Meu erro escrita por Apiolho


Capítulo 21
21 - Embarque na montanha-russa


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos leitores!

O capítulo do FESTIVAL! Ainda bem que finalmente consegui postar.

Quero agradecer a Aiták Arieugon por comentar no anterior. Muito me motiva, com toda a certeza é importante para mim.

Agradeço a mpretonilho e Sra Debbie por favoritarem. Deram uma cor a mais e fico contente de ter mais gente dando crédito a fanfic.

Espero que gostem, pois faço para vocês.



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Capítulo vinte e um

Embarque na montanha-russa

“Não bancar o possessivo

Ser mais seguro

E não ser tão impulsivo

Mas eu me mordo de ciúme”

(Ciúmes – Titãs)

— Do que está falando? — Isso não fez com que ficasse mais calmo, pelo contrário.

Levantou-se com uma rapidez que me assustou, virando-se de costas e caminhando para longe de mim. Antes que pudesse me acostumar que estivesse indo embora, consegui ver seu rosto em meio a escuridão.

— Não se faça de desentendida, estou dizendo sobre a sua ceninha por ver o seu querido amado com a Sakura. — O jeito que falava era bem amargurado.

Se soubesse que nem sequer me lembrava dele, nem do fato de estarem agarrados, mas sim apenas do que ouvi há poucos segundos e a garota que quase fez eu ficar em casa essa hora, talvez ficasse mais calma. Só que ainda não estava preparada para trazer à tona todos os momentos de violência e terror que sofri nesses anos.

Como me fitava era sombrio, muito diferente de como o fazia quando estávamos juntos, mas bem parecido a como o pintava quando nem o conhecia. Era como se estivesse passando uma mensagem silenciosa de que voltaríamos a ser estranhos. Só que eu não ia recuar como um bicho indefeso, a partir do momento que pisei para fora de casa hoje, decidi ser um pouco mais corajosa com o que sentia.

— Eu realmente estou preocupada por ele, principalmente por estar com uma pessoa que nem o corresponde. Porém, Uchiha, eu não chorei por causa do beijo. — Escondi o motivo principal da emoção pela vergonha.

— Você nem sequer me chama pelo nome, mas fica repetindo Naruto a cada minuto, e quer me convencer que não ficou triste pelo que viu? — De longe percebia toda a sua raiva, mas também magoa.

— Parece que é você que está fazendo drama, se portando como u-

— Continua o que iria dizer. — Rebateu por conta da minha pausa, sendo a culpada a minha mania de não querer comprar briga. Nesse momento se aproximou mais de mim, os punhos fechados. — Fui igual um namorado ciumento? — Bingo!

A maneira como soltou essas palavras não foram em tom de brincadeira ou constrangimento, mas sim com uma seriedade admirável. É como se houvesse um pingo de verdade em sua pergunta.

— Como ia me importar mais com eles se você me contou algo tão bonito sobre sua família? Sasuke, saiba que o meu choro foi por causa da sua história. — Confesso que entre a questão e o meu sussurro ao dizer seu nome teve uma pausa e três respiradas fundas.

— Desculpe por ter desconfiado de ti. — Foi um desespero discreto, talvez por conta do seu jeito, todavia me deixou aliviada. — Tenho certeza de que a partir de agora não aceitarei mais que me chame pelo sobrenome.

— Por quê? — Tocou-me na mão após eu falar, apertando-a com delicadeza quando aceitei em silêncio que pudesse continuar.

— Nunca tive tanto orgulho do meu nome quanto agora escutando da sua boca. Em toda a minha existência jamais percebi o quão lindo é, até vê-la sussurra-lo com tanto carinho. — Estava se abrindo para mim de uma forma que me surpreendia. Talvez se eu tivesse feito a promessa de ser mais destemida, ele tenha feito outra também. — Então, Hina, peço que não me chame mais de Uchiha. — O que faltava em mim de ousadia, nele sobrava.

Observava o casal para ter a certeza de que não nos notaria. Nem me levem a mal, mas se nos percebessem eu apanharia ainda mais na segunda-feira. Só que em uma dessas vezes, enquanto ainda pensava no que responder a ele, vi alguém que não poderia passar despercebido por mim.

Mais, aquele homem de cabelos compridos castanhos, olhos quase brancos, fizeram-me pular do banco e correr em sua direção. Esqueci que estava em companhia, todavia ele encontrava-se com alguém ao seu lado.

