Capitulo 11

– Bella, você está pronta? – Luke perguntou – Você esta atrasada.

– Estou indo.

Estava me preparando para ir a empresa. Ontem, depois que sai da festa me encontrei com Alice. Fiz uma dedicatória para Edward daquelas que ele jamais esquecerá.

Ainda estava me recuperando da conversa de ontem. Foi intensa. Eu não esperava encontra – lo lá. Confesso que fiquei com medo de inicio, mas, quando ele começou a dizer besteiras eu percebi o quão vulnerável ele estava. Então, para mostrar que eu dei a volta por cima e que eu não vim aqui para brincadeiras, estou indo para a empresa, com o auxilio de um advogado. Hoje ele estaria cara a cara com uma Isabella que ele jamais vira.

Peguei o meu pen drive com alguns arquivos importantes. Joguei tudo dentro da bolsa e sai.

Dylan ainda estava dormindo. Ficou até mais tarde assistindo Looney Tunes, e hoje eu ainda tinha que leva – lo ao parque no shopping da cidade.

Sai correndo com Luke bem atrás.

– Adrian ligou e disse que já esta a caminho da empresa. Ele esta com os papeis.

– Ok. Eu tenho os arquivos.

– Bella? – Luke me olhava com aquele olhar de “Onde você se meteu” – Tem certeza disso? Quero dizer, você poderia ficar aqui e deixar Adrian cuidar de tudo.

– Tenho. Eu preciso ver a cara dele quando eu estiver la.

– Isso já estava se tornando obsessão. Quando você pretende parar?

– Quando o ultimo Cullen estiver ajoelhado sob meus pés implorando por perdão.

Não gostava de ter certas conversas com Luke. Essa era uma delas.

Ele sempre dava um jeito para que eu mudasse de estratégia, para que eu parasse, mas, não dava. Não dava para simplesmente esquecer o que ele me fez. O que eles me fizeram.

Assim que chego a empresa, sou reconhecida, muitas pessoas me olham espantada, mas eu não ligo, vou direto a recepção.

– Bom dia. Tenho uma reunião marcada com o Sr° Cullen.

– Sim, qual o seu nome?

– Isabella Johnson. Em nome de Marcus Smith – Só para facilitar as coisas.

Ela emite um crachá e me entrega. Passo pela catraca e vou direto para o elevador. Aperto o trigésimo andar e subo direto. Assim que saio do elevador, percebo o quão a empresa esta mudada. Antigamente, assim que chegava aqui, dávamos de cara com uma recepcionista, agora a única pessoa fora da sala do Cullen é a Jennifer, sua secretária. Ela era mais velha, não muito velha, mas, com os seus quase quarenta. Esme morria de ciúmes dela.

Assim que ela me ve, fica branca, como se tivesse vendo um fantasma.

– Bom dia – ergo minha cabeça para conseguir ver o crachá dela. Não sou louca de falar o nome dela tão rápido – Jennifer não é? Eu vim para a reunião do Sr° Cullen. Em nome de Marcus Smith

– Isabella? Mas... mas... Você.. Você... Eu... EU vou avisa – lo;

– Oh, não precisa, mesmo porque, os outros acionistas ainda não chegaram. Eu vou espera – lo na sala de reuniões. Desculpe, você me conhece?

– Há anos, a senhora não se lembra de mim? Eu era a secretaria de Carlisle.

– Oh, sinto muito, não me lembro de muita coisa desde o acidente.

– Oh, claro, fique a vontade.

Tive que fingir que eu não me lembrava dela. Fingir que você não lembra as vezes é bom. Assim você sabe quem esta sendo verdadeiro ou não.

Sento bem na ponta da mesa. Dez minutos depois, Adrian chega, ele carrega uma grande mala com papeis.

– Oi. Que bom que você veio. Esta tudo pronto?

– Sim. Não se preocupe. Todos os documentos estão assinados e reconhecidos em cartório, caso algo de errado.

– Ok.

Nada podia dar errado nessa reunião. Nada.

Aos poucos todos os sócios foram entrando e se acomodando. Jennifer serve o café da manha e se acomoda. Eu não conhecia todos, apenas dois deles: Gary e Denys. Eles eram amigos da família, e sempre que tinha algum jantar eles estavam la.

Assim que eles me veem, ficam espantados. Eu já acostumei com todos os olhares estranhos para mim. Era de se esperar essa reação das pessoas.

– Bella? Não pode ser você. Você estava morta.

Reviro os olhos.

– Se eu estou morta, o que estou fazendo aqui?

