A Lira da Verdade escrita por Anns Krasy


Capítulo 19
Capítulo 19 - Noah


Notas iniciais do capítulo

Yep, mais ação. Desculpem a demora gente! A net voltou só ontem de madrugada na minha cidade e eu achei melhor postar logo hj pra não demorar mais ainda. E podem comentar ta gente? Não sejam tímidos :3



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N

O

A

H

Quando era pequeno, Noah preferia ficar enfiado de cara num livro do que suportar as pessoas. Nunca havia se dado bem com ninguém – com exceção de Willy, sua mãe, e de algumas pessoas muito queridas... – Então ele acostumara, no fundamental, matar aulas e ficar na biblioteca até a hora de ir embora. Sua mãe ficava triste, sim, ele não era um filho muito estudioso na verdade. Mas ela sempre havia sido carinhosa com eles, e nunca havia erguido uma mão para batê-los. Mesmo quando ia à reunião de pais, mesmo quando recebia advertências de Noah. Mesmo pelas notas vermelhas em seu boletim.

Agora, dentro da Biblioteca de Manhattan, estava novamente no passado. Nos dois sentidos, pois a sessão de historia era onde estariam os livros que precisava. Ele caminhou entre os corredores cercado por prateleiras e sentia o cheiro de folhas e madeira. O que lembrava mais ainda sua casa. Havia algumas pessoas estudando, mas eram poucas. A maioria estaria na escola há essa hora. O moreno pegou dois livros somente para não levantar suspeitas, e então pegou algumas peças que tinha no bolso do casaco. Não daria para fazer muita coisa com aquilo, mas precisava de outra câmera no acampamento. Z ainda não tinha retornado, e isso o preocupava.

Depois de um tempo, Noah colocou sobre o balcão um livro sobre o Egito e havia devolvido o outro na prateleira. A mulher havia pedido seu cartão da biblioteca, mas a Névoa sempre dava um jeito nas cosias.

– Obrigado, volte sempre. – Disse ela com um sorriso, com olhos meio vazios.

– Sim. – Ele anuiu com a cabeça, dando um sorriso pequeno e colocando o livro na mochila que ainda carregava em suas costas.

Quando desceu as escadas, quase escorregou por causa do gelo. Algo voou numa velocidade assustadora em sua direção. E parou em seu cabelo. Ele tentou arrancar aquilo com tudo, mas algo machucou sua mão.

– Infeliz! Não pique ou... – Ele parou no meio da frase. Suavemente, pegou o que havia voado até seu cabelo e abriu as mãos. O autônomo pousou em sua mão, inflou as penas de bronze e então piou uma vez, virando a cabeça em várias direções. – Z?

Ele piou outra vez, e o moreno abriu um sorriso. Estava quase pedindo para ele mostrar o que havia filmado quando uma voz o surpreendeu.

– Ele está por ali! Ah, é ele!

Deuses. Noah grunhiu, olhou para a menina, aquela menina, e o loiro que corria na direção dele. Ambos tinham uma mochila simples nas costas, e já deveriam ter corrido um bom caminho, pois estavam suados. Z havia sido usado de isca para achar Noah, talvez. Eles haviam encontrado Z? E então não o haviam deixado voar novamente para fora do acampamento? – o bom era que Z não estava destruído. O ruim era que Noah havia caído no plano deles.

Virando-se rapidamente, o moreno correu tentando despistar a dupla de semideuses que vinha em sua direção.

Noah notava que não poderia se esconder deles para sempre. Nenhuns dos dois tiravam os olhos por um segundo das costas do moreno. Z também não ajudava, simplesmente estava se fixando no ombro de Noah com suas garras pequenas de bronze. Noah não o havia equipado com outra coisa a não ser engrenagens e câmeras, já que era par Z ser um espião, e não uma maquina de atirar.

Se bem que eu poderia acrescentar algo nele. O moreno pensou enquanto corria.

