Avada Kedavra escrita por potterstinks


Capítulo 21
[1x20] Quadribol.


Notas iniciais do capítulo

Hello, it’s me.
NÃO, ISSO NÃO É UMA MIRAGEM. ISSO É UM CAPÍTULO FRESQUINHO DE AVADA KEDAVRA PRA VOCÊS!
Então, eu estou postando pela minha nova conta, que é o meu alter ego, Henry, e, bem, eu estou até com vergonha de ter demorado todo esse tempo para voltar.
Me perdoem pelo hiatus, chuchus que eu colhi na vida; prometo que não vou desistir de AK nunca mais, sério.
E CARAAAAAAA, AS TRETAS VÃO COMEÇAR. ALGUÉM COMPRA UM CHAMPANHE PRA GENTE COMEMORAR?
Não vou me prolongar muito, portanto espero que gostem do capítulo- que ficou tão grande que dividi em duas partes – e vejo vocês lá embaixo!
(E eu não tenho preconceito com a Sonserina, tá? O cartaz foi brincadeira da Avada. Me perdoem, sonserinos. =/)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/546641/chapter/21

Capítulo XX

Quadribol.

"(...) And friends shouldn't kiss me like you do; and I know that there's a limit to everything, but my friends won't love me like you.”

Quando o sol surgiu, no dia seguinte, eu ainda não havia ido dormir; passei a madrugada rolando de um lado para outro na cama, sem um pingo de sono, pensando em como eu havia sido idiota. Provavelmente estaria parecendo um urso panda durante o dia, graças a minha falta de sono, mas eu não me importei muito – havia coisas mais importantes para serem tratadas dentro do meu cérebro e, também, pandas são legais.

Eu com toda a certeza do mundo havia gostado do que havia acontecido lá embaixo, porém eu não deveria ter feito aquilo – pelo menos não agora. E se Jorge passasse a me ignorar? E se a nossa amizade acabasse por isso?!

Apesar de disposta a não sair do meu quarto pelas próximas décadas, eu havia decidido que pediria desculpas ao garoto no dia seguinte – e, talvez, conseguiria perguntar a ele o motivo de ter retribuído o beijo, sendo que ele mesmo diz não nutrir sentimentos românticos por mim.

Após pensar, pensar e pensar mais um pouco, finalmente consegui dormir. Meia-hora de sono é melhor do que nada, certo?

Errado.

Aparentemente, não dormir quase nada me deixa mais mal-humorada do que o normal, e eu realmente fiquei parecendo um urso panda. Eu estava sentada com Rony e Hermione na mesa da Grifinória, tomando a minha sexta xícara de café.

— Avada, você por acaso está tentando ter uma overdose de cafeína? – perguntou Hermione, com uma de suas sobrancelhas erguidas.

— Claro né Mione, essa é a minha meta de vida. – revirei os olhos, suspirando logo em seguida. – Eu não consegui dormir bem noite passada, e preciso ficar bem acordada hoje no jogo.

— Entendi... – disse ela, seu semblante logo se tornando pensativo. – Por que você não conseguiu dormir direito? Pesadelos? – indagou ela.

Neguei com a cabeça:

— Nah, eu só fiz uma coisa muito, muito idiota.

Rony, que até então se encontrava calado, resolveu comentar:

— Avada, você só faz coisas idiot-ouch. – resmungou, assim que eu chutei sua canela.

— Isso eu sei, Weasley. – revirei os olhos, enquanto Hermione ria baixinho. – Mas é sério, eu fiz uma coisa que eu não deveria ter feito e agora a nossa amizade pode acabar!

— “Nossa” se refere a quem? – perguntaram os dois em uníssono, se entreolhando com um olhar um tanto quanto estranho logo em seguida.

Dei uma risadinha, porém, quando fui responder, aplausos ensurdecedores começaram – assim como vaias vindas da mesa da Sonserina; o time da Grifinória havia acabado de entrar.

