New life - History of teenagers escrita por GabiElsa


Capítulo 54
A warm cold


Notas iniciais do capítulo

Hi guys. Há quanto tempo não? Enfim, não tenho o que comentar, só vou dar um aviso que as coisas vão ficar um pouco mais "divertidas", afinal é terceiro ano e descobri que a classificação permite certos assuntos.
Boa leitura



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Pov Astrid

Dá pra acreditar nesse filho de Troll?! Esse professor me odeia só pode. Eu passei noites acordada até tarde. Li o livro diversas e diversas vezes. Fiz pesquisas sobre o autor. Tudo isso pra tirar um miserável C-?! Ri sarcástica da injustiça.

– Olha senhorita Hofferson. Eu não sou o tipo de professor que se sensibiliza fácil, e creio que a senhorita já está acostumada com a maneira que eu administro as notas dos alunos – Fala ele serenamente – E sabe que eu dou a nota pela minha avaliação, não a de quem escreveu - Abri a boca para argumentar, mas a fechei sentindo aquela raiva crescer dentro de mim – Por favor, queira se retirar – Ele apontou para a porta. A sala estava vazia no momento. Era somente as carteiras, o professor e eu.

– Tudo bem – Falei da maneira mais inconveniente possível – Só quero que o senhor saiba que isso não vai ficar assim – Ajeitei a alça da mochila em um de meus ombros e sair determinada. Se eu não passar nessa matéria, estou literalmente ferrada, pois corro o risco de não passar de ano, e vamos combinar que ninguém merece tal tortura.

Caminhei pelos corredores agitados e cheios de alunos. O quinto horário passou voando, eu nem tinha percebido o tempo passar tão rápido quanto este, e olha que eu detesto aula de literatura. Pelo menos vou descontar minha raiva em uma bola de futebol daqui a poucos minutos, pois seria aula de Ginástica, ou Educação Física como preferirem chamar.

Cheguei ao vestiário feminino e logo fui percebida e cumprimentada por muitas garotas, as quais já estavam com o uniforme e os tênis apropriados. Varri o local a procura de uma cabeleira ruiva, mas infelizmente não a encontrei em lugar algum. Suspirei pesadamente e fui me aprontar para o treino. Não gosto de ficar sem minha ruiva, ela é que me dá apoio emocional e me acalma, uma coisa que poucas pessoas conseguem. Ai Merida, se fosse matar aula, por que não me chamou para ir com você? Bati a porta do armário com força, atraindo olhares curiosos. Agradeci a Thor por nenhum ser fofoqueiro vir até mim e me questionar do porque eu estar irritada. Poderia dizer que é a TPM atacando, ou que não acordei de bom humor. Poderia dizer que estou segurando a raiva para detonarmos as garotas do Guardian, nossas rivais há décadas. Mas a verdade é que estou cansada de se deixada de lado. Desde que começou a namorar Merida e eu quase não nos encontramos, Hiccup está ajudando os meninos da robótica a passarem para a final do campeonato, Rapunzel não para quieta com suas pinturas para a galeria que seu pai oferecera quando terminar a faculdade, Cabeça-Quente já está ficando lerda de mais, até as irmãs Snow estão ocupadas com a peça e seus namorados. Preciso fazer novas amizades, até porque faltam poucas semanas para terminarmos o segundo o ano, e não irei ficar de vela ou vendo minhas amigas se ocupando com o futuro delas o terceiro inteiro. Preciso saber logo o que irei fazer em diante.

Despertei-me dos devaneios e corri para a quadra, onde dei de cara com Merida e Austin sentados a arquibancada, aparentemente me esperando. Notei que Merida me percebeu, pois acenou animadamente e Austin riu observando a alegria da garota ao seu lado. Por que só me aproximo de gente louca? Acho que seja pelo motivo que sou igual a ela. Não, é isso mesmo! Sou uma louca desenfreara que atrai gente de hospício. Ri de meu pensamento e acenei de volta, deixando-a feliz da vida. Ri novamente.

Depois de me divertir bastante marcando gols e rindo a beça de Merida, que torcia loucamente por mim, me distraindo algumas vezes devo admitir; Corri para o vestiário tirar aquela blusa suada de mim, vestindo-me com outra roupa que eu guardara na aula passada.

