Olívia Holt, que soltou um berro tão alto e grande que quase estourou nossos ouvidos. Ela caiu da cadeira com tanta força que quase quebrou o chão. Até riria se Moody não tivesse jogado a aranha em Miranda, que estava do meu lado. 

Empurrei a cadeira de Miranda para longe de mim, já que  aranha estava grudada nela. Eu amo a minha amiga, mas não quero um bicho nojento perto de mim e, enquanto ele estiver nela, posso me certificar que não vai chegar nem perto da minha roupa nova. 

Depois de um tour pela sala, com direito a uma paradinha especial em Rony Weasley, a aranha voltou às mãos do professor. A maldição Imperius, pelo que percebi, era inútil. Controlar pessoas não deveria ser feito por meio de feitiços, e sim por meio do famigerado "jogo de cintura". Por que gastaria energia com uma coisa como essa? 

A magia deveria ser guardada para coisas realmente úteis, como encontrar aquelas tarrachinhas de brincos minúsculas. 

A próxima maldição seria a Cruciatus, seguindo o pensamento gradativo e lógico. Para ajudar, Moody chamou à frente da sala Neville, que eu nem sabia que ainda existia por ser tão insignificante. O professor torturou o animal na frente da sala. Essa maldição não é conhecida como sendo leve. Particularmente falando, acho que essa é a pior. Infligir dor em alguém é realmente cruel. 

Logo percebi o joguinho psicológico com Neville. Pelo que sabia, seus pais foram torturados por alguns Comensais da Morte há alguns anos atrás. Meu pai me contou sobre essa história há pouco tempo, já que era nova demais para saber de coisas como essas antes. Ver a maneira como seus pais foram torturados deve ser péssimo. 

Olho Tonto Moody era realmente sádico. 

Não me importei muito com isso. Esse menino precisava crescer. E daí que os pais estão em uma espécie de coma ou sei lá? Vida que segue. Ele ficou mal pelo resto da aula. 

A última, e melhor, maldição imperdoável, a maldição da morte. Capaz de matar em duas únicas palavras. Duas palavras é o que basta para sua vida- seja ela extensa, boa ou saudável- acabar. É realmente fascinante e assustador. 

Claro que tinha que ter um comentário sobre o famoso Harry Potter. "A única pessoa que sobreviveu à maldição da morte." Vendo o feitiço com os meus próprios olhos, parecia ainda mais irreal aquela constatação. Fajuta. Era inexorável que qualquer pessoa morreria com aquele feitiço. Mais do que nunca, senti que a história era uma mentira deslavada.

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Para iniciar meu plano lindo e vitorioso de conquistar Vítor Krum, fiquei bem no lugar onde o Cálice de Fogo se encontrava. Uma hora ou outra o bonitão ia passar por ali. Pedi para Miranda e Leia me acompanharem, afinal, não poderia ser vista sozinha claro. Que tipo de popular eu seria?

Claro que tive que testemunhar muitas coisas idiotas enquanto estava lá: Os irmãos Weasley, facilmente reconhecidos pelos cabelos ruivos mal cuidados e pelas roupas sujas, até tentaram colocar o nome no Cálice depois de tomarem uma poção de envelhecimento fajuta e podre. Obvio que não conseguiram e foram mandados para a enfermaria. 

Provavelmente não tinham dinheiro para comprar os ingredientes certos e usaram o que estava mais em conta. Não ter grana é difícil, até sinto pena. 

Também vi outras pessoas se voluntariando. Cedric estava lá também, ao lado da Holt. Eles estavam conversando animadamente sobre a possibilidade de entrar ou não na corrida. 

Se fosse ele, pouparia meu tempo. Hogwarts queria um campeão, não um lufano. Aposto que o verdadeiro vencedor vai ser da Sonserina. Seria o óbvio. 

Estava até impaciente de esperar tanto quando ele entrou. Vestia vestes pesadas e longas, roupas da escola. Lá deveria ser muito frio mesmo porque além de quente, as vestes pareciam terem sido feitas com peles de animais. Acho nojento e brega. Todos nós sabemos que o pelo sintético é melhor que o pelo do animal em si. Coitado, tão bonito e rico e mesmo assim não consegue se vestir direito. Eu poderia ajudar, claro. 

Vítor entrou rapidamente no lugar e depositou o papel no Cálice. Ao sair, lançou um olhar nítido para Holt e voltou a encarar o chão. Saiu quase correndo depois. 

EU NÃO ACREDITO NO QUE ACABEI DE VER. AQUELA MENINA NÃO PODIA ME ATRAPALHAR MAIS DO QUE JÁ ME ATRAPALHAVA. 

Admito que até ri quando ela "roubou" o Cedric da Dove, que inclusive nem aqui está, mas tentar roubar Vítor também é uma palhaçada. Me enchi com um ódio mortal. Não fiquei 2 horas sentada nesse lugar pra ser descartada assim com tanta facilidade. Vou atrás dessa menina e acho que vou até chamar uma antiga amiga pra me ajudar.

 


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