Teous! escrita por Mariez, Mariesz


Capítulo 15
Vaio e A Mestra.


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo tem a maior parte de POV do narrador =)
Desculpem pela demora em postar, eu estava com problemas na hora de salvar o cap!



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Acordei com a voz do diretor dizendo que deveríamos comparecer todos ao Refeitório. Achei estranho, mas coloquei uma roupa simples pra não sair de pijama (tendo a impressão de que era a mesma da semana passada) e saí com o cabelo semi-penteado.

Cheguei lá e fiquei meio assustada: Joana estava com sua roupa de ontem, na versão que vi depois, sua maquiagem e seus sapatos, agora gastos, sentada numa cadeira no palco dos professores. Ela estava com cara de quem já sabia o que aconteceria e fingia que não estava se importando. Por ser baixa pra cadeira, ela balançava os pés inocentemente no ar.

–Muito bem, alunos!-O diretor sorriu- Estamos aqui com uma notícia importante para que comportamentos ruins não sejam incentivados!- Lembrei-me do Vaio- Joana já sabe porque está aqui! Vocês sabem porque Joana está aqui? Não.- Era o mesmo diretor que eu vi ontem a noite?- JOANA SERÁ EXPULSA DA ESCOLA, POR VIOLAR AS REGRAS E TOMAR BEBIDAS PROIBIDAS DURANTE E DEPOIS DA FESTA DE COMEÇO DE ANO!- Ele disse isso como eu diria “Ganhei um ano de iogurte grátis!”. Foi meio assustador. Não só pra mim. Alguns primeiranistas olhavam em volta, inseguros. Os professores e uma turminha (como a de Daniel) batiam palmas animadamente. Me recusei a assistir mais um segundo daquilo. Eu tinha ficado sinceramente assustada.

Não voltei para meu quarto sem antes presenciar dois homens vestidos de preto levando Joana pelos braços pra fora.

Depois, Melody chegou com uma menina no meu quarto e entrou sem bater. A menina era morena, tinha olhos cor de mel e cabelos castanhos escuros e ondulados até os ombros e era bem baixinha. Melody disse que o nome dela era Melissa e que ela tinha entrado no lugar de Joana. Melissa me olhou e deu um sorrisinho. Alguma coisa não parecia bem nela. Ela era uma bruxa de segundo plano da escola porque tinha feito aniversário depois, assim era um ano mais nova mas entrou na nossa sala. Ela disse que preferia ser chamada só de Mel enquanto conversávamos. Eu perguntei se ela era de Cerejeira e ela disse que sim, mas desviou o assunto quando perguntei de qual eixo ela era. Ela disse que se sentiu muito mal por Joana, mas a escola a chamou e ela foi.

Nós resolvemos andar um pouco pelos jardins e enquanto conversávamos e pensei em Sammy. Eu não tinha estranhado o fato de ela não estar com Melody. De algum jeito eu sabia que ela estava pensando que poderia estar no lugar de Joana, por também ter tomado Vaio.





Enquanto isso, em algum lugar do eixo norte, havia uma reunião.

A mensagem que Lara recebera era vaga para outros, mas especifica para ela. “Reunião sobre Você-Sabe-O-Quê. Local: Você-Sabe-Onde.” A marca de N cortado por uma linha curva, como uma onda brilhava em azul em sua pele clara, no pescoço.

“Os novatos se deram bem” pensou a moça com um sorriso maldoso. Lara gostava de lembrar a sua época, quando ela era como os garotos novos.

–Teous!- A moça disse para o nada. Onde era nada, agora havia uma bela casa. Mais precisamente uma mansão em cores escuras.

A leve garoa repentina fez os cabelos castanhos de Lara serem recobertos por uma fina camada de água. Puxou a touca da capa e a colocou do modo que deveria: cobrindo os olhos. Deixou apenas os lábios vermelhos e chamativos para fora, para responder á quem lhe abrira a porta.

–Boa noite, mestra.- E sorriu, com os dentes á mostra.

Vera Nortista estava com sua aparência de sempre: os cabelos pretos lisos presos num rabo de cavalo baixo. A capa preta brilhante sem touca. O rosto cheio de cicatrizes sempre á mostra, como se fossem troféus a serem exibidos.

–Boa noite, querida. - Sorriu com desdém para a mais nova- Estávamos esperando nossa última convidada.

Lara entrou na grande construção, passou pela sala que agora estava vazia e entrou na antiga sala de jantar da casa dos Nortista. Foi até a terceira cadeira do lado direto da mestra, seu lugar de sempre, e se sentou. Olhando em volta, percebeu que todos estavam presentes. Uma menina petrificada em cima da mesa preta e comprida, parecia ter uma expressão assustada, mas a luz era fraca demais para Lara distinguir alguma coisa.

–Bem-vindos, meus eixo-nortistas! Estamos aqui para mais uma comemoração!- Vera começou, anunciando com extrema felicidade. – Essa menina nos fez um grande favor. Pode explicar o que nossa pequena Joana fez, Ian?- Vera lançou um feitiço para que a menina pudesse se mexer, mas não sair da mesa.

–Joana tomou o último gole da última garrafa de Vaio, justamente o enfeitiçado pelo nosso garotinho espião para fazê-la ser pega e expulsa, para entrarem OUTROS em seu lugar.

–Ser pega por quem, Ian?- A mestra perguntou ao filho.

–Ser pega pelo diretor que nosso mesmo espião enfeitiçou!- A gargalhada de Ian ecoou pelo salão. – Será questão de tempo até que peguemos TODA a escola e que nossos planos deem certo!

Copos surgiram na frente de cada um dos eixo-nortistas.

–Um brinde á mais uma vitória!- Gritou Lara. Com gritos entusiasmados, todos beberam o forte uísque bruxo e bateram palmas.

Era mais uma reunião de comemoração naquele ano. E logo viria outra, se o plano desse certo.

–Essa escolinha de merda já está tomada!- Anunciou Marli. Junto com a fala, ela lançou um feitiço contra Joana. Sem se importar se era o último suspiro da menina, todos gritaram e beberam novamente.

Lara suspirou. “Eu nunca precisei de uma irmã retardada”, pensou. Riu internamente com seu álcool.

De repente, um feitiço deixou todos novamente sóbrios.

–Voltemos ao uísque depois que o próximo ataque estiver terminado de ser planejado. Ian?- Vera voltou a comandar a reunião. Pensou no marido que ela mesma havia matado e riu sozinha.

Voltaram para a mesa. Cada um falava um palpite, enquanto Ian anotava tudo.





–Não pretendemos voltar sem matar pelo menos um aluno! Essa não era a ideia principal?- Lara rebateu contra um argumento pacificador de uma novata. – Não estamos aqui para fazer amiguinhos. Estamos aqui para acabar com aquela escola de imundos e a raça idiota dos aluninhos dela.

Ian bateu palmas e Lara se sentou, sorrindo. Vera riu para qualquer um e lançou um encantamento de tortura na menina nova.

–Devemos destruí-los, Gabriela!

E assim prosseguiu a reunião. Aquilo já era normal para Lara. Por sorte ela nunca havia sido amaldiçoada por Vera. Ela ainda podia ter sentimentos, como os que tinha por Ian.

A data do ataque foi finalmente marcada.


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Notas finais do capítulo

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