"O que está acontecendo pelo amor de Deus!" grita em seus próprios pensamentos,a resposta vem logo em seguida em forma de uma pancada forte na cabeça a deixando inconsciente.

Horas se passam e a policia ainda não encontrou a criança que Maisie diz ser seu filho.Na sala de interrogatório Don conversa com ela e sua mãe.

DF-Obrigado por vim senhora Welch.

AW-Minha filha foi presa,por que não viria?

DF-Bom,vamos começar com as perguntas.Conhece algumas dessas mulheres?-coloca as fotos de Stella e marcela na mesa.

MW-Quem são elas?

DF-Marcela e Stella Bonasera,ambas irmãs que nunca se conheceram.

MW-Está de brincadeira? São tão parecidas comigo.-pega a foto de Stella e observa.

DF-Talvez sua mãe possa nos explicar isso.-a encara.

AW-Não tenho nada a dizer.

MW-Mãe,eu mereço saber a verdade.

AW-O que precisa saber é que foi adotada e só isso.

DF-Só isso? Procuramos registros da Maisie em todos os orfanatos e ninguém soube nos dizer quem é ela.Tem certeza de que a adotou?-ela não responde e cruza os braços.

MW-Acharam que eu era uma dessas duas,me confundiram com elas e tive de matar aquele homem.O que voce fez Alison?-seus olhos se enchem de lágrimas.

AW-Há vinte sete anos atras descobrir que não podia ter filhos. Voces não sabem a dor que eu sentia toda vez que segura um bebe naquelas salas de parto.Via os sorrisos delas com seus filhos e eu não podia ter nenhum deles.-começa a chorar.-Até que um dia uma jovem mulher deu á luz três meninas de vez,isso nos deixou abismados,nunca aconteceu antes no hospital.

DF-E assim decidiu roubar uma delas pra voce? Pensou que não faria diferença para os pais?

AW-Não foi bem assim.A terceira criança nasceu morta,quando fui colocar no saco pra levar ao necrotério...ela chorou.Me assustei de inicio,depois a peguei em meus braços e abracei.Ela seria minha de qualquer jeito.

DF-Como ela estava morta e depois chorou?-tenta entender.

AW-Maisie nasceu com a síndrome de Catalepsia patológica,quando os médicos a diagnosticaram pensavam que ela estava morta,mas não estava. A parte difícil foi sair de lá com ela,os negócios da papelada foi mais fácil.Tirei minhas férias e um mês depois a registrei.Falsifiquei tudinho.

MW-Como teve coragem?-também chora.-Me roubou da minha família de verdade!-grita.-A culpa é sua! Levaram o meu filho e matei aquele homem por sua culpa.-se levanta nervosa.-Pensou apenas em voce mesma.

AW-Me arrependo do que fiz.Mas eu te amo.

MW-Me ama? Talvez se não tivesse feito o que fez,eu não teria sofrido tanto quanto sofri.Agora meu filho está com pessoas perigosas e a culpa é sua.

AW-Filha,eu...-pega em sua mão e ela se afasta.

DF-Maisie se acalme.

MW-Me tire daqui.Matei aquele homem se não seria eu quem estaria morta agora,se isso trouxesse meu filho de volta...mas não vai.Por favor,encontre meu filho.

DF-Estamos fazendo o possível.Os policiais te levarão até a sela,providencie advogados.-dois policiais entram e pegam em seu braço.

MW-Não preciso.Posso ficar presa por anos,desde que meu filho fique seguro com outra pessoa que não seja essa mulher.-olha para sua mãe com certo nojo no olhar.

AW-Maisie por favor.

MW-Me tirem logo daqui.-os policiais e levam.

Em algum lugar da cidade....

Ouve vozes vindas de longe.Não abre os olhos.Sente que suas mãos não estão mais amarradas como antes.O conforto do lugar onde está deitada sugere uma cama macia.

Uma pequena mão toca suas bochechas a obrigando abrir os olhos.Assim que o faz,vê um bebezinho brincando com seu rosto e solta uma gargalhada gostosa quando percebe que Stella o olha.

Ela olha tudo á sua volta.Está em um quarto.Se levanta e tenta abrir a porta do lado esquerdo,não adianta,está trancada.Tanta a janela,o que também é em vão.Olha para o lugar lá fora e não reconhece,nunca esteve ali em nenhuma cena de crime.

Ouve mais algumas gargalhadas do bebe,se vira e ele esta rolando quase caindo da cama.Stella o pega e começa a balançá-lo em seus braços.

SB-Ei coisinha linda.Quem é voce hein? Cade a mamãe?-diz com uma voizinha meiga e ele ri.

Passos se aproximam,alguém está chegando.Ela o coloca novamente na cama e desda vez no centro dela.

SB-Fique aqui fofinho.Stelinha já volta.-beija a testa dele e pega um vaso na mesa ao lado da cama.

Se esconde atrás da porta e a maçaneta move,a porta é aberta.Caminham para perto da cama,procuram por Stella que deveria estar deitada nela ao lado do bebe.

Ela espera o momento certo e assim que o tem quebra o vaso na cabeça de um deles que desmaia.Corre pelo corredor e é seguida pelo outro homem de terno.Desesperada desce as escadas e vai pra cozinha.Pega uma faca na gaveta e se abaixa perto do balcão.

##-Onde voce está querida? Não irei te machucar,juro.-entra na cozinha a procurando.

