A Lira da Verdade escrita por Anns Krasy


Capítulo 34
Capítulo 34 - Noah


Notas iniciais do capítulo

Sim eu demorei, mas voltei! (sorrryyy pela demora ;--;)
Tava ocupada com a escola, enfim. Só tenho isso pra falar mesmo xD
Tinha alguém animado por mais capiih? Espero q sim!
Boa leitura!



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N

O

A

H

Se Noah não se incomodou com Tom falando sobre ele? Claro que ficou incomodado. Já não bastava ser uma "abe rração" - ou pelo menos era assim que o moreno se considerava -, quanto mais descobrirem que é órfão. Sim, órfão de mãe, mas mesmo assim seu pai não era presente. Era um deus olimpiano e como os outros, ele não podia escolher um favorito entre seus filhos, nem tampouco deixa-lo morar no Olimpo. Mas Noah não queria nada disso. Ele só queria que pelo menos seu pai o tivesse reconhecido quando ele chegou ao acampamento. Quando ele o visitou, ele já sabia que era um semideus. Sua mãe lhe contara uma vez. Mas mesmo indo pessoalmente dizer para ele ir para o acampamento, ele não fez o favor de reconhecê-lo como um de seus filhos. O fez esperar três anos. Três longos anos. E até agora Noah não tinha entendido o porque de ter esperado tanto tempo.

Mas Noah sabia de uma coisa:

Que ele não conseguia esquecer-se do dia em que seu pai, biológico, fez a ele uma visita.

O homem de cabelos castanhos como a enorme barba e não chegava a ser um ator de cinema. Usava uma camisa amarelada e suja. Suas mãos grossas estavam sujas com graxa e tinham pequenas cicatrizes visíveis, era como se ele morasse em uma oficina mecânica. Noah lembrou que as mãos de sua mãe também viviam sujas de graxa, e isso o fez se sentir mal. Sua mãe sempre fez o possível e o impossível.

– Noah. – Ele falou, sem pedir licença entrou na casa e se sentou em uma cadeira. Noah somente o encarou. Que tipo de cara entra sem pedir licença e se senta como se aquela fosse sua própria casa?

– Noah? – Tom falou da cozinha. Tom apareceu limpando a mão em um pano de prato e, ao ver o homem estranho sentado, franziu a cara. Era claro que Tom estava apreensivo, afinal tinha um estranho eu sua casa.

A primeira coisa que ele pensou provavelmente foi que era um moribundo de rua. Thomas não tinha nada contra pessoas de rua, já que o próprio Noah poderia ser considerado um antes de se envolver com o bibliotecário. Mas quando um invade sua casa, bem, você simplesmente não serve um chá e conversa civilizadamente.

– Quem é ele?

Noah balançou a cabeça, sem saber o que responder. – Ele entrou, só atendi a porta.

– Quem é você? – Tom perguntou sério. Ao nos olhos do homem barbudo dizia a Noah que Thomas deveria ter cuidado com o que falava. Os olhos do homem eram tão escuros quando a própria graxa em suas roupas.

Sua mãe também gostava muito de mecânica. Ela poderia consertar qualquer coisa que a dessem. Estudou mecânica pelos livros que podia comprar e praticando - mesmo que sozinha, como algumas vezes -. Ela também ganhava um dinheiro extra consertando coisas das pessoas do bairro. O resto do tempo ela passava cuidando da casa. Infelizmente tinha dificuldade de achar emprego, porém se empenhava bastante para achar e permanecer em um.

O homem olhou em volta. – Ora, por favor, pelo menos traga um copo d’água!

Thomas não pareceu gostar da ideia de ir à cozinha e arriscar deixar Noah com ele nem que fosse por um segundo. Afinal, agora Noah era seu filho – mesmo sendo adotado – e mesmo Noah podendo se virar, Tom tinha seu instinto protetor. Ele suspirou e colocou o pano na mesa.

– Ah... Senhor, o que está fazendo aqui? – Tom tentou ser calmo, talvez assim tivesse uma resposta.

– Vim falar com Noah, claro! – Ele falou sorrindo para o menino que o fitava sem nenhuma expressão.

– E o que quer com meu filho? Como o conhece? – Tom quis saber.

O homem se levantou da cadeira, fitando Tom. – Seu filho?! Noah não é seu filho, mortal.

