New life - History of teenagers escrita por GabiElsa


Capítulo 57
A história de uma adolescente confusa


Notas iniciais do capítulo

HI GUYS!!!! Demorei dias, talvez algumas semanas ou quem sabe um mês. Mas tô de volta EEEEEEEE.
Nos vemos lá embaixo e se prepara pra treta muahaha.



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Pov Jack

Aquele vento gelado batia em minhas costas como se fosse água do chuveiro em hora de banho. Abri aos poucos meus olhos e pude ver a nitidez da luz do sol no meu daquele breu que estava meu quarto. Levantei devagar, ajustando meu calção na cintura e esfregando meus olhos cobertos de remela. Minha boca estava seca, mas ao mesmo tempo úmida dos restos de saliva. Fui ao banheiro me aliviar e logo escovar meus dentes, que fiz questão de verificar o branqueamento.

Dei alguns passos pra fora do banheiro e logo entrei no meu quarto procurando meu celular, o qual eu peguei e vi as notificações.

Eita merda! Tô ferrado! Hoje tinha competição de skate. Ih! Fudeu.

Larguei o celular na cama e fui à procura de uma calça jeans, uma camisa limpa e meus tênis. Por sorte, estava tudo no meu armário... Cheguei até estranhar porque minhas roupas de mendigo ficam espalhadas pelo quarto, só deixo as mais, digamos... Caras guardadas e passadas. Minha mãe deve ter arrumado meu quarto enquanto eu estava na casa do Hic. É que nas férias eu passei alguns dias, ou talvez semanas, na verdade um mês na casa dele, zoando, aprontando e até de vez em quando stalkeando alguns faces de algumas garotas, mas isso não importa né.

Calcei meus tênis e corri pra sala, pegando meu skate próximo ao armário de casacos.

– Cuidado, filho - Ouço a voz da minha mãe. Como ela sabia?... Aff dane-se.

– Tchau mãe - Grito abrindo a porta - Te amo - Fechei a mesma e comecei a andar na calçada, cumprimentando os vizinhos com meu sorriso simpático, exceto o senhor George que não larga do meu pé, dizendo que qualquer dia vai chamar a polícia porque usei a lixeira dele pra fazer um giro de 180. Qual é? O cara usa uma caçamba pra jogar duas sacolinhas de papel higiênico e de embalagens de comida orgânica, é claro que eu tinha que raspar meu bebê naquela coisa lisa. Mas só pra provocar, peguei o jornal que o garoto iria entregar e joguei na porta dele - Bom dia senhor George, lindo domingo pra um role, não acha? – O velho rabugento pegou o jornal e forçou uma cara aborrecida.

– Fica longe do meu gramado seu moleque exibido - Gritou ele segurando a xícara de café. Rir de seu aviso e remei mais rápido, indo pro asfalto até a esquina, chegando na praça com um impulso do carrinho de churros da dona Catrina.

– Jack! - Berra meu nome Hiccup, que a me ver caminha até mim - Tá atrasado, cara - Dei os ombros - Achei que não iria vim.

– Tá brincando? Competição de skate em dia de domingo, tem coisa melhor? – Ele ri pelo nariz e me segue para a pista, enquanto me ajudava com os protetores - O dia tá ensolarado, o vento tá fresco e pra um dia de outono até que tá quente - Meu amigo assentiu, concordando.

– Acha que você tem chance com o Thompson? – Pergunta ele. Hiccup não me parecia preocupado. Ele me parecia apreensivo e trazia um ar de competitividade.

– Olha, se você consegue ganhar uma competição de Robótica, tenho certeza que posso vencer esse cara - Falei me sentando na arquibancada, ajeitando meu capacete. Todos que estavam por perto me cumprimentaram, dando seus boas sortes e outros me provocando, apoiando meus rivais.

Comecei a sentir minha adrenalina subir, minha respiração ficar acelerada e meu sangue gelar. Hiccup estava quase igual, porque ele também ia competir na bike. No entanto, seu nervosismo era por outro motivo, pressenti assim que vi seu olhar na tela do celular. Resolvi indagar.

– Ta legal, se abre - Ou quase isso - Vai me falar o que aconteceu ou vai fazer drama? - Seus olhos ficaram cobertos de curiosidade e senti o peso que ele estava carregando, bufando por fim, desistindo de prender o problema.

