Pov Jack

Cheguei em casa e fui direto para meu aconchegante quarto, joguei minha mochila na cama e tirei a blusa, afinal, o verão está terminando, mas o calor tá de matar.

Caminhei pelo corredor pensando nas palavras que eu direi a Lara, se ela me deixar falar, né. Bati na porta, mas não ouvi sua resposta, e como sou muito educado, entrei assim mesmo.

– Jack eu não deixei você entrar - Grita Lara jogando uma boneca em mim.

– Acalma aí - Falo jogando a boneca no baú de brinquedos, os quais não vejo Lara brincar há meses, agora só vejo vários esmaltes de todas as cores, batons escuros... enfim a bagaceira toda que as garotas usam.

Me sentei em sua cama e a encarei profundamente, arrumando coragem para começar.

– Sabe? Não gostei nada de ver aquela pouca vergonha em frente a sua escola, e bem no primeiro dia de aula - Falo, enquanto ela penteava o cabelo de uma boneca, parecia nem está prestando atenção em minhas palavras - Ele é seu namorado?

– É.

– E quanto tempo vocês namoram? - Ela levantou seu olhar para os meus e notei que sua bochecha corou.

– Ah, uns...seis meses - Arregalei os olhos e engasguei com minha própria saliva.

– Seis meses? - Ela assente envergonhada - Ual, e nem pra você me contar - Deitei sobre o colchão e ela deixou sua boneca de lado.

– É que eu fiquei com medo da sua reação.

– Lara, você é minha mana, minha parceira.

– Achei que o Jamie fosse seu parceiro.

– Ele é meu parceiro e você é minha parceira, tem diferença entre vocês dois.

– Ah é? E qual é a diferença?

– Ele não tem a mania de retocar o gloss - Rimos e notei como Lara estava ficando com a cara da mamãe, ai meu Deus, minha irmãzinha está virando uma irmãzona.

– Mas Jack, já que você tocou no assunto do meu namoro...você aprova ele? - Franzi o cenho.

– Faz essa pergunta a si mesma, você realmente gosta dele? É só isso que eu tenho que saber.

– Acho que sim...ah sei lá, ele é legal, ele é gentil, doce, carinhoso...

– Pera deu ânsia de vômito - Falo fingindo um vômito e ela me dá uma tapa de leve.

– É sério Jack...acho que estou apaixonada por ele e ele por mim - Me levantei e a encarei intrigado.

– Não está muito jovem para se apaixonar?

– Não se tem idade para se apaixonar Jack, achei que soubesse disso - Abri um sorriso e a empurrei de leve.

– Lara tá namorando - Falo na zoação, mas por dentro estava morto de ciúme.

– Ah só eu né? Haha...- Rimos e deitei ao seu lado, e um silêncio pairou entre nós, só ficamos observando o teto lilás e as estrelinhas que colamos há vários anos atrás, quando eram duas pestes tocando o terror na vizinhança. Ri de meu pensamento - Jack.

– Fala.

– Você e a Elsa já...ham...você sabe...tiveram a primeira vez? - Ela pergunta hesitante, mas já no auge da conversa, deveria me abrir mais.

– Não - Falo - Mas talvez isso aconteça. Claro, só quando tivermos certeza.

– Que vocês se amam?

– Não, isso eu já tenho certeza absoluta, Elsa é a mulher da minha vida, ela é inteligente, linda, carinhosa, sincera...

– Ai pera aí, tive ânsia de vômito agora - Fala Lara me cortando. Nem é minha irmã.

– Só quero dizer que precisamos ter certeza que estamos preparados para fazer isso, mas...por que a pergunta?

– Sei lá, achei que vocês já tivessem...

– Você só vai fazer isso quando sair da faculdade e nem tente me fazer mudar ideia - A corto.

– Não, eu não quero fazer isso agora, só estou falando que...perai, até terminar a faculdade?

– É isso aí.

– Mas eu quero ser médica, e a faculdade é de oito e noves anos.

– Melhor ainda - Ela rir e voltamos ao silêncio.

– Jack.

– Oque?

– Te amo mano.

– Também te amo - Falo lhe abraçando.

Como é difícil lidar com vida de adolescente, já basta lidar com a minha. Mas tudo bem, vou fazer de tudo para cuidar dela e quem a machucar vai se ver com meus punhos e meus pés.