Minha roupa é um suéter branco, que contrastava com um short jeans preto, o qual combinava com meu Converse xadrez. Peguei minha mochila, que parecia ter mais coisa dentro que um shopping, e caminhei para fora da parte esportiva do colégio trançando meu cabelo, que outrora estava em um rabo de cavalo alto.

Na porta o ginásio, encontrei-me com Merida e Austin aos beijos. Ótimo, estou sentindo que vou segurar vela mias cedo ou mais tarde, tem coisa melhor? Poupe-me dessa agarração né gente.

Aproximei-me dos dois colocando o caderno no meio de ambos os rostos, que, após se assustarem, se separaram ofegantes e um pouco envergonhados. Merida não gostava de beijar em público, mas como o corredor estava vazio, Austin deve ter convencido-a.

– Miga, meu amor – Fala Merida me abraçando – Tirou quanto no trabalho de literatura?

– Um C-, acredita? – Respondi bufando de raiva.

– Que professor doido – Profere Merida incrédula – Eu li aquele trabalho umas vinte vezes e no mínimo que ele poderia te dar era um B+ ou até mesmo um A – Concordei. Austin suspirou antes de começar a falar.

– Não esquenta com isso. Se ele te reprovar você reclama na direção – Concordei novamente.

– A gente vai ao cinema, tá a fim de ir? – Convidou Merida segurando minha mão.

– Eu acho melhor não. Tô economizando para comprar um novo amplificador, o meu tá pifando – Respondo, com uma feição entristecida, mas era verdade – Deixa chegar às férias de verão que a gente sai. Okay? – Ambos assentiram desanimados.

– Tudo bem – Fala Austin me dando um abraço amigável.

– Tchau vaca – Fala Merida me dando um abraço apertado – No fim de semana vou pra sua casa – A fitei.

– E quem te deixou ir pra lá? Eu que não fui – Austin me encarou sorrindo e Merida fez aquele olhar típico de desagrado.

– E desde quando preciso da sua permissão para ir lá? Minha filha, sua avó me adotou, tá por fora – Rimos.

– Te espero lá – Nos despedimos novamente. Merida e Austin se envolveram em um meio abraço e caminharam até o fim do corredor, onde eu os perdi de vista, fazendo-me seguir para o lado oposto, a área externa do colégio, onde havia os campos com gramas verdes, árvores e bancos de mármores próximos a elas. Mas infelizmente, meu celular tocou.

– Alô? – Falei vendo no identificador de chamada. Era meu Crush*.

– Você pode vir até aqui? – Pergunta ele.

– Aqui aonde? – Perguntei procurando-o.

– Olha pra cima – Olhei para a estrutura do colégio e vi Hiccup acenando no terraço. Desliguei e corri até o prédio a procura da escada. Logo a encontrei e subi até lá encantada com a expansão do lugar – Legal né? – Assenti soltando o fôlego.

– Você sabe que se nos pegarem aqui, vamos ser suspensos, não sabe? – Perguntei caminhando até ele com um sorriso nos lábios.

– Falou certo. Se – Ele fala me dando um selinho.

– O que faz aqui? Você não deveria está em casa? – Indaguei me sentando no chão cinzento.

O terraço não era como qualquer um. Havia as caixas de ar-condicionado e de tubulações de água, mas havia uma coisa especial nele. A área era cheia de plantas. Agora sei por que os nerds de ciência passam a manhã toda desaparecidos.

– Até poderia está, mas estou evitando meu pai – Responde ele naturalmente. Aquilo não era novidade para nenhum de nós dois. Eu já estou acostumada com as crises que Stoíco e Hiccup fazem.

– Ah não. O que foi agora? – Perguntei.

– Ah essa você vai adorar. Eu acordei. Tava um dia lindo. Os passarinhos cantando lá fora. Levantei pensando que estava tudo bem com o mundo e... Filho. Temos que conversar – Hiccup engrossou a voz, imitando seu pai. Resolvi entrar na brincadeira.

– Agora não pai. Tenho um monte de besteiras pra fazer – Imitei Hiccup, tanto na sua voz como no seu jeito de falar, erguendo os ombros a cada palavra, fazendo-o rir

– O que é isso? Eu não falo assim. Mas tudo bem, eu achei sua imitação bem bacaninha. Continuando... Você é o orgulho da família, e eu não poderia está mais orgulhoso...

– Eu também pai, estou bem orgulhoso de mim – Falei novamente do mesmo jeito.

