Teous! escrita por Mariez, Mariesz


Capítulo 14
A Festa, parte quatro


Notas iniciais do capítulo

Ultimamente eu ando escrevendo meus capítulos antes e programando tudo pra não faltar nenhum capítulo pra vocês!
Boa leitura.



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Ele me beijou, sem descrições clichês sobre isso. Eu fiquei ali, paralisada, processando a informação até que “acordei” pro que tinha acontecido. Ouvi uns gritos de aprovação no fundo e a enorme porta do castelo ser aberta. Por Hellena estar correndo atrás da pessoa, deu pra perceber que era Ryan. Não me importei muito.

Olhei para Leandro como se nada tivesse acontecido. Talvez aquele iogurte tivesse me deixado meio bêbada, ou talvez fosse só sono pelo fato de já ser meia noite. Um ou outro, não seria feito isso se estivesse “normal”.

Depois disso, as músicas já não estavam tão animadas como antes. Eu estava precisando de um copo de iogurte pra acordar um pouco, já que os meninos do palco anunciaram que a festa iria até ás três da manhã! Avisei Leandro e ele me falou que ia falar com os caras da banda. Saí pra mesa e comecei a encher um copo de plástico ouvindo o CD que tinham deixado tocar no intervalo da banda. A música era “New Perspective”, da mesma banda Comum que haviam tocado no começo da festa.

–Ê, Larissa, não perde um!- Era Joana. Ela estava com um copo de líquido roxo na mão, e eu tive certeza do que ela estava bebendo: Vaio. Eu fiquei sabendo que alguns alunos do último ano iam levar, mas não que QUALQUER UM ia poder beber. Vaio não chega a ser uma bebida alcoólica forte, é bem doce, mas uma pessoa de treze anos podia ficar bem bêbada com só um gole. Não que eu já tenha tomado, mas lá em casa tinha direto por causa da minha mãe.

–Isso é Vaio, Joana?

–O pessoal do último ano deixou todo mundo tomar!- Eu sabia que ela não podia tomar aquilo, mas eu não falei nada. Ela SABIA que era proibido e que ela podia ser expulsa da escola, junto com o último ano INTEIRO. Ela sabia o que estava fazendo.

Então eu olhei em volta. No canto do salão tinha uma rodinha com uns alunos que provavelmente eram do último ano com dez garrafas roxas. Percebi que alguns alunos bebiam aquilo também, pelo salão. Com certeza a metade dos alunos que bebiam não tinha chegado nem no módulo dois. Suspirei. Algumas outras pessoas que eu conhecia também estavam com seus devidos copos: além de Joana, tomavam também a turminha de Daniel, Sammy, Mahti e Isaac. Por sorte, Melody e Vinícius tomavam iogurte. Pelo menos algumas almas salvas no mundo!

Vi Leandro num banco e ele me chamou pra lá.

–A gente podia ir embora, Larissa.

–Tô sabendo do Vaio.

–Eles estão oferecendo pra todo mundo, mesmo se a pessoa não quiser. Muita gente não queria tomar e eles ameaçaram lançar um feitiço no ar pra todo mundo sentir vontade.

–Vamos pra perto do lago, então. Eu não quero ir pro dormitório ainda. - Sorri- A gente leva a jarra de iogurte e se manda.

E foi exatamente o que fizemos. Furtamos o iogurte e dois copos de plástico, saímos sem ninguém perceber que estávamos fugindo do Vaio (e de ser expulsos) e nos sentamos na beira do lago.

–Parece que toda vez que eu venho aqui brotam umas pedrinhas perto de mim. - Eu disse, jogando uma dentro do lago.

–Comigo é a mesma coisa. – Disse ele, jogando uma pedra maior na água. Ela “quicou” duas vezes antes de afundar. –Maldito vício de jogar pedrinhas no lago!

–Cada um com o seu vício. - Eu ri- Antes pedrinhas no lago do que iogurte.

–Deu pra perceber o seu vício! - Ele disse tomando um gole do iogurte de morango e riu.

–A gente vai ficar rindo assim a noite toda?

–Deve ser o iogurte.

–É...