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Pov Astrid

Estava andando de mãos dadas com Hiccup pela rua próxima de minha casa. Ficamos em silêncio por uns instantes, mas eu fiz o favor de quebrar.

– Legal o Austin, né?

– É, e a galera da robótica também. Hiro é muito bom com tecnologia, ele vai levar a turma do ano passado ao um nível favorável para vencermos as competições de Agosto.

– Por que mudou de assunto?

– Eu não mudei de assunto.

– Mudou sim, eu estava falando do Austin. Iria dizer que ele se dar tão bem com a Meri, não acha? - Ele não respondeu de primeira, ficou pensando em minha pergunta e só depois de alguns segundos pensando ele resolveu responder.

– É, ele é bem legal e a Merida é bem instusiamada, então acho que eles vão ser bons amigos - Me ponho em sua frente.

– Ou mais que amigos - Falo maliciosa.

– Do que está falando? Ele com ela? Acho que não.

– Por que não? Pensa comigo, eles tem muitas coisas em comuns...quer dizer, acho que tem. Mas isso não muda o fato de que eles podem acabar se gostando - Ele encarou o chão sem expressão - Você tem algo contra?

– Acho que não curtir tanto o Austin como você - Desabafa ele e eu fico sem reação.

Ele está com ciúme? Não, não pode ser.

– Você está com ciúme da Meri?

– Creio que sim, mas não fique brava, acho que é coisa de amigo - Mesmo não ter engolido essa, eu forcei um sorriso o lhe dei um selinho.

– Tô de olho - Ele sorrir e puxa minha cintura até encostar em seu corpo. Ele sorrir novamente e me beija.

Será mesmo que é coisa de amigo? Fiquei confusa e bem insegura com isso. Vou conversar com a Meri sobre isso.

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Pov Elsa

Estava sentada no sofá assistindo Arrow, com um pacote de Doritos em minhas mãos e com meus dedos cobertos de pó amarelo com gosto de queijo.

Anna se aproximou e se sentou ao meu lado com uma cara de "Gatos de botas".

– Oque tu quer criatura? Fala logo para eu voltar para meu Oliver.

– Vamos tirar um Self?

– Odeio Self.

– É só uma foto Elsa.

– Odeio foto.

– Mas é comigo, sua irmãzinha querida e linda que você tanto ama nessa vida - A encarei e fiquei em silêncio, enquanto ela sorria.

– Odeio você - Ela me bateu e eu rir caindo do sofá, enquanto ela pegava o travesseiro e me espancava com o mesmo. Ainda bem que ela não pegou o urso de pelúcia, aquele lá dói muito, porque tem um aparelho que serve para ele falar.

– Vamos logo se não eu pego o Ted - Fala Anna segurando o braço do Ted, sim o nome dele é Ted.

– NÃO, DEIXA O TED AÍ - Grito segurando o outro braço do grande urso.

– NÃO, SOLTA ELE.

– SOLTA VOCÊ.

– NÃO, SOLTA VOCÊ - Ficamos puxando o urso com força, mas aí...o urso rasgou, fazendo o estufamento voar, literalmente.

– OLHA SÓ OQUE VOCÊ FEZ - Gritamos uma para a outra.

– Papai vai te matar - Fala Anna.

– Me matar? Você que quis me matar só por conta de uma porcaria de Self - Argumento e ela revira os olhos bufando.

Olhei para Ted, ou o resto dele e pedi para que aquilo não tivesse acontecido. Então, vejo mamãe descendo a escada. Com um reflexo eu corro pulando o sofá e parando de frente à ela.

– OI MÃE - Falo e ela faz careta.

– Pare de gritar - Forço um sorriso - Você viram um urso grande? Aquele que seu pai me deu de presente de aniversário de casamento?

– O Ted? - Pergunta Anna quase chorando.

– Sim, ele mesmo, vocês o viram? - Pergunta ela e Anna me encara desesperada.

– Não, não vimos, né Anna?

– Nem sei que urso é esse - Mente Anna e minha mãe sobe alguns degraus.

– Eu vou me deitar, porque estou com uma dor de cabeça muito chata, então por favor, fazem silêncio.

– Tudo bem mãe, melhoras - Falo e espero mamãe subir totalmente as escadas.

Anna corre até mim desesperada.

– E agora? Era o presente da mamãe - Fala ela.