– Ah qual é. Desde quando faço assim com os ombros? – Ele faz o que eu fiz, confirmando.

– Acabou de fazer – Falo e ele bufa, me fazendo rir.

– Agora preste atenção, o assunto é sério – Assenti como se estivéssemos encenando a cena – Você sabe que um dia eu não estarei mais aqui e minha empresa precisará de um novo dono, e como você é herdeiro, você precisará assumir para mim. Mas para isso, você deve ter no mínimo um diploma para ganhar mais parceiros para fazer a empresa crescer. Então quero se forme em contabilidade – Finaliza Hiccup.

– E o que você disse? – Perguntei apreensiva.

– Eu não disse nada. Quando ele se virou eu já tinha sumido – Responde ele se sentando ao meu lado.

– Mas você falou pra ele o que você quer cursar? – Perguntei ajeitando a gola da blusa.

– Astrid! Ele nunca me ouviu, e não é agora que isso vai acontecer – Comprimi os lábios – Eu nunca falei que queria assumir a empresa. Ser dono de tudo aquilo é coisa dele – Olhei brevemente para o chão, mas voltei a fita-lo.

– Tenta conversar com ele. Tá bom? – Ele assentiu, mas sua expressão muda completamente, me assustando.

– Tenho que ir! Banguela deve estar me esperando – Ele pegou sua mochila rapidamente e me deu um beijo na bochecha – Até amanhã – Fala/Grita ele já na escada.

– Até – Respondo mesmo sabendo que ele não escutara.

Passei alguns minutos caminhando pelo colégio, que no momento estava ficando cada vez mais vazio. Claro que eu não era a única aluna está no Frozen School, havia os alunos que faziam tarefas, alguns do intercâmbio e outros cumprindo os minutos na detenção. Resolvi ir embora.

Peguei o primeiro ônibus que passou frente à escola para ir pra casa. Sentei em um banco vazio e joguei minha mochila no do meu lado. Mas antes peguei meus fones de ouvido e os conectei no celular.

Meu trajeto para casa foi tranqüilo e sem pessoa chata enchendo meu saco. Dei graças a Thor por isso. Entrei em casa e logo sentir meu estomago roncar repentinamente. Eu não comi nada praticamente o dia inteiro. Larguei minha mochila no sofá e fui para a cozinha já imaginando a comida deliciosa que minha avó deve ter feito.

E não é que eu adivinhei.

Minha avó havia feito abóbora refogada, bife passado na frigideira com um pouco de cebola, arroz branquinho, feijão comum e salada de alface e tomate. E coisa boa. Peguei um prato e me servir indo, logo depois, ao quintal.

O tempo não estava tão frio. O inverno que começara rigoroso estava prazeroso aos amantes de frio, como eu. O sol já estava querendo aparecer e a neve começara a derreter há alguns dias. A primavera já está a caminho.

Mas enquanto ela não chega, eu posso continuar apreciando o inverno e comemorar a vinda das férias.

Pov Anna

Okay. É só respirar fundo. Faltam apenas vinte e oito horas para a peça, contando as horas de sono, mas eu consigo. É isso, eu consigo fazer isso. Ai meu Deus! Esse é realmente meu último ensaio antes da peça? Nunca pensei que os meses passariam tão rápido assim. Já passou o natal, já passou o ano novo, até o dia do Martin Luther King já passou. Okay, okay, isso não é motivo de desespero. Só irei passar de ano daqui algumas semanas, nada para temer Anna. Você só precisa manter a calma e continuar ensaiando as cenas.

Vocês devem está pensando: Onde essa louquinha estaria ás três horas da tarde? Eu estou no teatro me preparando para enfrentar a mais importante apresentação do Frozen School do ano. Isso sim é para dar medo. Às vezes queria ter a coragem que Elsa tem. Ela também ganhou um dos papéis principais e tá aí de boa, nem se preocupando. Mamãe nos disse que uns olheiros da Julliard vão ver a peça, e que vão está de olho nos alunos destaques, principalmente os principais, no caso: eu. Mas nem estou me preocupando com isso, porque eu não quero me ingressar para Julliard mesmo, só me escrevi para ganhar nota. Mas também não quer dizer que preciso fazer feio, certo?

