Sniper Hero escrita por Haniel Lucas


Capítulo 25
Capítulo 25 - A Batalha da Rocinha Parte 2




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´Estava um silêncio absoluto no escritório do presidente. O único som que era ouvido era o som do tic tac do relógio e um leve som de ar frio saindo de um ar-condicionado caro e silencioso. O Presidente Horácio já estava com seu terno presidencial. Ele está sentado de frente para sua mesa com seus braços em cima da mesa apoiados pelo cotovelo e suas mãos cruzadas. Ele está ansioso pois ele sabe que esta batalha na Rocinha está acontecendo agora mesmo.

O Telefone toca. O Presidente atende mas não diz nada

–Senhor, é o Coronel Arruda na linha.--disse sua secretária

E então com sua grossa voz, o presidente responde:

–Pode bota-lo na chamada.

–Senhor Presidente. Vou precisar de apoio aéreo, eles tem posições fixas, soldados e equipamentos que podem derrubar nossas forças. --disse o Coronel

–Achei que estávamos lutando com bandidos, senhor Arruda. --disse o Presidente Horácio

–Sim senhor presidente, nós estamos! Mas não são quaisquer bandidos... Creio que vossa política sobre a criminalidade veio falhando e acabou fortalecendo estes homens.–-Disse o Coronel Arruda

O Presidente Horácio então prende os lábios com raiva do que o Coronel disse. Ele entendeu que o Coronel estava dizendo que ele não sabia dar conta de bandidos nos planos de governo dele e que ele é um presidente ruim.

–Coronel. Estes... ''bandidos'' não são como os mafiosos italianos da América nos anos 30. Estes bandidos são apenas traficantes de droga. Vou liberar quaisquer forças necessário para que o senhor acabe com eles.

–Sim senhor. Irei requisitar um bombardeiro para nos ajudar. --disse o Coronel

–Mas é claro. Afinal você é tão incompetente que não consegue acabar com o problema com as forças que lhes foram dadas, não é? --disse Horácio desligando o telefone

Ele olha para o telefone e dá um suspiro. Horácio sabe em algum lugar de sua mente que ele é um presidente ruim, mas ele é iludido pelo seu próprio partido que faz tanta propaganda dizendo que ele é um presidente bom que ele acaba acreditando.

''Não posso um país bom para todos se todos à minha volta são idiotas.''

Enquanto isso na Rocinha. Júlio acaba de trocar de posição para o terraço de uma casa da favela. Já está uma leve neblina na favela, mas não é neblina comum, é uma neblina da fumaça das explosões e tiros disparados. Não há vento, o clima está frio e o sol ainda não amanheceu. A Visão do scope de seu rifle não está tão boa quanto antes devido à mancha feita de alguma forma por causa dessa neblina. Ele esfrega o vidro com a manga de sua camisa e pronto. Já está limpo. Mas quando ele percebe ele vê outro franco-atirador mirando nele de outra casa. Júlio então se joga no chão mas no meio da queda ele sentiu a bala passando perto de sua orelha e um barulho rápido e forte zuniu pelo seu ouvido. Júlio respira ofegante e então olha a marca da bala na parede. Ele então dá um suspiro, pega o seu rifle e sai agachado da sua posição atual

Ele sai da casa que ele estava mas rapidamente ele volta para dentro devido à um grupo de soldados que está passando aí perto. Ele fica do lado da porta esperando eles passarem quando de repente eles arrombam a porta da frente fazendo ela cair no primeiro chute. Júlio fica arrepiado e nervoso no mesmo segundo, num instinto ele dá um soco no primeiro soldado que aparece e usa o corpo dele de escudo. Os soldados apontam para Júlio mas não atiram. Júlio pega a pistola rapidamente de seu cinto e então atira nos soldados, o soldado que ele está segurando tenta se soltar dando uma cabeçada nele mas Júlio se esquivou tempo o suficiente e atirou nele e rapidamente ele corre para a cozinha onde está a porta dos fundos onde ele entrou. Ele corre derrubando algumas coisas pelo caminho para dificultar a passagem dos policiais, ele derruba cadeiras e utencilhos de cozinha. Ele corre como nunca correu pelas ruas apertadas e desorganizadas da Rocinha. Ele corre em direção à mansão de Balzer.

Os capangas que estavam escondidos em becos quase atiravam em Júlio mas acabaram reconhecendo-o e deixaram ele passar, embora Júlio não tenha os visto.

–Já está tudo pronto? --Perguntou Thiago

–Sim, chefe! Vamo cimbora! --disse o capanga na caminhonete

–Thiago! --disse Júlio chegando e parando de frente para Balzer. Ele está respirando fortemente depois de uma longa corrida

–Deus do céu, Júlio! --Disse Thiago abraçando-o -- Onde diabos você estava porra?! Pensei que você estava morto!

–Eu estava fazendo minha patrulha matinal quando vi esse caos rolando... --disse Júlio ainda respirando da corrida

Thiago apenas olha para Júlio fazendo sim com a cabeça

–Ótimo, amigo. Vamos dar o fora daqui. --disse Thiago

–Chefe. --disse outro capanga chegando com seu fuzil

–O que foi? --perguntou Thiago

–Precisamos mesmo evacuar a Favela? --disse o capanga

–Mas é claro que precisamos, porra! --disse Thiago

–Apois os poliça tão fugindo. --disse o capanga

–O quê? --disse Thiago extremamente surpreso

–Parece que as táticas de guerrilha e esses novos equipamentos que o senhor providenciou deram muito certo. --disse o capanga

O Exército e a Polícia subestimaram a facção de Thiago. Ao mandar uma força de 500 homens para atacar a Favela.

