Meu erro escrita por Apiolho


Capítulo 25
25 - Que seja eterno enquanto um desista


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos leitores! *-*

Penúltimo capítulo, iria postar ontem, mas decidi ir hoje para ter mais tempo entre um e outro.

Espero que gostem, pois faço para vocês!



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Capítulo vinte e cinco
Que seja eterno enquanto um desista

“Quantas chances desperdicei
Quando o que eu mais queria
Era provar pra todo o mundo
Que eu não precisava provar nada pra ninguém”
(Quase sem querer – Legião Urbana)

 

Quando desconhecemos que estamos amando, é como se existisse apenas um quadro em branco. Depois de descobrir o que é, aparece tudo sobre a pessoa, como as cenas e palavras compartilhadas. Talvez eu já sentisse isso quando ele se aproximou de mim no quarto, ao receber sua camisa, no dia em que ficou doente ou mesmo no festival.

Fiquei praticamente a noite toda estudando com a sua blusa, tentando imaginar o que estaria fazendo neste momento. E foi inevitável lembrar o quanto era solitário voltar todos os dias em casa e não ver seus pais lá, apenas cômodos vazios e o altar com a fotos deles para recordar de tudo que aconteceu. Se não ter minha mãe era terrível, ser órfão era muito pior.

Muitas vezes o gatinho se aninhava em mim, miando quando não dava tanta atenção a ele, porém não reclamava por me esquentar. É rara a sua aparição no meu quarto, pois ficava mais com meu pai, que agora parece aquelas pessoas que não querem animal de estimação, mas depois de um tempo é capaz de trocar a filha por ele.

— Pensei que o Aiko tinha fugido. — Hiashi apareceu na porta, porque não fazia mais questão de esconder aquelas fotos do Naruto. — Parece estar gostando de ficar contigo. — Está com ciúmes do gato?

— Estava sentindo falta? — Questionei, virando para que pudesse observa-lo. Quando era menor ele vivia obrigando que o fitasse dentro dos olhos, tanto que ainda hoje tenho essa dificuldade, porém as vezes lembro e o faço.

Pude ver com clareza quando de sem graça ficou com uma expressão de dúvida, para depois vir a raiva. Até que abrisse a boca eu juro que não tinha entendido, porém preferia que tivesse ficado calado.

— O que está vestindo? — A tensão era tanta que o bichinho felpudo saiu do meu colo e nos deixou sozinhos.

— Não sei, achei no meu armário. — Engoli em seco nessa hora, vendo a vida passar em milésimos de segundos quando percebi que mal o convenci.

— Tentando me fazer de bobo? — Neguei com a cabeça. — Pode então me explicar por que está escrito “Sasuke Uchiha” na camiseta? — Eu realmente não deveria ter permitido que entrasse aqui a hora que quisesse.

— Só quis botar.

— Filha, pode parecer estranho, mas eu já fui adolescente. Pode dizer, você está gostando dele? — Pelo jeito nada do que eu falar vai convencê-lo.

— Sim. — O tom baixo, cabeça baixa e um rosto vermelho era o que me definia nessa hora. Dizer para meu pai parecia bem mais aterrorizante do que a ele.

— Então diga, mas tem de explicar muito bem o que aconteceu no festival para aceitar o namoro de vocês.

Com a “benção” dele dormi tranquila, apesar de que o Aiko estava comigo e mudava de posição a cada tempo. Tem uma teoria de que quando nos sentimos mal, os animais ficam mais conosco, talvez essa seja a maior explicação para a sua maior aparição nesses dias. Quando vi enrolou-se feito caracol no cantinho do cobertor e não saiu mais dali, permitindo o meu sono.

— Coragem. — Disse a mim mesma quando pisei no portão da escola.

Encontrava-me ali até mais cedo para poder pensar antes de finalmente encará-lo. Pensei em contar antes para que pudesse logo acabar com aquilo, só que ao vê-lo também notei várias pessoas ao redor. Talvez no intervalo realmente poderia ser melhor, porém também estava ocupado.

Para de enrolar, se eu fosse assim nunca estaria com o Neji! — Tenten

Com ela é diferente, jamais a veria dar para trás ou não ter atitude. Quando penso nela em relação a romance, é sempre insistindo e contando o que sente de uma forma bem direta. Eu sou uma pessoa sem experiência no amor, muito tímida, mas que tem de se confessar.

