Meu erro escrita por Apiolho


Capítulo 18
18 - O coração que não mais bate forte


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos leitores! *-*

Quanto tempo, não? Fazem exatamente 7 meses e 1 um dia desde que postei o último capítulo. Não há desculpa que possa explicar toda essa demora, mas eu realmente não conseguia fazer esse capítulo, eram várias ideias, logo eu mudava e vinha outra coisa. No fim consegui me resolver e, espero que possa compensar, um capítulo um pouco maior do que os outros.

Quero muito agradecer Gato Cinza por comentar no anterior, não me abandonar e ainda alegrar novamente meu dia ao ler seu comentário. Realmente me motiva a continuar e terminar essa fic para vocês.

Muito obrigada a DantaKun e Summer Jackson Hyuuga por acompanharem e Summer Jackson Hyuuga e LauraBiien por favoritarem, dá um colorido e uma motivação por saber que mais pessoas estão dando crédito a fic.

Espero que gostem, pois faço para vocês.



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Capítulo dezoito

O coração que não mais bate forte

“Ainda me lembro da tristeza

Sentimentalismo começa a me pegar agora

Este sentimento é para você

Ele irá se transformar em palavras”

(Céu azul – Naruto)

Algo que aprendi estando sozinha e tendo de limpar a casa, assim como a sala de aula, foi não ter medo do lixo. Apesar de não cheirar bem, precisava enfrenta-lo.

Botei as mãos nele quando o último sinal bateu e todos saíram.

— Ainda está aqui, Hinata? — Escutei sua voz ao achar umas duas partes do ingresso. Apenas meneei com a cabeça para que não me desconcentrasse.

— Soube que jogaram camisinha usada nessa lixeira e chicletes. — No exato momento que o ouvi estagnei, principalmente por recordar das histórias horripilantes sobre preservativos contadas por meu pai, porém respirei fundo e voltei a pôr minhas mãos ali. — Pelo jeito deve ser muito importante para você, não?

— Com certeza, ele é o mais especial para mim. — Nem parei para pensar antes de responde-lo, apesar de que me abrir muito fizesse-me corar. 

— Ele? — Poderia fazer cosplay de tomate nessa hora, por ter dito algo tão constrangedor. Só que era real, Sasuke era uma pessoa que se mostrou integro, gentil e o melhor, nunca o pior como achava.

— Sim, é o meu cole-

— Naruto! — O mundo inteiro poderia ouvir se pudesse comparar com a intensidade de seu grito, assim como veriam a minha expressão de surpresa.

Eu entenderia que muitas pessoas soubessem do meu sentimento pelo colega de classe, todavia até agora não compreendia desde quando não pensava nele em primeiro lugar. A partir de que momento ele não vinha primeiro em minha mente com a menção da palavra “importante”? Poderia tê-lo esquecido?

Jamais ousaria chorar enquanto procurava por aqueles papeis tão importantes, por ter sido tão idiota, apesar de meus olhos encontrarem-se marejados, nem quando se aproximou e levantou meu rosto, constatando o que estava fazendo e o estado que me encontrava. Ter me pegado fez essas minhas dúvidas, ou tentar retrucar, serem substituídas pelo medo.

— Professor, não me toque, por favor. — Lembrar de tudo que me diziam naqueles anos eram o suficiente para suplicar por isso, insinuando que fazíamos algo tão impuro nesse lugar sagrado. — Se elas souberam irão fazer da minha vida um inferno. — Contarão para o Sasuke também.

Com o que disse se afastou, vendo-o rapidamente que tinha sentado na cadeira mais próxima, antes de continuar a procurar o bilhete.

Um silêncio permaneceu na classe, porém não durou muito tempo.

— Eu sei sobre a gente, principalmente que comentam de fazermos sexo em troca de notas. — Kakashi era um homem que aparentava ser mais jovem ao fazer brincadeiras em seus ensinamentos, porém a seriedade com que tratava esse assunto aumentava a sua idade em quarenta anos. Ao contrário de mim, confesso, que apenas com a menção dessa palavra já estava vermelha. — Desculpe, falei algo novo? — Isso foi por ver como me encontrava, tão tonta que encostava a mão na parede para buscar equilíbrio.

— Negativo. — Me pus apenas a responder o necessário.