– É que estou preocupado com a Astrid - Bufo, revirando os olhos antes mesmo de ele começar a história.

– Qual é Hic. Eu me preocupando contigo e você vem me falar da sua loira. Ah vá - Ele arqueou a sobrancelha, indignado - Tá, conta. O que tem a Astrid.

– Ela tá agindo estranha... – E isso é novidade? - Sei lá, não é a Astrid que eu conheço.

– Ela deve está passando por uma fase de crescimento - Respondo. Ele ficou me olhando como se eu fosse um psicopata - Tá legal, confesso que mulheres não está na minha lista de problemas resolvidos - Ele rir de lado - Mas tenho umas ideias que pode acender a chama do amor - Falo num tom dramático. Rimos e ele deu umas leves balançadas, negando com um sorriso.

– Tô de boa, mas valeu assim mesmo - Assenti suspirando - Sei me virar.

– Okay, você que sabe - Peguei meu skate e segui pra pista, onde já me esperavam pra me ver - E AÍ GALERA! - Gritei e skatistas de todos os cantos daquela praça se aproximaram - Pra quem não sabe sou Jack Frost, um dos primeiros campeões da Praça do Sven's e quero saber: Quem quer me desafiar num lance de manobras radicais? – Assim que perguntei, uma galera veio me desafiando a fazer coisas malucas e perigosas, obviamente eu aceitei todas até a hora do almoço, a qual corri pra casa comer porque a fome já estava tocando.

Cheguei em casa e logo me sentei à mesa com minha família.

– E aí meu povo lindo - Falei me sentando ao lado de Lara, que estava colocando sua comida no prato - Adivinha quem deu uma surra no Thompson?

– Seu amigo Hiccup? – Sugeriu meu pai.

– Como você sabia? - Pergunto franzindo a sobrancelha. Depois da minha conversa com Hic, ele foi comigo na casa do Thompson e demos um show na piscina dele, ele na bike e eu no skate, dando manobras de arrepiar.

– Eu vi seus amigos gritando o nome dele - Responde sorrindo - Pelo jeito ele não está tão nerd como quando era criança.

– Pois é. Anos de convivência comigo dá nisso - Falo rindo.

– Ainda bem que a idiotice não pega fácil - Resmunga Lara. Que menina abusada.

– Já teve experiência né - Resmungo pra ela e ela me olha de canto, mas logo fiz uma careta e ela riu.

– Amanhã vão entregar as instruções da prova universitária, não vão? - Pronuncia-se minha mãe, me servindo a salada.

– Vão. Já até comprei uma caixa dos lápis pra não ter risco de quebrar a ponta - Enfiei uma gafada de arroz na boca.

– Muito bem filho - Faço um toca aí com meu pai - Depois dessa prova podemos comer fora.

– Okay pai - Falo sorrindo e logo enfiando outra garfada na boca.
É, a prova diabólica que no terceiro ano nos dão para ver nossa nível, digo, o quão nós somos inteligentes para ser escolhidos nas universidades. Essa prova é criticamente importante, por isso que tô estudando há mais de um mês, e nem sei a matéria pra ser sincero, só estou garantindo minha nota.

*-^

Algumas horas se passaram e confesso que nem percebi, até porque quando você está assistindo uma série você tende a permanecer no sofá até terminar pelo menos uma temporada, ainda mais quando é domingo, o dia que você não tem nada pra fazer, a não ser ir pra igreja e às reuniões de família. Domingo é o dia do tédio misturado com preguiça e sono.

Fechei meu notebook e fiquei largado na cadeira procurando minha diversão no teto do quarto. AH QUE MERDA! Porque não me chamam logo pra uma farra?

Minha visão ficou abençoada de repente. Por quê? Porque estava vigiando Elsa limpando seu quarto, enquanto dançava e cantava com sua afinadíssima voz. Pelo jeito que ela dançava, deduzi que ela estava escutando Watch Me, uma das minhas músicas preferidas.

– É Frost, a diversão já vai começar - Murmuro pra mim mesmo com um sorriso malicioso.