Quando chegou a hora da saída ergui minha cabeça e resolvi procura-lo ao perceber que tinha ido. Claro que eu sentia todo o nervosismo por ter de dizer alto tão importante, ao ponto de mal conseguir andar. Encontrei-o não tão longe dali, mas com aquela garota que estava o convidando para o festival aquele dia, também notando que era uma das pessoas da sua rodinha nesses dias.

Sasuke, o diretor chamou. — Não achem que inventei apenas por sentir meu peito doer com a aproximação deles, cada risada e toque, mas também porque tínhamos um acordo.

— Pare de mentir, teriam me chamado pelo megafone. — Ao contrário do que achei, a sua acompanhante não me encarava com desdém. Tão diferente de Sakura, que estaria cantando vitória e pulando com esse comentário.

— Se desejarem conversar a sós, não tem problema. — Comentou como se nos respeitasse, praticamente virando as costas.

— Pode ficar, serei rápido. — O tom era de escarnio, no entanto no fundo parecia que não queria ter falado aquilo. — Agradeço por ter me ajudado esse tempo, mas a Mei é diferente e nosso acordo acabou. Também não seria bom ficar me chamando pelo nome na frente dela, pode causar mal entendido. — Não apenas eu estava desconfortável ali, principalmente por saber o quanto odeio boatos, mas me surpreendi por comentar de uma maneira tão natural que era como se tivesse ensaiado no espelho antes.

Se eu afirmasse que meu coração não falhou uma batida, minhas pernas estavam firmes e nem tentava a todo o custo disfarçar a vontade de chorar, estaria mentindo descaradamente. Se antes o que sentia era ansiedade e só vinha no pensamento se ia conseguir me declarar, tudo isso se transformou em tristeza e vergonha. Mas o pior foi ver que novamente se reuniram e deram a conversa por terminada, apenas me deixando a opção de me afastar.

— Não tinha necessidade. — Escutei-a dizer.

Nós precisamos disso.

Sabia apenas por me olhar que aquilo era sobre mim e ele, todavia ninguém poderia decidir pela minha vida. Se achasse que a nossa amizade não merecia ou pelo menos alguma consideração, preferi por me retirar e tentar seguir em frente. Só que não pareci concordar com isso quando as lágrimas vieram com tudo.

O outro dia chegou e junto as minhas enormes olheiras, o rosto cansado e vermelho. Eu não tinha dormido nem uma hora pensando no que passou ontem, em suas expressões, a maneira como conversavam e a possibilidade de que estariam em um relacionamento. Entre os dois eu não tinha lugar, nem sequer poderia ficar ao seu lado que estaria apenas atrapalhando.

— Preciso falar contigo no intervalo.

Naruto talvez tenha me cumprimentado com seu sorriso costumeiro que alegrava todo o ambiente, mas que nem assim tinha conseguido prestar atenção. Quem sabe teria gritado Hina com vigor, mas nem isso me fez parar de imaginar o Sasuke e a tal de Mei.

Se não tivesse chacoalhado minha cabeça para voltar ao mundo real jamais teria o esperado para conversamos naquele canto. Queria ter ficado alheia ou ter escolhido outro lugar ou ir com ele mais tarde, assim nem teria esbarrado com um certo casal. Eles não estavam se beijando e nem nada, porém só de vê-los sentados na escada já fazia o sangue ferver.

— Porque fez isso. — Achei que tivesse falado baixinho, entretanto quando vi o Uchiha virar em minha direção notei que tinha exagerado. Mas se isso aconteceu, não ia recuar. — Podem me dar licença?

— Pelo que sei a escola é pública. — Alfinetou-me.

Nos encaramos por um tempo, apesar da ausência de palavras compreendia que o clima estava muito desagradável. Nossos olhares diziam tantas coisas, a minha estava entre saudade, constrangimento e já sentia-os marejados.

— Mas encontrei primeiro. — Descobri que o amor pode nos deixar egoístas e infantis em alguns momentos, pois se fosse outra pessoa eu faria o favor de deixá-los a sós.

— Por acaso procurou nos livros se alguém tinha ido aqui antes para declarar que foi a descobridora? — Parecia estar se divertindo em me provocar.

— Mas eu que te trouxe. — Não queria ofender ninguém, muito menos dizer o quanto me sentia desrespeitada por trazer qualquer uma até o nosso lugar. — Está tudo tão diferente. Como pudemos chegar a esse ponto?

Comecei a chorar mesmo sabendo que a Mei estava aqui, porém quando percebi esse detalhe virei de costas, encontrando o Uzumaki nos espionando da esquina. Por conta disse preferi ir até onde estava e escolhermos outro local para conversarmos.