Ficamos por uns três minutos no barulho horrível que era o silêncio, até que ele se pronunciou.

–Sobre o que aconteceu quando a gente estava dançando, eu...

–Toma iogurte, Leandro. - Eu peguei o copo dele da grama de coloquei em sua boca. Ele quase engasgou, mas tomou tudo o que tinha no copo e riu. Não que eu estivesse com algum tipo de sentimento, eu só não queria falar sobre isso.

Quando ele foi pegar a jarra de novo, bateu a mão com tudo no vidro, e sobrou pra mim: Caiu iogurte no meu vestido.

–Eu... Bem, desculpa...

–Não precisa se desculpar. Eu divido com você!- Disse, jogando iogurte do meu copo nele. Como a jarra era infinita, nós enchemos nossos copos e ficamos um bom tempo fazendo guerrinha de iogurte. Depois de ENCHARCADOS, nós sentamos na grama e ficamos rindo do que tinha acabado de acontecer.

Quando acabou o assunto, eu fiquei tentando fazer minhas pedrinhas “pularem” pelo lago.

–Não tá dando muito certo, né?

–Quer saber? Não mesmo!- Eu ri.

Ele me ensinou a jogar as pedrinhas direito e eu consegui fazer elas irem bem longe. Depois de muitas pedrinhas e conversas, percebemos que algumas pessoas estavam saindo da festa, eram duas e meia da manhã.

–Acho melhor a gente devolver a jarra!

Ele riu.

–É, se não vão descobrir rapidinho quem foi que roubou.

–E a gente vai aparecer lá, cheios de iogurte?

Ireon!– Isso devia ser um feitiço estilo “máquina de lavar”, porque, no mesmo instante, minha roupa ficou seca (e eu também!). –Isso resolve!

–Uau!- Eu ri.

Entramos no castelo cuidadosamente para devolver a jarra e, enquanto andava até a mesa olhei para quem estava tomando Vaio: estavam na última garrafa e o grupinho agora era realmente pequeno. Até os maiores de idade, do último módulo, já estavam aparentemente bêbados. Joana continuava ali no meio, mas era a única do módulo um. Os outros eram maiores, até Sammy já tinha ido embora. Mas Daniel não. Eles estavam em doze pessoas no máximo e o CD ainda tocava.

Eu esperava mais de Joana. Ela tinha bem a cara de menininha comportada, dos vestidinhos de babados e tiarinhas de flor normalmente, mas o estado dela ali era bem diferente. Algum feitiço tinha deixado seu vestido bem mais curto. Tinha no máximo meio palmo de “saia”. Na bolsa dela com certeza devia ter muita maquiagem, e ela devia ter passado quando eu saí. Um copo de Vario na mão, falando meio enrolado. Os laços e babados de seu vestido não se faziam mais presentes. Com certeza eu deveria me afastar dela.

Prestando mais atenção, percebi que havia também uma garrafa de refrigerante de laranja perto deles. Provavelmente, para tomar junto com o Vaio. Eu não imaginava que era por isso que os mais velhos passavam pelos corredores dizendo: “Espera só dar meia noite! Os professores vão sair e a gente vai fazer a festa!”.

–Vamos?- Leandro sussurrou pra que ninguém mais nos ouvisse. Assenti e saímos novamente. Andamos até os dormitórios comentando a cena que vimos.

–Será que os professores nunca ficam sabendo de nada?

–Acho que não. Eles devem fazer isso todo ano!

Suspirei. Eu passaria mesmo o resto do meu ano com gente que quebra as regras e toma coisas proibidas numa festa que era pra ser inocência pura?

Chegamos até a porta do meu quarto num longo tempo de dois minutos.

–Boa noite- Ele estendeu a mão. Eu achei que ele ia me dar um aperto de mão, mas ele a beijou e saiu.

Entrei no dormitório, fechei a porta e a tranquei com um novo suspiro.

“Desmanchei” todo o meu visual da festa, coloquei meu pijama de ursinhos e me deitei, olhando para o meu lustre.

Eu acho que os professores não são tontos. Eles vão descobrir o que aconteceu.

Será mesmo?


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Notas finais do capítulo

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