Pov Elsa

Naquela plena manhã de domingo eu despertara exaustivamente exausta, vestígios da noite passada a qual quase não dormi por conta de energéticos que circulavam em meu sangue e subiam a cabeça me obrigando a ficar acordada até esgotar toda minha energia pulando, dançando e por aí vai. As claridades dos primeiros raios de sol me fizeram abrir os olhos para logo levantar e começar o dia com um belo sorriso no rosto, no entanto, ao me deparar com as horas de meu despertador esse tal sorriso que iria vir, desapareceu por completo tomando em seu lugar um semblante sério e frustrado.

Era exatamente 6:00AM. Como posso acordar seis horas da manhã em dia de domingo? Ainda mais depois de ter dormido lá para as três da madrugada? Estou começando a achar que sou um E.T.

Suspirei esfregando meus olhos remelentos, irritada comigo mesma. Joguei o espesso edredom para longe de minhas pernas, levando-me indo em direção a uma caixa de papelão, a procura de roupas para esta manhã, já que meu roupeiro está quase pronto, mas ainda não é possível colocar minhas roupas lá. Só se eu quisesse cheirar a mofo por conta da tinta fresca, e isso eu definitivamente não quero.

Peguei uma regata preta, escrito 1989 – Amo a Taylor Swift – Uma calça jeans rasgada clara, meu Converse, que ganhei em 4 de Julho, com estampa da banheira de meu país. E de assessório uma capinha para meu Iphone de câmera. Coloquei um relógio no pulso e um colar de flecha no pescoço. Fiz uma maquiagem básica e penteei meu cabelo, o qual estava precisando de um creme urgente. Amei o look

Depois de meia hora me arrumando, olhei brevemente para meu quarto. Eu estou o reformando de uma maneira radical: Para começar as paredes foram pintadas de verde folha, mas a um metro do chão há um corte com a cor branca. Desisti da cor azul nas cortinas e coloquei cortinas roxas bem escuras. Meus novos móveis ainda estão para chegar, e eles são rústicos brancos, muito lindos. Ainda faltam muitas outras coisas, mas até agora, é apenas isso. E ainda tenho que me desfazer de coisas que ou jogo fora ou doo para alguém que precise. Mas até que ele esteja pronto, dormirei em um colchão fino no chão duro e frio. Mas sei que valerá a pena. Terei o quarto de meus sonhos.

– Bom dia – Ouço minha mãe atrás de mim, e não tardou para que ela me desse um abraço por trás – Já acordada? Posso saber o motivo? Porque eu já estou acostumada – Ela me vira para encará-la, e eu faço – Aconteceu alguma coisa?

– Não, estou bem... Só estava pensando o que eu farei hoje nesse quarto. Tenho várias ideias para a decoração – Ela olhou para o quarto por breves segundos, e, pela sua cara, teve um lampejo de ideia – O que pensou?

– Você pode começar a se livrar daquele lixo ali – Ela alargou seu olhar para um ponto atrás de mim, me fazendo segui-lo até uma caixa cheia, corrigindo, lotada de papéis sem uso – Pegue o que você não usa e faz uma fogueira no quintal – Ela deu uma risada fraca, já eu abri um sorrisinho sem graça – Faça isso que depois começaremos a planejar a decoração. Okay? – Assenti.

– Não se esqueça que tem que caber meu teclado aqui – Falo e ela assente sorrindo, caminhando para fora, deixando-me sozinha com minhas ideias circulando em minha mente.

Porém, algum idiota me deu um susto desgraçado com uma buzina um tanto familiar.

– QUAL É, SÃO SEIS DA MANHÃ – Berro caminhando até a varanda do quarto de Anna, que dormia mais que um urso em hibernação tranquilizado – QUEM VOCÊ PENSA QUE... – Estiquei meu olhar até um cara de cabelos escuros, sentado em um conversível que, se é que não me engano, parecia ser uma BMW.

– E aí branquela – Fala comigo o cara.

– Bruno? – Murmuro ao vê-lo. Abro um sorriso e corro até lá na maior empolgação. Nem sei como não cair da escada, mas felizmente consegui chegar lá em baixo e dar-lhe um abraço bem apertado – Que saudades! – Ele não se separa do abraço, fungando de vez ou outra em meu pescoço – Onde você estava guri? Não te vejo há semanas – Finalmente me separo, encarando aqueles olhos mel.