Andava de um lado para o outro no piso de madeira. Meu coração entrava em disparada quando não lembrava a fala, mas felizmente isso raramente aconteceu. Minhas mãos estavam ficando geladas por conta do nervosismo, mas o ar-condicionado não saía como vitima nisso. De vez ou outra pensava como será amanhã, ou tentava imaginar a quantidade de pessoas que irão me ver. Mudei de tática ao sentir um arrepio percorrendo minha espinha. Não, sem pensar nisso, irei apenas entrar no palco e mostrar que sou uma verdadeira Cinderela.

Caminhei para perto do piano e peguei minha bolsa, apanhando meu celular, que devia ter umas dez mensagens.

– Anna ensaiando no teatro até agora? Que novidade – Ouvi uma voz grossa ecoar todo o teatro – Sabia que você fica linda perto do piano? – Me virei para encarar aquele que não falava há meses.

– Kristoff? – Murmurei soltando meu celular em minha bolsa – O que faz aqui? Sabia que só pode entrar aqui quem tem permissão? – Ele não me pareceu surpreso, na verdade ele apenas subiu no palco com as mãos no bolso e com uma feição tranqüila.

– Quem ajuda o roteirista, ganha essa permissão? – Pergunta ele parando a um metro de nós.

– O que você quer? – Pergunto friamente.

– Só estou garantindo minha nota. Agradeço o interesse – Ele falou tão irônico, que deu uma vontade tão grande de pegar um violão e bater na cabeça dele – Olha Anna, eu sei que você está com raiva de mim por não ter te procurado essas semanas. Mas acho que sabe que esse tempo que se estabeleceu entre nós serviu para organizarmos nossas vidas, afinal, não somos mais crianças para agirmos com imaturidade. Eu entendi o motivo para você ter ficado tão estressada, eu respeitei isso, de verdade. E agora que você vai está mais livre, estava pensando... Poderia ter minha garota de volta? – O fitei bestificada. Ele me quer de volta? CORAÇÃO DESPARANDO A MIL! Prendi o grito histérico e me aproximei dele prendendo o sorriso com as mãos nas costas.

– Se você comprar uma pizza de chocolate antes, quem sabe... – Falei sentindo minha voz elevar um pouco, era o grito querendo sair.

– Claro. Eu conheço uma pizzaria que você vai amar - Fala ele.

– Okay. Mas antes preciso de ajuda na cena do baile. Quero ensaiar a valsa - Apanhei sua mão com uma das minhas enquanto a outra pousou em seu ombro. Kristoff ficou sem jeito, ele não é o melhor dançarino do colégio, mas também não é um dos piores - Pode me ajudar? - Pergunto sorrindo desafiadora. Ele parece aceitar esse pequeno desafio, pois segurou minha mão firmemente, mas com carinho, e colocou sua mão livre na minha cintura, puxando para si - Acho que devo levar isso como um sim - Ele assentiu sorrindo, antes de dar início a dança.

Pov Elsa

Aquelas pequenas letras eu lia. Suspirava pesadamente mais de duas vezes. Sentia o suor escorregar na minha testa, mesmo com aquele ar gelado que adentrava meu quarto. Minhas vistas imploravam por um descanso. Pressentia que ficaria sentada por horas lendo e relendo aquele roteiro que parecia não ter fim. Já tinha tudo decorado na minha cabeça, mas minha pouca confiança pedia por mais e mais. A insegurança me atingia a cada vez que me perdia na história. Poucas frases eu falarei na peça, mas assim que mamãe me disse dos oleiros da Julliard, meu coração disparou e perdi o controle da minha calmaria. Suspirei novamente ao lembrar esse enorme detalhe.

Ouvi batidas no vidro de minha janela, mas antes de ir verificar se era Jack me perturbando, olhei as horas no celular, desci de minha cama parecendo uma bêbada. Estava tão cansada que minha energia estava esgotando-se, mas o ruim era que ainda eram sete horas da noite, estava muito cedo pra dormir e nem jantei. É ruim que vou deixar de comer para dormir.

Abri a janela e me sentei no parapeito, apanhando o caderno e a caneta.

“O que é?” Escrevi desanimada.

“Está livre agora?” Li.

“Não” Ele leu e desenhou uma carinha triste, me fazendo rir.

Jack mudou um pouco, não seu jeito de ser e sim a aparência. Sua pele que era pálida está se tornando mais alva, igual a minha. Seu cabelo está ficando mais claro naturalmente, sem ser por causa da tinta. Seu corpo está criando músculos, deixando-o com o aspecto de mais velho. De vez ou outra eu sinto sua barba roçando na minha bochecha nos abraços. Mas tenho que admitir, sua beleza permanece intacta, a mudança só veio fortalecendo.

