New life - History of teenagers escrita por GabiElsa


Capítulo 61
Há pessoas que nos surpreendem


Notas iniciais do capítulo

HI GUYS!!!!! Como vcs estão? Me respondem!!!
É, faz muito tempo que não atualizo nada por aqui, mas só quero que saibam que não irei abandonar nenhuma fanfic, ok?
Bom, não tenho nada a falar então.
Boa leitura



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Pov Rapunzel

"Okay. Manterei a postura séria que venho formando em mim mesma há um tempo. Não darei escândalos desnecessários e muito menos inapropriados para a situação. Ficarei feliz com o resultado seja lá o que for. Mas principalmente, não me desesperarei com o tamanho da agulha ou com a quantia de sangue que tirarão de mim."

Esse foi o pensamento que me obriguei a decorar para não me amedrontar tão cedo. Se deu certo? Imagina uma risada alta. Agora tente ouvi-la. Conseguiu? Essa é minha risada que lhe dou na cara.

Obviamente que não.

Quem eu tava tentando enganar com isso? Até uma criança riria desse pensamento tosco que arrumei. Não me desesperarei com o tamanho da agulha e a quantia de sangue que tirarão de mim? HAHAHAHAHAHAHAHAHAHA... Queridos, eu quase tive um derrame ao ver aquela coisa na mão do médico. E o sangue? Me senti tão agoniada vendo aquela mangueira sugar meu doce e vermelho sangue que tive ânsia de vomito, que engoli para não sujar a sala porque sou uma menina tímida que iria morrer de vergonha se vomitasse na frente de pessoas desconhecidas. A única que eu não teria essa frescura seria com a minha mãe Suzanne.

Falando nela, a mesma estava tão nervosa quanto eu. Estava pasma, mordiscava a unha e não conseguia sequer olhar para Gothel, que estava muito tranquila. Deve ter certeza que sou sua filha, pena que eu fui perdendo essa certeza nessa semana.

Gothel não se parecia comigo. Não me refiro a aparência e sim os jeitos ou gostos. Tudo bem que não fui criada por ela, mas me sinto tão estranha com nossas conversas. Ela me corta, me critica e me julga pelos meus atos fúteis. E isso me irrita e me chateia profundamente.

Anyway! Eu estava numa salinha que me largaram para esperar pelo resultado. A pequena sala possuía paredes brancas com quadros enfeitando-as de diferentes tipos, que me interessei rapidamente. Em uma parede específica, tomando-a um grande espaço, um vão envidraçado possibilitava a visão da calçada há metros abaixo. Havia poucos móveis como quatro poltronas, uma mesinha de centro com revistas sobre ela, uma mesa de vidro circular com duas cadeiras acolchoadas e um painel de televisão, onde estava ligada num canal de clipes. Odiava ficar no silêncio, principalmente quando estou nervosa ou ansiosa com algo. A música me distrai, levando-me para meus devaneios ou sonhos estúpidos que de vez ou outra eu tenho.

O clipe que passava naquela grande tela me pegou de surpresa, era um clássico que cantei muito na minha adolescência. Ah! Falou a adulta. Mas sério, estava passando As Visões da Raven. Se eu fiquei parada para apenas observar e curtir o som? Claro que sim! Mentira. Saí do sofá num pulo desajeitado e comecei a rebolar e requebrar conforme o ritmo. Eu estava sozinha mesmo, que mal faz dançar para esquecer a tensão, não é mesmo? Mesmo? Mesmo!

— Se você quer ver o futuro. Futuro. Acho que sim vai ser melhor. Vai ser melhor. – Comecei a cantar enlouquecida, apanhando o controle da TV na mesinha de centro, o fazendo de microfone. – Só que nada é tão seguro. Vai Ray. Pode ser até melh-... Pior. Pior. – Ri de mim mesma e me virei.

— Que gata é essa na minha frente? – Me deparo com Flynn me fitando de cima a baixo com o olhar mais malicioso possível, deixando-me constrangida a ponto de desligar a TV e me sentar numa das poltronas, encolhendo-me entre as pernas. – Por que parou? Você fica tão sexy quando dança. – Se aproximou com um sorriso de lado, deixando umas sacolas de papel sobre a mesa. Sinto um peso próximo a minhas pernas, notando que Flynn sentara ao meu lado, não se importando com o aperto, aproveitando para me acariciar. – Pelo visto já se animou. – Beijou-me no topo da cabeça.