Ela não responde,está atenta aos sons de seus passos.Os engraxados sapatos de couro se posicionam perto á sua frente.Rapidamente,ela enfia a faca no pé dele que solta um grito de dor.Novamente corre.Merda! fica sem saída já que mais três homens a cercam na sala de estar. pensava não haver mais saída,chuta a virilha do que está ao seu lado e corre mais rápido subindo as escadas.Volta pro quarto e tranca a porta.

Se abaixa e pega o celular do homem a quem acertou-lhe a cabeça.Disca um número e se encosta na parede.Nervosa aguarda que alguém atenda a bendita ligação.Nunca odiou tanto o 'tum,tum' que lhe corrompe os nervos de tanta aflição.Enfim escuta a voz de alguém do outro lado da linha.

–Alo? Mac? Pelo amor de Deus me tira daqui!-implora.-Você precisa nos tirar daqui.

–Meu amor,ainda bem que está viva.Sabe onde está?

–Não.Só sei que estamos em uma casa de pessoas ricas,ela é enorme.

–Quem está com voce?

–Um bebe e um dos homens desmaiado.

–Bebe? Por acaso ele tem uma mancha na coxa igual a sua?

–Como assim igual a minha?-tira o shortinho dele e verifica.Está ali uma mancha de nascença igual a dela.-Pois é,igual a minha mesmo.Como sabe que ele tem essa mancha? Afinal,o que está acontecendo?

–Quando estiverem fora de perigo teremos tempo pra mais explicações.Por favor,não desgrude dele,precisamos de vocês dois vivos.

–Esse também é meu plano,sair viva daqui.

–Tente não desligar o celular falta pouco pra conseguirmos uma localização exata.

–Se apressem a bateria está acabando.-se senta na cama e observa o bebe.-Ele é muito lindo,se parece um pouco comigo quando era dessa idade.

–Pois é,agora a vida dele está em suas mãos.

–O protegerei e sairemos daqui,vivos.Mas,aconteça o que for não se esqueça de que eu te amo muito.

–Stell,o viva voz está ligado agora.-diz meio sem graça.

–Dane-se.Assim irão saber o quanto te amo,daria tudo pra estar naquela sela agora,ao menos lá eu podia te ver e te tocar,ao menos saberia que veria as pessoas que amo outra vez.-começa a chorar.

–Se acalme meu amor,eu também te amo e estamos tentando de tudo.

–Mac,eles estão vindo.Se não sairmos vivos dessa,diga a minha filha e a Elena que as amo muito.E se tiver a oportunidade diga ao governador da Grécia que também o amo e que me perdoe por tudo que fiz.Eu te amo Mac,te amo muito e nunca...-não termina de falar pois a bateria acaba.-Mac? Mac?-grita e joga o celular longe.

A porta é arrombada,Stella pega o bebe e se afasta.Entram três homens,todos de terno bem cuidado,dois deles com armas nas mãos.

##-Pensou que fugiria de mim?

SB-Quem é voce?

##-Não sabe quem sou e nem terá a oportunidade.-o homem de cabelos grisalhos sorri irônico.-Achou divertido matar meu parceiro naquele hotel?

SB-Não fui eu,foi um engano o que houve.

##-Engano apertar o gatilho quatro vezes contra ele? Acho que não.Peguem-na.-dá ordem aos dois homens que se aproximam.Um pega o bebe e o outro segura firme os braços de Stella.

SB-Me solta! Pra onde está nos levando?

##-Cala a boca sua vadia!-dá um tapa em seu rosto.-Pagará caro por ter matado ele.

SB-Me mata logo então seu desgraçado.Tenho nojo de voce,coitado...passou tanto tempo se dedicando á essa gangue e esses negócios...e agora está aqui querendo matar uma policial.-zomba dele com sorrisos falsos.-Acho que quem pagará caro,no final das contas será voce.Idiota!-cospe na cara ele.-isso é por ter me dado uma bofetada,ninguém bate no meu rosto.

##-Tirem-na daqui!-grita e eles obedecem.

A levam para o porão da casa.Lugar com pouca iluminação e um pouco assustador.Passa pelo corredor e ali estão algumas mulheres apenas de lingerie pesando armas e drogas.Outras contam várias notas de dinheiro,uma espécie de contrabando.

Stella fica pasmada e para ali.A empurram para outro comodo e abrem a porta.Estão correntes grandes e dois cadeados sobe uma única mesa.

SB-O que irão fazer? Droga! O que irão fazer?-se desespera ainda mais.

XX-Aprenda a ficar calada!-a joga no chão.Pega as correntes e e coloca uma em cada braço.Prende-nas á parede e coloca os cadeados.

Ela tenta se soltar,se esforça sem sucesso algum.Essas correntes são de aço puro e não são fácil de se quebrar.

Colocam o ar condicionado na temperatura máxima,a sala fica bem mais fria.Se aproximam e tiram sua roupa a deixando apenas com as intimas.O outro traz uma bacia enorme com pedras de gelo e afunda a cabeça de Stella nela.

XX-Sua cachorra! Teve coragem de matar o chefe,agora aguente.-zomba enquanto ela treme de frio apos ser erguida.-Está ficando com frio não é? Vamos deixá-la aproveitar disso aqui.

YY-Mais uma vez,ela merece.-coloca a cabeça dela novamente na bacia.-Ha ha ha...é tão gratificante te ver assim!-ri e a levanta.

Saem da sala e trancam a eixando sozinha e com muito frio.A temperatura lá dentro é de sete graus negativos.Uma pessoa vestida aguentaria apenas cinco ou seis horas nessas condições.E quanto a Stella e suas condições? Por quanto tempo aguenta ficar viva?

^~Continua^~