Teous! escrita por Mariez, Mariesz


Capítulo 11
Capítulo 9- A Festa parte 1


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo vai ser dividido em partes, mas pode ser que alguns capítulos não tenham o nome por não tratar somente da festa, mas continuam valendo =)



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Eu acordei no meio da noite e saí correndo até a porta e me lembrei de estava usando meu pijama azul de ursinhos. Sentei-me novamente na cama e pensei:

“Eu estava dormindo, sonhando, e ninguém foi sequestrado, ninguém pisoteou a minha plantação de girassóis”.

Não aguentei. Tive que me levantar, vestir qualquer roupa que estivesse no meu armário e sair. Eu mal sabia pra onde ia, eu deixei a porta voltar e se fechar sozinha, talvez isso tivesse acordado alguém, mas quem se importa? O ditado “O castelo sempre estará aberto a quem quiser entrar” que eu ouvi uma vez, quando acidentalmente prestei atenção em qualquer aula era real: as portas estavam abertas e eu pude entrar.

–Natália, ainda bem que você não dorme!

– Larissa, o que você tá fazendo aqui? Vai dormir!

– Era o que eu estava fazendo, mas eu... Bom, foi como se eu tivesse um sonho, e estavam sequestrando os meus pais!

– Tivemos notícias de ataques em casas de pais de alunos, mas você não mora no eixo sul! Vai dormir, Larissa!

–Que saco, Natália, quando morrer alguém não vem falar comigo!

Depois disso eu perdi o sono, fiquei pensando no que fazer. Olhei no relógio e pensei se Melody acordaria ás quatro e meia da manhã num domingo. Não.

Quando chegou o horário decente para se acordar num domingo, fomos chamados pelo diretor, com algo que deveria ser um feitiço pra escola inteira ouvir ele falando. Basicamente, teríamos de ir para o Refeitório. Não era realmente um “teríamos”, porque ir para lá já estava nos meus planos. Afinal, de que outro jeito eu poderia alimentar meu vício por iogurte?

As mesas estavam milagrosamente diferentes: podia ver Melody com Sammy e Vinícius, Mahti com Hellena e Joana, e Ryan com... duas cadeiras vazias? Resolvi me sentar do lado dele.

–E aí.

–E aí.

–Melhor?

–Melhor. E você?

–Por que eu estaria pior?

–Porque eu joguei uma pedra na sua cara, talvez?

–Ah- Eu ri- Não era uma pedra muito grande, eu continuo linda!- Usei meu guardanapo como leque, me abanado, como se fosse muito difícil ser maravilhosa e ele riu. Um ponto pra mim.

–É bom falar com você de novo...

– Claro, é sempre bom falar comigo!- Nós rimos.- Brincadeira, é bom falar com você também.

– Porque você ficou sozinho hoje?

–Ah, o Vinícius foi sentar com aquela menina que com certeza ele está a fim, a Mahti virou popular do nada e foi falar com aquelas meninas que eu nunca vi na vida e eu não conhecia mais ninguém nessa escola além de você.

Quando eu ia responder, pude ouvir o diretor estalando os dedos. Nossos pratos sumiram e eu mal tinha tocado no meu pão com queijo. Triste, mas meu copo de iogurte estava vazio.

–Muito bem, alunos! Estamos preparando a escola para um grande evento de inauguração de ano! O nome é esquisito, mas os alunos antigos conhecem muito bem. Todo ano nós fazemos uma festa para os alunos novos, com comida, música, essas coisas de adolescentes da época de vocês e coisas assim. Perguntas?

Fui a primeira a levantar a mão.

–Vai ter iogurte?

Eu não sei por que, mas uma BOA PARTE da escola começou a rir. Até agora não achei graça.

–Bom, não é de costume, mas podemos colocar!

A festa seria na sexta-feira à noite e teríamos que arranjar uma roupa chique até lá, então a escola nos deixaria passear livremente pelo Bairro dos Anjos hoje o dia todo para achar um vestido ou uma roupa legal. Aquela foi a notícia mais legal da minha vida. Não por causa da festa com iogurte ou do vestido, mas pelo fato de podermos passar o resto do dia no Bairro dos Anjos. Lá tem uma loja de doces GIGANTE que vende bruxinhas coloridas. Bruxinhas Coloridas é o doce mais legal do mundo bruxo, pelo simples fato de que a cor dela é o gosto. Exatamente, isso seria como comer uma cor. Não é em todo lugar que você pode saber que gosto tem a cor vermelha.

Saímos de lá para pegar nosso dinheiro e sair da escola num ônibus roxo parecido com aquele que nos trouxe pra cá. Nem sei quem estava sentado do meu lado, só sei que chegamos em dez minutos e eu e minha bolsinha de Lios (moedas do mundo bruxo) saímos felizes pelas ruas. Enquanto todas as meninas iam de grupinho para a loja de vestidos e sapatos, eu saí correndo para a Doces e Travessuras para comprar as minhas bruxinhas. Comprei um pacote e saí para escolher meu vestido. Chegando na loja, algumas meninas experimentavam vestidos e mais vestidos, com as pilhas dos que não gostaram do lado do provador. Eu vi uma menina com pelo menos três pilhas de vestidos.