Evitei ao máximo olhar para Jorge, porém, assim que nossos olhares se cruzaram, ambos desviamos o olhar rapidamente, ato que, graças a Merlin, passou despercebido pelo resto dos alunos – talvez exceto por Hermione, já que ela lançou um olhar um tanto quanto desconfiado em nossa direção, porém depois eu falaria com ela. O time não se sentou muito longe, de modo que nós e Harry podíamos conversar; e aguentamos Olívio o café da manhã inteiro insistindo para que o time comesse sem se servir de nada – isto é, até eu ameaçar esfaqueá-lo com uma colher. Depois, antes que os outros tivessem terminado de tomar café, apressou-os a irem para o campo – e, quando saíram do Salão Principal, receberam novos aplausos.

— Boa sorte, Harry! – gritou Cho, e eu, Rony e Hermione nos entreolhamos ao perceber que o rosto do garoto havia corado. Interessante, pensei, muito interessante.

— Mas voltando ao assunto de antes, “nossa” se refere a quem? A você e aquela pessoa? – Hermione questionou. Assenti, e vi que os seus olhos se arregalaram levemente enquanto ela pensava, e eu apenas fiz sinal que depois falaria. Rony observou a interação um tanto quanto confuso, porém apenas deu de ombros e voltou a comer.

Alguns minutos depois, o café da manhã já havia terminado e todos os alunos já haviam saído e começado a se espalhar pelos gramados.

Não muito tempo depois, o time entrou no campo, sendo recebido por uma grande onda de aplausos, já que Lufa-Lufa e Corvinal também estavam torcendo pela Grifinória; uma parte da torcida também agitava bandeiras vermelhas com o leão da Grifinória ou faixas com frases do tipo “PRA FRENTE GRIFINÓRIA!”, “A COPA DOS LEÕES!”, e também tinha a minha (“GRIFINÓRIA RAINHA! SONSERINA NADINHA!”), que, por algum motivo, acaba fazendo as pessoas rirem após ler.

Atrás das balizas da Sonserina, porém, uns duzentos torcedores se cobriam de verde; a serpente prateada da casa brilhava em suas bandeiras e o Prof. Snape estava sentado na primeira fila, vestindo verde como os demais, parecendo uma folha gigante e exibindo um sorriso muito sinistrão.

— E aí vem o time da Grifinória! – narrava Lino. – Potter, Bell, Johnson, Spinnet, Weasley, Weasley e Wood. Considerado por todos o melhor time que Hogwarts já viu em muitos anos... – os comentários do garoto foram abafados por vaias da torcida da Sonserina que, como sempre, estava sendo recalcada.

— E aí vem o time da Sonserina, liderado pelo capitão Flint. Ele fez algumas alterações no esquema tático e parece ter preferido o peso à qualidade... – mais vaias da torcida da Sonserina.

— Capitães, apertem-se as mãos! – disse Madame Hooch.

Flint e Wood se aproximaram e apertaram as mãos com força, dando a impressão de que estavam querendo quebrar os dedos um do outro. Ah, pensei, eu amo tretas.

— Montem nas vassouras! – disse Madame Hooch. – Três... Dois... Um...

O som do seu apito não foi nada comparado ao estrondo das torcidas na hora em que as quatorze vassouras levantaram voo.

— E Grifinória com a posse da bola, Alicia Spinnet da Grifinória com a goles, voando direto para as balizas da Sonserina, em boa forma, Alicia! Arre, não, a goles foi interceptada por Warrington. Warrington da Sonserina partindo em velocidade pelo campo.

PAM!

— Uma boa rebatida de um balaço por Jorge Weasley, Warrington deixa cair a goles, que é apanhada por... Johnson, Grifinória com a posse da bola outra vez, aí Angelina, bom desvio de Montague. Se abaixa Angelina, aí vem um balaço! ELA MARCA! DEZ A ZERO PARA GRIFINÓRIA!

Angelina deu um soco no ar ao sobrevoar o extremo do campo; os torcedores da Grifinória berraram de felicidade...

Até que ela quase foi derrubada da vassoura por Marcos Flint ao colidir em cheio com ela. O sonserino disse algo, enquanto os torcedores embaixo vaiavam, e eu gritava mentalmente (“TRETA!”).

Não demorou muito para que Fred, parecendo irritadíssimo, atirou o bastão contra a cabeça de Flint, cujo nariz bateu com grande força no cabo da vassoura e começou a sangrar.

Vish.