— Humm. – Resmungo como resposta.

O olho de cima a baixo e analiso sua roupa recém trocada. A blusa de manga, listrada nas cores azul marinho e branco chegado ao cinza, lhe caiu perfeitamente. A calça jeans de lavagem escura valorizou seu físico, que, não vou mentir, me chamou atenção. A botina azul combinou com seu estilo e fez uma referência com a cor da blusa. Os acessórios, dominados na cor preta, quase passaram imperceptíveis pelos meus olhos. 

— Ainda está com fome? – Indaga e o encaro perplexa.

— Se eu estou com fome? Tô prestes a desmaiar. – O respondo dramaticamente, fazendo-o rir.

— Advinha o que eu trouxe. – Falou enquanto levantava rapidamente, pegando as sacolas e se sentando em outra poltrona, me estragando uma.

Me ajeitei e apanhei a misteriosa sacola, que pressenti ser comida por causa do cheiro que emanava. Cheiro de carne e gordura. Quando desembrulhei a comida e vi o que era, vi-me com aquela cara de vomitando arco-íris.

HAMBÚRGUER!!!

— Você é o melhor namorado do prédio. – Seguro suas bochechas com uma das mãos e beijo seus lábios rapidamente. Mas percebo um ponto de interrogação em seus olhos. – Por que está me olhando assim?

— Melhor namorado do prédio? – Questiona confuso.

— É, porque do mundo já é demais. – Sinto o peso de seu olhar sobre mim. O que eu faço? Ignoro, pois estava concentrada mais em comer do que falar.

— Assim você me joga pra baixo. – Fala rindo. – Mas tenho sorte por também me fazer reerguer. – O fito enquanto mastigava, vendo o olhar carinhoso que estava me lançando. – Manjado nada. – Ironiza a si próprio.

— Foi tão original que você devia começar escrever cantadas na Internet. – Falo sarcástica. Nos encaramos por segundos e passamos a rir.

— É bem melhor ver você rindo do que chorando, sabia? – Flynn resolve sentar no chão para fazer a mesa de centro como bandeja para comer, e eu faço o mesmo, ignorando a ideia de irmos para uma mesa há poucos metros de nós. – Que horas sai o resultado? – Pergunta como quem não quer nada.

— Olha amor, eu não queria falar disso agora. Estava tão bom, a gente aqui comendo e conversando.

— E você dançando. – O fito descrente.

— Desnecessário Flynn. – Rio e ele ri junto a mim, me puxando para um abraço.

— Tô brincando. Não sério, tava muito legal ver você requebrando, faz pra mim vai. – Dou um soco em seu braço livre e deixo meu hambúrguer na mesa, igualmente Flynn, que me abraçou fortemente.

— Seu pervertido. – Falo contra seu peito.

— Um pervertido que você ama. – Nos separa, segurando minha cabeça delicadamente.

— Principalmente ele. – Murmuro no pequeno espaço entre nossas bocas, o quebrando rapidamente com um beijo longo e calmo.

Sinto seu braço por trás de minha nuca e uma das mãos em minha bochecha, me puxando para intensificar suas carícias. Minhas mãos o puxavam pela camisa e, volta e meia, o abraçava, roçando minhas unhas em suas costas de uma forma carinhosa.

— Ham... Rum! – Ouço um pigarro e corto o beijo, levando meu olhar em direção ao som, me deparando com meu "pai" encostado na lateral da porta, com os braços cruzados e um olhar significativo para Flynn, que percebeu minha tensão e vergonha estampada em minha cara e virou-se ligeiramente ao mesmo tempo em que forçava uma careta engraçada, de medo.

— Olá senhor... Rum. – Balbuciou Flynn, tirando o braço de meus ombros e o cruzando com o outro enquanto fitava a mesa.

— O que foi? – Perguntei com uma voz falha. – O resultado saiu?

