Meu erro escrita por Apiolho


Capítulo 19
19 - Coisa de namorados


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos leitores! *-*

Sim, esse é um novo capítulo, não estão vendo errado. Pensaram que agora só teria capítulo em 2019? Pois é, na verdade tenho planos, quero acabar até setembro (aniver´sario de 4 anos da fic).

Quero agradecer a Helenhina por comentar e não ter me abandonado, realmente muito me motivou e alegrou.

Espero que gostem desse capítulo, pois faço para vocês!



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Capítulo dezenove

Coisa de namorados

“Feridas em seu coração são diferentes de feridas em seu corpo e existe apenas uma coisa que pode cura-la essa é, o amor.”

(Naruto)

— Com o Sasuke Uchiha.

A expressão que fez depois do que eu falei poderia matar todos os inimigos em uma guerra, quem sabe até destruir os lugares por onde passar. Não sei o porquê de não agir quando me viu com o Uzumaki, porém nesse caso parecia estar levando a sério demais.

— Quando ia me contar? — Sua postura e tom mostravam seriedade, mas, também tinha uma ponta de decepção.

 A sensação de inutilidade passou pela minha mente de novo, como se eu não fosse o suficiente para fazê-lo feliz. Quem sabe se a mãe e irmã estivessem aqui saberiam o que falar nesse momento para tranquiliza-lo.

— Desculpa, não tive coragem de falar. — Fui completamente sincera.

— Tenho um ingresso. — Declarou, pegando-o da gaveta de seu escritório. Enquanto isso tomava cuidado enquanto colocava a massa no óleo fervente. — É meu, mas te darei e deixarei ir no festival.

Sabia que meu pai sempre ganhava do prefeito, assim como ele tinha certeza que um daqueles bilhetes não era para ele. Capaz de estar esperando essa hora desde o dia que os viu no quarto, planejando cada passo e questionamentos que iria fazer.

— Obrigada. — As lágrimas saindo em felicidade, pois ainda tinha esperança.

— Com uma condição. — Agora meu corpo tremia por medo.

— Qual?

Teve uma pausa entre a sua fala e a pergunta, todavia uma maior ainda antes de abrir a boca. Preferia que nem começasse com esse assunto, só que talvez assim poderia estar internada.

— Que ele peça a sua mão em namoro para mim antes. — Jogou a bomba!

Quase desmaiei pelo seu comentário, o rosto ficando cada vez mais vermelho e quente. Pelo meu pai estaria comprometida com o Sasuke, porém teria perdido a virgindade com o Naruto. A cada pensamento mais ficava em dúvida sobre quem ele imaginava ser eu.

— Você está enganado, de novo. — Coloquei o que tinha preparado no prato com guardanapo, deixando o resto para depois. Jamais conseguiria terminar depois do que ouvi. — Assim como ainda sou virgem, estou bem solteira.

— Então não poderei permitir que saem juntos, ninguém vai brincar com minha filha! — Gritou, dando um soco na mesa. Aproveitei para colocar a comida perto dele, possível ficar mais calmo com o estomago cheio. — Sabe que eu odeio essas coisas ocidentais cheias de gordura, mas mesmo assim faz? Por acaso quer me matar? — Pelo jeito o efeito foi contrário.

Sentei ao seu lado, pegando um pouco por estar com fome. Com toda aquela confusão entre mim e as três, não consegui lanchar.

— Desculpe pelos maus entendidos, vamos ir apenas como amigos. Já sobre o bolinho, preciso de uma cobaia para a prova do clube de culinária e o Senhor prometeu me ajudar nisso, lembra? — Toda a vez fazia o que pedia, geralmente algo ácido, porém vez ou outra tinha de fazer algo diferente.

— Porque achei que só seriam coisas saudáveis, mas abrirei uma exceção. — Quando se tratava de um doce não levava isso em conta, no entanto fiquei surpresa quando aprovou a minha “nova invenção”. — Sobre o festival, pensarei mais um pouco antes de dar uma resposta. Enquanto isso, o ingresso estará confiscado. — E levou a minha última chance de poder me divertir com a primeira pessoa que me enxergou realmente e continuou comigo.

