Terceiro Capítulo – Conversas.

Depois disso o time de Konoha foi para uma floresta perto da casa de Tazuna e lá Kakashi explicou o exercício, Kinobori, como Naruto já sabia o fazer, voltou para a casa de Tazuna e ficou meditando acima do telhado, Sakura que pouco tempo depois conseguiu fazer também voltou para a casa, quando chegou perto da mesma, viu Naruto no telhado meditando enquanto o vento batia e seus cabelos longos levemente arrepiados dançavam, viu que pássaros estavam pousando em Naruto como se ele fosse uma pedra e algo da natureza, imaginava como o garoto mais idiota e o pior aluno da academia era na verdade o seu herói e da vila também, ficou um tempo lá admirando ele até que por fim decide entrar na casa e ver se Tsunami precisa de ajuda com alguma coisa. Pouco tempo depois Kakashi chegou e também ficou olhando por um tempo para Naruto, pensando em tudo o que o garoto tinha falado, quem o garoto é na verdade, ainda digeria aquilo tudo, mas de certa forma se sente bem, por ver que o filho de seu sensei escolheu o caminho que está trilhando agora e não resolveu destruir Konoha por sempre o maltratar. Chegando de noite Sasuke chegou à casa de Tazuna cheio de ferimentos leves pelo corpo e todo sujo, mais ainda tinha aquele sorrisinho arrogante no rosto.

Sasuke: Eu cheguei até o topo! – Disse ofegante.

Naruto pouco se incomodou em sequer olhar para Sasuke, Sakura deu uma rápida olhada para ver o estado em que Sasuke se encontrava e Kakashi assentiu com a cabeça em forma de aprovação para o genin.

Kakashi: Vá tomar um banho, depois desça para jantar.

E assim Sasuke o fez, mas quando chegou à escada olhou para Naruto que estava sentado na cadeira com a Katana entre os braços e olhos fechados, respirava tranquilamente e demonstrava que estava em profunda paz interior, parecendo até que estava dormindo, depois disso Sasuke subiu e meia hora depois desceu para jantar, rapidamente Tsunami serviu o jantar e todos começaram a comer, Naruto que estava tão quieto até agora já no que foi colocada a comida na mesa abriu os olhos e começou a atacar a comida, mas não de forma grotesca e sim educada, apesar de mostrar que come muito mais do que seu corpo aparenta aguentar. Depois de tudo isso ajudou Tsunami com a louça e depois foi para varanda onde se encostou a uma pilastra de madeira e ficou encarando a lua calmamente. Bom estava assim até ele sentir que alguém vinha todo afobado até ele, e parecia que a pessoa tinha certo rancor com coisas relacionadas a heróis.

? : O que vocês estão fazendo aqui? Não adianta nada, voc vão todos morrer! Assim como todos os outros que se levantaram contra Gatou, ele é imortal, ninguém pode com ele!

Gritou o ser com raiva na voz, como se repudiasse com todas as suas forças Naruto. Naruto ao escutar tudo o que a pessoa disse olhou para ela e viu que não passava de um garoto, que não deveria ter mais do que 8 anos de idade, quando o garoto viu os olhos de Naruto estremeceu no lugar, se tivesse algo pontudo ou afiado perto dele, com certeza o usaria para acabar com a própria vida ali mesmo, mas nem sequer conseguiu se mexer, controlava até a própria respiração diante do grande ser que com um só olhar fez o garoto querer morrer varias vezes ali. Naruto vendo o desespero do garoto desviou seu olhar novamente para a lua, que estava linda como nunca, era noite de lua cheia, as aguas calmas de um pequeno lago refletiam a grandeza da enorme e linda lua, como se a venerasse.

Naruto: Como é o seu nome garoto?

? : Inari. – Disse ainda se recuperando do medo que acabara de sentir.

Naruto: Então Inari, porque acha que vamos morrer?

Inari: Gatou é imortal, perto do poder do exercito dele você irá morrer facilmente, eu sei que lhe chamam de herói de onde vem, eu escutei a sua conversa com o meu avo hoje quando chegaram, mas mesmo assim, nada pode contra o Gatou, perto dele heróis não existem, essa vila já está condenada.

Naruto: Realmente está condenada, mas isso só se todos tiverem o mesmo pensamento tolo como você, que tem medo de sair e encarar a vida, Gatou não passa de um empresário rico corrupto que se esconde atrás da força de mercenários idiotas que se acham fortes por estarem em grande numero.

Inari: Não, o exercito dele é invencível, nada pode com eles!

Naruto: É mesmo, então porque eles estão nessa vila aqui, que quase não tem nenhuma importância para as outras nações e não invadiu uma das grandes nações ninjas, onde ele poderia conseguir centenas de vezes mais lucros do que aqui. Eu lhe respondo, ele é só um idiota que acha que está protegido atrás de mercenários que se acham fortes. Agora se tem mais alguma reclamação vá para outro lugar, não gosto de ficar escutando choro de pessoas que não tem coragem.