“Queria que você viesse aqui” Li e fiz uma feição de dó. “Comprei tacos, com molho picante” O encarei com minha típica cara de tédio. “Por favor, mor, vem”

“Não dá!” Escrevi irritada. “Amanhã depois da peça a gente sai” Ele leu, mas não insistiu, ficou apenas fitando o caderno. Mandei beijo e fechei a janela o observando. Ele estava tão cabisbaixo. Que ótimo, Elsa, agora o amor da sua vida vai dormir triste só porque você rejeitou o convite dele, parabéns você só faz merda.

Murmurei um palavrão e abri a janela novamente – Jack! Jack! – Berrei na esperança dele me acudir.

– Oi? – Berrou ele deslizando a cortina. Peguei o caderno novamente e comecei escrever.

“Vamos à praça” Ele leu e sorriu mais que aquele gato feio do País das maravilhas.

“Tô lá embaixo” Ele escreveu. Assenti sorrindo e corri para meu roupeiro a procura de uma roupa descente. Estava tão confortável com meu pijama, mas sair assim não dá.

Procurei, procurei e procurei! Não é possível não ter uma roupa simples pra sair com meu namorado. Eu fiz compras mês passado, como assim?! Fui passando minhas roupas, que se encontravam nos cabides, até que finalmente eu acho.

Despi-me apressadamente, colocando meu sutiã e logo uma blusa regata, depois a calça e o primeiro par de tênis que vi na sapateira. Completei com um casaco, anéis, brincos e uma bolsinha, colocando dentro dela meu celular e minha carteira.

Antes de sair correndo do quarto, me olhei no espelho. Estava tudo okay!

Desci as escadas correndo. Nem sei da onde eu tirei energia pra correr, mas enfim. Gritei minha mãe, informando aonde eu iria, porém saí antes que ela respondesse ou tentasse me impedir, dando mil e muitos argumentos para eu ficar.

– Vamos fazer o que na praça? – Indaga Jack me envolvendo em um meio abraço.

– Nada, só queria andar um pouco – Respondi caminhando – Cadê o taco? – Perguntei o fitando.

– Tá aqui – Ele tirou de sua jaqueta um saco de papel médio e me entregou – Vamos à pista de skate. Se estiver a fim de comer um sorvete compramos umPetit Gâteau no Sven’s – Assenti concordando.

– Será que a Anna e o Kristoff já fizeram as pazes? – Pensei alto. Lembrei daquele loiro mal educado a lembrar do Sven’s, o qual não vou há semanas. Essa sorveteria vai me trazer lembranças um dia.

– Acho que nesse momento eles devem está já conversando alegremente – Fitei Jack, desconfiada.

– Como você tem tanta certeza que eles se reconciliaram? – Jack ficou com um semblante pensativo, fazendo-me ficar ansiosa.

– Kristoff me contou hoje de manhã que vai tentar falar com a Anna – Responde ele.

– Legal – Foi só isso que eu falei, mas queria soltar fogos de artifícios e gritar um finalmente para Deus e o mundo ouvir.

Sentamos-nos na velha arquibancada de frente a quadra e a pista de skate. Peguei um taco e coloquei o molho picante, o qual eu adoro. Jack me encarou por breves segundos e abriu um sorrisinho.

– O que foi? – Perguntei curiosa. Queria saber o motivo daquele sorriso – Me conta!

– É que, eu não consigo imaginar você de Fada Madrinha – Ele rir.

– Você nem viu a roupa – Procurei um argumento – Você não está ajudando no figurino – Ele riu novamente, me deixando sem graça e manhosa – Para! Jack Frost, eu ordeno que pare – Ele me fitou incrédulo, mas um pouco risonho - Se não...

– Se não o que? – Ele me encarou profundamente, procurando me intimidar – Vai me bater com sua varinha de condão? – Eu ia responder, mas fechei a boca, pondo no lugar de palavras ofensivas um sorriso travesso e malicioso.

– Bom, eu ia dizer que iria te poupar de ficar apenas conversando com você. Mas já que prefere a varinha – Jack me pareceu embevecido.