Corri para meu quarto, tentando a todo o custo não chorar. Peguei a jaqueta dele, que ainda relutava em devolver, e coloquei em meu corpo. A sensação era diferente de quando vesti o do seu melhor amigo. Só não entendia o porquê, no entanto me fez aumentar o desejo de vê-lo hoje e conversar.

Resolvi ligar para ele.

— Alô, achei que nunca mais precisaria usar o telefone. — O jeito indiferente com que nos olhava era expressado até em sua voz, como sua marca característica. Já a rouquidão me preocupava.

— Alô. Tudo bem? — Foi a primeira coisa que perguntei.

— Apenas com gripe. — Tossiu em seguida, mas não foi apenas uma vez, sim várias.

— Qual seu endereço? Levarei remédio e comida. — Falei rápido demais, o nervosismo tomando conta.

Parece que não tinha se lembrado que sabia da sua situação, morava sozinho e talvez nem tivesse se medicado. Se a febre aumentasse ou saísse sangue dos seus pulmões, como poderia ir ao hospital desse jeito?

— Fique em casa, logo melhorarei. — A teimosia era seu forte e geralmente sequer revidava, porém agora jamais o deixaria vencer.

— Isso não está em discussão. — Suspirou e me passou a localização, desligando tão rápido que mal consegui me despedir. Possível que a doença tenha vencido a sua vontade de me retrucar.

Era o momento de enfrentar o leão. Marchei ao descer a escada, contando os passos e indo até seu escritório com lentidão. A vida parecia passar pela minha mente, era como estar enfrentando a morte, pois poderia admitir erros, mas não tantos em um dia.

— Pai, posso dar uma volta? Voltarei antes das dez. — Resolvi ficar na defensiva, apesar de que meu toque de recolher era duas horas antes.

— Tem trinta segundos para me convencer. — Perdi.

— A mãe era uma pessoa boa e sempre me ensinou a ajudar os outros. Tem alguém precisando de mim, então é minha obrigação ir. — Expliquei, sem dar nome aos bois ou qual a urgência.

— O que aconteceu?

— Um amigo está muito doente. — Posso ter exagerado, mas era por uma boa causa.

— Amigo? Do sexo masculino?

— Precisa confiar em mim, apenas não quero que ele morra. — Isso é verdade, um simples resfriado pode se transformar em algo pior sem cuidados.

— Prometa que se chegar bem perto, corra para longe, tudo bem? — E felizmente tinha conseguido sua permissão.

— O que uma pessoa doente poderia fazer? Mas obrigada. — Disse, correndo para fora.

— Volte no horário combinado, não me decepcione. — Nesse momento dei passos para trás, virando-se para ele.

— Eu te amo. — Fazia tempo que não falava isso, mas estava sendo sincera. Ainda aproveitei para chegar perto dele e dar um beijo em seu rosto, vendo-o sorrir de leve.

Era durão, mas com um maravilhoso coração quando está de bom humor. Confesso também que trazer lembranças de minha mãe era meio caminho andado para que ganhasse a disputa, apesar de achar que não deixaria ir por resolver falar a verdade.

Não precisava me responder para saber que meu sentimento paternal era reciproco pela felicidade que transmitiu. Desde que comecei a cozinhar para ele e passarmos mais tempo juntos nos entendíamos um pouco, pois antes eram apenas cobranças e ausência.

“Passei na farmácia e chegarei logo ai, tem como abrir a porta para mim?” — Hinata.

Cada passada era silenciosa por conta do medo, era noite e tinha conhecimento pelo meu pai o que poderia acontecer, como assédio, sequestro e até estupro. Ainda vestia meu uniforme e nem tinha me trocado pela pressa, o que poderia me causar problemas se me vissem com ele longe da escola.

“E está sozinha? Se eu não tivesse na cama, juro que seria um prazer te acompanhar.” — Sasuke Uchiha.

Senti meu coração bater forte contra o peito, porque até com a minha inocência isso parecia uma cantada, até porque garotos só andam pelas ruas com quem é namorada. Talvez estivesse com febre para dizer algo de tamanha importância, o que me fez correr ainda mais.

Conversaria com ele e tiraria as poucas horas para tirar minhas dúvidas, e, claro, cuidaria dele da melhor maneira possível. Quem sabe poderia chegar perto do quanto minha mãe era, apesar de saber que não chegava nem a seus pés.