–Mas não é possível. Você está ficando louco! --disse Thiago

–Não, dê uma olhada ali no pé da Favela. Os bixo tão fugindo. --disse o Capanga

Júlio está mirando na entrada da Favela e observa os policiais e os soldados recuando mas não fugindo. Nem ele acredita no que está vendo.

–É verdade mesmo, Thiago. Nós ganhamos --disse Júlio.

Thiago sobe as escadas de dentro de sua mansão indo em direção à varanda enquanto grita de alegria

Júlio segue-o andando normalmente com um sorriso no rosto. Os capangas já festejam no estacionamento da mansão atirando para o alto. Júlio alcança Thiago que está na varanda com as mãos para cima gritando ''VITÓRIA!''

–Calma aí, Chefe. --disse Júlio

–Ganhamos porra! --disse Thiago segurando Júlio pelos ombros -- A GENTE VENCEU CARALHO!

Júlio apenas sorri enquanto Thiago dá esta comemoração. Júlio olha para os céus pensando até mesmo que Deus está ao seu lado, mas ele percebe um avião em alta altitude sobrevoando lentamente a área. Ele vê um fumo branco se aproximando juntamente de um brilho estranho, até que ele vê claramente, um míssil.

–PUTA QUE PARIU! --Gritou Júlio

Thiago percebe o grito nervoso de Júlio e olha para o mesmo lugar que ele está olhando

–CORRAM SEUS PORRAS! --Thiago gritou mas inutilmente, pois seu grito foi abafado pelo som dos tiros de seus capangas em comemoração

Num pique ele corre para a parte de trás da mansão com Júlio o seguindo, e sem pensar duas vezes ele pula da janela que dá para a parte de trás da mansão e cai do segundo andar da mansão, enquanto Júlio pula cautelosamente caindo no chão sem danos. O Míssil cai na parte de frente da mansão fazendo 3/4 da mansão explodir junto com os capangas. Júlio e Thiago ainda são empurrados pelo impacto mas levemente.

Thiago olha com seus olhos claramente em tristeza para a sua mansão em chamas. Ele fica lá parado e pensando sobre o que acaba de acontecer por quase um minuto. Júlio entende o momento e deixa-o em silêncio por alguns instantes

–Chefe. Precisamos fugir.

Thiago está com a cabeça baixa

–Fugir? Fugir para onde, Júlio? --perguntou Thiago

–Hm?

–Como posso fugir deste país se minha casa e minha fortuna está toda aqui? --perguntou Thiago

–Mas você pode fugir, o senhor tem dinheiro, podes ter um emprego e ser uma outra pessoa em outro país. --disse Júlio

–Não... eu não posso fugir. As pessoas que este governo de merda odeia nunca podem fugir.

–Do que está falando? --disse Júlio

–Olhe para mim Júlio, o que você vê? --perguntou Thiago

Júlio parou para pensar, talvez ele tenha feito uma pergunta filosófica

–Eu vejo um senhor do crime em um país do crime.

Thiago ficou em silêncio por alguns segundos

–Bela observação. E por eu ser um senhor do crime em um país do crime, a palavra crime se torna uma coisa comum, não é? --perguntou Thiago

–Sim.

–Eu sou a alma do Brasil crua e nua, eu sou um homem malandro, esperto e pouco inteligente. Eu sei o suficiente para sobreviver como um ''Senhor do Crime''

–Onde quer chegar, chefe? --perguntou Júlio

Thiago prendeu os lábios e deixou cair uma lágrima. Ele de certa forma não gosta de estar demonstrando claramente que está arrasado

–Onde quero chegar, Júlio, é que pessoas do crime são pessoas normais no Brasil e pessoas como você que de certa forma luta contra isto são as pessoas anormais do Brasil. Eu estou no lugar onde devo ficar, mas você não.

Júlio fica sem palavras diante desta reflexão de Thiago

–É por isso, Júlio, que você deve fugir. --disse Thiago

–O que? Quer dizer que o senhor não vai fugir? --perguntou Júlio assustado

–Não. A Prisão é uma casa para uma pessoa como eu. Principalmente no Brasil

–Mas você pode ir mau lá! --disse Júlio

–Hahahaha... Júlio, como você é desinformado. Se eu sobrevivo aqui fora eu sobrevivo lá na prisão, afinal, aqui não tem pena de morte, hahahaha! --disse Thiago

–Eu não vou sem você! --disse Júlio

Thiago imediatamente muda a expressão de sua face e fica em um tom sério enquanto olha para Júlio, até que ele percebe que Júlio deixou cair sua pistola, ele então pega a pistola no chão e aponta para Júlio

–Eu não estou pedindo, Júlio. --disse Thiago

Júlio fica sem palavras enquanto vê isto. Ele percebe que Thiago está realmente forte em suas palavras, Júlio então ajeita seu Rifle deixando-o mais preso nas suas costas e anda até a mata que fica por trás da mansão de Thiago

–Júlio, espere. --disse Thiago

Júlio se vira para Thiago ainda no mesmo lugar em que ele parou quando foi interrompido

–Cuide de meu filho... entretanto, isto não é uma ordem. --disse Thiago

Júlio então se vira e corre para a mata. Ele não se despediu de Thiago nem fez algo parecido, mas ambos sabem se comunicar sem precisar usar palavras ou até mesmo fazer gestos, pois ambos são amigos e amigos de certa forma se comunicam mentalmente sem precisar falar nada ou fazer nada

Thiago ficou lá, de frente pra sua mansão em chamas, ele tenta se levantar mas percebe que sua perna quebrou.

–Hahaha... Que merda, não? Hahaha...


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