The Slytherin escrita por Ravena


Capítulo 28
Aula de adivinhação


Notas iniciais do capítulo

Galera, a descrição da sala de adivinhação é a mesma utilizada pela Tia Jô. Não quis alterar nada, já que faz uma ótima ambientação sobre o espaço e é mais uma prova que essa mulher consegue transmitir direitinho o ambiente mágico da saga.



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— A senhorita estava gritando, por isso a acordei. Esse remédio causa alucinações mesmo, nem sempre boas. Espero que não tenha tido pesadelos. De qualquer forma, o que a senhorita pensou não foi real. Recomendo que tenha cuidado, essas alucinações normalmente perduram o dia todo.  Senhorita Granger, a senhorita não vai perder a primeira aula do ano, vai?-disse a enfermeira. 

Velha infame. Me acordou só para dizer uma burrice dessas? Preferia ter ficado dormindo. Não acredito que perdi algumas horas do meu sono de beleza só para ir em alguma aula estúpida. Mas, já que o estrago já estava feito...

—Obviamente que não - eu disse com desdém e sai da enfermaria, mas não antes de dar uma olhada na cama da Gray. Ela estava com uma gaze no meio da testa e os seus braços estavam bem machucados. Bem feito.

Fui para o meu dormitório para trocar de roupa. Eu não gosto de ficar com mesma roupa no corpo dois dias seguidos. Isso é nojento e também é uma falta de higiene, e além disso, não gasto milhões em roupa para não usá-las.

Sai do meu dormitório e corri para a aula de adivinhação. A sala de adivinhação era um tanto bizarra. Era mais parecida com uma cruza de sótão com salão de chá antigo, a sala de aula era repleta de mesinhas circulares, rodeadas por cadeiras forradas de chintz e pequenos pufes estufados. A iluminação de luz avermelhada era fraca, o que piora ainda mais, já que as janelas e abajures estavam tapados. A lareira sempre ligada provocava uma sensação de calor sufocante. Nas prateleiras muitos itens de adivinhação: baralho de cartas, bolas de cristal, xícaras, etc.

Parecia que eu ia morrer de calor ali dentro. Procurei as minhas amigas nas mesas e, quando achei, fui me sentar junto com elas. 

—Mione, você está bem? - disse Miranda - Se machucou muito? Como foi a noite na ala hospitalar? Eu vou matar a Gray! Como ela teve coragem? O que vamos fazer com ela? 

—Para Miranda - disse Leia - Deixa ela respirar. Está muito machucada?

—Eu estou ótima, um pouco tonta, mas estou bem - eu disse - A Gray não fez muito estrago em mim. Muito pelo contrário, ela está lá, se remoendo na Ala. Está com um corte tão feio na cabeça que chega até a doer quando olha para ela. Bem, mais do que o normal, pelo menos.

—Bem feito - disse Leia - Ela mereceu pelo o que vez com você.

—Sejam bem-vindos, todos. Nesta sala, vocês irão apreciar a arte da adivinhação. Nesta sala, vocês irão descobrir se possuem clarividência. - disse uma voz rouca e etérea. 

Era uma mulher que usava óculos enormes que aumentam os seus olhos, fazendo ela parecer um inseto grande e estranho.

—Olá, eu sou a professora Trelawney. Juntos, nós iremos aprender a arte da adivinhação. Vamos estudar a quiromância, que, como devem saber, é a arte de ler as folhas de chá. Peguem a xícara da pessoa que estiver na sua frente. Vocês irão saber a verdade que está oculta como uma frase dentro de um livro que espera para ser lida, mas antes, precisam abrir as suas mete. Precisam olhar para o além.

Eu acho que eu nunca ouvi uma baboseira tão absurda igual está na minha vida! Isso é muito ridículo. A professora se virou para o Longbottom e disse:

—Você, menino, sua avó vai bem?

—Eu acho que vai.- esse menino era realmente o traste da turma.Nunca vi tanta inutilidade.

