Made to Flee escrita por Emna Ai


Capítulo 1
Capítulo I


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, resolvi fazer essa long fic. Como muita gente falou que amou essa one shot vu fazê-la um pouco maior, espero que vocês gostem. Vou excluir o primeiro capítulo para ninguém que não leu a one shot ficar sabendo o final. É claro que o final eu também vou mudar algumas coisas haha. Prometo me esforçar o melhor que for para escrever para vocês. Boa leitura



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Capítulo I

Um dia eu conheci uma garota diferente dessas por ai

Amor é a resposta pelo menos para a maioria das questões no meu coração
Por que estamos aqui? E para onde vamos? E por que é tão difícil?
Não é sempre fácil e às vezes a vida pode ser enganadora
Vou te dizer uma coisa é sempre melhor quando nós estamos juntos.

(Better Together - Jack Johnson)


Eu a conheci quando tínhamos sete anos. Não era meu costume ficar brincando na pracinha perto da minha casa, mas estranhamente naquele dia meu irmão tinha me chamado e eu aceitei. Não era meu costume correr e pular feito o dobe do Naruto. Eu gostava de paz e tranquilidade, brincava quieto e só corria quando realmente queria.

Naruto e eu estávamos tentando encontrar alguma coisa na areia. O dobe tinha trago algumas pás e garfos de cavar, não me perguntem como se chama aquilo, e estávamos confiando que algo sairia daquele monte de terra. Segundo meu amigo seria um tesouro fantástico e daria para comprar todo ramén do mundo.

—O que vocês estão procurando? — Foi a primeira vez que ouvi a voz dela. Levantei meu olhar em direção a ela. Foi a primeira vez que vi seu sorriso. Era um sorriso bem grande, sabe? Que preenchia todo pequeno rostinho. Lembro que fiquei parado olhando para seus olhos verdes e admirado com seu cabelo rosa.

—Um tesouro! — Naruto exclamou com seu jeito desajeitado.

—Posso ajudar? — Sem esperar resposta ela se sentou ao nosso lado e começou a cavar.

Sakura, o nome dela me pareceu bonito e desde aquele dia nos tornamos inseparáveis. Nossos pais nos chamavam de os três mosquiteiros e acabaram se tornando amigos também. Não havia confusão na rua que não tivesse nosso dedo. Quando estávamos juntos era impossível não ouvir a risada escandalosa de Naruto e o riso doce de Sakura.

Nossa infância foi muito divertida, passávamos os dias brincando. Revezávamos durante a semana. Um dia na casa de cada um. Quem não gostava muito disso eram nossos pais, a bagunça era generalizada. A mãe Sakura ficava a ponto de arrancar os cabelos quando via Naruto e eu parados na garagem esperando a porta ser aberta para invadir o quarto de Sakura e tirar do lugar tudo que era feminino e cor de rosa.

Sakura não se importava. Ela sorria quando Naruto e eu colocávamos as bonecas dela para brigar, mas ela preparava coisas ruins para dois pequenos meninos. Certos dias ela fazia com que nós dois participássemos do que ela chamava de chá da tarde. Tenho que admitir que os biscoitos que ela servia eram bons. Eu sempre pegava o primeiro do prato. Naruto comia a maioria e ela ficava sorrindo.

Ficamos sabendo depois de um tempo que ela ajudava a mãe a fazer e ficava muito feliz quando nós, melhores amigos dela, gostávamos do que ela cozinhava. Naruto e Sakura eram parceiros de confusão, eu meio que ia na onda deles. Isso não quer dizer que eu não me divertia, mas do nosso trio, eu parecia ser o que mais analisava todas as consequências que poderiam surgir de nossas ações.

Passamos a estudar na mesma escola. Nossos pais acharam que seria uma boa coisa nós, que éramos tão amigos, convivermos também no ambiente escolar. Foi divertido. Claro que foi ai que começamos a ver que nossas personalidades eram muito diferentes.

Sakura era o destaque da turma. Tinha as melhores notas, os melhores trabalhos, tudo que ela fazia saía perfeito. Podia ser um trabalho de desenho ou uma redação. Era a querida dos professores, e a garota chata para algumas meninas, e linda para alguns meninos.

Naruto era um bobo da turma. Suas notas raramente estavam na média, mas por algum milagre ele nunca ficava reprovado. Era aquele cara engraçado e idiota que toda turma tem. Levantava os cabelos de todos os professores com suas brincadeiras. Arrancava suspiros de algumas garotas.

No meu caso não explicar direito. Eu não tinha nem as melhores nem as piores notas da turma. Sentava-me no fundo da sala com Naruto e com alguns amigos que fizemos. Os professores não pareciam se importar muito comigo, acho que é porque eu era quieto e na minha. Sobre as garotas, bem... elas tinham a mania irritante de me perseguir, nada mais a declarar.

Eu realmente não gostava de lugares com muita gente, ainda mais quando eram todos amigos velhos e chatos dos meus pais. Minha vontade era de estar no meu quarto ouvindo alguns cd’s ou lendo um bom livro, mas segundo minha mãe eu não devia fazer feio diante das visitas.