Ele pode notar que nenhum dos dois corria tanto quanto ele, e que a dupla já estava se cansando. Infelizmente, ele também estava. Noah sentiu o amuleto aquecer em seu peito, forte, e então uma luz o cegou, fazendo-o parar abruptamente. Por um momento, todos estavam de olhos fechados. Noah foi o primeiro a abri-los.

– Ísis?

– Noah. – Ela falou. Seus cabelos negros estavam soltos nas costas, ela usava um vestido branco e parecia, dependendo do sol, ter duas asas coloridas. A deusa egípcia da magia estava na frente deles, fitando tanto o moreno quanto os semideuses atrás deles. – Tudo está acontecendo de maneira muito rápida...

– Quem é ela? – Noah ouviu a menina falar para o loiro. Eles pareciam tão chegados que...

– Noah. – Ísis chamou a atenção dele novamente. – Sei que será difícil para você, principalmente por causa desses semideuses. Na verdade, nós, deuses egípcios e gregos, nunca pensávamos que nossos mundos fossem novamente se cruzar. Mas a profecia ligou estes dois mundos.

– Não tenho nada haver com a profecia! – Ele disse. – Sou um egípcio, não grego!

– Você é grego, Noah. Não minta, não altere sua origem. Você fez bem em ocultar isso de Carter e Sadie. Ou o encontro de vocês poderia ser bem pior. – Ela falou, então fez uma breve pausa. – Eu o observei por um bom tempo, desde que Hórus tinha lhe dado este amuleto.

Ele olhou para o próprio amuleto, passando-o entre os dedos com uma expressão pensativa no rosto. Não se surpreendera por Ísis o estar vigiando. Ele era grego, sim. E não é como se os egípcios fossem o acolher como um deles. Sempre teria uns que não o aceitaria, como no acampamento. Ele não tinha para onde ir, não podia voltar. Nem para Long Island, nem para o Brooklin. Isso o incomodava, mas ele já estava acostumado.

A deusa Ísis ergueu o dedo até Noah, e Z voou do ombro de Noah e se empoleirou na mão da deusa, limpando as penas de bronze e observando a egípcia. – Noah, durante essa viagem tudo estará em prova. Principalmente o passado, nos dois sentidos.

Ele fitou a neve no chão, depois de grunhir, concordando com a deusa. Não seria nada bom então. Não o fato de Carter ou Sadie descobrirem que ele é grego. Bem, talvez essa parte também. Mas seu maior problema eram eles. A dupla meio-sangue que estava na cola do moreno.

– Não conte ainda a Sadie, ou a Carter. Eles não precisaram saber agora, mas digo que tanto eles quanto alguns do seu lado terão de trabalhar juntos para deter o que está por vir. O outro lado está trabalhando em equipe, e é isso que vocês terão de fazer. – Ela falou, e então cintilou e desapareceu.

Z voou até Noah novamente, piando para ele. O que ela queria dizer com ‘seu lado’? Os gregos? Os egípcios? – O moreno sentiu uma mão em seu ombro o que o fez pular de surpresa. Ele se virou com agilidade e fitou aqueles olhos dourados que ele não conseguia esquecer.

– Você é ele! – A garota falou.

– Ah, eu estava certo. Nós nos encontramos novamente. – Noah resmungou. Ele olhou para o loiro que estava fitando-o, e então se voltou novamente para a garota.

– Por que estava fugindo? Quem era aquela mulher? Esse pássaro é seu? – Oh, ela tinha bastantes perguntas.

Noah abriu a boca para tentar fugir do assunto, mas lembrou das palavras de Ísis. Ele temia o que ela tinha dito. Não queria outra profecia, não queria que algo acontecesse novamente.

Mas a profecia ligou estes dois mundos.

– Porque estavam me perseguindo? – Ele retrucou.

– Não mude de assunto! – Interrompeu o loiro.

– O que queria que eu fizesse? Duas pessoas me perseguindo e ainda queriam que eu ficasse sentado esperando que vocês se aproximassem? Eu nem conheço vocês! – Noah falou, irritado. Sua voz havia tremido no meio da frase, mas ele se forçou a ficar firme.

