Made to Flee escrita por Emna Ai


Capítulo 2
Capítulo ll


Notas iniciais do capítulo

Olá. Demorei né? Mas espero que vocês entendam, faculdade ta acabando comigo. Essa fanfic não vai ser tão looonga, mas espero que vocês acompanhe. Estou sentindo falta dos comentários ^^



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Capítulo II

Não tinha mínima vergonha ou medo de sorrir

Eu poderia ficar acordado só para ouvir você respirar
Ver o seu rosto sorrindo enquanto você dorme
Enquanto você está longe e sonhando
Eu poderia passar minha vida nessa doce redenção

(I Don't Want To Miss A Thing)

Ser um estudante do ensino médio não é nada fácil, principalmente quando seus melhores amigos são pessoas com parafuso a menos. Naruto estava um pouco a frente observando o corredor, enquanto Sakura abria o armário com muito cuidado. Era o armário de Hinata, uma garota por quem Naruto declarava estar mais que apaixonado.

Claro que o plano de colocar um presente no armário de Hinata não saiu da cabeça oca de Naruto, e muito mesmo da minha, digamos que eu não sou um poço de romantismo. A ideia, o plano e execução tinham partido da cabeça rosa da garota do grupo. Segundo ela toda garota gostaria de saber que tem um admirador secreto.

O plano era deixar o chocolate com um cartão dentro do armário de Hinata e fazer com que ela ficasse curiosa a respeito de quem enviara. Naruto, mesmo não entendo bem, disse que confiava completamente em Sakura para esses assuntos e aceitou de bom humor todos os detalhes daquela coisa toda.

Eu sabia que há qualquer momento alguém aparecia no corredor e o sigilo daquele plano iria por água abaixo, não queria me meter naquilo, mas quando Sakura me pediu para vigiar o corredor do outro lado, com aqueles olhos verdes brilhando em expectativa, eu não tive outra opção a não ser ajuda-la.

Por sorte, ninguém descobriu que conseguimos abrir o armário da garota do Naruto e saímos impunes daquilo. Sakura sorria contente pelo plano ter dado certo quando voltamos para a cantina. Ela e Naruto sempre conversavam sem parar, eu apenas escutava e dava minha opinião quando me era solicitado.

— Você vai ver, Naruto. Ela vai se apaixonar loucamente por você. — Ela sorria balançando as mãos, o cabelo dela acompanhava o movimento do corpo.

— Tomara, Sakura . — Naruto também sorria — Vou me esforçar ao máximo.

Vendo eles dois fiquem pensando nos motivos que eu tinha para ter amizade com aquele dois seres tão diferente de mim. Vai ver era exatamente por esse motivo, eu precisava de opostos para sobreviver a tudo.

— Você dois. — Falei chamando atenção deles — Acabou o intervalo , vamos voltar para a aula.

— Ah que chato você, Sasuke. — Sakura ria e correu até meu lado colocando um braço em volta do meu. — Vamos matar aula.

— Ah, claro, e perder a prova, Sakura? — Caminhávamos pelos corredores e eu podia ouvir a risada delicada dela.

— Tem razão. Você sempre tem razão.

Eu não entendia aquele jeito de Sakura comigo, ela parecia não se importar com minhas poucas palavras e com meu jeito distante, ela sempre estava ali pronta para sorrir para mim e contar algo divertido. E tenho que admitir, muitas vezes eu não era uma companhia agradável, perdi as contas das maneiras que fiz ficar triste, seja com palavras ou com gesto, mas ela simplesmente ignorava e continuava por perto.

Era início do semestre. Nosso primeiro ano no ensino médio, tínhamos quatorze anos e muitos planos para realizar durante aquele ano. Sakura dizia que agora que estávamos no ensino médio, não éramos mais crianças então devíamos fazer coisas mais legais, tipo matar aula. É claro que quando surgia a oportunidade de se livrar de alguma aula tediosa ela não escapulia. Sakura foi a pessoa mais correta que conheci em toda minha vida. Ela dizia aquelas coisas apenas para se divertir e me divertir.