– Que isso mor... Isso foi só uma brincadeira. Por favor, continue suas idéias de sentença, que eu irei escutá-las e aproveitar... err quer dizer sofrer-las – Ri, não de uma forma histérica, e sim de bom humor. Sacanear Jack é uma atividade que eu amo fazer, me divirto muito com as caras e boas que ele faz. Jack riu igualmente, mas um pouco envergonhado.

De repente o céu ficou escuro, mais do que o de costume. Trovões e relâmpagos apavoraram muitas pessoas, inclusive Jack e eu. Nossos olhares direcionaram para o céu. Sentirmos gotas geladas tocarem nossas peles, mas Jack me mostra um floco de neve derretido em sua mão. Neve? No final do inverno? Parece um pouco fora do comum, mas não é. Neve com chuva é uma coisa que eu adoro, de verdade. Mas nunca brinquei de baixo dela, porque minha mãe nunca deixou e com certeza nunca deixará. Ela fala que posso ficar resfriada, mas é coisa de mãe, não dá pra argumentar.

– Quer ir correndo lá pra casa? – Pergunta Jack. Assenti sentindo meus pelos das costas eriçarem, a temperatura estava caindo.

Corremos protegendo nossas cabeças com os casacos, mas nos segurávamos pelas mãos livres. Correndo na chuva de mãos dadas, olha que sonho lindo.

Ao chegarmos à porta de entrada, Jack a abriu destrancando-a.

Quando adentramos o local uma penumbra atacou nossos olhos, não dava pra enxergar nada, por um segundo pensei que estávamos fazendo um papel de filme de terror, quando os protagonistas entram na casa e um monstro os espera para possuir os corpos inocentes.

– Jesus – Falo procurando algo com as mãos, para não esbarra em nada.

– Vem – Fala Jack, após fechar e trancar a porta, ele segura minha mão, me guiando, como se fosse um cão guia. Não sei como ele conseguiu achar a escada no escuro. Ele mora aqui gênio, deve saber direitinho onde é cada cômodo. Essa minha consciência adora me maltratar, perceberam?

Ele nos guia para seu quarto, que também estava uma escuridão, mas isso logo acaba quando meu gostoso acende a luz.

– Pronto, acho que tem alg... – Puft – Ele fala, mas eu o interrompo com um beijo. Eu beijo cada parte de seus lábios para ele sentir em seu cume o quanto eu o amo.

– Por que isso? - Pergunta ele após cessar o beijo, me fitando com aqueles olhos azuis que me deixava sem chão.

– Porque você me salvou de ser possuída - Ele franze as sobrancelhas - E também... - Eu aproximo e minha boca encosta-se a sua orelha - Porque eu quis - Falo sensualmente em seu ouvido. Percebo uma vibração vinda dele, como se um arrepio percorresse seu corpo só pelo modo que falei. Espera... Foi isso mesmo?Ha! Ele ficou assim por causa de mim, chupa invejosas.

– Só por isso? – Pergunta ele me puxando pela cintura, fazendo nossos corpos colarem ainda mais. Como um giro de uma dança, ele me pressiona na porta. Sinto minhas costas baterem na madeira com um baque surdo.

– É... - Hesito antes de responder. Não consegui pensar em nada quando ele me beija do mesmo modo como fiz com ele. Ele desce os beijos para meu pescoço. Eu arqueio involuntariamente contra ele quando ele me demarca com uma mordida. Esse garoto ainda vai me fazer ver estrelas, Espera... Olha uma ali.

Ele desce as mãos e me eleva, me fazendo enrolar as pernas em torno dele. Eu peço os lábios novamente e ele me concede. Ele me beija tão apaixonadamente, que eu consigo sentir seu amor só em um beijo. É impressão minha ou tá ficando meio quente aqui?

Ele anda comigo com as pernas ainda em torno dele, me deita em sua cama e fica sobre mim. Eu o assisto tirar sua camisa ensopada e a jogar pra longe, mordo meu lábio inferior. Jack começa a distribuir beijos em minha mandíbula. Eu fico com as mãos nos macios fios brancos, os puxando, enquanto as mãos de Jack ficam passeando pelo meu corpo, apertando cada parte. Cada segundo que se passava meu corpo ficava mais quente com o toque dele, e o mesmo acontecia com ele, quando eu acariciava suas costas. Eu sabia muito bem onde tocar nele. Sabia seus pontos fracos e fortes. Sabia como fazê-lo clamar meu nome, só por um mero contato físico.