Cansado me joguei no sofá da sala murmurando o quanto aquilo tudo era chato. Se ao menos o dobe não tivesse viajado eu teria arrumado qualquer desculpas para ir à casa dele.

—Sasuke-kun, porque não aproveita a festa? — Senti o peso dela do outro lado do sofá. Sakura me olhava com aquele mesmo sorriso do dia que a conheci. Tínhamos treze anos.

—Deve ser porque esta festa está muito chata. — Ela riu, e eu senti meu coração um pouco bobo. Era só minha amiga irritante me irritando.

Sakura era a única pessoa que não tinha medo da minha cara emburrada, ela simplesmente se jogava em minhas costas e me fazia rir.

—Eu disse para tia Mikoto que vim estudar com você. — Sakura sorria divertida — Vamos pro seu quarto jogar vídeo game, Sasuke-kun?

Era o que eu mais queria. Sair daquele lugar e ficar um pouquinho sozinho. Subimos as escadas e fomos para meu quarto. Sakura se jogou na minha cama e começou a tagarelar, como sempre. Minha mãe acabou ligando para a mãe de Sakura e pediu para que ela dormisse ali. Lembro que conversamos até muito tarde e eu sentia que cada vez algo crescia no meu peito.

Foi a primeira vez que fiquei velando seu sono.

Foi na escola que vimos que nossa amizade era forte, mas que muitas vezes isso nos afastaria um pouco. Tínhamos interesses diferentes, nossas personalidades moldavam nossas ações. Não eram mais frequentes as visitas que fazíamos uns aos outros, mas a amizade continuava lá.

Acredito que eu fui o que mais mudei. Minha vida mudou. No começo não entendi muita coisa, mas logo percebi o que as mudanças de humor do meu pai significavam. Ele e minha mãe estavam se separando. Quando se tem treze anos não é nada fácil entender o que aquilo significava. Havia a vontade de fazer eles continuarem juntos, o medo de ser o culpado e vários sentimentos que se confundiam dentro de mim. Por muito tempo acreditei que a culpa da separação deles era completamente minha.

Eu achava que não era um filho bom o suficiente, que havia feito algo errado, que não cumpria com minhas tarefas e isso fazia com que meu pai se zangasse e acabasse por descontar sua frustação que sentia por mim em minha mãe. E isso fizesse com que ela se tornasse triste. Quando ele saiu de casa lembro que corri para meu quarto e fiquei lá durante dois dias sem querer fazer mais nada.

Meu irmão me ajudou a superar isso. Começamos a fazer coisas juntos. Ele me ensinou a ajuda-lo na reforma de um carro que ele tinha comprado depois de juntar dinheiro trabalhando meio período. Aproximamos-nos muito nessa época. Hoje eu sei que não podia interferir na decisão dos meus pais de se separarem. Era uma questão que só dizia respeito a eles dois.

Sakura foi a que mais sentiu minha mudança. Eu já não falava tanto com ela. Pelo menos não na escola. Eu sinceramente não sei o que me deu naquela época para ignorá-la daquela forma. Eu simplesmente não conseguia agir de forma normal toda vez que ela vinha até mim com seus olhos brilhando na expectativa de me convencer a fazer alguma coisa. Eu apenas travava e dizia coisas que faziam o sorriso dela morrer.

Eu não queria agir daquela maneira, parecia que algo que me movia, e eu realmente queria trata-la bem. Tudo se confundia em minha mente. Minha vida era dividida em duas. Havia o Sasuke garoto popular do colégio, quieto e frio. E o Sasuke da Sakura. Digo Sasuke da Sakura porque com ela, sozinhos em algum lugar, eu conseguia conversar, conseguia ouvi-la por muito tempo, mas quando as pessoas se aproximavam meu outro “eu” voltava.

***

Os céus estão chorando
Eu estou assistindo
Pegando as lágrimas em minhas mãos
Somente silêncio, tem o seu fim

(Skyscraper – Demi Lovato)

O primeiro sintoma foi aos dez anos. Ela corria entre as árvores procurando os dois amigos. Haviam combinado que naquele dia tentariam pegar algumas goiabas no quintal da senhora Saeko. Ela estava feliz, adorava as traquinagens que Naruto inventava e já imaginava a cara de irritação que Sasuke faria. Suas bochechas rosaram. Ela gostava de Sasuke e de sua cara emburrada.

Logo encontrou seus amigos e começaram o plano de Naruto. Conseguiram 20 goiabas e desataram a comer sob a sombra de uma frondosa árvore. E eles riam e se divertiam. E ela realmente estava feliz, até que viu seu amigo Naruto olhando para ela com medo dos olhos.

—Sakura-chan! Tem sangue no seu nariz. — Passou a pequena mão no nariz o viu o liquido rubro manchar sua pele.

Sasuke não pensou duas vezes, tirou a camiseta que usava e deu para a pequena garotinha colocar no nariz. Os dois levaram Sakura até a casa dela e viram-na sumir atrás da porta com seus corações apertados.