Noah pareceu surpreso. Tom mais ainda. – Sou sim. O adotei de modo legal, Noah é meu filho.

O homem riu. – Filho adotivo, claro. Mas não percebeu a semelhança? – Ele colocou a mão no ombro de Noah. – Esse garoto é meu filho.

Noah havia prendido a respiração. Thomas o fitava incrédulo. Mas percebeu. Ambos tinham os mesmos olhos em brasa, apesar de Noah ter cabelos negros e o homem ter cabelos castanhos. O tom de pele era quase o mesmo tom de pardo, que por em Noah ser um tom mais claro, era fato que havia puxado de sua mãe. Provavelmente de Hefesto só havia puxado os olhos e o sangue de semideus.

– O que? – Noah tirou a mão do homem de seu ombro, recuando alguns passos. Noah sabia que era verdade, mas ainda assim parecia surreal e algo o incomodava naquilo. Hefesto nunca fora presente em sua vida, Tom fora mais presente que o deus das forjas. Quando tudo parecia prestes a cair em um futuro abismo, não era seu pai biológico quem aparecia.

Ele não havia aparecido quando mamãe morreu. Se ele tivesse aparecido, provavelmente tudo seria diferente. Noah pensou.

– Você é meu filho, Noah. – Hefesto falou.

– E você veio leva-lo? Pedir a guarda dele? – Tom perguntou, e Noah o olhou incrédulo. Ele estava mesmo pensando em dar a sua guarda a aquele homem que mal conhece? Não, parecia que Tom queria saber o motivo daquele homem - Hefesto - ter ido ali.

– Eu gostaria. Mas não será possível. Não posso escolher um entre meus filhos. – Disse o homem.

– Seus filhos. – Tom repetiu com voz neutra. E o homem só concordou, como se fosse supernormal ter milhões de filhos. – Meu Deus. - Tom suspirou, sem acreditar que aquilo estava acontecendo. - Quem é você?

– Meu nome é Hefesto. Esse garoto é meu filho, um semideus. – Falou o homem.

– Claro. – Tom falou. Definitivamente não tinha acreditado.

Noah, no entanto, negou varias vezes com a cabeça como se estivesse se esforçando para tentar não acreditar em tudo aquilo. Ele recuou até Thomas, fitando Hefesto com os olhos cerrados. – Então porque veio só agora? Minha mãe me falou sobre isso. Mas nenhuma outra vez você voltou para nos ver, ver se estávamos bem. Você não fez nada.

Hefesto suspirou. – Os deuses não são autorizados a isso. Mas dessa vez tive de vir. Você terá que fazer algo no futuro Noah, mas agora deve ir para o acampamento.

– Não vou a lugar nenhum. – O moreno respondeu.

– As crianças antigamente eram mais educadas. - Hefesto estreitou os olhos, era obvio que ele não gostava de ser contrariado.

Tom se voltou para Noah. – Afinal, quem é ele?

– Um deus grego. Meu pai biológico. Minha mãe me contou sobre ele. – O garoto respondeu. Tom não parecia acreditar, mas já viu vários monstros e viu Noah lutando contra eles. Se monstros existiam, porque não deuses antigos?

– Sabe que será perigoso para Noah. No acampamento ele estará mais seguro. Você quer que ele se arrisque mais?

Depois disso – e de dizer o endereço –, Hefesto foi embora sem esperar uma resposta. Tom e Noah discutiram sobre ir ou não e Thomas acabou por manda-lo para o acampamento. Acabou que Tom achou melhor se mudar novamente para Manhattan e ficou por lá por uns tempos até que aceitou um emprego no Cairo, em uma boa biblioteca que dava uma boa renda.

Mas aquilo não importava. Noah agora estava encostado no sofá com o notebook no colo e o abrindo para inspecionar o problema. Karina tinha achado alguns livros sobre gregos e o lia entediada. Neal a ajudava de algum modo, já que não tinha nada para fazer.

Noah estava entediado vendo os problemas nos fios e nas placas.

Thomas... Esse notebook parece ser mais velho que meu pai. E não estou me referindo a você. O notebook estava cheio de poeira e provavelmente não tinha sido limpado desde que fora comprado. Noah teve de limpa-lo cuidadosamente com um pincel para eliminar a poeira.