No entanto, me dei conta do estava acontecendo. Parei de imediato, o empurrando de leve, pelo menos centímetros de mim.

– Jack – Falei em um murmúrio, enquanto ele beijava meu pescoço - Jack – Ri quando ele apertou meu abdômen, causando-me cócegas.

– Que? – Sussurra ele me fitando – Algum problema?

– É que... Não me sinto segura com isso – O respondo com hesitação. Seus olhos alargaram-se e seu rosto tomou distância do meu – Sinto muito Jack, mas não estou pronta – Ele mordeu seu lábio inferior, procurou fitar qualquer parte do quarto e finalmente me encarou intensamente – Jack, eu não sei o que dizer...

– Está tudo bem – Me interrompe – Eu não quero forçar as coisas entre nós e se você acha que não está pronta, tudo bem – Senti meu coração parar e voltar a bater sem controle.

– Sério? – Franzi as sobrancelhas surpresa. Acho que o sentimento do momento era a surpresa, Jack me surpreendeu de fato, mas não fiquei insegura com o que ele iria achar. Eu o conheço e ele me conhece, creio que o motivo da gente se conhecer muito bem o deixou menos nervoso.

– Sério – Ele se aproxima e me dá um beijo na testa e logo na mão – Quer dormir aqui? Não quero ficar sozinho aqui – Sua pronuncia foi um pouco manhosa, lembrando-me de uma criança de cinco anos fazendo um pedido que dificilmente, é negado.

– Foi por isso que me chamou aqui? – Indaguei risonha.

– Grande parte – Ele ri – Então? Fica? – Suspirei aprofundando meu corpo no colchão.

– Amanhã é a peça e preciso está concentrada, então... Melhor não – Falei me sentindo culpada. Droga Elsa, deixar o garoto chateado uma vez é uma coisa agora duas já é demais.

– Por favor – Abro um sorriso.

– Tá bem – Ele sorri e me beija novamente – Meu lindo.

Suas mãos brincam com meu cabelo e eu com os seus. Mas quando ele deita ao meu lado, eu deito minha cabeça no seu ombro, fazendo-o me envolver com um de seus braços.

Isso sim que eu chamo de um frio caloroso.

Pov Rapunzel

A cada passo que eu dava, sentia minha cocha doer. A cada erguida de meu braço, um gemido saía de minha boca. Minha energia estava esgotada. Ainda sentia meu corpo transpirar e se tem uma coisa que eu odeio é ficar suada.

Por que eu estou com o corpo tão dolorido assim? Vou explicar.

FlashBack: On

Acordei com a claridade de meu quarto, pensei: Meu pai ou minha mãe devem ter aberto a cortina para despertar-me. Levantei sonolenta, caminhando para minha suíte enquanto esfregava meus olhos no intuito de tirar as remelas presas em meus cílios.

Despi-me e fui tomar banho após fazer minha necessidade. Deixei a água cair em meu corpo suado e em meu rosto pálido, me despertando mais ainda.

Após meu banho, me enrolei na toalha e soltei meu cabelo, que outrora estava preso para não ser molhado pela água quente do chuveiro. Mas a música alta emanada de baixo de meu travesseiro me assustou. Espera... De baixo de meu travesseiro? Sentei em minha cama e o peguei. Olhei para o colchão e vi meu Iphone vibrando. O apanhei e atendi a ligação.

– Alô? – Pergunto.

– Bom dia minha princesa – Do outro lado da linha, falou Flynn, que me parecia entusiasmado com alguma coisa.

– Por que me perturba essa hora da manhã? Você sabe que temos aula daqui a pouco – Falei colocando na viva-voz.

– O que acha de matar aula pra fazer uma coisa muito mais legal? – Pergunta ele.

– O que você tem em mente? – Pergunto enquanto abria meu roupeiro, a procura de uma roupa.

– Quero te ensinar o parkour – Ouço sua voz se alterar.

– Parkour? – Pergunto descrente.

– Vamos Punzie. Você vai amar a sensação de pular um prédio pro outro – Um arrepio percorreu minha espinha só de imaginar a altura – Por favor – Implora ele. Pego uma blusinha e uma calça jeans clara – Eu pago um Starbucks pra você, e se quiser eu faço até suas unhas – Apanho meus tênis e minha touca, pensando no convite que Flynn oferecera.

– Você não sabe fazer manicure – Argumento, divertida.

– Ué, não é fazendo que se aprende? Então – Ri ao ouvir sua voz.