— Se sussurrarmos não vão brigar conosco. — Disse para me confortar por estarmos na biblioteca, rindo em seguida.

Optei por ficar nas prateleiras do meio, onde não poderiam nos vigiar. Apesar de nunca beijar, várias vezes flagrei casais fazendo isso nos lugares mais afastados, tanto que tiveram de ir na diretoria por isso.

— O que queria me contar? — Apesar de não sentir mais nada por ele, ainda estava curiosa.

— Talvez devesse ter te convidado para tomar sorvete depois das aulas, mas eu não estava mais aguentando. — Era a primeira vez que o via tão nervoso, a face corada. Segurou minhas mãos, fazendo-me notar que suava e tremia. — Eu sei seu segredo.

— Qual? — A incerteza me deixava mais angustiada ainda.

Sasuke falou que me ama, é verdade?

Meus olhos se arregalaram e fiquei com a boca fechada, sem raciocinar direito. Era como se meu cérebro não processasse o que tinha dito, piscando várias vezes antes de lançar outra pergunta monossílaba.

— Quando? — Ao contrário de mim, Naruto tinha um sorriso de orelha a orelha.

— Ontem.

Imaginar que tinha feito o desfavor de fofocar uma coisa que não sabe a outra é cruel. Era como se quisesse dar uma de cupido e juntar casais para que pudesse se livrar logo disso. Só que eu não fazia parte de um experimenta, era humana. E por conta disso que senti raiva pela primeira vez em muito tempo, nem quando as três me batiam isso acontecia.

— Naruto, quem te deixava pomadas no armário era eu, até batia fotos e sempre sonhei com o dia que pudéssemos namorar, mas tudo mudou. — Peguei uma obra de romance e comecei a folheá-la. — Eu te amava, no passado. Agora só sobra admiração e um carinho por termos nos aproximado.

— Então se já gostou de mim posso te reconquistar, ia ficar muito feliz de sair com a garota que sempre se preocupou comigo. — Parecia tão animado com isso que quase me convencer, mas resolvi ser sincera.

— Não posso me encontrar contigo quando tem uma pessoa que amo, Sasuke Uchiha. — Fechei as pálpebras por medo e por achar que tinha feito a maior besteira de todos, é claro que amanhã saberão disso.

— Dizem que eu sou lerdo, mas acho que ele é. O que irá fazer a respeito? — A maneira como prestava atenção em minhas palavras faziam com que um sorriso brotasse.

— Se tem uma coisa que me arrependo é de nunca ter me confessado para você, não queria repetir esse erro. Mas se ele está com Mei, não poderei fazer nada.

Colocou o livro que tinha de volta na estante, virando-me para ele. Só desse jeito que notei que havia deixado de encara-lo desde que disse não amá-lo mais.

— Sabe o que mais odeio em filmes de comédia romântica? É quando os mal entendidos poderiam ser resolvidos com apenas uma conversa. Se eu fosse você diria o que sente, mesmo que quebre a cara, ao contrário da ficção, pode ser tarde demais quando resolver se declarar na realidade. — Tem momentos que algumas pessoas podem nos surpreender, esse é um deles. Se estivéssemos no meio de uma enorme plateia, palmas seriam ouvidas.

— Pensei que ia me dizer para esperar ele ir viajar para me confessar no aeroporto. — Resolvi entrar na onda, lembrando de algumas cenas que terminavam desse jeito.

— Mas pode contar depois da final do jogo. — Deu uma piscadela e a conversa tinha terminado com as nossas gargalhadas e uma expulsão.

Apesar de ser uma conversa sobre os clichês em um romance, até que tinha sentido. A nossa briga não fez desaparecer o bilhete que tinha, nem sequer o sentimento que só fez crescer pelo Uchiha. Todos esses anos observando Naruto foram o bastante para entender um pouco do seu melhor amigo, de que o orgulho é seu sobrenome. Por isso mesmo deveria tomar atitude e ir naquele estádio.


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Notas finais do capítulo

O que acharam do capítulo em si?

Se tiver erros podem me avisar.

Quem deseja comentar? Seja para falar que está ruim, não. Seja por MP, favoritar, acompanhar, recomendar como as maravilhosas da Sweet Smile, FugimoNaKombi e Mayume Hyuuga fizeram, com certeza fará essa autora muito feliz. *-*

Beijos e até a próxima!



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