Chegamos na sala de aula e a maioria dos nosso colegas de turma já estavam sentados em seus devidos lugares enquanto o professor dava as instruções da prova. Ele nos deu um olhar reprovador e apontou para nossos lugares. Sem perder tempo fui para minha mesa e preparei meu material, ao meu lado Sakura sorria divertida.

A prova não estava tão difícil como eu imaginara. Terminei e esperei que todos os outros acabassem para que outro professor começasse aula. Desde que terminara a prova Sakura permanecia em silêncio, o que era difícil para ela. O tempo que tinha livre ela falava pelos cotovelos. Olhei para ela mais uma vez e via que seu rosto estava mais branco de um costume. Seus lábios que normalmente tinha uma cor rosada, agora traziam uma coloração arrocheada.

— Sakura, — Chamei — Você está bem?

— Estou. — A resposta dela rápida e curta ligaram meus alertas, sua voz não passava de um sussurro enfraquecido.

— Não está não. — Sai da minha mesa e fui até ela colocando uma mão na sua testa. — Você está com febre , vou te levar na enfermaria.

— Não precisa, eu estou bem.

— Sakura, não discuta comigo.

Garotas e garotos nos olhavam quando saímos em silêncio da sala. Era meio esquisito me ver dando tanta atenção para alguém que eu ignorava na frente deles, mas naquele momento não me importei com nada. Sakura, a garota que crescera comigo, estava precisando de ajuda e eu não ia negar.

Andávamos o mais rápido que podíamos e eu vi a respiração de Sakura ficar mais difícil, ela parecia estar muito mal mesmo.

— Sasuke — Ela me chamou enquanto se apoiava em dos armários dos corredores. — Me leve pra casa.

— Mas a enfermaria...

—Agora, Sasuke, me leve pra casa agora.

Não tinha como contestá-la. Mudamos de direção e em poucos minutos alcançamos a rua que ficava em frente a escola. O porteiro não nos viu passar distraído com algumas crianças que tentavam subir nas árvores do jardim. Fomos até um ponto de táxi e logo estávamos a caminho da cada dela que ficava a quinze minutos da escola.

Sakura permaneceu calada durante todo o trajeto e eu não ousei questioná-la. Seus olhos estavam concentrados em algum ponto do banco do motorista. Não demorou para que chegássemos ao nosso destino, ajudei Sakura a sair do táxi depois de ter dado o valor da corrida ao motorista.

Ela se apoiou em meus ombros e andamos devagar até a porta.

— Obrigada, Sasuke. — Ela sorria para mim, mas eu sabia que aquele sorriso não era verdadeiro. — Nos vemos amanhã.

— Você não acha que eu vou embora sem saber se você vai ficar bem, acha?

— Eu estou bem. — Naquele momento Sakura usava seu olhar de determinação e eu sabia que não seria possível fazê-la mudar de ideia. — Nos vemos amanhã.

Eu observei ela entrar em casa e fechar a porta. Se eu apresentava algumas alterações de humor, Sakura não ficava para trás. Frequentemente ela aprecia fechada em um mundo só dela, na grande parte do tempo era a mesma garota que eu conhecia, mas tinha certas semanas que ela parecia distante de todos.

XXX

Você não precisa se esforçar tanto

Você não precisa entregar tudo

Você apenas precisa se levantar, se levantar, se levantar

Você não precisa mudar nada

(Try – Colbie Caillat)

Sakura sentia seu corpo tremer. Suas pernas a qualquer momento falhariam. Com as forças que lhe restavam caminhou até a sala. Sabia que não devia ter feito aquilo, mas era um teste que decidiu passar. Não tomara duas, das quatro pílulas que devia ter ingerido aquela manhã.

Parecia loucura para alguns, mas ela não suportava mais aquela tensão. Todo aquele fingimento, todos aqueles olhares desconfiados. Era o quarto ano de convivência com a doença e ela se sentia cada vez mais sufocada.

