Ainda É Cedo escrita por Ster


Capítulo 1
Uma menina me ensinou


Notas iniciais do capítulo

- Eu tinha prometido a mim mesma que não escreveria mais sobre Blackinnon, mas eu estava ouvindo Legião, Ainda É Cedo e achei perfeita para uma história.

Eu queria que fosse Jily MAS GENTE, OLHA ESSA LETRA PELO AMOR DE DEUS, É BLACKINNON!

Não pude evitar...

Espero que gostem.



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...

Uma menina me ensinou

Quase tudo que eu sei

Era quase escravidão

Mas ela me tratava como um rei

...

– Marlene McKinnon. – ela sorriu enormemente, apertando a mão do garoto. Ele apenas deu um sorrisinho mínimo e forçado.

– Sirius. – apresentou-se, tratando de virar-se para conversar com seus novos amigos, mas a garota não parecia satisfeita, correndo para perto dele, tentando segurar sua bolsa aparentemente pesada. Ele olhou para ela reprimindo seu olhar de desprezo, fitando a juba de cachos louros e o sorriso infantil. Seu rosto era sardento demais.

– Sirius o quê? Sirius é uma estrela da constelação Canis, não é? – sorriu ela. – Oi! Meu nome é Marlene McKinnon!

James Potter e Remus Lupin acenaram para a garota enquanto Sirius rolava os olhos. Ela continuou tentando acompanhar os passos apressados, quase arrastando sua mochila pesada. Sirius até pensou em oferecer-se para carregar, mas a preguiça era maior. E a vontade de se livrar dela também.

– Aham. – replicou ele, sem olhá-la.

– Ai meu Deus, estou tão ansiosa! Meu primeiro ano! Fiquei tantos anos observando meus irmãos falando sobre Hogwarts e agora é finalmente minha vez! Sou a McKinnon mais nova. E a única menina. Eu tenho três irmãos, todos aurores igual aos meus pais... – Sirius virou-se para a garota, perdendo a paciência.

– Olha, Maria...

– Marlene. – riu ela.

– Tanto faz, eu não quero saber da sua família e nem da profissão deles, de verdade. Por que não se junta com as garotas, hein?

Marlene olhou para os grupos de meninas, receosa.

– Não me dou muito bem com meninas. – ela deu de ombros. Sua mochila finalmente estourou, revelando uma enorme quantidade de vinis e revistas. Marlene deu um breve gritinho, abaixando-se para recolher. Os risinhos ressonaram pelo amotoado de primeiranistas aguardando a professora McGonagall. Sirius pegou a brecha e saiu de perto da garota, indo atrás de seus amigos.

Ela finalmente conseguiu reunir suas coisas e olhou ao redor, procurando o garoto. Abraçou fortemente sua mochila, mordendo os lábios. Todos conversavam entre si e ninguém parecia nota-la ali sozinha. Abaixou os olhos e aguardou em silêncio.

Marlene sentiu falta de sua família.

Sirius agradeceu mentalmente por finalmente ter se livrado da sua.

...

Ela fazia muitos planos

Eu só queria estar ali

Sempre ao lado dela

Eu não tinha aonde ir

...

– Mas e se eu não conseguir o terceiro valor?

– Sirius, sempre tem o terceiro valor. – explicou Marlene pacientemente. – Esqueceu? Fica aqui. Sempre vem com o enunciado.

O garoto gemeu. Odiava Aritmância, só aceitou fazer porque Hestia insistiu, afinal, era a única aula onde Grifinória e Corvinal se juntavam. Sirius brincou com o lápis em sua boca, observando as sobrancelhas grossas de Marlene unidas enquanto resolvia o exercício. Ele às vezes se perguntava como a garota tinha tanto cabelo. Ela levantou seus brilhantes olhos verdes e sorriu ao perceber que Sirius estava a observando. Ele sabia que tinha esse poder sobre as garotas. O quarto ano estava definitivamente divertido para ele.

– Você tem namorado? – indagou ele.

– Não. – respondeu ela, vermelha. Isso significa que é totalmente virgem.