– Mas... Mas... – Denys não conseguia dizer nada. – Eu vi... Eu foi ao seu funeral.

– Olha rapazes, essa é uma longa historia que eu teria o prazer em contar para vocês, mas...

A porta abre e Edward surge como um furacão.

– Bom dia senhores, estão todos bem acomodados? – Ele para abruptamente antes de se sentar - Mas, o que significa isso? O que você faz aqui? Essa é uma reunião privada, e eu estou esperando outra pessoa.

Rá. Peguei ele de surpresa, vamos ver como ele reage sabendo a verdade.

– Eu estou no lugar certo Cullen. Afinal, não viemos trata de negócios? Eu ainda tenho parte das ações.

Seu olhar é de ódio.

– Como?

Ele não entende. Pobre rapaz. Deixe – me esfriar as coisas.

– Você estava esperando Marcus Smith? Pois bem, prazer em conhece - lo.

Todos ficam espantados. Mas, Edward, ele não tem reação nenhuma. Simplesmente ficou petrificado. Aos poucos sua cor volta ao normal e ele cai na risada.

– Tudo bem, tudo bem, há algum mal entendido aqui. Você conhece ele? E ele te mandou aqui por que deve ter acontecido algo.

Já vi que vou ter muito trabalho explicando tudo.

– Não. Nada disso. Eu vou explicar. Marcus Smith é um nome criado por mim para que a venda das ações fosse feita com sucesso. Eu tentei comprar antes usando meu nome, mas, ninguém gostou da ideia de ter uma mulher como sócia, então, eu usei esse nome para fazer os acordos. Eu consegui uma pequena porcentagem das ações, mas, ainda pretendo ter mais.

– Isso é errado e você sabe. Por deus, já não basta ter mentido sobre a sua morte e ter mudado de nome, agora você esta invadindo a empresa e usando o nome de sei la quem para comprar as ações? Você é maluca.

– Sim, sou. E os documentos foram assinados por mim. Quando adquiri as ações, quem assinou por mim foi meu advogado. Se vocês tivessem lido corretamente o contrato, veriam em que nenhum momento o nome de Marcus Smith aparece, e sim o meu nome.

– Os e-mails.

– Por deus. Todo mundo troca e – mail hoje em dia e mais: Você pode até ter trocado e – mails mas, o que vai valer é o documento. Muitas pessoas trocam o nome hoje em dia, por proteção. Isso se chama pseudônimo. Eu não fiz crime nenhum Cullen. Ele não tem documentos em seu nome, nada.

– Você faz tudo de caso pensando. Quer dizer que você é a sócia da empresa e quer comprar o restante das ações? E como pretende fazer isso? Eu tenho a maior parte e não pretendo dar a você, certamente os outros sócios não vão querer fechar acordo com você. Principalmente depois do que você fez.

– Caso não se lembre, eu fui a única que mostrou interesse nesta empresa e tem mais: eu tenho propostas boas e pretendo mostra – las, caso contrario, posso ir embora e a empresa continua do jeito que esta agora.

– Eu quero ver as propostas. – Denys o puxa saco falou.

– Todos estão de acordo?

Ninguém foi contra. Começamos a reunião mostrando todo o histórico da empresa. Volta e meio Edward me olhava de um jeito estranho, como se estivesse me analisando.

Não demorou muito para que eu apresentasse minha proposta. Ela era de longe a menos ruim. A verdade era que ela era muito boa, de verdade. A única ali capaz de salvar a empresa.

– Esse é o momento de deixar a briga de lado e pensar no futuro da empresa. Vocês sabem a situação atual e sabem que eu fui a única a apresentar uma ótima proposta, e que demonstrou interesse na compra das ações. Então senhores, eu os deixou com esse trabalho de casa. Pensem bem e espero que tomem a melhor decisão.

Edward mal falou, apenas ficou observando com cautela.

– Vamos analisar e dentro de uma semana daremos a resposta. Obrigado a todos por virem. Todos saem em silêncio. Dispenso meu advogado e ficamos apenas Edward e eu na sala de reuniões.

– Você sabe que esta perdido não sabe? Se você não aceitar, a empresa fali, pois eu vou renunciar todas as ações e caso você tenha sorte em achar um comprador...

– Você esta se vingando lentamente de todos. E a maneira que achou foi se infiltrar na empresa para ficar perto da família.

– Vingança? Não. Oportunidade. Você deixou a empresa na mão, e, além disso, qualquer um poderia estar no meu lugar. Você deveria agradecer, pois ao contrario de muitos, eu ainda acompanhei a situação dessa empresa, e conheço ela a anos.