Abaixei na lixeira, achando o restante do quebra-cabeça, pondo-me para procurar alguma fita no estojo. Ele observava cada passo, talvez para ganhar tempo antes de continuar a conversa delicada. Coloca uma parte na outra quando escutei um barulho estrondoso.

Tinha batido no quadro.

— Diga-me quem são e te ajudarei.

O que tinham aconselhado, a respeito de reagir, veio a minha cabeça. “Vingança é um prato que se come frio”, porém para alguém que preferia o calor, essa não seria a melhor opção. Como uma amante das flores, acreditava que cabia a vida tratar da pessoa colher o plantado.

— Fale a verdade, pareço delinquente? — Fiz a pergunta da minha vida para quem tinha meu respeito e admiração.

Passos perto de mim e vi-o curvar o corpo para ficar na altura do meu rosto, o jeito que me fitava não o fazia escolher a mentira. Porém, para alguém tímida igual eu, desviar acontecia recorrentemente antes de abrir a boca.

— Acha que uma pessoa má não conseguiria nem me olhar direito? Prestar-se-ia a ficar para limpar o chão e arrumar as carteiras no lugar dos outros? Cuidaria do jardim? Então, Hinata, a minha resposta para a sua pergunta e todas essas é não. — Provavelmente para não causar o meu desmaio voltou a seu local anterior, dando um sorriso torto em minha direção.

“Penso que se você fosse uma delinquente nunca tentaria salvar o gato, mas sim chutá-lo”. Recordar do Uchiha foi inevitável com tantas coisas parecidas entre os dois. E se eu tivesse alguma dúvida de ir ao festival, isso se dissipou por saber que foi o primeiro a acreditar em quem eu sou e não nos boatos desde nossa primeira conversa.

— Eu sei que meu discurso foi bonito, mas não precisa ficar assim. — Sua maneira de falar foi o bastante para que me emocionasse ainda mais.

Odiar-me era o ponto chave para admirar o Sasuke ao se elogiar tanto, ter amor próprio, mesmo que antes isso para mim fosse apenas arrogância. Seu jeito de falar e se impor eram outras características que desejava ter. Várias opiniões que tinha dele caíram por terra quando o conheci verdadeiramente. Redescobri a possibilidade de ser feliz depois de nosso encontro e era grata a ele por isso.

Ser tão insegura e não confiar em mim era o suficiente para ter dúvidas sobre ir ao festival, porque não me sentia boa pra ele, no entanto essa conversa com meu professor serviu para perceber que se divertir ao seu lado era o mais importante.

— Obrigada. — Sussurrei, passando pela porta ao me despedir com um gesto após terminar de colar todo o ingresso e colocar na mochila.

Esse agradecimento também deveria dar ao meu melhor amigo.

— É mentira sobre a camisinha! — Gritou, deixando-me envergonhada por imaginar se alguém tinha escutado.

“Vou matar essas vacas, mas não antes de te aplicar uma chave de braço bem dada!” — Tenten.

Nem tinha me lembrado que havia mandado uma mensagem para ela, muito menos quando alguém estava praticamente me enforcando ao estar perto do banheiro da escola. Só que não era um desconhecido, porém a pessoa que havia acabado de me responder no celular.

— Reage! — Gritou enquanto ainda me agredia, todavia quando pudemos nos olharmos de perto, ela de cima, soltou-me rapidamente. O silêncio foi constrangedor enquanto respirava com dificuldade até recuperar o folego. — Me bate, xinga, pelo menos fale algo.

Percebi sua expressão virar de raivosa para triste ao não me mexer em sua frente, pelo contrário, afastei-me para buscar equilíbrio na parede mais próxima, enquanto nos olhávamos.

— O que quer que eu faça se quase morri sufocada? — Questionei, parando em frente ao bebedor para me hidratar.

— Foi por que estava presa? — Concordei com a cabeça, ainda tentando respirar normalmente. — Essa foi uma chave de braço bem dada. — Um pequeno sorriso se formou em sua face, como se tivesse orgulhosa de quase ter cometido um assassinato.

— Por acaso faz parte da Yakuza? — “Se vierem te acabar do nada, fuja, são de uma gangue perigosa”, “Filha, nem todos são bons como você” e “confie, mas desconfiando” foram um dos comentários que escutei do meu pai e outros que me deixavam de cabelo em pé.

Seu riso foi o ápice para tremer e me afastar.

— Está vendo muito filmes, não é melhor parar? Apenas sou do clube de Jiu Jitsu.

