Meu erro escrita por Apiolho


Capítulo 2
2 - Era uma vez um segredo


Notas iniciais do capítulo

Boa noite queridos leitores! *-*

Quero muito agradecer ao DarkSweetGloomy, Cheshire, hans, Octavia, HyAlyss e Alfa91 por comentar no primeiro capítulo. Sério, são muito importantes para mim e me motivam demais.

Obrigada também a Dny Uchiha por favoritar. De verdade, adorei demais quando vi.

Espero que gostem desse, pois faço para vocês.



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Capítulo dois

Era uma vez um segredo

“Uma pessoa só cresce quando é capaz de superar as dificuldades. Proteção é importante mas há certas coisas que deve-se aprender por esforço próprio.”

(Jiraya – Naruto)

Quando chegamos na minha casa e o Uchiha me deixou no sofá eu suspirei. Sentia-me uma atirada completa por deixar um garoto entrar aqui, sendo que sempre imaginava que a primeira pessoa a me visitar seria Naruto Uzumaki.

Mas nada é como queremos não é?

— Tem alguma caixa de primeiros socorros nesse lugar? — questionou-me.

Notei que ainda estava em pé, parado, enquanto me olhava de maneira superior.

— Na cozinha. — sussurrei.

Eu era uma inútil mesmo, nem falar direito com os outros consigo.

Só vi ele chegando com soro, algodão e curativos e se ajoelhar na minha frente. Percebi que apenas dessa maneira ele poderia ficar abaixo dos outros, nem para pedir alguém em casamento o imaginava assim.

— Onde que está doendo? — a voz firme e rude.

Apontei para os lugares, que era na coxa e no braço. E ao me dar conta que ia limpar me desesperei. Como assim ele teria coragem de tocar em alguém como eu?

— N-não tem medo? — quis saber.

— Do que exatamente? — um sorriso presunçoso de lado foi dado em minha direção.

— De mim. Por tudo que falam.

— Não me importo, são apenas boatos. — explicou.

— E se for verdade?

Jogando verde.

— Penso que se você fosse uma delinquente nunca tentaria salvar o gato, mas sim chutá-lo.

Nem acredito que alguém não me acha uma malfeitora nessa escola.

Sinto-me tão feliz e surpresa com isso que me dá vontade de chorar.

— Por que está lacrimejando? Nem comecei a passar o remédio. — esbravejou.

— Um cisco no meu olho. — dei uma desculpa.

Ia ser um vexame se eu dissesse que foi por conta de suas palavras.

Detalhe: Dá para ver que sou bem boba não é? Tanto que um dia meu primo disse que pimenta era morango e eu acreditei, só que quando eu mordi minha boca, garganta e língua arderam ao tal ponto que não consegui mais comer por um tempo.

— Posso começar? — sussurrou.

— Sim. — declarei.

Ao notar que ia tirar minha calça meu rosto ficou muito vermelho.

— O que está fazendo? — em nervosismo.

— Se não ficar sem ela não dá de limpar direito o machucado. — deu um sermão.

Só o que eu fiz foi correr como podia para o meu quarto e colocar um short por conta própria. O que me rendeu disso foi que eu caí no chão e quase gritei quando o tecido entrou em atrito com o ferimento.

Confesso que tive de morder os lábios para que ele não ouvisse nada que saísse daqui. Quando olhei-me no espelho antes de sair me assustei, já que estava correndo sangue da boca. E muito mais por notar que a roupa estava muito curta, o que me fez praticamente tremer quando abri a porta.

— O que você fez? — disse ao apontar para o meu beiço quando cheguei ao corredor perto da sala.

— Não sei. — menti.

Tratei de limpar com a minha lingua mesmo, o que me fez provar o gosto e fazer uma careta. Aliviada fiquei quando nada mais jorrava e tinha estancado. Ainda tremelicando e sentindo-me muito nervosa e corada finalmente o olhei. Notando que nada fazia e deu de ombros. Pegou-me pela mão e me equilibrou para voltássemos para o sofá novamente.

— Por acaso queria se machucar mais? Eu poderia ter te ajudado. — brigou.

Será que acha que sou homem para nem se importar em me ver de roupas intimas? Mas o que mais me abalou foi o seu tom de voz, como se realmente não quisesse que eu me ferisse mais.

— Desculpa, não queria te deixar preocupado. — sussurrei.

— Quem disse que estou? — dessa vez deu um grito.

— Por favor, fale mais baixo, meu pai ainda está aqui. — murmurei.

Neste instante notei que ficou mais nervoso.

— Tem como me mostrar onde é o banheiro?

Expliquei mais ou menos onde era e fiquei sentada no mesmo local. Peguei o soro e derramei no corte, vendo o sangue escorrer por entre minha perna. Depois coloquei no meu braço. Procurei uma pomada boa para esses casos e tomei um remédio para dor, sendo que por fim cobri-os com uma faixa e esparadrapo.

Logo vi uma pessoa aparecer no meu campo de visão com uma expressão assustadora e me puxar pelo pulso. Quando notei que ia me levar até o meu quarto me desesperei.

Será que ele viu?

— O que é isso Hyuuga? — questionou.

Referia-se a todas aquelas fotos espalhadas pela parede do lugar, e eram do Naruto. Imagens que tirei desde quando descobri-me apaixonada por ele. Dele fazendo caras e bocas, na educação física e em outros lugares. Sem falar do mico que deveria estar pagando agora ao perceber que tinha uma no travesseiro.