— Sim, felizmente. Mas iremos esperar o doutor entregar-nos pessoalmente. No entanto, ele teve um contratempo e daqui a pouco irá voltar ao seu escritório com o resultado em mãos. – Proferiu com calma, mas seu semblante estava o oposto. Ele estava nervoso e aparentava ter medo do futuro, fazendo com que meu coração se quebrasse em pequenos tamanhos, de tanta dó que senti.

— Tudo bem. Ham... Irei chamar Gothel. Ela disse que iria esperar no banheiro. – Me levantei com a ajuda de Flynn e caminhei até a porta, passando pelo meu "pai" sem antes de lançar-lhe um sorriso de conforto, que retribuiu.

Saí daquela sala ajeitando minha roupa, que havia trocado no caminho a clínica.

A calça jeans escura valorizava meu corpo e me sentia confortável com ela. O par de tênis preto deixava meu look despojado, mas mantinha meu jeito fofo por estar com os cadarços alinhados perfeitamente. O moletom cobria toda a área superior de meu corpo, exceto a cabeça e as mãos, me deixando quentinha.

— Gothel! – Berrei pelos corredores a fim de achar uma mulher de cabelos encaracolados, de corpo esbelto que trajava um vestido vermelho. – Sra.Gothel! – Andei em direção ao banheiro, mas não a encontrei por lá, me deixando em dúvida. Onde será que essa mulher se meteu? – Mãe! O resultado saiu. – Tentei mais uma vez, mas não obtive sucesso.

Meus passos foram acelerando conforme minha preocupação aumentava. Será que ela foi embora? Ai meu Deus! Se ela foi embora, então significa que... Eu não sou sua filha... Mas então por que ela quis vir para fazer o exame? Não, ela ainda está aqui em algum lugar.

Com passos rápidos cheguei até a porta do banheiro feminino, empurrando-a em seguida, aos berros, pois caso Gothel escutasse já saberia onde eu estava.

— Saiu o resultado! – Quando terminei de adentrar o banheiro, percebi que estava sozinha e sem ninguém comigo. Quer dizer. A loira do banheiro talvez... Ai, credo! Estremeci e saí feito uma criança para fora.

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Pov Jack

Sabe quando você chega na casa do seu melhor amigo e não sabe o que pode ou não comer? Era essa minha dúvida a respeito de hambúrgueres congelados. E tal dúvida me deixou um tempo pensando, frente à geladeira, babando por aquela comida.

— Vai uma cerveja? – Indaga Hic, com uma garrafa na mão.

— Até parece que você não me conhece. – Brinquei sem fitá-lo e ouço o som da tampa sendo retirada do gargalo. Me viro para apanhar a garrafa e logo em seguida a pego, virando-a para beber a cerveja que nela continha. – Vamos estudar primeiro ou nos divertir um pouquinho? – Pergunto, largando a mochila no chão, sem me preocupar com reclamações, afinal, a tia Valka estava trabalhando e o tio Stóico estava pela cidade a negócio.

— Quer ver o jogo que comprei recentemente? – Sugere, embora soubesse minha resposta.

— Bora lá. – Pegamos nossas mochilas e subimos para o piso superior, adentrando logo em seguida o quarto dele.

— Mas já vou avisando que não podemos ficar aqui por muito tempo. Cronometrei nosso tempo e temos exatas três horas de estudo e uma de descanso. – Hiccup fala num tom autoritário, mas não o levei tão a sério. Geralmente, quando me dedico numa coisa, eu consigo fazer e terminar. Mas às vezes não ligo pra nada e me ferro depois, principalmente quando vejo algo que gosto muito.

— Cara, relaxa. – Joguei minha mochila num canto e me sentei na cama. – É só ficar de olho no horário. – Ele balançou a cabeça, rindo de lado enquanto conectava os cabos e fios na sua TV nova.

Tomei mais um gole da minha bebida e busquei reparar no quarto de Hiccup. A persiana da janela estava aberta, os bonecos de ação estavam todos na prateleira em cima da TV, o cobertor de pele de animal estava na cabeceira da cama e seu elmo preferido estava pendurado e exposto no cabideiro. Ri sozinho ao pensar do por quê eu ainda sou amigo desse ser.