– Eu estava muito ocupado, foi mal – Responde ele – Sabe? Colégio não é tão cansativo como faculdade.

– Eu sei – Falo em meio riso – Mas você também não me ligou mais, não me chama mais no Skype. Assim você me deixa preocupada – Ele ri e me envolve em um meio abraço.

– Isso foi por conta da Kat – O olho com a testa franzida – Minha nova namorada – Reviro os olhos.

– Já entendi tudo – Falo tentando ironizar – Você está me trocando por essa tal de Kat, não é mesmo? Levo numa boa essa notícia. Isso é bom, porque agora Jack e eu temos mais tempo juntos – Botei ênfase em Jack, jogando na cara dele que pelo menos eu tinha amigos que poderia muito bem me dar atenção quando eu quisesse – Agora vai lá pra sua namorada mais importante que a melhor amiga – Ele fica rindo de minha cena, me abraçando novamente, agora brincando.

– Para de drama, Elsa. Se eu tivesse te trocado, eu nem iria está aqui hoje – Faço biquinho emburrado, fazendo Bruno ri pelo nariz – Agora vamos logo pra dentro que quero café da manhã – O olhei bestificada, mas ele nem fez a menção de tentar se explicar. É um vagabundo mesmo.

– É né – Começo a caminhar em direção a porta e ele me acompanha – A pessoa não dar sinal de vida há semanas, e quando dá é pra invadir a sua casa pra encher o bucho. É muita falta de educação mesmo – Ouço risadas por trás de mim, e ainda quase caio com a rasteira desse lixo – Tu tá querendo levar uma bifa – Ele ri mais ainda, fechando a porta enquanto via minha mãe o cumprimentar com aquele sorrisão do tamanho do mundo.

Meu Deus, até esse filho da mãe é mais respeitada que eu. Tô fraca mesmo.

– O que deseja Bruno? Uma omelete? Café? – Ele ia responder, mas eu o interrompo.

– Um pão com ovo já está ótimo – Falo segurando a mão dele – Estamos lá no meu quarto, qualquer coisa é só chamar – Eu o levo para as escadas, enquanto ele reclamava que queria os waffles da minha mamãe – É isso aí. A mãe é minha, não sua. Então quem deve comer waffles sou eu, não você. Tira o olho mermão(?).

– Você é egoísta, sabia? – Assenti gesticulando quem nem uma modelo na passarela, fazendo-nos rir.

Entramos em meu quarto e logo percebi a feição de surpresa de Breu. Não aguentei, comecei a rir.

– Nunca percebi que esse quarto era tão grande... sem as suas coisas – Concordo com a cabeça, me sentando no colchão – Vai mudar muita coisa aqui, ou é só pintura?

– Vou mudar – O respondo na mesma hora – E pra começar tenho que jogar bastante papel fora – Falo pegando a caixa de lixo.

– Quer ajuda? – O olhei e fiquei pensando.

– Não, mas...

– Tá bom, tô na cozinha – Ele nem esperou eu terminar de falar.

– Desgraçado – Murmuro fitando aquele bolo de papel. E o medo de jogar algo importante fora? Suspirei pesadamente imaginando o trabalho que vou ter, só de ler tudo o que eu não souber – Okay Elsa, anda você consegue – Falo tentando arrumar coragem – Isso é lixo... Lixo... Lixo... É melhor guardar... – E por aí foi meus dez minutos, até que encontrei uma carta com um brasão de Harvard. O pego e procuro lembrar-me de onde isso saiu.

– Achei que ele nunca iria sair - Sinto uma brisa gelada bater em minha nuca e duas mãos ainda mais geladas me precionando contra, enquanto me puxava levemente. Uma boca macia logo veio de encontro à meu pescoço e senti um arrepio percorrendo minha espinha, deixando meus pelos das costas eriçados. – Bom dia amor - Abro um sorriso e me viro para ele, que estava sorrindo de lado.

– Posso saber como entrou aqui? – Minha voz saiu rouca, o frio estava começando a me afetar.

A música que estava tocando era Watch me, uma das músicas favoritas de Jack, passei meu momento de lixeira dançando, e ainda Breu chegou me acompanhando, mas logo saiu pra ajudar minha mãe no jardim.

