A Lira da Verdade escrita por Anns Krasy


Capítulo 31
Capítulo 31 - Neal


Notas iniciais do capítulo

Yeah! Outro personagem muito importante! UwU - Espero que gostem dele. Tava mt tenso o último capiih? Rsrs. E também temos... Um pouco mais sobre um dos personagens!
Bem, boa leitura!



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N

E

A

L

O apartamento era normal. Isso foi o mais surpreendente em tudo. Como era de um amigo de Noah, ele pensou que seria no mínimo bizarro ou sombrio. Bes entrou e se sentou no sofá ligando a TV em seguida. Noah por outro lado, se sentou em uma poltrona e pediu que eles se sentassem também. O loiro podia muito bem ver que ele estava quase pendendo de sono e provavelmente isso também estava claro para a ruiva.

– Então, quem mora aqui? – Neal perguntou, sem querer ser indelicado. Mas o Cairo lhe trazia lembranças. Ele já tinha estado ali, não de bom grado, mas mesmo assim já esteve naquele lugar.

Sua família vivia ali, na verdade. Sua mãe havia se mudado de Boston para o Cairo. Neal entendeu que ela queria um recomeço em sua vida. E ali ela havia conhecido o padrasto de Neal, que também era Americano. Claro, Neal não se deu bem com seus dois "meios-irmãos mortais" que vieram junto com seu padrasto. Nem eles e nem o loiro haviam se afeiçoado, mas quem não os conhecesse diria que eram irmãos de sangue. Neal se lembrava muito bem de ter torcido o nariz assim que os viu. Os mesmos cabelos loiros, porém olhos verdes. Sua mãe se afeiçoou a eles com rapidez, ao contrário de Neal. O loiro notava as tentativas de seu padrasto de se aproximar dele, mas todas eram rejeitadas pelo semideus. Ele não fazia por maldade, mas também não queria ninguém tomando o lugar de seu pai - mesmo que não o tivesse conhecido.

Seria como se ele rejeitasse quem ele era. Ele era uma parte de sua mãe e outra de seu pai. Seu pai biológico. E sua mãe se afeiçoando a outro homem o fazia se sentir distante. Como se ela estivesse totalmente disposta a esquecer o passado. E esquecer também o pai de Neal. E, claro, Neal se via como parte do passado dela.

E quando seu novo "meio-irmão" nasceu, tudo se tornou pior. Para Neal, uma criança de dez anos, era como se sua mãe estivesse mais ainda afastada dele. Ele não queria admitir, mas sentia inveja de seus meios-irmãos. E sua mãe se recusar a conversar sobre o pai dele, era para o loiro outro lembrete que ela parecia não querer nem mesmo lembrar-se dele. E Neal ficava perdido.

Eu tentei deixar para lá, o loiro pensou, comprimindo os lábios. Mas sua mãe havia adoecido, e de todos naquela casa, quem ela escolhe par morar com seu tio é justamente Neal. Ele não ficou com raiva dela, mas sabia que dentro de si havia sentimentos negativos em relação a escolha dela. Com onze anos, ele morou com seu tio - que era um bêbado - na America, até completar doze. E seu avô materno então decidiu cuidar de si, vendo que seu tio não tinha muita "habilidade com crianças", ou talvez, o fato de ele não passar mais de uma hora sóbrio. Neal começou a morar em Manhattan e, quando completou treze anos, suas memórias se tornaram confusas.

O barulho da porta sendo aberta tirou Neal de seus devaneios. Neal se lembrou: estavam no Cairo, mas na casa de um conhecido de Noah. E ele havia perguntado ao moreno quem morava naquele lugar. E Noah não teve a oportunidade de responder, pois uma voz ressoou assim que entrou dentro da casa:

Eu moro aqui. – Um homem entrou pela porta, ele parecia sério. Usava uma camisa social, calças jeans e trazia uma sacola de compras. Olhou para Bes, e quando olhou para Karina e Neal suas sobrancelhas ergueram. E então piscou ao fitar Noah, um pouco atordoado. – Céus, pensei que tinham invadido meu apartamento! Isso é coisa sua?

– Desculpe. – Noah falou. Ele parecia calmo, até demais. Seu rosto estava corado de febre. Algo ferveu dentro de Neal. Como para aquele homem Noah era tão calmo e para eles ele era uma bomba prestes a explodir?! Karina estava de queixo caído por o moreno ainda não ter direcionado uma frase ignorante ao homem.

– Tudo bem, tudo bem. – O homem resmungou, colocando o pacote no balcão que separava a sala da cozinha. – E quem é ele? – Apontou conhecido de Noah com a cabeça, em direção a Bes.

Karina corou de vergonha quando o anão gritou "Morra!", quando as cenas de tiroteio do filme começaram a aparecer.

– Ele é Bes. É um deus egípcio. O deus dos anões. – Respondeu Noah.

Neal não tinha certeza se era uma boa ideia contar ao homem sobre os deuses gregos ou egípcios, mas o homem respondeu simplesmente com um “hm” enquanto bagunçava os cabelos dourados, quase castanhos. isso deixou uma marca de confusão no rosto do loiro e da ruiva.