Falando em Hiccup, não havia percebido, mas ele estava estiloso. A blusa preta e branca lhe deixava com uma aparência mais relaxada. A calça um pouco larga, de lavagem clara, combinava bastante com o tênis vermelho escuro. A touca e o relógio traziam um pouco de despojo ao look.

Credo! Tô falando que nem a Punzie. Sai fora!

Bebi um pouco mais de cerveja e peguei o controle. Hiccup também fez o mesmo e sentou-se no puff que tinha ao lado.

— Pronto? – Pergunta com um olhar desafiador.

— Pronto. – O encaro com cumplicidade. Sabia que não iria perder. Claro, ele podia ser melhor porque tem o jogo em casa. Mas jogo com Hiccup desde que nasci, manjo de todos seus truques e estratégias. Isso é minha vantagem.

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Após algumas partidas, gritando, xingando, pulando e quase socando a cara de Hic, desisti. Já não aguentava mais. Minha cabeça estava explodindo, e confesso que queria mijar. Também, bebi quatro garrafas há algumas horas e não fui ao banheiro até agora. Não estava bêbado, mas conseguia sentir um pouco de tontura.

— E aí? Topa mais uma? – Faz a tentação Hiccup, me olhando irônico. Ele ganhou várias vezes, enquanto eu ganhei duas. Já me irritei na quinta partida, mas pude sentir que não era apenas o jogo.

Meu celular vibrou em meu bolso e logo o peguei, desbloqueando a tela e logo me deparando com uma foto de Elsa.

Automaticamente, um sorriso se expôs em minha boca. Lembranças que nunca esquecerei vieram à cabeça, me deixando relaxado e totalmente calmo. Meu coração começou a bater mais rápido e um calor subiu até meu pescoço.

Agr! Como eu queria beijar aquela boca. Sentir aquele cheiro doce que me manipula de um jeito inexplicável. Ah! E aqueles olhos que me hipnotizam até o inesperado. Aquela pele tocando a minha... Agr! Preciso vê-la.

— Jack! Jack. – Uma voz me tirou de um devaneio de rotina, fazendo-me acordar para o mundo real.

— O que é?! – Pergunto irritado, levando-me da cama de súbito.

— Deixa adivinhar... Tava pensando na Elsa. Não é? – Aquela pergunta me surpreendeu, pois não esperava que Hic soubesse dos meus pensamentos. Especialmente a respeito de Elsa.

— Como você sabe? – O questiono, com a sobrancelha arqueada. – Não me lembro de falar sobre a Elsa hoje. – Ele me olhou confuso e irônico ao mesmo tempo.

— E precisa ficar falando? – Riu. – Quando não tá com ela, ainda sim pensa. Mas isso não é tão comum como tá agora. – Me analisa com a mão no queixo. – O que te deixou assim? – Voltei a me sentar, completamente assustado.

Como é que Hic me conhece tão bem? Talvez até melhor do que eu.

— Ham... Como assim? Me deixou como? – Pergunto.

— Sei lá. Ham... Distante. Preocupado. Talvez arrependido. – Arregalo os olhos e lembro que não havia contado a Hic sobre minha conversa com Elsa, sobre a primeira vez dela.

— Mano! Lembrei que tenho que te contar uma coisa. – Rapidamente, a feição de Hic se tornou de calma para aterrorizada.

— O que? Fala. – Se aproximou um pouco. Porém, ao perceber minha cara de malicioso e um tanto incompreensível, Hic fechou a cara por segundos e cruzou os braços. – Você teve coragem de falar sobre o Snowboard? – Assenti, rindo. – Cara...

— Eu sei, eu sei. Foi arriscado, mas até que ela aceitou numa boa. Conversamos sobre o final de semana e a autorização dos pais dela. – Me levantei, indo até um espelho, arrumar minha roupa.

— Sei... Mas, vem cá, vocês tinham falado disso antes, né? – Quando ouvi essa pergunta, vasculhei minha memória e lembrei que comentávamos a respeito disso. No entanto, lembro também que faz muito tempo que a gente não toca no assunto ou ao menos tenta fazer.