– Vamos no shopping e compramos outro - Falo normalmente e ela me encara descrente - Oque? Tem um monte de urso naquela loja de brinquedos, é só comprarmos antes que mamãe perceba. Vamos - Saímos, com a carteira em meu sutiã e corremos até o ponto de ônibus ou táxi próximo.

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Chegamos no shopping e logo fomos até a loja de brinquedos.

– Vamos nos separar, eu vou no segundo andar e você vê aqui em baixo -Anna assente e eu subo a escada rolante, sim mesmo sendo automática, subi como se fosse uma escada normal. Quase cai, mas subi.

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Olhei em vários corredores, mas todos eram iguais, desci e fiquei procurando por Anna, e felizmente achei. Brincando em um enorme piano.

– Anna, cadê o urso? - Pergunto e ela me encara.

– Tem no terceiro corredor, mas vai logo, porque só tem um - Bufei e saí correndo em direção ao corredor certo.

Cheguei no corredor e lá estava ele, no final do grande corredor com vários bichos de pelúcia, o urso igualzinho ao Ted. Só faltou um olofote e aquela música de Ohhhh...

Abri um sorriso e corrir até lá, mas quando peguei no braço do urso, uma garota que aparentava ter uns seis anos pegou o outro.

– Sai eu vim primeiro - Fala ela pegando o urso.

– Minha filha, eu preciso desse urso - Falo puxando o urso.

– Pode esquecer minha filha, esse urso é meu - Fala ela.

Ih que garota mais folgada.

– E se você não me der, vou parti pra cima - Gargalhei alto.

– Eu tenho o dobro da sua idade e até mais, então não vem arrumar briga comigo sua Polegarsinha - Ela me deu língua e puxa o urso, mas eu puxo de volta.

– Me dá sua velha.

– Pode esquecer miniatura de barbie - Fiquei puxando e aí uma ideia genial e maligna veio em minha mente - OLHA O OLAF.

– CADÊ? - Peguei o urso e corri até o caixa soltando minha risada de Rumpelstichen.

– Oi moça, eu quero esse urso - Falo pegando a carteira. Ela me disse o preço e eu lhe dei o dinheiro - ANNA, vamos - Anna deu tchau para suas amigas que fizera agora à pouco e se juntou a mim.

– E aí conseguiu?

– Consegui, mas eu tenho uma coisa pra te contar...

– FOI ELA MAMÃE - Ouço o grito daquela pirralha e a vejo apontando para mim.

– Conta - Fala Anna.

– CORRE - A puxo e saímos correndo para bem longe daquela pirralha que com certeza deve está chorando agora.

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Chegamos em casa e eu coloquei o urso em cima do piano. Me joguei no sofá e Anna também, e logo mamãe e papai chegam.

– Onde estavam? - Pergunta meu pai se sentando em sua poltrona e mamãe se senta em seu colo.

– No shopping - Fala Anna e mamãe sorrir.

– Vocês o acharam - Fala ela caminhando até o urso e o abraçando - Vou deixa-lo bem guardado para não estragar. E aproveito e durmo um pouco - Falava mamãe, enquanto subia as escadas carregando o enorme urso, eu achei que estava tudo dando certo, mas mamãe volta - Por que meu urso está com preço? - BATIMENTOS CARDÍACOS AUMENTANDO.

– Eu juro que tirei - Fala meu pai verificando o urso - Por que não está cheirando meu perfume?

– Por que passa rápido o cheiro? - Fala Anna e eu desabafo.

– TÁ LEGAL, EU SOU A CULPADA DE TUDO. EU QUEM BRIGUEI COM A GURIA NA LOJA, EU QUEM RASGUEI O URSO, EU QUEM TIVE A IDÉIA DE COMPRAR OUTRO URSO, ME PERDOEM EU SOU UMA PÉSSIMA FILHA - Grito me jogando no chão fazendo meu papel de drama.

– Então querida oque acha? - Ouço meu pai.

– Uma semana de castigo por ter mentindo - Ouço minha mãe e ouço os passos se distanciando. Levanto meu olhar e vejo só Anna na sala segurando o riso.

– Viu, eu estou de castigo por sua culpa - Falo me jogando no sofá e cobrindo meus olhos com meu braço.

– Elsa. Vamos tirar um Self? - Eu mereço.