Teous! escrita por Mariez, Mariesz


Capítulo 19
O novo começo


Notas iniciais do capítulo

Estamos chegando na segunda temporada o/
Muito bem, minha gente. Quero agradecer aos meus leitores mesmo que ultimamente nenhum deles dê sinal de vida nos comentários.
Os dias das postagens não mudam. Qualquer coisa postada fora de terça ou quinta está atrasado.



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Mesmo sendo todos bruxos, precisavam de uma semana para reconstruir a escola, afinal todos estavam cansados. Os pais foram avisados por carta na mesma noite e todos voltavam para casa, menos eu e Vinícius. Teríamos que ficar naquela casa do portal, e todos os dias seguiríamos nosso horário normal quase duas vezes. Teríamos a matéria de cada um dos anos em seis meses. Mesmo que aquilo fosse quase impossível, nós aceitamos. Nós precisamos salvar todos os outros.

Suspiro, sentada no quarto que arranjaram para nós. Era a nossa primeira noite ali, terça-feira. Até agora eu não sei onde estamos exatamente. Vinícius está no banheiro do quarto. Passo as mãos em meus cabelos molhados e termino de escrever a carta para Melody. Não pudemos nos despedir, mas eu sei que ela está em casa. Termino de escrever e abro a janela. A brisa fria bate em meu rosto e observo a rua. Parece um pouco abandonada... Sussurro o endereço que Melody me passou logo nos primeiros dias e observo a carta se transformar em um pássaro de papel, voando pelas ruas. Ouço o barulho da porta do banheiro abrindo e Vinícius sai de lá, com uma expressão cansada e eu dou um pequeno sorriso, que ele retribui. Fecho a janela e observo o lugar a minha volta. As paredes são de um branco-amarelado, descascadas. Há duas camas, uma em cada canto, dois guarda-roupas pequenos e um criado-mudo com uma jarra de água e dois copos. Há um grande espelho que vira - um lado que reflete e o outro de madeira- virado para o lado de madeira e uma porta próxima. A porta de entrada fica na lateral.

Eu estou com um pijama comprido com nuvens sorridentes desenhadas, já que faz um frio leve. Vinícius usa uma calça de moletom e uma camiseta azul. Me deito e fico olhando para o teto até Vinícius apagar a luz. Durmo.

No dia seguinte eu acordo sozinha. Olho no relógio de pulso que eu tinha deixado no criado-mudo. Ele marca seis horas da manhã. Levanto e coloco meu uniforme. Eram as únicas roupas que eu tinha, já que minha mala foi levada para minha casa. Saio para o corredor e vou até o quarto com a mesa, onde falamos com Marília, para tomar café. Vinícius já está lá.

–Bom dia. –Eu digo. O dia não está bom, a partir do momento que nós sabemos que podemos morrer a qualquer segundo.

–Bom dia. –A resposta dele é seca, mas não tanto quanto o pão que ele come. Não podemos reclamar, é claro.

Depois do café, vamos para a aula. É cansativo ter tanta matéria de uma vez, é cansativo ter tanta responsabilidade e ter que fazer tudo. É cansativo ter o futuro do mundo bruxo nas mãos, penso.

Eu pareço estar aceitando isso melhor que ele. É como se ele pudesse ficar louco a qualquer momento. Talvez eu esteja me divertindo um pouco com isso, é tudo tão novo para mim! Meus pais nunca falaram comigo sobre magia. Talvez eles soubessem de algo. Mas com Vinícius era diferente: ele tem uma família toda bruxa. Perdeu os pais com três anos e foi morar com a avó, que ensinou tudo sobre o mundo bruxo para ele. Melody me contou isso uma vez.

Nós nunca nos falamos muito, mas ele sempre estava por perto. Com certeza ele é bem melhor que eu na magia.

Não temos finais de semana e passaremos feriados estudando. Só poderemos sair da casa para ter as aulas (que serão em salas separadas dos outros alunos, já que somos sobrecarregados de matéria) e depois voltaremos para dormir aqui. Isso é um plano para evitar ataques.












O nosso primeiro domingo é livre, mas não temos muita opção do que fazer. Amanhã os alunos voltam para a escola. Como não tenho outros jeitos de me comunicar, resolvo escrever algumas cartas.

“Ryan,

Como deve saber, não voltei para casa, devido ao fato de que fui escolhida por uma profecia, junto com Vinícius. Eu sinto falta de vocês. Na terça-feira mandei uma carta para Melody.

Eu me lembro de quando a gente brincava de salvar o mundo, no primeiro ano. É engraçado eu ter que ajudar a salvar tudo agora, não acha? É uma pena que você não possa me responder, o endereço é secreto e fiquei sabendo que algumas cartas estão sendo interceptadas. Eu não vou mais dormir na escola, e não vou mais estudar com vocês. Até a metade do ano eu tenho que aprender o conteúdo de todos os módulos, nós aprendemos sete vezes o que vocês vão aprender! Nós também não temos final de semana ou feriados, mas o nosso primeiro domingo está sendo livre. Amanhã vocês voltam para a escola, quem sabe nós nos encontramos?

–LFD. “

Depois, envio a carta assim como mandei para Melody. Penso em falar com Vinícius. Nesses últimos dias, eu via ele sempre lendo ou escrevendo para sua vó pelo menos umas três vezes. Não nos falamos muito, mas eu sei que vamos precisar. Decido procurá-lo.

A casa é vazia e cheia de portas, sempre fechadas. Abro a porta e escuto alguém discutindo na última porta, onde tomamos café. Me aproximo. A primeira voz é de Vinícius, ele parece irritado. Ele acha que estamos fazendo coisas de mais. Que é responsabilidade de mais. Como podem deixar o mundo bruxo nas mãos de duas pessoas de treze anos? Não vou mentir, eu concordo. O que estamos fazendo é quase impossível.

Agora é a vez de Marília falar. Ela explica de novo tudo o que nos disse depois do ataque, como se Vinícius tivesse dois anos e não tivesse entendido seu papel. Não podem mandar outras pessoas, é contra a profecia. Não podem alterar o que ela diz sem que o mundo bruxo seja destruído. Eu decido entrar no lugar. Com o barulho da porta, eles param a discussão.

–Eu não quero ninguém discutindo aqui!

–Você pelo menos entende o que eles estão fazendo, Larissa?- Ele estava quase gritando.

–Você acha que eu nasci ontem? É claro que eu entendo! Acha que eu estou gostando? Eu queria estar na minha casa, esperando pra voltar pra escola e ter uma aula normal, ou estar no meu dormitório olhando pro teto, sabendo que a Mahti poderia entrar pela minha porta! Mas também não é assim que acontece. Se eu tenho que salvar o mundo bruxo eu vou! Nem que eu tenha que ir sozinha! Eu não tenho o que escolher, e você também não. Mas se quiser uma opção, você pode ir lá na janela do quarto e se jogar pra ficar conhecido como um suicida que não assumiu sua responsabilidade ou nem isso, porque todo mundo vai morrer, mesmo!-Eu saio e bato a porta.

E eu não me arrependo.


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Notas finais do capítulo

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