— Neji! — Minha voz ganhou uma força surpreendente apenas para chama-lo.

Quando se virou para me ver, recebi um abraço de sua parte que me reconfortou. Fazia anos que havíamos nos separado, pois mudou-se com seu pai. A última vez que lembro de estar em sua presença foi quando tinha doze anos, era verão e ele me ganhava mais uma vez no xadrez. Talvez fosse por esse motivo que minha surpresa foi tanta ao ponto de não notar mais nada, apenas o meu primo.

— Você mudou, está mais alta. — Comentou, fazendo-me entender que apesar da maneira como me cumprimentou, perdemos muita coisa um do outro por conta desse tempo distanciados.

— Digo o mesmo. — Ficamos nos fitando por um certo tempo, o sorriso não saindo da minha face.

— Pelo menos me pouparam de apresentar vocês. — Foi quando pude enxergar quem era sua companheira, a pessoa que estava ali em minha frente eu conhecia bem demais. Com certeza era ótimo saber que ela era sua namorada.

— Mas eu estou muito curioso para saber o que são um do outro. — O Uchiha ficou perto o bastante para abraçar pelo ombro, como sinal de proteção. Era assim que achava, apenas estava preocupado se Neji era boa pessoa.

— Sou primo dela e namorado da Tenten, e você? — Abaixaram-se como cumprimento apenas por educação, assim aparentava, pois seus semblantes não eram de alegria.

— Estudamos na mesma escola. — Parecia desinteressado em escancarar toda a nossa história para ele.

— E por qual motivo está com a Hinata nesse festival? Estão em um relacionamento sério? — Sabia que poderia ser muito mais possessivo que meu pai nessa questão pelo que lembrava, por isso fiquei apreensiva com sua pergunta. Dependendo da resposta, acabariam lutando aqui mesmo.

— Prefiro não responder essa pergunta, aqueles que realmente precisam saber das minhas intenções para com ela já os tem. — Fechei meus olhos, já preparada para aquele som característico de soco, porém só o que escutei foram risadas.

Eu e minha amiga nos encarávamos nessa hora, sem compreender o que fazer. Nos aproximamos, deixando os dois um pouco mais sozinhos, até porque percebemos que não podíamos nos intrometer. Dizem que não se entende as mulheres, mas as vezes o contrário acontece.

— Então quer dizer teve a coragem de encarar o Senhor Hiashi?

— Foi até fácil. — Chuto que estava era brincando.

— Depois vai ter que me contar mais sobre isso. — Seu tom era baixo para que eles não ouvissem.

— Quem sabe na festa do pijama que ainda não aconteceu.

Ela ia me responder, talvez para colocar a culpa em mim, porém os tapas fracos que o Neji deu nas costas do Uchiha me arrancaram um sorriso e a calaram. Como familiar, entendi que esse era seu gesto de que estava começando a gostar dele, igual quando o meu melhor amigo toca a nossa testa. Talvez Tenten também sabia disso.

Eu esperava por sangue e gritaria, no entanto nunca que se dariam bem. Pelo que lembre do meu primo, a sua personalidade era parecida com o do Sasuke, principalmente em relação a competitividade. Imaginei que não iam combinar, mas felizmente estava enganada.

— Precisamos ir naquele lugar antes dos fogos. — Declarou minha amiga, pedindo desculpas em silêncio por não poder ficar mais conosco antes de se dirigir ao seu parceiro.

Estava até chato ficar surpresa a cada acontecimento desse dia, porém saber que tinham um canto só deles e secreto, fez-me ficar contente e um pouco enciumada. É possível ser por notar a intimidade entre eles, algo que eu e meu primo perdemos.

— Não esperava vê-lo após quase cinco anos. — Confidenciei a ele quando se afastaram.

— É um sinal.

— Do que?

Se eu tivesse atentada de que as coisas não estavam calmas, por tudo o que ocorrera, jamais teria feito essa pergunta. A sensação de que as emoções dessa noite ainda iam ser maiores não foram o bastante para frear a curiosidade que crescia dentro de mim a cada enigma dele.

— Como se estivessem abençoando nosso namoro. — Fiquei parada com a sua colocação a nossa relação, parecendo ter ficado sério a respeito da conversa com meu pai.

