Capitulo 20.

Mais de duas semanas se passaram e Luke não acordou. Seus pais sempre faziam visitas, alternando entre um e outro. Eu sempre ia ao hospital. Dylan foi vê – lo algumas vezes.

Eu conversava com ele. Precisava escutar sua voz e seus conselhos e em certos momentos, eu podia jurar que ele mexia os dedos. Mas, naquela manhã de sexta isso não foi possível.

Por volta das dez da manhã, o doutor Hoffman ligou para mim pedindo para que eu fosse o mais rápido possível ao hospital. Larguei tudo que estava fazendo e corri para lá.

Seus pais já estavam lá. No caminha tentei não pensar no pior, eu tinha esperança de que ele acordasse do coma.

Fiz o caminho conhecido até o quarto andar. Jen e Lory já estavam no local. Eles estavam aflitos, pois o doutor não havia dito o que houve.

Quando finalmente ele chegou, sua expressão entregou tudo.

Luke estava com a pressão intracraniana alta. O que causou inchaço, e as atividades cerebrais diminuíram a tal ponto que ele já não enviava mais comandos para o resto do corpo. Ontem, ele havia sido submetido a novos exames e eles acharam mais um tumor crescendo do lado direito do cérebro. Ele não aguentou.

Aquilo me desolou por dentro. Por que ele? Por quê? Ele era uma pessoa boa, nunca fez mal a ninguém. Não merecia esse final triste.

Mas eu tinha que ser forte. Eu era viúva e ainda tinha que contar para meu filho. Isso não seria bom para ele.

Pedi para que eles fossem até minha casa para que possamos contar a Dylan e discutirmos sobre o funeral. Eu estava emocionalmente e mentalmente abalada. Tudo era demais para mim.

Eu precisava seguir em frente. Luke queria isso e eu faria isso por ele.

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Dylan chorou muito. Se trancou no quarto e não queria mais sair de lá. Nunca o vi tão triste. Isso partiu meu coração, e o pior era que eu não podia fazer nada.

O funeral seria pela madrugada e o enterro pela manhã. Edward se ofereceu para cuidar de Dylan. Não queria que ele passava a madrugada fria velando o corpo de seu pai. Então, o máximo que ele veria seria o enterro. Embora ainda seja doloroso para ele, mas, Dylan persistiu em assistir o enterro.

Mas, as noticias não paravam de chegar. O nosso advogado passou pela tarde e nos informou que Luke havia nos deixado um testamento. Ele seria lido no sábado pela manhã. O laudo do I.M.L. confirmou que ele morreu devido a uma morte cerebral ocasionada pelo câncer cerebral.

O que mais me surpreendeu foi o fato de Edward passar o dia em minha casa e eu não reclamar de nada. Na verdade, eu estava tão esgotada que qualquer coisa que ele fizesse eu não me importaria.

Já faz umas semanas que não me importo com nada com que ele faça. Ele não forçou nada, não me provocou e nesse pouco tempo em que ele descobriu ser o pai de Dylan, e tem me ajudado e muito. E isso é bom. Ele aprendeu a lição e eu também.

Quis me vingar de uma forma errada e na verdade eu estava me igualando a elas. Tudo que eu tinha que fazer era mostrar que eu não me importava com nada vindo dele. Que eu mudei e que não deixaria nada me atingir.

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O funeral e o enterro foram piores do que eu imaginei. Nunca passei por isso antes, e presenciar esse momento não é algo que eu queira guardar em minha memoria.

O dia passou silencioso. Calmo e cinzento como forks era, mas, tinha algo a mais no ar. Como se os astros, a natureza soubessem o que havia acontecido.

Fiquei sozinha com meu filho naquele dia. Preferi assim. Dispensei Mary por uma semana, não queria a companhia de ninguém. Apenas me isolar.

Mas, na manhã seguinte, fui acordada por Alice. Ela não me deixou curtir minha dor sozinha em meu quarto e me expulsou de casa. Ela foi a minha companhia durante o dia enquanto Edward cuidava de Dylan.

Eles não brigaram mais depois do ocorrido e Dylan o aceitou muito bem.