— Só leio e escuto histórias. — Confessando um pecado: não ser fã de vídeos.

  Olhou-me de perto quando novamente voltar ao seu lado, pegou em meu ombro e fez uma expressão de decepção.

— Então é pior do que imaginava.

Se eu pudesse ser um símbolo nesse instante, com toda a certeza seria o de interrogação. Ela só poderia ter decidido virar a mestre de alguma arte marcial ou um monge para vir com essa confusa frase.

— Desculpa, não entendi.

— Hinata, odeio sempre repetir a mesma coisa. — Só pela maneira com que se portou tinha certeza que estava irritada, porém se deu o trabalho de suspirar antes de continuar. — Você tem que viver, não ficar apenas na teoria.

— Como? — Realmente tinha várias dúvidas na minha cabeça sobre como começar a se divertir.

— Talvez se defendendo? Se fosse um bandido, não eu, já estaria morta. — Declarou, aproximando-se cada vez mais quando tinha me levantado. — Vamos, faça.

A reação seguinte poderia me deixar arrependida e com a consciência pesada pelo resto da vida, porém eu tinha algo importante a resolver ainda hoje, por isso dei um tapa em seu rosto. Só escutei o estralo antes de me virar e fugir, correr como se o amanhã inexistisse, porém ela foi mais rápida.

— Você tem a mão pesada. — Admitiu com dificuldade ao me parar, massageando onde tinha a machucado.

— Sint-

— Não ouse completar essa frase! — Essa é a primeira vez que alguém não deseja um pedido de “desculpas” após ter apanhado.

Peguei a minha mochila e a segurei com força, pensando como poderia a despistar para ir na bilheteria do festival. Gosto muito de conversar com ela, contudo esse era o último dia para comprar o ingresso.

“Boa sorte em achar outro bilhete, pois pelo que soube está esgotado”. Se isso que as três falaram for verdade, torcerei para aceitarem o rasgado.

— Pela primeira vez eu bati em alguém, isso só porque quero ter uma noite inesquecível com o Sasuke. Você me perdoaria se fosse embora agora? — Antes mesmo de ter amigos sabia, temos de partilhar segredos e nos ajudar.

Só que o jeito que abaixou a cabeça e chorou pela minha me deixou perplexa, assim como quando me abraçou. Ela me liberou e confirmou com a cabeça, mal precisando abrir a boca para a entender.

— Em nome do amor permitirei. — Ouvi aquilo e não compreendi.

Será que falei algo errado? Só alguém poderia me auxiliar, no entanto ainda tinha de passar no festival primeiro. Por isso mesmo fui atrás do funcionário, apenas para escutar que nada conseguiria fazer, nem entrada reserva existia ou a possibilidade de usar o que tinha no bolso.

De maneira diferente, e por outro motivo, as lágrimas ousaram escorregar por minha face. Apenas Uchiha vinha em minha mente, uma maneira de poder pedir perdão, de receber seus conselhos e a possibilidade de outro encontro, porque eu queria muito sair com ele.

— Uzumaki? — Fiquei surpresa quando o vi com uma roupa informal em minha frente, o sorriso que me contagiava tanto não saia de seu rosto.

Estranho foi apenas notar agora que pouco o recordava, comparado a antes. Nem sequer meu coração batia tão forte ou queria desmaiar, todavia a vergonha ainda era parte de mim.

— O que está fazendo aqui? — Sem gaguejar em toda a palavra dessa vez.

— Vim me abrigar da chuva.

Outro ponto que me intrigou, como não tinha notado até esse momento? Apesar do meu cabelo molhado, a tremedeira, a tristeza foi o bastante para nem perceber isso. Naruto resolveu pegar em minha mão sem pedir permissão, levando-me às pressas para a barraca do festival mais próxima.

Era um local tão pequeno que estávamos quase grudados, seu braço encostava no meu e poderia sentir sua respiração quando nos olhávamos. Em que parte desse ano mudei tanto? Por que estar com ele não me abalava?

— Não tinha reparado, mas você é muito bonita, Hina. — Era um combo para me deixar vermelha, um elogio seguido de apelido. Sem falar naquele sorriso e jeito animador que tanto admirava.

Por que eu ainda estava consciente e não caída ao chão?

— Obrigada.

— Está com febre? — Questionou como sempre, colocando a mão na testa em preocupação. Esse era o seu jeito, porém o meu não.