A menina abriu a boca para falar, mas a fechou logo em seguida quando um barulho interrompeu a discussão deles. Os três olharam para o céu e viram três seres voando em círculos. O primeiro mergulhou com as garras na direção da menina, e a teria pego se Noah não a tivesse empurrado do caminho.

– Vamos!

– O que são isso?! – Neal perguntou.

– Fúrias! – Gritou Noah, sacando seu punhal de bronze. A menina pegou uma adaga tremulamente e Neal só ficava observando, sem conseguir reagir.

– Vocês! Por causa de vocês nosso senhor está irritado! – Rosnou uma das Fúrias.

Outra mergulhou até eles, elas eram horrendas. Garras no lugar das mãos e assas de morcego, todas eram grotescas. Dentes afiados, amarelados, e não pareciam que iriam ganhar um concurso de Miss Universo. Noah a acertou no ombro com sua arma, e então apontou para uma direção aleatória.

– Vamos, temos de sair da cidade! – Disse o moreno.

Mortais gritavam de um lado para outro. Noah tinha de pensar em um plano, e rápido. Ele olhou para os lados, e pareceu ver uma salvação.

– Para o Central Park! – Comandou Noah, empurrando a garota junto com o loiro. Todos correram sem questionar, e logo se viram dentro do enorme parque. Sem muitas opções, Noah foi os guiando como podia. – Urgh...

Uma das Fúrias o havia pegado pelo tornozelo, fazendo-o cair de cara na grama. Ele segurou com mais força o punhal, ignorando os gritos do menino e da menina. Ele sentiu quando as garras dela o rasgaram, fazendo-o grunhir. A calça que protegia seu tornozelo estava se tornando úmida. Sangue? Talvez. Mas não tinha tempo para pensar nisso agora. Uma ideia surgiu em sua mente.

– Argh... O que você quis dizer? Quem está irritado? – Noah se foçou a ficar calmo.

A fúria fincou suas garras. – Isso não tinha mais acontecido, desde que as portas da morte foram fechadas! Vocês e sua profecia fizeram isso, o mundo dos mortos está agitado depois dele.

– Dele? Dele quem?! – O moreno não conseguia pensar. A fúria estava perdendo a paciência, então Noah fez o que era preciso. Ele virou-se e puxou seu tornozelo, tentando soltar-se sem sucesso. Parecia que todos os monstros amavam seu pé. E então olhou para Neal, que estava parado e vidrado no que acontecia.

– Pare de ficar com esses olhos arregalados, faça algo! Cadê o seu punhal?! Use-o, ou já se esqueceu de como se atira?! – Grunhiu Noah.

Por um momento, os olhos de Neal ficaram sem foco, como se ele tivesse prestando atenção à outra coisa. Uma lembrança, um pensamento ou algo do tipo. Noah estava tentado a xinga-lo novamente, mas ele viu a arma acertando exatamente no peito da Fúria. Ela se desfez em areia dourada, ficando somente duas.

Noah aproveitou e arremessou seu punhal em uma das duas, mas a outra conseguiu fugir. Depois de pegar sua arma, ele mancou até o obelisco que haviam vindo ver. A Agulha de Cleópatra era enorme, e os outros obeliscos dessa mesma agulha estavam em Paris e em Londres, muito, muito longe dali. O tornozelo de Noah ardia e queimava graças às garras daquela velha-morcego.

Ele se concentrou para onde queria ir, e então um portal de areia se abriu.

– Vamos, temos de sair um pouco de Nova York.


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Notas finais do capítulo

Sim, sim. Noah é confuso e a autora aqui deixa tudo mais confuso. Sim, sim. Os monstros amam atacar Noah. Mas é porque eles sabem que Noah é, no momento, o mais ágil e o "lider" do trio ai, então é como os predadores naturais: acabam com o que comanda para os outros ficarem confusos e serem presas fáceis. Pensei em narrar os monstros desse modo, acho que ficam mais reais. Obrigado por esperarem. ^^