– Você estava de olho em nos a quase 6 anos?

– Sim. Mas, na época eu só queria saber o que estava acontecendo. Pensei até em voltar, mas, ai eu lembrei de todo o mal que vocês me causaram e veio essa ideia. Eu fiquei péssima Edward. Você não tem ideia de quanto eu sofri. Foram anos e reclusão, vivendo com medo de vocês, mas, hoje, eu vejo que foi bom eu ter feito isso. A humilhação que eu vivi me fez fortalecer. Não ligo mas para você.

– Deus, eu pedia para que você não tivesse morta, eu fiquei mal, muito mal, e quando eu vi que era você mesma naquele baile eu fiquei feliz. Eu tinha esperança de algo sabe, eu tinha essa esperança, eu acho que ainda tenho em algum lugar. Eu acredito que vou acordar desse pesadelo e a Bella que eu amei... Que eu amo vai voltar por que eu sei que ela esta ai em algum lugar. Ela vai esquecer essa vingança que esta planejando e tudo vai voltar ao normal.

Edward estava sendo verdadeiro. Isso eu não tinha como negar. Eu sabia quando ele estava dizendo a verdade. Seu olhar o denunciava. Mas, nesse momento, não posso esquecer o que me fizeram passar.

– Só tem um problema: Essa Bella morreu, eu estou casada e não vou recriar o passado. Tenha um bom dia.

Saio daquela sala quase cambaleando. De uma coisa eu tenho certeza: Edward fazia eu me sentir mal.

Ele estava jogando sujo? Será que ele queria brincar? Tenho que tomar cuidado com ele. Pode ter se passado anos, mas, Edward sempre continuara Edward. Espero que eles aceitem todos os argumentos postos por mim e Adrian, poucos tem a coragem de fazer o que fiz, e além disso, não serei eu que cuidara da empresa. Jacob ficara no meu lugar, e eu estarei cuidando de longe. Não tenho cabeça para isso.

Mas, antes que a empresa vire um caos, terei que tomar a frente da situação. Edward odeia Jacob, sempre odiara.

Corro para casa o mais rápido possível, Dylan esta me esperando. Prometi que o levaria ao parque e vou cumprir.

Luke esta no escritório quando chego e Dylan esta brincando com Mary no jardim. Entro discretamente no escritório para não atrapalha – lo.

– Oi. – Aceno para ele. Luke abre um sorriso largo no rosto.

– Como foi lá?

– Humm. Tranquilo, perturbador e chato. O bom disso tudo é que eu não ficarei na empresa, Jacob, aquele meu amigo, cuidara de tudo para mim. nos primeiros dias, é claro, ficarei á, mas, depois ele tomara total controle da situação. Eu so vou comparecer a algumas reuniões e assinar papeis.

– Isso é bom. Pelo menos não ficara longe de casa e da sua carreira. Vai ficar o dia todo fora? Dylan já foi ao club aqui próximo.

– Ele te enganou não foi?

– Como?

– Ele vai ao parque mais tarde. Meu deus, como ele tem pique.

– Parece a mãe.

– Graças a Deus.

Chamo Dylan para o almoço e assim que terminamos saímos em direção a por Angeles.

– Mãe? A senhora já encontrou o papai?

Merda. Ele me pegou de surpresa de novo, o que eu digo? “Sim filho, mas, a mamãe não contou a ele sobre você por que não quero que você o conheça”

É melhor eu arrumar uma desculpa leve.

– Não filho, ainda não. Ele esta viajando, acredito que dentre um mês ele volte.

– Mas, em um mês não vou estar mais aqui?

– Quem disse que não? Vamos passar o verão aqui. Se você quiser voltar, voltamos tudo bem?

Ele apenas balança a cabeça. – chegamos.

Ele salta do carro e corre para o parque.

– Cuidado, não vá se ferir.

– Tudo bem mãe.

Fico observando ele brincar. A sua capacidade de se enturmar é muito grande. Isso ele puxou o seu pai.

De um coisa eu tenho certeza. Não vou conseguir sair daqui sem dizer a Edward sobre Dylan. Temo que ele descubra por outros meios, e isso não seria bom. Até lá, terei que discutir com Luke o que faremos com ele.

– Seu filho é lindo. E esperto. Ele me lembra alguém.

Tomo um susto e me viro imediatamente. Edward esta logo atrás de mim, observando – nos.

Merda.