Enquanto isso, Karina lia sobre a Grécia antiga e sobre alguns deuses enquanto tentava driblar os sintomas de Déficit de Atenção. A maior parte falava da vida das pessoas, classes sociais, direitos e cultura. A parte sobre mitologia era limitada. Não era uma boa fonte. E isso não interessava a menina que acabou jogando o livro no chão, irritada.

Noah não ligou, Também perdia a paciência com livros algumas vezes. Ele sentiu o olhar de Karina em si e pensou que provavelmente Neal tinha pegado o livro e passava os olhos sobre ele. O TDAH de Neal não era tão forte, e por isso raras vezes ele tinha dificuldade de ler em grego antigo também.

– O que foi aquilo com o fogo? – Ela finalmente perguntou. Noah sabia que não demoraria muito para as perguntas recomeçarem. Em seu ombro, Z repousava dorminhoco.

– Consigo fazer isso desde pequeno. – Ele respondeu, ainda limpando algumas peças.

– Aquilo foi super. – Neal comentou. – Não é todo dia que vemos um amigo fazer um redemoinho de fogo.

Neal riu, seguido de Karina.

Noah os fitou de realce, dando um sorriso pequeno. Ele testou o notebook e, quando ele ligou, limpou as mãos da poeira.

– Consertou rápido. – Neal comentou.

– Dom dos filhos de Hefesto. – Noah respondeu, simples.

O silencio se fez na sala.

Ele viu de realce Karina se sentando ao seu lado para lhe ajudar.

Noah pesquisou algo simples: mitos relacionados a Apolo e Hermes. Ele esperava que, como Hermes era o deus que inventou a internet, ele pudesse dar uma ajudada. Mas mil e uma paginas apareceram. Ele viu varias lendas, muitas que já tinha visto, algumas com monstros que tinha lutado. Era esquisito. O modo como falavam dos mitos era como se elas realmente não fossem reais. Bom, a maioria dos mortais pensam que realmente não são reais.

As lendas ele já tinha visto. E algumas não eram relacionadas com a pesquisa. Como a lenda de Apolo se apaixonando por Jacinto. Mas as relações dos deuses não impostavam a Noah. Das lendas que ele conhecia, tinha algumas com Hermes e Apolo. Como a competição pelo amor de Quione, ou quando Apolo ensinou o dom da profecia a Hermes. E a historia sobre Hermes, ainda um bebê, ter roubado o gado de Apolo.

Quando deu por si, Karina estava dormindo com a cabeça apoiada em seu ombro. Ele corou um pouco. Fitou Neal, mas ele ainda olhava o livro sobre algo que o tinha interessado. Parecia que Karina não achava interessante fatos antigos. Noah não achava muito também, mas era necessário saber.

– Hm... Karina. Hei. – Ele a balançou levemente depois de colocar o notebook de lado.

– Quieto. – Ela resmungou, sua cabeça deslizou para seu colo. Parecia bastante cansada, e já deveria estar no sétimo sono. Z voou em protesto e se aconchegou ao lado da ruiva.

Bes sorriu. – Mandou bem garoto.

– O que? E- eu... – A frase de Noah morreu. Bes sabia que ele se sentia embaraçado naquele momento, e não estava ajudando em nada.

Concordo com Bes.

Bastet fique quieta. Já foi surpresa de mais você me fazer seu hospedeiro. Os restos dos magos não vão gostar muito disso. Pensou Noah para si mesmo. Ouviu um risinho mental e então Bastet ficou quieta.

Por fim desistiu e deixou as mãos caírem ao lado do corpo. Não que algo assim nunca tivesse acontecido. Karina já tinha feito algo assim quando mais nova. Agora com 16 anos ele estava mais embaraçoso que antes.

Neal riu baixo quando viu a cena. E recebeu um olhar embaraçoso e sério de Noah loiro. O loiro deu de ombros indo pra cozinha e voltando com um copo d’água. Algo dizia a Noah que o sonho de Karina seria importante. Institivamente Noah afagava os cabelos ruivos de Karina, mesmo que quase inconscientemente.

Então a deixou dormir.


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Notas finais do capítulo

Vou tentar não demorar tanto, mas está ficando complicado. Ir para a escola manhã e tarde e pra fazer as coisas ficam difíceis - e olha q os capiihs já estão escritos, só dou uma revisada e adc mais coisas e tals e.e - Bom! N quero ficar demorando tanto pra postar, e espero q a escola dê uma folga tbm.
Até a próxima!