– Okay, eu vou – Falei suspirando.

– Okay. Já tô indo te buscar – Falou ele desligando.

Vesti-me rapidamente e corri para minha penteadeira. Apanhei uma escova e comecei a pentear meus fios castanhos apressadamente. Após isso, peguei minhas coisas de maquiagem. Passei a base no rosto, acompanhado por pó nas partes mais oleosas, nos olhos um lápis preto, delineador nas pálpebras em uma largura fina e rímel nos cílios, para dar o toque final nos olhos; nos lábios passei um batom rosa para dar uma cor. Olhei para o espelho por breves segundos e caminhei até a janela para ver se Flynn estava chegando.

O dia estava com cara de ser bonito e prazeroso. Os finos raios de sol perfuravam a névoa matinal. A lua permanecia no céu, às vezes escondida por nuvens cinzentas. Os ventos frios batiam na minha pele, mas não me causavam arrepios inesperados, só me faziam relaxar, e no momento aquela culpa de matar aula estava me consumindo. Eu sempre fui uma menina comportada e nunca tive vontade de matar aula, pois faltar é uma coisa, agora matar é outra.

Meu moreno chegou e eu desci as escadas, ou melhor, escorrei no corrimão dela. Se for para treinar parkour eu tenho que me arriscar em algumas coisas.

Nossa eu estou muito ansiosa, mas também com muito medo. E se eu cair e arrebentar a cara no chão? Ou pular o muro e cair do outro lado e quebrar a perna? Só de pensar que eu posso sofrer alguma fratura no meu corpo, me dá uma coisa... Ui!

Entro no carro e dou um leve e prazeroso selinho, que ele concede sem hesitação.

Flynn logo dá a partida. Sua picape parecia ser velha e desgastada, mas quando Flynn pisava fundo, ela corria... E muito! Acho que é isso que gosto em Flynn, ele é humilde e procura não ligar para coisas luxuosas, claro que raramente isso acontece, mas mesmo assim, ele não é igual a esses mauricinhos sem graça ou a esses playboyzinhos que se acham os reis do mundo, sabe? Jack fala que é pelo fato dele ter conseguido as coisas que ele queria quando era criança, e agora não tem necessidade de ficar se exibindo.

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Chegamos a um prédio e subimos umas escadas que havia do lado de fora. Pelo que pude perceber, estávamos nos lados do Brooklyn.

– Coloca isso – Pediu Flynn me entregando luvas de couro – Isso vai ajudar a não queimarmos as mãos – Fitei-as e dei de ombros, as calçando – Vamos alongar que é importante – Flynn começou a alongar os braços e eu as pernas. Deduzi que era para não distender um músculo ou não dar cãibra na hora dos saltos e pousos.

Depois de alguns minutos de alongamento, posicionamos na “área de largada”. Eu já saquei a do parkour, é só pular os paredões e saltar dos prédios.

– Vou fazer primeiro e você me acompanha – Assenti rolando os olhos.

Flynn correu na minha frente, me pareceu fácil pular umas caixas de ar condicionado, mas quando Flynn deu um mortal e caiu do outro lado do terraço, me senti acanhada.

– Vamos você consegue – Grita ele a metros de mim.

– Ah claro. Espera aí que eu vou gritar socorro para o Homem Aranha vir me resgatar, aí eu aproveito e peço a porção que ele te deu – Falo sarcástica.

– Vamos – Insiste ele.

– Okay – Falo por fim, suspirando.

Bem, já sabem o que deu né? Eu caí ao pular as placas. Amarelei mais de duas vezes ao pular os prédios. Enfim, resumindo ainda mais essa experiência que vive, só posso dizer que deu merda.

FlashBack: Off

Essa foi minha doce e terrível explicação, mas tenho que admitir que, nunca estive tão suada no inverno, quanto estive hoje. Um inverno caloroso? Creio que sim.


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Notas finais do capítulo

Eai meus gotosos? Gostaram? Eu comecei a ver uma série na Netflix do HTTYD e gostei muito de uma personagem, me dando uma ideia para a personagem Astrid.
Kristanna são fofos demais, não acham?
Creio que as Jelsas devem ter ficado sem ar rsrsrs.
Eu vi uns vídeos de parkour, MDS os caras voam, é muito massa. Depois vocês vêem, é muito loucura. Já sabem porque gostei né kkk.
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