— Chega! – gritou Madame Hooch, mergulhando entre os dois. – Pênalti contra Grifinória pelo ataque gratuito ao artilheiro do seu adversário! Pênalti contra Sonserina por prejuízo intencional ao artilheiro do seu adversário!

— Ah, nem vem! – berrou Fred, mas Madame Hooch apenas apitou e Alicia se adiantou para cobrar o pênalti.

— Aí, Alicia! – gritou Lino no silêncio que dominou as arquibancadas. – SIM, SENHORES! ELA FUROU O GOLEIRO! VINTE A ZERO PARA GRIFINÓRIA!

E então era a vez de Flint que, mesmo sangrando pra caramba, voou para cobrar o pênalti contra Sonserina. Olívio sobrevoava as balizas de Grifinória, com os maxilares contraídos e um olhar de determinação.

— É claro que Wood é um esplêndido goleiro! – comentou Lino, enquanto Flint aguardava o apito de Madame Hooch. – Esplêndido! Difícil de vazar – muito difícil mesmo – SIM SENHORES! EU NÃO ACREDITO! ELE AGARROU A BOLA!

Grande parte do tempo, eu não conseguia tirar os olhos de Jorge. Masssss também ficava cuidando Harry, para ver se ele já havia avistado o pomo.

— Grifinória com a posse, não, Sonserina com a posse, não! Grifinória retoma a posse e é Katie Bell, Katie Bell de Grifinória com a goles, a jogadora corta o campo - FOI INTENCIONAL!

Montague, um artilheiro sonserino, cortou a frente de Katie e em vez de agarrar a goles, agarrou a cabeça da garota. FILHO DA MÃE. Katie deu uma cambalhota no ar, deixou cair a goles, mas pelo menos conseguiu continuar montada e não se machucou.

O apito de Madame Hooch soou mais uma vez, enquanto ela sobrevoava Montague e começava a gritar com ele. Menos de um minuto depois, Katie havia marcado mais um pênalti contra a Sonserina.

— TRINTA A ZERO! TOMA, SEU SUJO, SEU COVARDE...

— Jordan, se você não consegue irradiar imparcialmente... – mas ele tá irradiando o que acontece!

— Estou irradiando o que acontece, professora! – viu?

E então, Harry, com uma expressão de súbita concentração, deu meia-volta na Firebolt e correu, voou, sei lá, em direção ao campo da Sonserina, e Malfoy saiu a toda velocidade atrás dele.

Um dos balaços passou literalmente voando pela orelha de Harry, arremessado por um dos batedores da Sonserina, Derrick. E então, o segundo balaço roçou pelo cotovelo de Harry. O outro batedor, Bole, que eu gosto de chamar de Bola, vinha se aproximando.

E então, Harry, sendo o orgulho-da-mamãe (a mamãe, no caso, sou eu), virou a Firebolt para o alto no último segundo e os dois sonserinos colidiram em um baque que, infelizmente, não fez eles desmaiarem. Triste.

— Há! Há! Há! – bradou Lino quando os batedores se separaram, levando as mãos à cabeça.

— Mau jeito, rapazes! Vão ter que acordar mais cedo para vencer uma Firebolt! E Grifinória fica com a posse da bola mais uma vez, quando Johnson toma a goles, Flint emparelhado com ela, mete o dedo no olho dele, Angelina! - foi só uma brincadeira, professora, só uma brincadeira ah não - Flint toma a bola, Flint voa para as balizas de Grifinória, agora é com você Wood, agarra...

Mas o sonserino marcou. Houve uma erupção de vivas do lado da Sonserina e Lino xingou tanto que a Prof. McGonagall tentou arrancar o megafone mágico das mãos dele.

Ah, adoro esse menino.

— Desculpe professora, desculpe! Não vai acontecer de novo!

— Então, Grifinória está à frente, trinta a dez, e Grifinória tem a posse...