Fui olhando em volta para ver se eu ia achar alguma coisa realmente legal pra se comprar ali. Os vestidos faziam o tipo de todas as meninas ali, mas eu não queria nada muito chamativo, porque normalmente são esses os vestidos que pinicam. Fala sério, eu quero um vestido bonito que eu não fique me mexendo igual uma maluca porque está incomodando.

Parei meus olhos num vestido azul e prata que achei lindo. A primeira coisa que uma menina que estava na loja faria seria pegar ele e sair correndo para um provador, mas eu olhei o preço primeiro. Era um dois mais baratos, não era lá muito enfeitado. Era azul claro em cima e tinha uma faixa prata na cintura, e dali pra baixo ele descia em riscos de azul e prata. Assim era sem enfeites, não se surpreenda! Olhei o número e tinha certeza de que ela não iria servir. Perguntei para a mulher da loja e ela disse que só tinha aquele tamanho, porque veio errado numa encomenda e eles resolveram deixar ali uma semana antes de devolver para o fabricante. Eu agradeci a moça e pensei “Esse vestido vai servir, nem que eu tenha que parar de comer até sexta-feira!”.

Eu entrei na única cabine vazia e experimentei. Fiquei tão surpresa que quase dei um grito na loja.

Eu emagreci e não estou sabendo? Eles colocaram a etiqueta errada? Não sei, só sei que serviu direitinho, como se ele já fosse meu.

Tirei o vestido e o levei para a mulher do caixa. Ela sorriu e perguntou se eu não levaria nenhum sapato.

–Não, valeu. Eu tenho uma sapatilha azul guardada. É meio velha, mas serve.

Percebi que a mulher não estava muito feliz com a resposta, mas não me importei. Saí de volta para o ônibus feliz e contente. Alguns meninos já estavam lá, inclusive Ryan, que levava uma sacola.

Espera aí! Não era uma sacola de loja de roupas! Era uma sacola da Doces e Travessuras!

Ele olhou para os lados e tirou um pacote de bruxinhas coloridas e eu voei pro assento ao lado do dele.

–Cara, você também comprou bruxinhas coloridas? Foi a primeira coisa que eu fiz quando cheguei.

–Eu sempre quis comer uma dessas, cara!

–Eu também!- Abri meu pacote, mas roubei uma bruxinha verde do pacote dele. O gosto era engraçado, não era uma coisa que se podia descrever, era como se realmente tivesse gosto de verde, não me pergunte como.

–Ei!- Ele aproveitou para roubar uma bruxinha amarela do meu pacote.

E assim foi passando o tempo, e quando nossos pacotes ficaram na metade, decidimos guardar.

Na porta do castelo, tinha uma faixa cor de rosa que dizia “EXPERIMENTEM SEUS VESTIDOS!”.

Vi várias meninas lá dentro com vestidos lindos e fiquei pensando se eu não estaria simples de mais. Não me importei, não foi tão barato assim, vou usar até acabar!

Entrei numa cabine e depois saí usando meu vestido. Foi como se a escola inteira tivesse parado pra olhar pra mim ao mesmo tempo.

A maioria das meninas não tinha escolhido seus vestidos, e iriam no dia seguinte fazer uma nova busca, mas percebi que algumas delas me olhavam como se pudessem roubar meu vestido a qualquer momento. Coloquei minha roupa normal de volta e saí para meu dormitório. Resolvi chamar Melody para ver seu vestido. Não parecia ter alguém lá dentro e resolvi passar na Sammy pela primeira vez.

Ela abriu a porta. O quarto estava uma bagunça, provavelmente ela tinha acabado de experimentar o vestido, porque ele estava em cima da cama.

Não era tão comprido quanto o meu, que ia até dois dedos abaixo do joelho. Era, no mínimo, quatro dedos pra cima. Não tinha alças (isso significa que era tomara-que-caia), tinha bastante volume dos lados, com renda na parte da saia. Em cima, era brilhante de lantejoulas pretas.

–Vai de preto?

–Não achei nada bom na loja! É difícil achar roupas pra gente ruiva, já tentou combinar roupas normais com vermelho?

Eu ri.

–Dei a sorte de nascer maravilhosa- Sorri- O meu vestido é azul e prata.

Ficamos conversando, ela me mostrou e ficou muito bem no vestido. Depois, saímos juntas para jantar.

Não sei o que aconteceu, só sei que Sammy ficou a três centímetros de cair de cara no chão. Um menino que eu nunca me lembrava de ter visto tinha a segurado.

–Você está bem?


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Notas finais do capítulo

Brevemente, postarei o desenho que fiz do vestido da Larissa em meu blog, já que não achei nenhum que me agradasse para colocar o link.
Gostaram?



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