Toquei a campainha ao notar que não estava aberto o apartamento.

— Finalmente chegou, estava preocupado. — O tom baixo ao me encontrar.

Percebi que estava com algumas gotas de suor pelo rosto, a camisa levantada. Apesar de ter visto-o só com calça algumas vezes, ainda me deixava paralisada. Era como se estivesse cometendo um pecado, porém não conseguia parar de olhar enquanto sentia meu rosto quente.    

— Se fosse outro momento, juro que faria piada com minha aparência e o fato de quase estar babando, mas isso causo em todo mundo e preciso descansar. — Declarou ao levantar meu rosto com delicadeza, porém diferente de seu gesto, sentia-me nervosa e tremendo.

— Tem razão, desculpa.

A timidez voltou com tudo que não consegui encará-lo, muito menos sua barriga. Jamais que daria mais uma chance de me caçoar, contudo esse seu ar de superioridade não me incomodava tanto quanto antes.

Ao ter permissão para entrar na cozinha eu vi apenas uma pequena mesa com quatro lugares, fogão e pia. No armário tinha um altar com portarretrato dos seus pais. Eles eram bonitos e pareciam felizes, porém lembrar do quão solitário o Sasuke poderia estar depois da morte deles foi o ápice para sentir meus olhos molhados. Eu ainda tinha um pai.

Limpei meu rosto antes de dirigir a seu quarto, sentindo o clima pesar, porém ainda tive forças para me sentar na cadeira perto da sua cama. Claro que pedi autorização, vendo-o gargalhar por conta disso.

Quantas vezes teve de fingir indiferença quando queria apenas gritar ao chegar? Será que conversava com eles?

Hina, não precisa disso, deixo ir onde quiser por aqui. — pegou o copo de minha mão o copo e tomou a capsula com rapidez. O sorriso torto estava presente em sua face, tornando aquilo mais constrangedor do que parecia, pois esse detalhe trazia outro significado.

— Pare de brincar. — Finalmente cheguei ao meu limite com suas ambiguidades.

— Será que não é tão inocente quanto pensei? — Declarou, aproximando-se cada vez de mim. Chegou perto o suficiente para lembrar da sentença do Hiashi, porém não me afastei.

— Andar por essa casa e com você a noite ou depois da escola, isso só pode ser feito com sua namorada. — Sussurrei, o meu folego parecia faltar, o corpo ainda não parava de tremelicar, bem como sentia o peito apertando. Seu toque em meu braço em nada ajudava na calma.

— Sabia que estava muito bom para ser verdade. — Suspirou, pegando em minhas duas mãos com dificuldade. Sentia sua mão quente e molhada, provavelmente por causa da gripe. — Preciso que entenda, eu não ligo para essas coisas. Preferia te acompanhar a deixar-te em perigo e ter mais tempo contigo, você é muito mais importante do que essas trivialidades que vem com o compromisso.

— Vou pegar uma toalha. — Quase atropelei minhas palavras pela surpresa. Talvez a febre realmente estivesse o afetando, amanhã vai esquecer tudo isso ou dizer que não era verdade.

Voltei com o pano encharcado de água e uma bacia pequena, preparada para trocar quando estivesse quente. Evitei de encara-lo, apenas colocando em sua testa e fingindo verificar algo no celular.

— Aliás, por que está usando minha jaqueta? — Questionou.

Não acredito que não deixei no quarto antes de vir! O meu corpo parecia leve e notei que ia desmaiar a qualquer momento, mas me contive ao pensar em coisas fofas. Agradecia a minha paixão por Naruto e treinamentos para não cair ao chão quando falasse com ele, pois assim conseguia reverter a situação agora.

— Está frio e coloquei a primeira roupa que vi. — Será que foi uma boa desculpa? Pelo jeito que riu, não.

— Vou fingir que acredito, mas só se me disser o porquê de ter me ligado. Acredito que se não tiver o poder de vidência, há algum outro motivo para falar comigo. — Uchiha era uma pessoa muito inteligente, o bastante para notar qualquer detalhe, inclusive o fato de eu ser uma péssima mentirosa.

— É provável que não poderei ir ao festival amanhã. — Soltei tudo de uma vez, pois se enrolasse jamais contaria. Até fechei os olhos quando disse, esperando por alguma reação, porém só havia o silêncio.