Não tomando as pílulas queria provar para si mesmo que conseguiria resistir a doença, estava redondamente enganada. Deixar de tomar causou mal, e ela sentia como se seu estomago estivesse sendo amassado por mãos invisíveis. Com esforço alcançou a caixinha em cima da geladeira que guardava todos os remédios que ela precisava tomar.

Engoliu rapidamente as pílulas e sentou-se na banqueta da cozinha. Sua respiração aos poucos voltaria ao normal e aquela fraqueza exagerada que sentiu nas pernas iria sumir. Queria tanto fechar os olhos e quando abri-los se ver livre de todos aqueles remédios e tratamentos. Queria ser normal.

— Sakura? Você está bem. — Viu o olhar ansioso de sua mãe que entrou na cozinha com sacolas nas mãos, provavelmente vindo de um supermercado.

— Sim, só uma tontura. — Tentou rir para tranquiliza-la.

—Você não devia sentir isso, os remédios não estão mais ajudando? Vou marcar uma nova consulta.

— Não precisa. — Ela estava cansada daquilo tudo — Vou para o meu quarto.

Quando entrou em seu cantinho particular sentiu suas forças acabarem e se jogou na cama tentando controlar os soluços que saíam de seus lábios. Encarando o teto adormeceu.

Seu quarto era um mistura de várias coisas. Desde objetos delicados a coisas só vistas em países distantes. Ela gostava daquela diversidade. As paredes eram vermelhas e os móveis brancos. Na única janela do quarto uma cortina branca impedia a luz de incomodar seus olhos. Sua cama era de casal e o colchão muito macio. Ela havia crescido ali.

Na parede atrás da cama era possível ver um grande quadro de recortes e fotos. Fotos dela quando nasceu e no período que cresceu. Muitos recortes de bandas desconhecidas e de livros que ela ainda queria ler. Pequenas tachinhas marcam em um mapa os locais que ela queria conhecer. Logo abaixo fotos dela com os dois amigos preenchiam quase um metro da parede. Naquele quadro toda sua vida estava exposta.

Tantos lugares que ela queria conhecer e estava confinada a aquela cidade por causa de uma doença que limitava sua vida. Tanta gente para encontrar e ela não podia se dar o prazer de correr em uma manhã chuvosa. Tinha quatorze anos e já carregava o peso de uma vida.

Queria ser saudável. Queria ter namorados. Não vários, apenas um. Queria ser bonita para Sasuke. Queria poder viajar com ele por vários lugares. Queria estar ao lado dele quando fossem bem velhinhos. E tudo aquilo seria negado a ela por uma fatalidade da vida.

Às vezes queria encontrar seus amigos e contar toda verdade, sentir um abraço de conforto e pedir ajuda, mas o que eles poderiam fazer? Apenas olha-la com pena. E ela não queria aquilo. Desde que começara a pensar em sua doença aceitou que deveria passar por tudo aquilo sozinha.

Iria encarar a vida com o resto de felicidade que podia sentir e aproveitar cada momento de alegria que tivesse ao lado das pessoas que lhe eram importantes. Estava condenada então não adiantava lamentar, apenas aceitar o destino.

Quando acordou estava se sentindo melhor. Tomou um banho e foi cuidar de suas tarefas. A noite recebeu uma ligação de Naruto.

— Como você está, o teme falou que você passou mal.

— Estou bem, Naruto. — Não queria conversar sobre a doença — E você, já sabe se a Hinata encontrou o bilhete?

— Encontrou sim ! — Ouvir o nome de Hinata fez com que a voz dele ficasse mais animada — Eu a vi segurando os chocolates toda vermelha.

— E quando você vai falar pra ela que você é o admirador?

— Em breve!

Sakura dormiu aquele dia pensando em Naruto e Hinata. Tinha certeza que eles se dariam muito bem caso ficassem juntos. Amanhã era outro dia e ela havia decido que aproveitaria o máximo que pudesse do que a vida ainda iria lhe oferecer, até o último supiro.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? EM breve posto o capítulo 3. BEijinhus e até o próximo



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