— Nós somos apenas amigos. — A vergonha por querer que esse assunto acabasse logo foi o que me fez falar essas palavras. Já Sasuke parecia que levou um balde de água fria.

— Vamos. — praticamente gritou, puxando-me pela mão.

Seu toque me trazia várias lembranças confortantes, não era mais algo assustador ou constrangedor. Era muito mais do que estar acostumada com seu corpo próximo ao meu, pois fazia um tempo que o estranhamento deu lugar a adoração em ter suas mãos nas minhas.

Quando passamos pela árvore, fiquei contente que o casal não estivesse mais ali. Principalmente quando olhei para todos os lados e constatei que nenhum deles nos observava ou estava por perto. Sabia que terem saído nem era incomum, dado o fato de que logo soltariam os fogos de artificio.

— Tem de concordar que esse é o melhor lugar para ver o céu. — Comentou depois de um tempo.

Era uma paisagem tão bonita que dava gosto de estar nela. Encontrávamos em uma montanha, com várias árvores e flores, mas o que mais me atraia a atenção era ter a visão de todo o festival dali. As barracas, pessoas tão pequenas que pareciam formigas, e o silêncio quebrado raramente por algum grito ou outro.

— Hina, preciso perguntar algo muito importante. — Que não seja sobre o assunto anterior, por favor. Nunca conseguiria responder se queria continuar fingindo nossa relação.

— Tudo bem. — Mal conseguia respirar.

— Quero que vá me ver na final do campeonato regional. — Declarou, entregando-me um bilhete que dava acesso a arquibancada da frente do estádio. Aproveitei para colocar na bolsa. — Como minha convidada especial.

A maneira que se referiu a mim foi muito bonito, um carinho que me surpreendeu e emocionou. Se eu tivesse um arrependimento em relação a ele, seria apenas de não ter me perdido conversarmos antes, tudo isso devido a timidez e preconceito. Os olhos marejados, que logo se esparramavam pelo rosto, era o significado de felicidade.

Sasuke, se eu negar um pedido desses não poderia ser considerada sua amiga. — Dei uma fraca risada, limpando minha face para parecer menos tola por ter me deixado levar.

— Não sei se me soco ou fico lisonjeado pelo choro ser por mim de novo.

— Como minha mãe dizia, merecia era um abraço.

Nem imaginei que levaria a sério e estenderia o braço em sinal de aceitação. Pisquei por um tempo, pensando se seria ousada a esse ponto, porém quando vi já estava grudada nele. Suas pernas abertas me fizeram ficar mais colada a ele, ajoelhada e sem me importar se ia sujar a yukata. Aquele tecido fino, de seda, me fazia senti-lo mais. Tinha conhecimento de que seu coração batia forte, o rosto encostado em meu ombro de uma forma que sua respiração profunda batia em meu pescoço, porém eu estava igualmente nervosa.

— E um beijo? — Sussurrou perto do ouvido, um tom rouco que pouco usava.

A cena no quarto apareceu em minha mente, suas palavras, nossa aproximação. Nem sequer tinha tempo ou coragem de perguntar se estava brincando, bem como a minha confusão de que se desejava aquilo foi o suficiente para me levantar em descrença.

— Não vou deixar você fugir como da outra vez. — Disse-me antes de me puxar pelo braço. Talvez se referia a ontem?

Foi tão forte e ágil que quando percebi estava deitada na grama, seus olhos fitando-me a poucos centímetros de distância. Estava em cima de mim, as mãos ao lado do meu corpo e o outro escondendo sua face. Quando finalmente pude vê-lo totalmente, notar que estava corado era a constatação de que isso era real.

— Já está tarde, tenho de ir. — Escutei aquele barulho costumeiro de fogos chegando aos céus, para depois vir um estouro.

— Fica comigo. — A negritude de seus olhos era mais visível com a claridade que invadia os céus, assim como nós. Poderia ver o quão vermelho estava, assim como eu. Ter implorado que eu não saia correndo foi demais para seu orgulho, então sei o quanto foi custoso para ele.

E mais um foi lançado, seguido de mais outro.

— Então diga o que quer. — Desisti de me debater, tudo isso pela nossa amizade, nosso tempo juntos e o quanto é importante para mim. Dessa vez eu decidi que saberia sua real intenção com esse joguinho.