– E você gosta de alguém? – Sirius gostava de provocar as garotas. Só para em seguida falar em como gosta de sua namorada. E ele realmente gosta, afinal, Hestia é perfeita. A pele morena, os cachos, os olhos cor de oliva, a inteligência. Sirius é completamente louco por ela.

– Eu... – Marlene olhou toda a biblioteca, menos os olhos do garoto. – ... não, eu não gosto.

– Hum. – replicou ele, tirando o lápis da boca. – Nem deve ter tempo, afinal, só estuda.

– Mas eu estou aqui para isso. – replicou Marlene. – Eu vim estudar.

Sirius a fitou, sem palavras. Não soube o que responder. Ela apenas voltou a resolver seus exercícios e ajudar Sirius com os seus. Ele conseguiu uma ótima nota em Aritmância. E em Herbologia. Também História da Magia e Feitiços. Mas talvez não tivesse conseguido sem a ajuda dela. Passou a prestar atenção em sua professora particular. Não tinha amigos. Era completamente sozinha.

Sirius sentiu-se mal.

Marlene continuou a estudar.

...

Mas, egoísta que eu sou,

Me esqueci de ajudar

A ela como ela me ajudou

E não quis me separar

...

Ela era uma ótima batedora.

Sirius ficou orgulhoso em dividir seu papel no time com Marlene. Os dois treinavam juntos aos sábados de manhã e ás vezes aos domingos e nas aulas de Voo. Ela era incrível. Combinavam táticas e estratégias de jogo. Ficou surpreso e saber que ela entendia e muito de Quadribol. Ela lhe mostrou suas revistas de esportes. Seus discos de Vinil e livros clássicos. Ele descobriu a obsessão dela por David Bowie e seu amor por esmaltes.

– Por que você não tem amigas? – perguntou Sirius após a aula de Herbologia. Marlene deu de ombros, segurando suas duas mochilas e livros.

– Não sei. Acho que está tarde demais, os grupos já estão formados. – ele continuou a olhando, apesar dela não olhá-lo enquanto falava. – E além disso, eu preciso me concentrar. Os N.O.M’s estão chegando.

– Falando nisso, será que não pode me ajudar em História da Magia? Não posso reprovar. – Sirius pensava em incluí-a em seu grupo, mas garotas era estritamente proibido. Apesar de Marlene não ser nem um pouco feminina. E até um pouco violenta, sempre batendo em garotos que riam de seu cabelo. E além do mais, por que a convidaria? Nem gosta muito dela. Sorri demais, ri demais, é boa demais. Sempre defende Ranhoso e isso o irrita.

Sirius só quer ajuda para os estudos.

Marlene só quer um amigo.

...

Ela também estava perdida

E por isso se agarrava a mim também

E eu me agarrava a ela

Porque eu não tinha mais ninguém

...

No sexto ano, Marlene McKinnon e Lílian Evans ficaram amigas.

Ela apresentou a loura suas amigas, Emmeline Vance e Dorcas Meadowes. Apresentou seu namorado Edgar Bones e sua coleção do Queen. Contou sobre seus batons e sua obsessão por sapatos. E o principal, apresentou a Marlene alguém que Sirius definitivamente deveria ter apresentado. E no fim das contas, eles estavam namorando.

– Vocês transam? – indagou Sirius, um pouco alterado. Ele não entendia exatamente o porque de estar irritado, mas estava e muito. Remus entretanto, não parecia se importar com os ataques do melhor amigo. – Hein, você come ela?

– Sirius, como você pode ser tão esdrúxulo? – questionou Remus, fazendo uma expressão enojada enquanto escrevia em seu pergaminho. – Ela não é um hamburguer para eu... Comê-la!

– Que porra significa esdrúxulo? – replicou Sirius, quase arrancando os cabelos. – Responde, Remus!

– Por que quer tanto saber da nossa relação? – Lupin largou sua pena, virando-se para o amigo. Sirius tratou de disfarçar, apenas dando de ombro, soltando a gravata.

– Porque a menina é mó pateta. Tá na hora de você desvirginar e a McKinnon definitivamente não é a melhor opção. – riu ele, mesmo não vendo humor em nada que dissera. Porém, Remus sorriu, voltando à sua carta.