Do qual eu dormia fingindo ser ele.

— Nada. — entre gaguejos.

— É isso que diz para tal loucura? Obsessão eu diria. O que você tem na cabeça por acaso? — berrou.

Neste momento comecei a chorar desesperadamente, como um bebê ao dar à luz ou uma criança que ficou sem seu brinquedo favorito. Possivelmente amanhã todos saberão desse meu segredo e irei levar um fora.

E então seria obrigada a esquecê-lo.

— Pare com isso! Eu não irei contar o que vi. — exclamou.

— Não? — perguntei.

— Se fazer um favor para mim isso ficará apenas entre nós.

Só deixei de sorrir porque sei que o assustaria.

— O quê? Pode pedir qualquer coisa. — disse com rapidez.

— Irei pensar ainda. — deu de ombros.

— Obrigada. — exclamei em animação.

— Ele é como se fosse seu ídolo não? — quis saber.

— Com toda a certeza. A pessoa mais maravilhosa, alegre e simpática que eu já vi. Ele deve ser muito popular com as garotas e é amigo de todos. Um exemplo que estou tentando seguir, e é por causa dele que eu decidi que quero resolver esse mal intendido sobre mim, desejo principalmente ser amiga das pessoas da minha escola. — joguei tudo para fora.

— Só que você não tenta.

— Não é isso, é por causa dos boatos.

— Isso é resposta de alguém que tem medo de errar, de uma pessoa fraca.

— Desculpa por ser assim. — mirei-o com meus olhos arejados.

— Você está me cansando com essa coisa de se achar a vítima, e por sempre ficar pedindo perdão. — esbravejou.

— Sinto muito. — murmurei.

— Melhor eu ir para o banheiro, senão nem sei o que sou capaz de fazer. — bufou antes de vê-lo se afastar.

Trotei até a cozinha e peguei uns Wagashi Namagashi* para o café, junto com um chá que sempre fazia. Notei que a porta do escritório foi aberta, sendo que possivelmente deve ter sido o meu pai, para que eu depois o ouvisse dar um berro.

— Quem é esse homem que está usando o nosso banheiro Hinata? — com raiva.

Só sei de uma coisa: estou ralada.

Tentei ir o mais rápido que eu pude em sua direção e o vi praticamente esganando o Sasuke.

— Você não vai tirar a pureza da minha filha seu pervertido. — foi o que ouvi quando cheguei.

Então fui até eles sem nem pensar, com o intuito de os separar.

— Pai, ele me salvou de um cachorro. — fui verdadeira.

O moreno então me olhou em perplexidade.

— Como assim? — possivelmente querendo saber da história.

— Fui resgatar um gato que ia ser morto pelo cão e ele me atacou, então o Uchiha o tirou de cima de mim e me levou até em casa porque não conseguia andar direito. — expliquei com calma.

— Típico de ti fazer isso, nunca medindo as consequências para proteger os outros. Só que tem de pensar em você também.

Sim, isso é um sermão.

— E você garoto, obrigado pelo que fez. — declarou.

Nunca tinha visto meu pai agradecer alguém, o que realmente me surpreendeu e deixou-me orgulhosa dele.

— Pai, o café está pronto. — comuniquei.

Então fui na frente.

— Vai querer nos acompanhar? Mas não é pense que poderá tomar café conosco todos os dias, todavia estou o convidando apenas por salvar meu tesouro. Não sei o que faria se ficasse sem ela também.

Eu escutei claramente, e confesso que isso me fez ter vontade de chorar novamente. Foi o que fiz enquanto desligava o fogão e pegava a bebida que estava quente, só que antes de oferecer a eles limpei meu rosto com a manga da blusa.

— Você se feriu? — questionou meu pai ao notar que mancava.

— Não foi nada demais. — balbuciei.

Quando começamos a nos alimentar notei que o Sasuke me olhava com descrença, como se tivesse feito algo de errado. Só não sabia o que.

— Obrigada pela comida, que aliás estava deliciosa, mas agora já é tarde e tenho de ir embora. — declarou.

Quando vi que tinha se levantado acompanhei-o até a porta com dificuldade e o vi me fitar antes de se afastar.

— O seu problema Hyuuga é que você é boazinha demais. Não mente, e se o faz é para que os outros não se preocupem. Deveria ser mais dura as vezes. — declarou.

Se for para ser como você não sei se desejo mudar.

— Tenha um ótimo dia Uchiha. — sussurrei antes de fechar a porta.

A primeira coisa que eu fiz quando retornei à casa foi caminhar até meu quarto e subir na cama com dificuldade. Abracei meu travesseiro com força e deixei as lágrimas correrem por entre minha face com dificuldade.

Quando poderei conversar contigo abertamente Naruto? Ou em que momento terei amigos com quem contar?

Era o último ano nesse colégio antes da faculdade e eu não queria ficar solitária ou ainda ser conhecida como a delinquente da escola, que deu porrada em 100 caras, bebe, fuma e tem um monte de tatuagem.

Tinha de fazer algo. Não, deveria.


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Notas finais do capítulo

* - Doce japônes com facetas delicadas, como animais de lá e que retratam a natureza.

E ai, o que acharam?

A imagem não é minha, e se tiver erro de português me desculpa.

Mandem-me reviews com a sua opinião? Seja que achou ruim ou bom. E quem quer enviar uma recomendação? Sei que é cedo para isso, mas ficarei super hiper feliz também. Por favor galera. *-*

Até a próxima, beijos.