O Uchiha não era bom em se expressar com palavras, por isso a maneira como fechou as pálpebras, aproximação e sua frase antes de eu tentar escapar, fizeram até uma inocente como eu notar que ia ter meu primeiro beijo. Apesar do coração bater forte, as pernas tremerem, a minha incerteza de sentimentos e tradições frearam seu ato. Virei meu rosto e a bochecha foi seu alvo, mas que ainda me impactou.

— Tinha razão. — A decepção era latente em sua expressão, no fundo ele sabia que não ia deixar que fizesse isso. Sasuke era tudo, menos burro. — Você ainda ama aquele idiota do Naruto.

Deu um soco na grama tão forte que os vagalumes deram o ar da graça. Um após outro começaram a voar ao nosso redor, dando apenas de ver as luzes verdes e os flashes dos fogos de artificio em meio a escuridão. Era um cenário bonito, digno de uma fotografia desse momento ganhar um concurso, todavia não estávamos no mesmo clima. Poderia estar ferido, mas eu também com suas acusações.

— Não sinto mais nada por ele. — Era como se estivesse receosa disso. As palavras soaram verdadeiras, mas dizer em voz alta era algo que me assustou. Depois de tantos anos amando-o platonicamente, ter terminado deste jeito deixou-me um pouco triste.

— Então por que me parou?

— Não somos namorados ou apaixonados um pelo outro. — Esse fato pareceu cruel para ele, pois sua expressão ainda transmitia magoa e ressentimento.

— Você queria? — “Me beijar”.

— É possível que sim. — Talvez os momentos de convivência com o Sasuke me fizeram entender mais as entrelinhas, porém a minha resposta impulsiva foi o que deve tê-lo deixado de queixo caído. Isso foi por ter escolhido não fugir e ter todas as respostas, quando isso acontece não sou de voltar atrás.

— É só isso que importa então, Hina. Porque o que eu mais desejo é te dar tantos beijos que nem consigo mais aguentar.

— Só que você não me ama, nem eu, menos ainda estamos em uma relação. Se a sua opinião é essa, saiba que preciso de mais do que um simples querer para que aconteça. — Seu sorriso torto veio à tona, torcia para fosse um sinal de que tudo ficaria bem.

— O seu problema é achar que estamos um conto de fadas. — Começou de uma maneira irônica. — Se continuar assim vai ficar sozinha. — Se queria me atingir de alguma maneira, conseguiu.

Ainda estávamos naquela posição desde que os fogos começaram, os insetos continuavam perto de nós e nenhum dos dois dava o braço a torcer para sair dali. Às vezes desviava o olhar, porém quando voltava a vislumbrar cada detalhe de seu rosto, lá estava ele encarando-me.

— Apenas acredito que temos de nos entregar a uma única pessoa. — Tentei explicar o meu ponto de vista que tenho desde criança e fui ensinada.

— Entendi, você é igual as outras garotas. Ainda ama o Naruto e quer ficar com ele, mas por perceber que não corresponde, resolveu vir atrás de mim, não? Deve ser por isso que me convidou, foi logo depois de ter visto o beijo deles na escola, ou deixou que te abraçasse hoje. A verdade é que só quer me usar, tanto que fica dando desculpas para não perder esse seu brinquedinho.

— Isso não é verdade! — Gritei quando ele se afastou, levantando-se para ir embora na segunda vez essa noite.

— Não ligo mais, quero é ficar longe de uma pessoa feito você. — Foi a última coisa que escutei antes de não escutar mais passos, apenas o silêncio e um forte clarão.

Estava esfregando meu rosto com o braço, em um intuito de interromper as estupidas lágrimas. Aquela felicidade que eu tanto sentia pelas suas palavras, foram as responsáveis também por me sentir tão ferida. Todavia o que mais ansiava entender era o porquê de chegar essa conclusão de que eu fosse alguém tão cruel, talvez fosse a realidade.


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Notas finais do capítulo

O que acharam do capítulo em si? Do festival? Do Neji aparecer? Do final? Digo que nada pode ser o que parece.

A gif não é minha. Se tiver erros podem me avisar.

Quem deseja comentar? Seja para falar que está ruim, não. Seja por MP, favoritar, acompanhar, recomendar como as maravilhosas da Sweet Smile, FugimoNaKombi e Mayume Hyuuga fizeram, com certeza fará essa autora muito feliz. *-*

Beijos e até a próxima!



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