— É... – Cocei a nuca e franzi a testa. – Já faz um tempinho que não conversamos sobre isso. – Hic ficou me encarando incrédulo. – Que foi?

— Arg! Jack. Não me diz que depois de semanas você foi falar com ela sobre isso. – Lambi os lábios, me sentindo muito culpado e curioso, afinal, o que eu fiz de errado? Esse cabra é doido.

— Na verdade... Sim. – Ele me olhou ainda mais desacreditado. – Mas, qual é o problema? – Indago, tentando me defender. – Não vejo nada demais em chegar nela e ser sincero.

— Jack. Escuta. Você não pode simplesmente chegar numa garota igual à Elsa e chamar para dormir contigo. – Falou num tom irritadiço.

— Por que não?

— Porque agora ela deve tá nervosa, ansiosa e até mesmo com medo. – Eu iria rebater essa dedução. Mas parei e pensei. Elsa deve estar pensando nisso até agora e talvez pensando bem antes de ir comigo por estar com medo. Ai, merda! O que foi que fiz?

— Você tem razão. Que burrada que eu fiz. – Apoiei meus cotovelos nas coxas e abaixei a cabeça, enterrando meus dedos nas mechas do cabelo.

— Relaxa, mano. É só uma dedução. Ás vezes eu posso ter me enganado. – Fito Hiccup de soslaio e arqueio uma sobrancelha.

— Vem cá desde quando você que é o conselheiro amoroso daqui? – Pergunto com um sorriso desconfiado.

— Acho que o aprendiz virou o professor, não é mesmo? - Rimos.

Desde nossa adolescência, sou eu que incentivo e ajudo Hiccup com situações amorosas. E vendo que esse retardado consegue se virar sozinho e ainda tem tempo para me ajudar, me faz pensar que fui um bom amigo.

— Mas e aí? O que pretende fazer agora? – Pergunta como quem não quer nada.

Suspiro pesadamente e o fito, enquanto arregaçava as mangas da minha blusa.

— Primeiro vou mijar. – Levanto de onde estava sentado. – E segundo, vou ligar para a pizzaria e rezar para que chegue atrasada. – Caminhou em direção a porta. – E terceiro, vou ligar para minha namorada mais gata desse mundo e dizer que a amo. – Saio do quarto indo em direção ao banheiro, mas ouço Hic gritar.

— E os estudos?!

— Fica como quarto. – Grito de volta, ouvindo os risos do quarto.

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Pov Elsa

— X é igual a menos B mais ou menos a raiz de delta sobre duas vezes A. – Era a quarta prova preparatória que respondia naquela tarde, e confesso que já não via a hora de chegar sexta. Eu sei que sexta é a prova definitiva, mas pra falar a verdade eu estava me sentindo confiante. Já sabia de toda a matéria, mas é óbvio que não tenho tudo guardado em minha mente. Há coisas que tomava grande espaço nos meus pensamentos, como Anna, meus pais, a carta de Julliard. Mas havia uma coisa que não conseguia esquecer. Algo que mesmo que eu queira resolver, não arrumava coragem o suficiente para enfrentar.

Com um suspiro totalmente audível, larguei meu lápis na divisória do grosso livro de álgebra e prendi meu cabelo com uma caneta, que estava ao lado dos cadernos.

Eu estava estudando no balcão da cozinha, esperando por Anna, que disse que iria comprar lanche e até agora não havia voltado. Estava começando a ficar preocupada. Olhei para meu celular e vi as horas. Droga, já fazia mais de minutos que Anna saiu.

Com minhas pantufas de monstro azul, levantei-me do banquinho e passei a deslizar pelo piso liso, indo até o armário para pegar pipoca e ingredientes para fazer chocolate quente, pois estava começando a esfriar um pouco. Ajeitei as mangas de meu moletom e desdobrei meu short jeans – sim, eu usava short no inverno. Peguei o pote de pipoca e um pacotinho na dispensa, que logo abri e coloquei no microondas. Após isso, coloquei o leite para esquentar enquanto pegava os marshmallows.