Eu não tinha certeza se a sonserina era assim normalmente, mas, se era, meu Merlin. Eles eram completamente sujos, e agora recorriam a todos os meios para roubar a goles. Bole, a bola – desculpa, vou parar – atingiu Alicia com o bastão e tentou alegar que pensara que era um balaço – porque a cabeça dela com certeza é do tamanho de um, seu babaca. Jorge se vingou dando uma cotovelada na cara de Bole, e eu meio que chamei a atenção dele – e de toda a arquibancada – começando a berrar (“DÁ PRA VOCÊS PARAREM? ESTÃO PIOR DO QUE O DRACO E O HARRY, PELO AMOR DE MERLIN!”). Mas enfim, Madame Hooch puniu os dois times e Wood defendeu perfeitamente, elevando o placar para quarenta a dez para a Grifinória.

Katie então marcou. Cinqüenta a dez. Fred e Jorge mergulharam cercando-a, os bastões erguidos, para protegê-la caso os jogadores da Sonserina pensassem em se vingar.

E então, Bole e Derrick aproveitaram a ausência de Fred e Jorge para arremessar os dois balaços no coitado do Wood; eles o atingiram no estômago, um após o outro, e o garoto virou de cabeça para baixo no ar, completamente sem ar, enquanto se agarrava à vassoura.

Madame Hooch ficou fora de si, e eu apenas bolei alguns planos de vingança mentalmente, nada demais.

— Não se ataca o goleiro a não ser que a goles esteja na área. – gritou ela para os sonserinos. – Pênalti a favor da Grifinória!

— Angelina marcou. Sessenta a dez.

Instantes depois, Fred arremessou um balaço contra Warrington, derrubando a goles de suas mãos, e Alicia apanhou a bola, enterrando-a no gol da Sonserina.

— Setenta a dez.

A torcida da Grifinória já estava rouca de tanto gritar; a casa já havia passado sessenta pontos à frente e, se Harry apanhasse o pomo naquele momento, a Taça seria dela. Eu, assim como grande parte da torcida, observava Harry, muito acima do resto das equipes, com Malfoy correndo atrás dele. E então o garoto investiou maior velocidade à vassoura e ele estendeu a mão, mas, de repente, a Firebolt começou a desacelerar, graças a Malfoy, que se atirara para frente e agarrara a cauda da Firebolt.

Harry parecia furioso, e a torcida grifinória também.

— Pênalti! Pênalti a favor da Grifinória! Nunca vi uma tática igual! – Madame Hooch guinchava, enquanto velozmente ia até o ponto em que Malfoy voltava à sua Nimbus 2001.

— SEU SAFADO NOJENTO! – urrava Lino Jordan no megafone. – SEU SAFADO NOJENTO, FILHO...

McGonagall, que já havia até mesmo perdido seu chapéu, nem se deu o trabalho de repreender Lino; naverdade, ela sacudia o dedo na direção de Malfoy, berrando furiosamente.

Alicia cobrou o pênalti pela Grifinória, mas errou por mais de meio metro, e o time da Grifinória começou a perder a concentração; os jogadores da Sonserina, no entanto, se sentiam estimulados a tentar voos mais altos.

— Sonserina com a posse, Sonserina corre para o gol... Montague marca. – gemeu Lino. – Setenta a vinte para Grifinória...

Harry agora estava marcando Malfoy tão de perto que os joelhos dos dois se batiam o tempo todo.

— Sai da frente, Potter! – gritou Malfoy, frustrado, ao tentar se virar e deparar com Harry bloqueando-o.

MUITO BEM, HARRY!

— Angelina Johnson pega a goles para Grifinória, aí Angelina, VAI, VAI!

Todos os jogadores da Sonserina, com exceção de Malfoy, estavam correndo pelo campo em direção a Angelina, inclusive o goleiro do time; todos iam bloqueá-la... Até que Harry deu meia-volta na Firebolt, curvou-se até deitar o corpo sobre ela, e impeliu-a para frente. Como uma bala, ele se adiantou em alta velocidade contra os jogadores da Sonserina. Os jogadores se dispersaram assim que viram a Firebolt vindo, e o caminho de Angelina ficou desimpedido.

HARRY RAINHA, MALFOY NADINHA.

— ELA MARCOU! ELA MARCOU! Grifinória lidera por oitenta a vinte!

Harry então parou, inverteu a direção da vassoura e voltou rapidamente para o meio do campo.