E eu era grata por Luke por me fazer contar a ele a verdade. Dylan nunca estará sozinho.

Esme foi presa na manhã após o desfecho. E o juiz havia marcado a audiência para daqui a três meses. Tanto ela quanto Claire estavam respondendo pelas mesmas acusações, com a diferença em que Claire sairia uns anos mais cedo.

Se eu fiquei feliz?

Não. Eu sentia pena delas. A inveja as consumiu de tal maneira que agora, elas passariam o resto de suas vidas atrás das grades. Claire tinha uma vida pela frente e preferiu jogar fora. Esme tinha uma linda família, mas, preferiu se desfazer dela.

Alice contou que ela não queria receber a visita de ninguém, mas, conhecendo ela, logo – logo mudara de ideia.

Estava em um parque ecológico, sentada de frente para o lago, fazendo minhas comparações de antes da armação e depois da armação. E contatei que eu era uma nova mulher. Aquilo serviu para que não só eu mudasse, mas, também para que Edward abrisse os olhos para o mundo. Confesso que peguei pesado em alguns momentos, e que esse tempo todo eu estava fugindo de mim mesma. Eu me tranquei para ele. Deixei a mágoa falar mais alto, fiquei cega de ódio pelo que me fizeram passar.

E tudo que eu tinha que fazer era ser forte, seguir em frente e mostrar que eu havia mudado, sem, é claro, deixar que pisassem em mim.

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A semana passara rápido. Era sábado de manhã. Estávamos apenas, eu, Dylan e seus avos paternos. O testamento estava prestes a ser lido.

O advogado começou a leitura e lágrimas começaram a descer de meu rosto.

Luke não se esqueceu de ninguém. Ele deixou seis propriedades, contanto com o apartamento em que morávamos. Dylan ficaria com duas, enquanto o apartamento era meu. Ele também passou o cargo na editora para mim. agora, eu era a nova CEO da editora, e ainda pediu para que eu cuidasse de Dylan como eu sempre fiz, e é claro, dar uma chance a Edward, que até hoje espera por isso.

As outras três propriedades foram dadas a seus pais. Os dois carros que ele possuía foram divididos entre meus antigos sogros e eu. E a sua fortuna – que ele ganhou com todo o seu esforço também foram repartidas, metade para cada lado.

Não ouve briga de repartição de bens. Como ele ainda era novo, não tinha muito o que repartir. Mas, o que causou maior comoção foi a sua coleção de Super - Herói que ele possuía desde bebê. Itens de colecionador que agora foi passado para Dylan, que é claro, ficou feliz, além de seu anel que não saia do seu dedo anelar.

Jen e Lory se despediram e me fizeram prometer que veriam Dylan sempre. E quando eu digo sempre era pelo menos uma vez por semana. Para eles, meu filho sempre seria seu neto.

Quando tudo se acalmou, eu liguei para Edward e pedi para que ele passasse em minha casa.

Meia hora depois, ele já estava lá. Eu tinha que conversar com ele. E ele sabia disso.

– Não estou dizendo sim, mesmo por que, ainda estou em choque com todo o acontecimento. Mas, posso lhe prometer que vou fazer o possível para nos darmos bem, e quem sabe no futuro, eu não volte a te amar como antes. Eu fechei meu coração para você Edward. E quando eu o abri novamente, descobri que ainda estou chateada com tudo. Confesso que já não te amo como antes, mas, não te odeio e nem te desprezo. Eu estou começando a confiar em você. Eu meio que exagerei em algumas coisas, mas, isso ficou no passado. Eu só quero viver em paz. Não sei como será daqui para frente. Tudo que eu quero é viver um dia de cada vez. Luke pediu para eu lhe dar uma chance. Eu vou dar essa chance. Se você quiser, pode morar aqui. Mas, não estou dizendo que estamos juntos. Pelo contrario. Precisamos nos conhecer novamente. Eu mudei e você também, agora não somos mais eu e você. Temos um filho e precisamos zelar por ele.

– Eu juro que não irei te decepcionar. Vou te conquistar novamente. Nem que isso leve o resto da eternidade.

Então, ele me deu um leve beijo, selando o começo de um novo futuro.