—Não teria tanta certeza disso. Me dê a sua xícara. Ou, hum, que pena...

Ela chegou perto da nossa mesa e eu me retrai na cadeira. Não queria aquela criatura exótica encostando em mim. Acho que abandonaria a aula na hora. 

 A professora esquisita nos pediu para observar algumas xícaras de chá, todas sujas e borradas. Como eu gosto de ver sujeira. Percebi que tinha uma cobra na minha xícara. Provavelmente por causa da minha descendência. Tentei procurar o significado do símbolo no livro. Não achei, curiosamente. 

Depois da aula, quando todos já tinham ido embora, fiquei na sala para perguntar para a professora o que era aquilo. Duvido muito que ela saberia responder, mas tentei a sorte. Sempre fico bem curiosa nesses assuntos. 

—Professora, queria que a senhora olhasse a minha xícara...

—Ah, que bela! Está me dando uma xícara? Que presente magnífico!

—Não, estou querendo saber o que significa isso. Essa cobra. 

—O que? Tem uma cobra na sala?

—NÃO! A cobra está na minha xícara, professora. Não está vendo. 

A professora me olhou horrorizada, como se eu tivesse gritado com ela. Foi isso que eu fiz mesmo, mas ela precisava de foco. FOCO! Se inclinou sobre mim e olhou na minha xícara. De repente, vogou a cabeça para trás e seu corpo foi tomado por uma neblina verde, sua voz engrossou e ela segurou meu ombro com muita força.

A cobra e o leão se encontram novamente,

nos desafios maiores do que a mente 

A história se repetirá, infelizmente

Matando-os simultaneamente 

Soltei um grito tão alto que assustei a professora. 

—O que te deixa sustada, minha querida? - disse a mulher, já voltando ao normal. Parecia que nada daquilo tinha acontecido. Saí correndo da sala, o mais rápido que podia. 

O que tinha sido aquilo? Uma profecia? Queria esquecer aquele episódio o mais rápido possível, estava tão assustada que nem percebi que tinha encontrado minhas amigas. 

 

—Que aula mais chata. Eu não gostei, e não quero ver mais a cara da Sibila.-disse Miranda quando íamos saindo da sala.

—Eu também não - disse, atordoada. -Qual é a próxima aula? 

—Trato de criaturas mágicas . - disse Miranda - Com aquela montanha de carne.

Para tentar abafar aquela experiência péssima que acabara de ter, lembrei que a gorducha da enfermaria me disse que teria alucinações ao longo do dia. É, deve ter sido isso. Além do mais, até parece que aquela mulher seria uma vidente de verdade.

O Hagrid ia lesionar aquela aula ridícula. Hogwarts está indo para o brejo. Eles colocam um gigante para dar aula! Sinceramente, fiquei impressionada quando descobri que ele sabia ler. De qualquer modo, era um ótimo passatempo para esquecer o que tinha acabado de acontecer 

Aquela era a profecia que elucidava a relação entre os descendentes de Slytherin e de Gryffindor. Que formalizava o que Salazar falou pala Godric na noite que eu e as meninas havíamos voltado ao passado. Basicamente, a maldição de Salazar contra os descendentes de Gryffindor também teve um efeito rebote contra ele. Por mais que os vermelhos tenham tido uma história péssima, tenham passado por perseguições por causa da sua maldição e quase tenham sido extintos, ela teve um efeito rebote. Os descendentes dos dois sempre iriam se enfrentar com o passar do tempo e algo me indicava que, como uma punição pela maldição, os descendentes de Godric Gryffindor se sairiam vitoriosos sempre que isso acontecesse, como na história original. Salazar até poderia lançar a maldição, mas ela, ao mesmo tempo que exterminava os descendentes de Grifinória, também os fortalecia contra aquele que profetizou a maldição. Isso me deixou confusa e assustada. 

Depois disso, prometi que nunca mais pensaria nessa profecia de novo. 


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