— But I won't hesitate no more, no more. – Ouço vozes vindas da sala e resolvo verificar, mas antes de conseguir ir até a porta da cozinha, me deparo com uma louca na minha frente, cantando e dançando. – It cannot wait, I'm yours.

— Anna! Que é isso? – A reprovo e a doidinha arremessa a calça de neve no chão da lavanderia, expondo o short de moletom cinza escuro. Noto que ela já havia deixado as botas na varanda, pois estava apenas de meia. Seu cabelo estava preso num coque elaborado que a mesma havia feito.

— Canta aí, Elsa. – Ela me entrega uma vasilha cheia de morangos e caminha até a pia, lavando as mãos em seguida. – So I won't hesitate no more, no more. It cannot wait, I'm sure. There's no need to complicate, our time is short… Vai Kris. – Não entendo de primeira, mas ao virar-me dou de cara com o individuo loiro, que sorria travesso.

— This is our fate, I'm yours. – Ele cantou sorrindo, enquanto fitava Anna, isso me aqueceu por um momento, mas... Que diabos ele fazia aqui? – E aí cunhada? Humm, cheiro de pipoca. – Ele adentrou a cozinha e se sentou onde eu estava.

— Sem querer ser chata, ou já sendo a partir de agora... Tá fazendo o que na minha casa? O trato não era você na sua e a Anna na dela até a prova? – Anna e Kristoff se entreolharam cúmplices, mas Anna rapidamente me fitou.

— É que eu pensei: Kristoff me ajuda em matemática e achei que ele poderia vir pra cá me... Bom, ajudar. – Riu sem-graça.

— Ah, sei. – Proferi, tomando minha atenção a outras sacolas em cima da pia. – O que é isso? – Anna me pareceu animada com minha pergunta, pois num pulo me mostrou tudo que havia comprado.

— Esqueci de avisar. Kristoff e eu faremos hoje um nhoque de carne para comermos mais tarde. – Respondeu enquanto abraçava Kristoff e beija sua bochecha.

— É, mas se não for boazinha com a gente, você nem vai sequer tocar nesse nhoque, falou? – Cruzo os braços e arqueio a sobrancelha.

— Querido, e desde quando você manda algo em mim? – Ele franze a testa e me encara superior.

— Desde que me entendo por gente.

— Há! E você é gente? – Anna ri baixinho, e Kristoff fica sem argumento.

— Tá legal. Vamos logo começar com isso que tô sentindo meu estomago roncar. – Separa Anna, que faz Kristoff se levantar para ajudá-la a cozinhar.

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Pov Rapunzel

Caminhei por aqueles corredores à procura de Gothel, completamente apreensiva. Afinal, onde se meteu essa mulher? Procurei em todas as salas de espera de todos andares daquele prédio e nada dela. Estava tão preocupada no que poderia ter acontecido que nem me lembrei do horário. Por isso, ajeitei meu cabelo e passei a me apressar naquela busca. Entrei em salas que não podia e pedi informações paras as pessoas que passavam por mim.

Agr! Gothel. Onde está você?

Pressenti que poderia ter me perdido, porque o prédio era enorme e, além do mais, não conseguia lembrar-me do meu andar e muito menos da área em que estava. Ah! Essa minha memória tá envelhecendo mais rápido que eu. Daqui a pouco to jogando bingo com as vozinhas ou xadrez no Central Park.

Comecei a me irritar.

— GOTHEL! – Berro com raiva e acabo por entrando numa área restrita, sem querer. – Ham... Tem alguém aí? – Pergunto pro além, porque não via nada mais do que um balcão vazio e uma sala com cadeiras vagas, apenas as máquinas de alimentos funcionando. Opa! Se Gothel não estiver aqui vou comprar um doce. – Manhê! – Com passos lerdos, caminho até um corredor e me deparo com uma porta entreaberta, com barulhos vindos de dentro. – Licença. Estou procurando pela minha... – Por um segundo vi meu coração parar de vez e minha respiração não voltar à normalidade. – O-oque faz aqui?  - Pergunto com o máximo do esforço que encontrei em mim mesma.


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Notas finais do capítulo

E aí??? Gostaram??
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PS: Palavras marcadas são os links dos looks.



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