Porém, Malfoy estava mergulhando no ar, uma expressão de triunfo no rosto, lá, a menos de um metro acima do gramado, havia um minúsculo reflexo dourado. A torcida da Grifinória, observava, apreensiva, quando Harry apontou a Firebolt para baixo e acelerou, mas Malfoy estava quilômetros à sua frente. E então, a distância que os separava foi diminuindo. Harry deitou-se no cabo da vassoura quando viu Bole arremessar um balaço contra ele, já encostara nos calcanhares de Malfoy, emparelhou...

E então Harry se atirou à frente, tirou as mãos da vassoura, afastou o braço de Malfoy do caminho com um empurrão e...

— PEGOU!

Tirou, então, a vassoura do mergulho, a mão no ar, e o estádio explodiu. Eu, assim como o resto da torcida grifinória, comecei a gritar muito. Harry sobrevoou as arquibancadas e, no momento seguinte, Wood veio voando ao encontro do garoto, quase cego por suas lágrimas, agarrou Harry pelo pescoço e soluçou sem se conter no ombro dele. E então Fred e Jorge se juntaram ao abraço, assim como Alicia e Katie:

— Ganhamos a Taça! Ganhamos a Taça! – gritavam elas, e, logo em seguida, a Grifinória toda também gritava isso, os torcedores saltando as barreiras do campo quando, embotados num abraço grupal, o time da Grifinória foi descendo de volta ao chão.

Choveram, não literalmente, mãos nas costas dos jogadores; e então o time foi erguido nos ombros dos torcedores. Hagrid, emocionado, bradou:

— Você os derrotou, Harry, você os derrotou! Espere até eu contar a Bicuço!

E Percy, esquecendo-se de sua reputação e dignidade, pulava que nem maluco. A Prof. Minerva soluçava mais até mesmo que Wood, enxugando seus olhos com uma enorme bandeira da Grifinória.

Eu, Rony e Hermione lutávamos para chegar até Harry, porém abrimos um grande sorriso ao ver Harry ser carregado para a arquibancada onde Dumbledore aguardava, com a enorme Taça de Quadribol em mãos.

Eu procurei por uma certa cabeleira ruiva no meio da multidão e então a vi; no instante em que eu olhei para Jorge, ele me olhou, e o sorriso gigante que estava em seus lábios aumentou um pouco mais. Retribui o sorriso, porque era a única coisa que eu conseguia fazer no momento.

De noite, rolou até uma festinha na Sala Comunal, e foi lá que, após abraçar todos os jogadores, eu acabei contando pra Hermione o que eu havia feito. Ela ficou por uns dois minutos em silêncio, me olhando com os olhos arregalados e a boca aberta, formando um perfeito “O”.

— Eu. Não. Acredito. – ela abriu um sorriso radiante, me abraçando feliz. – Ai meu Deus, vocês são tão lindos juntos! Eu sabia que vocês ficariam juntos! – falou ela, em um tom um pouco mais alto do que pretendia, arregalando os olhos ao perceber que grande parte da sala comunal ficou em silêncio, nos olhando.

Eu corei completamente, olhando para baixo, enquanto ela olhava para eles com uma sobrancelha erguida:

— O que foi? Não se pode mais mostrar para sua amiga a reação que você tem quando o seu casal favorito vira canon? – reclamou ela.

Os alunos, apesar de a maioria parecer confuso – digo “a maioria” porque alguns, como Fred e Lino, estavam sorrindo maliciosamente, alternando entre olhar para mim e Jorge –, rapidamente desviaram o olhar, voltando a suas conversas.

Olhei para Hermione, segurando o riso:

— Então foi assim que você reagiu Percy e Annabeth ficaram juntos? – indaguei.

Ela fez um barulho de desgosto.

— Nada contra a Annabeth, até porque eu gosto dela, mas eu preferia que ele ficasse com o Nico. – suspirou.

Ri.

— É, amiga, eu também.

— Mas e aí, vocês já conversaram? – perguntou, quase que num sussurro.

Balancei a cabeça.

— Não sei se tenho coragem. – ri sem jeito.

— Pois trate de ter! – disse ela. – Você vai bem discretamente para o dormitório dos meninos e eu vou falar com Harry e Rony, pra fazer eles pedirem para Jorge buscar algo no dormitório dele. Aí vocês conversam. – sorriu.

— Você é maligna, Hermione. – ri. – Mas eu estou nervosa...