– Pela janela. Onde mais seria? – Ele disse com uma voz grave, me puxando pra sentar na cômoda. Sim, minha cômoda dá pra sentar porque eu só compro coisa multi uso.

– Sabe? Existe uma coisa chamada porta. Você poderia usar ela - Falei rindo - Se bem que a janela também é outro multiuso - Eita merda, pensei alto.

– Que? – Balancei a cabeça.

– Nada não - Lhe dou um selinho e o vejo se sentar na cômoda, enquanto já estava no lado oposto.

– Que bom - Pensei que ele estava sentado, mas quando me virei apenas sentir seus lábios nos meus. Meu Deus, esse moleque tá muito saliente.

Ele ficou me guiando e logo fiquei contra a parede. Suas mãos que estavam na cintura logo foram descendo pras coxas.

– Menino - Falei rindo, sem graça. Eu não estava no clima e sinceramente estava morrendo de medo de alguém abrir aquela porta e se deparar com essa cena - Jack - Ele para e me encara - Te aquieta - Ele ri e se afasta aos poucos - Tava no tédio, não tava? - Ele coçou a nuca e lambeu os lábios, logo depois abrindo um sorriso tímido, ficando muito fofo. Acho que vou bancar uma de Agnes e APERTAAAR! - Por que me escolheu pra tirar seu tédio? A Internet caiu? - Enrolei meus braços em volta de seu pescoço e ele abraçou minha cintura, forçando uma cara de dúvida.

– Não, só meu xbox que travou - Abri minha boca, indignada.

– Quer dizer que agora eu sou segunda opção? - Pergunto arqueando a sobrancelha e cruzando os braços.

– Dependendo do dia - Abri a boca ainda mais e andei pelo quarto tentando conter aquela mini fúria que estava gritando pra sair.

– Jack, vaza daqui antes que você fale mais uma besteira - Quase berrei e ele correu pra janela, ficando sentado no parapeito, com um pé fora e outro dentro.

– Amanhã de pego pra ir na escola - Bufei revirando os olhos - Te amo - Tentei não olhar e não sorrir, mas sabe quando você está brava com alguém e esse alguém faz você rir, só que você quer demonstrar pra pessoa que ainda está brava? Pois é, fiquei com aquela cara de retardada. Por isso que me virei, ainda de braços cruzados, pra não olhar naquela cara fofa.

Suspirei, tentando ouvir a janela se fechando, mas só sinto um beijo na bochecha.

– É pra você também falar te amo sua mimada - Revirei os olhos e me virei pra ver ele saltando daquela janela.

– Te amo - Falo em um tom normal, nem gritando e nem sussurrando. Abri um sorriso e tentei me concentrar na minha tarefinha vagabunda.
Falando nisso, a carta!

Procurei no chão, onde a deixei e logo a abrir com muita ansiedade.
Aquele papel grosso roçando em minhas mãos suadas, me deixava mais nervosa para ler.

Quando eu abri esperava sentir um aperto no coração e uma angústia sem igual. No entanto, a cada palavra, a cada... Frase, meu interesse de terminar aquela carta ficou muito mais forte, uma força que eu não conseguia conter nem se eu quisesse. Mas ao chegar na última frase, na última palavra, uma felicidade imensa me dominou e não sabia como controlá-la, a não ser abafar os gritos agudos e os pulos histéricos.

– ANNA! - Gritei vendo minhas mãos trêmulas - ANNA - Corri até seu quarto e literalmente pulei em cima de seu corpo - Você passou, mana, você conseguiu. Você passou mesmo - Seus olhos se abriram de súbito e me fitaram com pura confusão.

– Consegui o que? Passei pra onde? - Indagou ela muito mais confusa.

– Pra Harvard - Falei segurando suas mãos enquanto a fitava - Anna, você passou pra uma das mais poderosas universidades do país. Você tem ideia de como isso pode mudar sua vida? - Eu estava tão feliz por ela que nem parei para notar sua reação. Ela estava estática, totalmente imóvel, apenas fitando suas unhas e tirando a pelugem do cobertor felpudo. Seu rosto estava quase sem emoção, só com um pequeno sorriso no canto dos lábios. Essa expressão me fez deduzir que ela já sabia de tudo, me deixando com um pouco de raiva e indignação - Você já sabia, não é? - Ela volta a me fitar e segura minha mão.