— Desistiu de sair comigo? — Sentia o descontentamento em cada poro de seu corpo, decepção e tristeza. Só estando mesmo doente para achar que uma garota não fosse com ele.

— Tenho certeza que encontrará fácil outra para ficar junto contigo. — A pausa em cada palavra denunciava a dificuldade que tinha em comentar isso, porque eu desejava estar ao seu lado e aproveitar cada segundo de amanhã.

Resolvi por sair depois disso, pois nem tinha mais vontade de terminar a sopa, apenas desligaria antes de ir embora. Se não fosse por suas mãos me segurando feito algemas e sua expressão de dor estaria longe.

— Só tem uma pessoa que eu quero acompanhar no festival, me divertir e ver os fogos, e ela está bem na minha frente. Por acaso é ruim estar comigo para desistir em cima da hora? — O jeito como se desarmou e ficou a minha frente era desconfortável, mas fascinante.

— Nunca, também queria tudo isso, mas não posso.

— Por quê? — a pergunta era cheia de descrença.

— Perdi meu bilhete e meu pai não deu o dele quando soube que ia contigo. — Com isso ficou mais calmo.

— O que ele disse?

— Primeiro achou que éramos namorados e mandou que fosse pedir a minha mão antes do evento, porém depois que soube que somos amigos guardou o seu ingresso e falou que ia pensar. — Não conseguia guardar nenhum segredo.

— Prepare sua yukata e esteja pronta quando eu chegar, tenho uma ideia. — Já ele podia esconder muito bem as coisas de mim, mesmo deixando-me curiosa. — Não acha que está na hora de servir a sopa? — Também tinha sentindo o maravilhoso cheiro que vinha da cozinha, apesar da casa ser grande.

Percebi que estava pronta e mexi mais um pouco, colocando em um prato fundo para que não caísse no meio do caminho. Tinha muitos legumes com o arroz, pois resolvi fazer algo diferente do lámen.

— Está delicioso. — Aquele sorriso torto estava direcionado a mim, de novo.

— Obrigada. — Com isso de ingresso, acabei me lembrando da tarde. Meu coração palpitou enquanto pensava se falava com ele sobre esse assunto. — Posso fazer uma pergunta? — Tarde demais, não conseguia fechar mais a boca.

— Claro. — O semblante neutro novamente reinava.

— Sabe por que a Tenten disse sobre amor quando disse que queria ter uma noite inesquecível contigo no festival? — Sussurrei, o rosto vermelho, pronta para receber uma resposta ao fechar os olhos. Mas o que tive em troca foi um singelo beijo em meu nariz e bochecha, depois apenas escutava sua respiração.

— Muito bom saber disso. — Enxerguei-o tão de perto que me assustei, mesmo que a sua reação me entranhasse. — Aliás, quer ter um momento para sempre se recordar comigo, Hina? Se sim, que tal hoje?

Pegou em minha mão e ficou próximo, cada vez mais.

— Sua febre provavelmente não passou. Coloque este pano e descanse, estou perto do meu toque de recolher e terei de ir. — Sorte já ser nove e meia, porque se fosse mais cedo não saberia o fazer. Deixei-o ali, não olhando mais para trás ao fechar a porta.

Corri em direção a minha casa, o coração batendo mais forte que antes, as pernas tão bambas que quase não me equilibrava. Sentia lágrimas passando pela minha face por conta do que aconteceu. Aquilo tudo era irreal, até porque deveria estar doente demais para falar coisas que só poderiam ser dirigidas a sua parceira. Com certeza vou fingir que nada passou, é a melhor escolha.


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Notas finais do capítulo

O que acharam do capítulo em si? Do Hiashi mais liberal? Da Hinata mais ousada e arriscando tudo para ajudar o amigo? Do que aconteceu na casa do Sasuke? Quero saber tudo.

A gif não é minha, mas curti a mudança feita do episódio de Kimi Ni Todoke. Se tiver erros podem me avisar.

Quem deseja comentar? Seja para falar que está ruim, não. Seja por MP, favoritar, acompanhar, recomendar como as maravilhosas da Sweet Smile, FugimoNaKombi e Mayume Hyuuga fizeram, com certeza fará essa autora muito feliz. *-*

Beijos e até a próxima!



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