— Não tem motivo pra estar. O que pode e provavelmente vai acontecer é vocês se beijarem, nada de mais. – deu de ombros. – Mas eu não vou contar para Harry e Rony o que aconteceu, tá? Quando você se sentir a vontade você conta.

Sorri.

— Obrigada, Mimi.

Alguns minutos depois...

Lá estava eu, no dormitório masculino, e Jorge ainda não havia subido. Suspirei. Talvez não tivesse sido uma boa ideia, afinal.

Eu já estava na porta, quase saindo, quando um ruivo entrou no meu campo de visão. Jorge Weasley estava lá, rindo de algo, porém parou quase que instantaneamente assim que me viu.

— Oi. – sorri, corando.

— Oi... Não que eu não goste de sua companhia nem nada do tipo, você sabe que eu gosto, e muito, mas Rony, por algum motivo, pediu uns pirulitos de sangue. – disse, confuso.

— E você tem? – o olhei, ainda mais confusa.

Ele riu.

— Nós temos um pouco de todos os doces.

— Ah sim. – assenti. – Mas foi apenas pra você subir que eles pediram aquilo. – corei, olhando para o chão.

— Sério? – assenti novamente.

— Eu queria conversar com você. – falei, em um fio de voz.

— Sobre...?

— Noite passada. – corei ainda mais e, levantando meu rosto, pude perceber que ele também.

— O que tem noite passada? – indagou inocentemente.

Grunhi.

— Weasley, você sabe do que eu quero falar. – olhando para meus pés, cruzei os braços.

— Desculpa. – ele riu. – Mas o que você quer falar?

 

 

 

 

— Queria pedir desculpas… – fui interrompida por ele.

— Não precisa se desculpar, Vê. – ele trouxe uma mão até meu queixo, levantando delicadamente o meu rosto para que eu pudesse olhar dentro de seus olhos. – Não por algo que eu tenha gostado.

— Você me confunde tanto, Jorge Weasley. – resmunguei, fazendo-o rir.

— Como assim eu te confundo, menina?

— Você fala que gosta de mim só como uma irmãzinha e agora gosta quando eu te beijo? Você é indeciso ou só quer brincar comigo? – cruzei os braços, frustrada.

Ele me olhou com uma sobrancelha erguida:

— Você também me confunde, nanica. – o encarei. – Sério! Você fica toda constrangida depois daquele selinho, fala que não gosta de mim, e agora me beija de novo.

— Isso é meio engraçado. – ri. – Somos dois bobões.

— Fale por você, senhorita. – respondeu, divertido.

— Tá, mas o que a gente vai fazer dessa vez? Só fingir que nada aconteceu? – perguntei, um pouco hesitante.

— Você tem certeza de que sente algo por mim ou só me beijou sem motivo? – respondeu com outra pergunta.

— Eu não sei. – soltei um muxoxo, logo arregalando meus olhos. – Isso foi uma coisa horrível de dizer, não foi? Desculpa, eu…

— Vê – ele me interrompeu, rindo. – Se eu perguntei, eu perguntei já sabendo que essa seria uma das respostas; e eu também não tenho certeza de que sinto algo por você ou isso é só uma quedinha. – ele disse as últimas palavras em um tom de voz muito mais baixo, então tive certa dificuldade para ouvir. – Então… Quer, sei lá, continuar do jeito que estamos, sem forçar nada, e deixar acontecer devagar?

Dei um pequeno sorriso, afirmando com a cabeça.

Aquilo pareceu ser o suficiente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Amorzinhos, obrigado por não terem desistido de AK. Hiatus nunca mais, sério.
Senti muita saudade de vocês):
Queria agradecer também por todos os comentários, favoritos, recomendações e acompanhamentos que a história recebeu - eu amo vocês demais. Ah, e sejam muito bem-vindos leitores novos, seus divos! Leitores fantasmas, saibam que eu não mordo, tá? Se quiserem, sintam-se à vontade para comentar, pode ser apenas um "Continua" ou um "Gostei" - se preferirem, favoritem, recomendem, continuem apenas acompanhando, não sei, façam o que quiserem, só me mostrem que estão gostando e que devo continuar!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Avada Kedavra" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.