O homem tinha também olhos escuros e barba não feita. Ele tirou os sapatos e os colocou em um lugar da casa, e então se escorou no balcão, se voltando para Noah e dando um sorriso meio cansado, como o sorriso de alguém que passou o dia todo trabalhando.

– Que bom que está aqui. Sabia que esse endereço poderia ser útil. O que houve? – O homem perguntou meio preocupado.

– Eu... Não me lembro muito bem. Estávamos sendo atacados e então... Eu acho que desmaiei. – Ele respondeu.

– Você está péssimo. Está corado de febre, poso ver daqui. Vá deitar um pouco. Tem remédios no guarda-roupa. Seu quarto está do jeito que o deixou. – Ele falou, preocupado. Noah obedeceu se levantando.

– Não conte nada desnecessário. – Pediu o moreno, antes de entrar no quarto do fim do corredor. E então o homem se virou para suas visitas.

Neal e Karina se entreolharam.

– Bom! Vocês cresceram! – Ele falou.

– Nós? – Neal perguntou.

– Isso não foi pra mim né? É uma brincadeira de mau gosto! – Bes falou.

Karina deu uma risadinha nada educada o que fez o anão fechar a cara e se concentrar novamente no filme. O homem se sentou na poltrona que Noah estava, um pouco confuso.

– Claro que falei com vocês. – Ele falou, depois de dar um olhar de desculpas para Bes. – O que fazem aqui novamente?

Neal já estava incomodado. Parecia que todos conheciam eles, mas eles não se lembravam de nada. O loiro limpou a garganta.

– Nunca estivemos aqui. Digo, eu já estive no Cairo. Minha mãe mora aqui e eu tive que me mudar para a América, mas... Não me lembro de já ter encontrado você. – Neal respondeu.

– E eu muito menos. – Karina falou em concordância.

O homem pareceu pensar em várias coisas ao mesmo tempo, até que pareceu se lembrar e provavelmente o relacionou a eles, pois parecia que uma luz havia se acendido em seus olhos. – Oh, claro. Devo ter confundido vocês.

Se bem que Neal e a ruiva não caíram nessa. Havia algo estranho, mas duvidavam que ele fosse contar sobre aquilo. Duvidavam até que ele soubesse exatamente o que estava estranho. O loiro sentia a essência do homem e ele era um mortal. Um mortal um pouco estranho.

– Meu nome é Thomas Walker, mas podem me chamar de Tom. E vocês são...?

– Karina. – A ruiva respondeu.

– Neal.

O homem assentiu. – Estão em uma missão?

Karina piscou.

– Como sabe?

– Sei muito sobre o acampamento. Noah era de lá. Ele deve ter contado sobre isso. Atualmente ele é um mago também. – Respondeu o homem. Z aproveitou essa oportunidade e saiu da mochila de onde tinha se metido esse tempo todo. Ele pousou no braço do sofá e ficou observando o lugar completamente confuso.

Os olhos do pássaro piscavam enquanto ele olhava para todos os lugares possíveis.

– Este é Z – Karina falou.

– Um novo autômato de Noah? – Tom falou, impressionado.

Z piou para ele e se juntou a Bes que somente observava, revessando entre as lutas ao vivo na TV - provavelmente o filme havia acabado - e o rumo da conversa. Ele parecia meio incomodado pelo fato de Thomas saber sobre tudo aquilo, como Neal e Karina. Fora o fato de Noah nem os ter contado sobre esse tal "amigo" dele que sabia sobre basicamente tudo.

Mas uma coisa o loiro tinha percebido: Noah era frio, impaciente, mas calculista. E se ele havia revelado tanta coisa sobre o mundo mitológico que eles viviam, era ou porque aquele mortal era muito importante, ou tinha a plena confiança do moreno. Como Noah o conhecia, era mais que óbvio que seus caminhos já tinham se cruzado antes. E provavelmente ocorreu algo em que o moreno não teve outra opção a não ser contar ao homem.

Neal achou melhor pensar sobre isso depois.

– Você é... – Karina não sabia como fazer aquela pergunta.

– Sou mortal. - Falou Tom, sorrindo levemente. - Mas posso ver através da Névoa.

– Como conhece Noah? – A pergunta simplesmente escapou da boca de Neal. – Ah, desculpe se estou me intrometendo. Eu não...

Thomas negou com a cabeça com um riso. – Não, tudo bem. Eu contarei. Mas, antes, vamos arrumar algumas roupas. Essas estão sujas e queimadas. E vamos comer um pouco também, devem estar com fome.


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Notas finais do capítulo

E ai? A história de Neal foi bem explicada? =w= Sim, nosso pequeno loiro é meio ciumento ~w~ e também não teve tanta sorte com sua família. O que acharam da família dele? E da mãe dele?
Gostaram de Thomas? E o que acharam do encontro do nosso trio ~ e Bes ~ com ele? Obviamente, Thomas está escondendo algo e que provavelmente tem haver com Noah, mas o que será que é? Não percam os próximos capiih's de A Lira da Verdade!