— Culpa sua. — A coragem que adquiri nesse dia foi dez vezes mais do que nesses dezesseis anos, pois jamais estaria contando algo além de “sim” para essa pergunta.

Ele parou de me tocar nesse momento e fez uma expressão de confusão, conhecia isso ao vê-lo coçando a face. Pelo menos isso era igual, a capacidade de entender todos os seus gestos.

— Te feri?

Talvez o meu coração.

— Não, você me deixou foi sem graça. — Perdi o momento que esperei desde que era nova.

Por mais que entendesse que esse seria o local e conversa ideal para declarar meus sentimentos, enquanto estávamos tão perto, molhados e em uma sintonia agradável, toda a parte de mim gritava que eu não o amava mais. Então preferi dizer pelo menos a verdade que ainda tinha certeza.

Depois disso ele começou a falar sobre o quanto eu o ajudava nas tarefas, da Haruno, festival e também me ofereceu o seu casaco. Aceitei, porém sentia algo estranho ao botá-lo, só não entendia a razão.

— Tenho um guarda-chuva, vai querer? — Cortei algum discurso seu.

Entendo que se fosse antigamente prestaria atenção em cada palavra, mesmo quando não era dirigida a mim eu fazia isso, porém não parar de falar era um ponto dele que não gostava mais. O silêncio parecia agora confortável, todavia em outro lugar que não com essa pessoa.

— E você? — Já esse seu lado ainda era fofo.

— Capa. — Respondi diretamente, pegando a roupa e mostrando antes de vestir.

Não sabia se me sentia aliviada ou tensa quando vi um carro parar na frente do estabelecimento, do meu pai. Sequer lembrava que tinha mandado uma mensagem para ele quando entrei na barraca, porém foi o bastante para entender que seria alvo de perguntas ao chegar em casa.

Tinha acabado de dar carona para meu colega e nos visto sair daquele canto minúsculo sozinhos. Cada segundo parecia uma hora, sendo que duraria até quando deitar-me no travesseiro. O que é pior que isso?

— Não é porque é seu ídolo, que tem de fazer sexo com ele. Você precisa valorizar mais a sua virgindade, filha, e usar camisinha. — Hiashi não era de ser sensível comigo ou enrolar, era assim e pronto, por mais ríspido que fosse.

 — Como assim ídolo? E não se preocupe, ainda sou pura. — Meu jeito foi calmo, apesar das dúvidas. No fundo tinha certeza de que nunca ia fazer isso.

Estava preparando alguma coisa para o café, porém parei tudo o que fazia para olhar para a mesa, onde se encontrava. Compreendia que quando se tratava dele viria bomba.

— Pensa que eu não vi que tem muitas fotos dele? — Como sou burra! — Pare de fazer essa cara, com um pai não existe privacidade.

— Era de se imaginar, por saber dos ingressos. — Queria mudar de assunto a todo custo o segredo por trás disso, se soubesse iria me internar no manicômio. Batia ovo para fazer a massa e depois fritar enquanto esperava seu sermão, seria algo rápido por ter demorado mais para vir depois da escola.

— Falando nisso, com quem irá? Não aceito outra resposta que não “meu pai”. — Apesar de seu jeito frio, era super protetor e ciumento.

— Ninguém. — Dirigi-me a mochila e mostrei o bilhete rasgado para que notasse, depois corri para terminar a receita.

— Então com qual pessoa iria? — Seu interrogatório poderia ser pior do que um torturador em época de ditadura, principalmente quando se tratava da honra da sua única filhinha, por isso resolvi abrir logo o jogo.

— Com o Sasuke Uchiha.

Fechei os olhos com força, pronta para levar a maior bronca de todas.


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Notas finais do capítulo

O que acharam do capítulo? Da conversa com o professor Kakashi, Tenten? O que acham que a Hinata sente pelo Naruto agora?

Quero saber tudo o que pensaram sobre o capítulo, os próximos, da história até aqui, realmente vai me ajudar e me motivar demais.

A gif não é minha! Se tiver erros de português podem me avisar.

Quem deseja comentar? Seja para falar que está ruim, não. Seja por MP, favoritar, acompanhar, recomendar como as maravilhosas da Sweet Smile, FugimoNaKombi e Mayume Hyuuga fizeram, com certeza fará essa autora muito feliz. *-*

Beijos e até a próxima!



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