– Elsa, eu... Eu estava esperando por um momento certo e infelizmente não o consegui como eu queria. Kristoff quase deu um chilique, não que eu não o culpe, pra falar a verdade até eu ficaria aborrecida...

– Espera - A interrompi - Kristoff? Até o Kristoff soube primeiro que eu? Anna! - Tá legal, agora vou rodar a baiana.

– Eu também não iria contar a ele, ele que descobriu sozinho - Tentou argumentar.

– Em primeiro lugar: Você quem deveria contar à nós, não a gente que tem que descobri, porque eu também descobri sozinha. E em segundo: Por que não contou? O que te fez em ir pra Harvard? - Ela se sentou e me ajeitei. Ficamos uma de frente a outra, sentadas de pernas cruzadas.

– Lembra quando éramos crianças, quando brincávamos de Barbie e sempre nossas personagens eram as que cantavam melhor, as que todos clamavam e as que admiravam? - Assento - Então... Eu passei a minha infância inteira acreditando em nossas brincadeiras, dizendo que queria ser uma atriz super famosa e que queria que você ficasse do meu lado todo o tempo. Todas as noites meu sonho preferido era que eu era uma princesa, uma em que todos admiravam e que se orgulhavam. Eu sempre quis ser uma pessoa assim, Elsa, uma em que todos vissem e falassem que queria ser pelo menos a metade da personalidade - Ela falava sorrindo, enquanto eu lembrava do nossos planos para a vida adulta - Quando nos mudamos pra cá eu pensei que iria me identificar nos teatros, na música, nas diversas publicidades sobre tudo que eu gosto. Mas quando eu cheguei aqui e passei por tudo isso, eu percebi que meus sonhos de criança não passavam de contos de fadas. Quando você me falou que queria se inscrever na Julliard eu vi uma oportunidade de realizar meus sonhos. Mas também vi que isso é questão de sorte. Eu posso ser rejeitada ou aceita em testes de atuação, mas eu escolhi adiantar meu futuro - Ela lambeu os lábios e arfou por um momento - Eu me ingressei em Harvard porque sabia que tinha talento em outra coisa a não ser arte. Eu me ingressei porque sabia que poderia alcançar meus objetivos estudando e passando e me formando, eu poderia trabalhar onde eu quisesse sem ter rejeição e decepção.

– Anna, você sabe que eu te apoio em qualquer escolha sua, a não ser quando é burrice - Ela deu de ombros, sorrindo - Mas se você decidiu não seguir mais seus sonhos por conta da maturidade, como você vai ser feliz fazendo uma coisa que você não gosta? Digo, você não vai nem tentar? Cadê a Anna que eu conheço?

– Como eu falei Elsa. Tem coisas que é melhor esquecer como sonhos de criança.

– Eu concordo que tínhamos mentes bem férteis. Mas isso não é motivo pra desistir - Novamente, deu de ombros.

– Já decidi o que eu quero - Respondeu.

– Ta bom. Mas vai contar pra mamãe e pro papai?

– Acho que sim.

– Pode ser agora? - Ela me olhou quase desesperada. Na boa, a última vez que eu vi essa cara foi quando Anna tirou F na prova de física - Anna.

– É que tá meio cedo, eu tenho compromissos e isso pode comprometê-los, se não se importa...

– Anna, eu vou contigo - Ela abriu um sorrisinho e eu a retribui - Vamos juntas - Ela suspirou e se levantou com coragem.

– Vamos lá - Ela segurou minha mão e eu me levantei, a guiando para fora do quarto.

– Se a mamãe tenta te estrangular, eu seguro ela, ta bom?

– Elsa! - Exclamou preocupada. E eu como boa irmã, RI maleficamente.

– Tô brincando, ela vai amar. Você vai ver.


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Notas finais do capítulo

A formação do texto deve sair errado, mas oq importa é a escrita né? Eu até poderia postar amanhã, mas quis postar logo pq acho q vcs merecem, concordam?
Mas eai???? Gostaram?
Por favor comentem o que acharam e podem ser sinceros comigo, tá?
Bjos



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