A vida dela nunca foi a mesma depois daquela tarde. Não conseguia entender muito bem, mas os olhos preocupados de seus pais depois de saírem do consultório de um dos muitos médicos que visitaram, mostrava que não era nada bom.

Ela não sabia o que estava acontecendo. Levavam ela para vários locais onde era obrigada tirar o casaco e estender o braço de onde tiravam sangue. Ela perdeu as contas de quantas vezes sentiu o espetar da agulha em sua pele frágil. Tudo isso só por causa de um pouquinho de sangue que saíra do nariz dela.

Ela simplesmente queria esquecer tudo aquilo, deixar de ir a todos aqueles lugares branco que deixava ela triste e voltar a correr por todos os lugares com Sasuke e Naruto. Ela sentia falta das tardes que passava com eles. Desde aquela tarde seu tempo com os meninos diminuíra, sua mãe não permitia que ela corresse como antes, ou subisse em árvores.

Sasuke e Naruto só tinham permissão para brincar com ela na garagem, e caso a brincadeira exigisse esforço físico a ela só era permitido observar. Ela não gostava daquilo, mas com dez anos nenhuma garotinha pode mandar em seu próprio nariz então ela apenas seguia todas as regras de sua mãe.

Aos doze anos ela descobriu o porque de tantas restrições e de tantos remédios que tinha que tomar, eles tinham um gosto amargo. Era um domingo e fazia sol. Ela queria sair para se encontrar com Sasuke e Naruto. Tinham combinado de tomar banho na piscina da casa de Sasuke, ela estava animada. Passaria um domingo divertido com seus amigos.

Próximo ao horário que ela devia sair sua mãe entrou no quarto dizendo que precisavam conversar. As palavras que ela usaram foram simples e delicadas, queria explicar a filha da melhor forma possível. O mundo da pequena garota de doze anos começou a cair quando ela soube que era doente.

Então aquela era a explicação para tantas restrições, tantas regras, ela estava doente, e por mais que sua mãe não tivesse dito daquela forma, ela soube que não havia volta, era uma doença par aa vida toda. Sakura não chorou , nem gritou, apenas recebeu o abraço de sua mãe que em meio a lágrimas tentava confortar a filha.

Ela não sabia o que pensar. Ela tinha amigos maravilhosos, sua vida era feliz, tirando a parte dos remédios, a doença não era uma coisa tão ruim assim , não era? Parecendo não se dar conta de que sua vida estava condenada ela foi se encontrar com os amigos. Aproveitou aquele dia o melhor que pode.

Toda vez que ela olhava para Sasuke sentia uma coisinha no coração. Ele parecia tão perfeito ao fazer tudo. Sorria de uma forma que dava a ela vontade de sorrir e ela gostava tanto do som da voz dele. Passou a sentir suas bochechas esquentarem e suas mãos suarem quando ele estava por perto. Era estranho para ela senti aquilo, uma coisa nova.

E começou a agir feita boba na frente dele. Às vezes entrava em seu quarto e ficava pensando e relembrando todos os momentos que tiveram juntos. Ela gostava de passar os dias com ele, e as vezes sua mãe permitia que ela dormisse lá. Eles ficavam conversando até tarde ou jogando vídeo game. Aquilo parecia que nunca iria acabar.

Ela não se importava com doença nenhuma. Eram apenas remédios que ela tinha que tomar, cuidados que deveria ter. Não podia sair sem um casaco e não podia esquecer de tomar nenhum remedinho. Sakura não encontrou motivos para contar a Sasuke e a Naruto o que estava acontecendo, contar só levantaria preocupações bobas e fariam com eles não quisessem mais sair com ela.

Só que sem aviso as coisas começaram a mudar. Sasuke já não lhe dava tanta atenção e ela sentia tristeza por isso. Tentava encontrar motivos para que ele se afastasse mas não os encontrou. Ela poderia ter feito algo que o magoou de tal modo que fez com que ele se afastasse? Ele passou a ficar distante, calado.

A época da separação dos pais dele foi a pior. Sasuke sequer olhava em direção a ela, e Sakura sentia seu coração se apertar toda vez que era ignorada por ele. As vezes ia para a casa dele e ficava por horas esperando que ele falasse algo enquanto jogavam vídeo game. Depois de um tempo ele voltou a falar, mas já não era o mesmo Sasuke.

Pareciam duas pessoas diferentes. O Sasuke da escola e o Sasuke de casa. Na escola ele a ignorava totalmente, quando ela se aproximava ele a dispensava com uma frese grosseira. Na casa dele era diferente, conversavam e riam, parecia que a amizade continuava a mesma, e em momentos como aquele ela se sentia feliz realmente. As dores que passou a sentir não importavam, ela ignorava e tomava o analgésico que o médico receitara.

Ela não se importava muito com aquilo, Estar com ele em momentos únicos era suficiente. O tempo passava e o sentimento crescia, junto com ele a doença se alastrava.




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Notas finais do capítulo

Espero que vocês gostem. Se quiserem me sugerir frases para usar no começo dos capítulo estou aceitando. Eu realmente amo essa fanfic e quero que vocês amem também. Espero os comentários :)



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