– Eu não diria isso se fosse você.

Ele agonizou silenciosamente, entendendo tudo. Ele procurou Marlene pelos corredores, jardins, salas e passagens secretas. Vagou pelo castelo inteiro até acha-la na Torre de Astronomia.

– Você gosta de mim? Como namorada. – Marlene não pestanejou.

– Sim.

– E não quer ficar comigo?

– Não.

Sirius desviou o olhar.

Marlene fechou os olhos.

...

Sei que ela terminou

O que eu não comecei

E o que ela descobriu

Eu aprendi também, eu sei

...

Marlene e Remus namoraram até o último ano escolar.

E depois, por algum motivo que Sirius não faz ideia, os dois decidiram terminar, mas amigavelmente. Ela queria viajar para o Afeganistão e conhecer a magia de lá, praticar feitiços, se formar em Medicina Bruxa. Ela contava à ele sobre seus planos de vida, sobre seus sonhos. Sirius sentia inveja de sua determinação e objetivos, pois não tinha nenhum, não era bom em absolutamente nada.

Ela dizia que ele deveria ser auror. Mas Sirius acha que auror é para os inteligentes. E ela diz que ele é. Ela acreditava nele como ninguém. Ela o ajudou a estudar e aperfeiçoar suas habilidades, até tirar quase nota máxima nos N.I.E.M’s. Ele não sabia como agradecer por todos aqueles anos de ajuda. Marlene disse que gostava dele, mas Sirius disse que não gostava dela.

– Você tem medo! – acusava ela

– Quem tem medo é você! – retrucava ele.

Marlene queria ser namorada de alguém.

Sirius não queria machucar ninguém.

...

Falamos o que não devia

Nunca ser dito por ninguém

Ela me disse:

...

– Eu não sei mais o que eu sinto por você. Vamos dar um tempo, um dia a gente se vê. – e os dois deram as costas, indo em direções contrárias. Marlene recebeu quatorze cartas de recomendação por sua excelência escolar e foi escolhida oradora da Grifinória. Já Sirius ficou satisfeito com suas cinco cartas e 76 detenções de recordação. Ele foi para o treinamento de aurores de Marlene para a escola de Medicina.

...

E eu dizia: - Ainda é cedo

cedo, cedo, cedo, cedo

...

Ele namorou mais algumas garotas e ela conheceu um médico de 25 anos. Ele morava com os amigos, vivia bêbado pelos bares, pulando de festa em festa. Ela dividia seu apartamento com o namorado, fazia seu estágio durante a semana, estudava nas horas vagas e ia em grandes eventos da sociedade bruxa.

...

E eu dizia: - Ainda é cedo

cedo, cedo, cedo, cedo

...

Ela voltou para Londres para se juntar a Ordem da Fênix com um anel de noivado nos dedos. Ele estava bêbado demais para memorizar a cara do noivo. Ela planejava sua cerimônia, procurava o vestido ideal e ia aos shows do David Bowie. Ele paquerava as mulheres solteiras da Ordem, se alimentava de pizza e praticava Quadribol. Ela sente seu coração bater mais forte quando ele está por perto. Ele sente vontade de chorar quando vê seu anel de noivado.

– Eu gosto de você. – disse Sirius.

– Já é tarde demais. – replicou Marlene

...

E eu dizia: - Ainda é cedo

cedo, cedo, cedo, cedo

...

Ele estava preocupado demais com seu melhor amigo, suas missões no Ministério estavam complicadas, e suas roupas estavam mais sofisticadas. Ela queria ter um bebê, mas descobriu ser estéril. Ele completou um curso de alemão, comprou sapatos novos e arrumou uma casa para si. Ela entrou em depressão, afastou-se de sua profissão e desanimou-se com o casamento. Ele pediu Emmeline Vance em namoro. Ela terminou com seu noivo. Ele sentia-se apaixonado pela primeira vez. Ela morreu no verão. Ele...

Sirius parou no tempo.

...

AINDA É CEDO - LEGIÃO URBANA


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Notas finais do capítulo

O que acharam?

Comentem!

Obrigada por ter lido...

Até.