Inari não respondeu nada, apenas deu uma fungada no nariz como se estivesse preste a chorar.

Naruto: Que foi? Vai chorar? Vai chamar a mãe?

Disse cínico voltando seu olhar para Inari que já derrubava lagrimas como se não houvesse amanhã, Inari antes de encontrar o olhar de Naruto correu para dentro de casa e depois só se escutou uma porta batendo.

Naruto invocou uma pinça, um pouco de álcool e algodão, retirou sua Katana da bainha e começou a polir a lamina da mesma, sua lamina era magnifica, negra com algumas marcas vermelhas em meias luas, seguindo toda a extensão da lamina (A lamina é igual à Shuusui do Zoro, One Piece).

Seus olhos altamente treinados não perdiam sequer um misero arranhão, por menor e insignificante que ele fosse, afinal uma Katana era a extensão do braço de seu Espadachim, era nisso que Naruto acreditava.

Tsunami: É bonita. – Disse olhando para a lamina da Katana que refletia um pouco a grande lua que governava o céu durante essa noite estrelada.

Naruto: Sim, se chama Buraddo Mun, essa é uma de minhas Katanas. – Disse admirando a Katana que exalava poder.

Tsunami: Você tem mais de uma?

Naruto: Eu tenho varias, eu sempre gostei de fazer espadas, e também quando eu luto com um bom espadachim que tem uma boa lamina, eu a pego para mim, já que eu sempre ganho, seria um desperdício a deixar sem um dono para algum caçador de metais a pegar e vender como arma qualquer. (Em guerras medievais, muitos camponeses depois das batalhas pegavam as armaduras e espadas para vender, já que era feitas de ferro e outros metais, assim garantindo uma vida mediana, apesar de muitos morrerem pelo exercito, já que eram considerados saqueadores de cadáveres).

Tsunami: Entendo. Quantas você tem?

Naruto: 32 Katanas.

Tsunami: Nossa, e onde você as guarda?

Naruto: Em uma dimensão de armazenamento, é só eu pensar em qual Katana eu quero usar e ele irá aparecer para mim.

Tsunami: Então você realmente é uma grande pessoa.

Naruto: Talvez.

Tsunami: Desculpe-me pelo Inari, ele sofreu muito desde a vinda de Gatou para cá.

Naruto: Por quê?

Depois disso Tsunami conto tudo o que aconteceu para Naruto.

Naruto: Que idiotice.

Tsunami: O que? – Perguntou espantada, já que para muitos é algo bem triste, mas o garoto a sua frente nem se abalou.

Naruto: Que idiotice tudo isso, ele falou de sofrimento e tudo mais, só que se ele passasse 1/5 do que eu passei desde minha infância já iria pirar.

Tsunami: Como assim?

Naruto então contou tudo para Tsunami, sobre os espancamentos, tentativas de assassinatos por parte dos moradores, e tudo isso por causa de algo que estava dentro dele e que ele mesmo estava prendendo para ela não sair e destruir tudo, a única coisa que Naruto não contou para ela é que era a Kyuubi que estava selada nele.

Naruto: E depois de tudo isso, a única quem se dispôs a me ajudar, foi à causa de todo o meu sofrimento.

Tsunami que já estava em uma cachoeira de lagrimas com a história do garoto e com muita raiva dos moradores de Konoha disse.

Tsunami: Mas o que é isso que está selado em seu corpo?

Naruto: Desculpe, isso é confidencial, mas acho que não por muito tempo, quando eu receber permissão para falar, vocês saberão, mas acho melhor vocês não saberem, pois podem acabar por me odiando também.

Disse sem desviar o olhar da lua. Depois que Naruto disse aquilo Tsunami não se segurou e abraçou a garoto a sua frente, o que assustou o mesmo, já que nunca havia recebido um abraço antes, e aquele abraço trazia o amor de alguém, o amor de uma mãe, ele não sabia se era isso ou se todo abraço era assim, já que nunca recebeu um abraço em toda a sua vida, hesitante um pouco devolveu o abraço e sentiu a parte de seu Kimono em que ficava em seu ombro direito molhar.

Tsunami: Eu duvido muito que alguém possa odiar uma pessoa como você, eu realmente senti medo quando vi seus olhos pela primeira vez, e me desculpo por isso, mas depois eu conheci sua personalidade, vi que sua personalidade é totalmente diferente do que seus olhos trazem, você não é o demônio que as pessoas de sua vila dizem, você é só uma criança que não recebeu o amor de uma mãe!

Disse ainda abraçada a Naruto, enquanto o mesmo estava atônito com tudo o que a mulher que conheceu hoje falou, afinal ela parece o compreender mais do que a maioria de Konoha que o viu toda sua vida e não enxergam a sua personalidade boa.

Naruto: Sim, mas eu só sou assim com quem eu considero meu aliado, quando estou frente a um inimigo, minha personalidade muda para a mesma que os meus olhos trazem, foi assim que eu comecei a ser temido por todas as vilas, por eu ser impiedoso com meus inimigos e deixar de milhares de ninjas somente uns trinta escapar, isso trouxe a minha reputação como o guardião fantasma de Konoha, mesmo muitos na vila me chamando de herói, ainda tem aqueles que só me acham um assassino, que quando não tiver mais nenhum inimigo irei matar todos eles para saciar minha sede de sangue. Mas eu não sinto raiva deles, sei que tem aqueles que gostam de mim como eu sou.

Tsunami levantou o olhar ainda marejado para fitar os imponentes olhos de Naruto, e ficou ainda mais assustada com o povo de Konoha, mesmo ele tendo os salvo ainda o chamam de assassino, depois disso eles desfizeram o abraço e Tsunami se afastou secando as lagrimas.

Tsunami: Mas e seus pais, o que aconteceu com eles?

Naruto: Eles faleceram no dia do meu nascimento enquanto me protegiam.

Tsunami: Desculpe.

Naruto: Não precisa.

Tsunami: E em relação ao Gatou o que você ira fazer?

Naruto: Antes mesmo de eu sair da vila o matarei, já que não tem outra alternativa, se o deixarmos vivo, por mais que o ensinemos o certo, ele poderá fazer novamente, aqui ou até mesmo em outra vila.

Tsunami: Entendo.

Naruto: Bom, é melhor você ir descansar agora.

Tsunami: E você?

Naruto: Eu gosto de dormir sobre a luz da lua.

Tsunami: Mas assim você irá ficar gripado!

Naruto: Eu já criei uma resistência para isso, só que meu corpo não pode ficar doente, é devido a uma genética minha.

Tsunami: Entendo

Naruto: Boa noite, qualquer coisa estarei no telhado.

Tsunami: Boa noite.

Depois disso Naruto subiu facilmente para o telhado, e Tsunami foi entrar, mas não antes de dar uma olhada na lua para depois entrar.

No quarto do time de Konoha.

Sakura: Kakashi-sensei, onde está o Naruto-kun?

Pensamento Kakashi: -kun é?

Kakashi: Ele disse que não vai dormir no quarto, disse que prefere dormir sobre a luz da lua e iria dormir no telhado.

Sakura: Mas isso não vai deixar ele com as costas doloridas?

Kakashi: Ele disse que nunca ficou, então acho que não tem problema, agora vamos dormir que amanhã temos que acordar cedo para a escolta do senhor Tazuna.

Sakura: Hai.

No outro dia.

Naruto acordou e aos poucos foi se acostumando com o sol que ainda estava nascendo, pela posição do sol ele calculou que seria mais ou menos umas seis ou sete da manhã, se levantou, retirou a poeira que se juntou em sua roupa, e por um momento com chakra elemental aqueceu seu corpo junto a suas roupas para seca-las devido ao sereno, com seus sentidos privilegiados ele rapidamente localizou uma cachoeira e foi para lá tomar um banho, invocou uma toalha e a deixou pendurada junto a suas roupas, entrou no pequeno riacho que se formou devido à cachoeira e começou a se banhar. Na casa de Tazuna, todos aos poucos foram acordando, a primeira foi Tsunami, que depois de fazer suas higienes matinais foi para fora ver se Naruto já tinha acordado, quando viu o telhado não o encontrou, então pensou que ele deve ter saído para algum lugar, depois disso Kakashi acordou seguido por Tazuna, e Sasuke e Sakura acordaram juntos sendo seguidos logo depois por Inari, que estava com os olhos vermelhos de tanto chorar na noite anterior. Estavam todos na varanda da casa conversando normalmente.

Sakura: Onde está o Naruto-kun?

Tsunami: Eu acordei hoje e ele não estava no telhado, acho que acordou mais cedo e foi dar uma caminhada.

Sakura: Entendo.

Depois de um tempo da floresta aparece Naruto andando enquanto secava seus longos cabelos loiros, estava com a parte de cima do Kimono aberto, mostrando todo seu dorso malhado, mas nada exagerado, só o suficiente para ter um corpo saudável, deixando as duas garotas coradas.

Naruto: Bom dia.

Todos (menos Inari e Sasuke): Bom dia!

Tsunami: Onde você estava?

Naruto: Tomando um banho em uma cachoeira aqui perto.

Tsunami: Mas nós temos chuveiro aqui, não precisava sair.

Naruto: Eu gosto mais de tomar banho ao ar livre.

Tsunami: Bom venha, vou colocar o café da manhã na mesa.

Naruto: Hai.

Depois de todos comerem foram para a ponte já que Tazuna ia continuar a construção, enquanto isso Kakashi passava treinos de Taijutsu para Sasuke e Sakura, às vezes Naruto ajudava, mas nada muito significativo e ficava sempre meditando. Essa foi à rotina durante duas semanas, quando estavam novamente indo para ponte perceberam a névoa densa que estava na ponte e Naruto pode perceber que ela foi feita com o Kirigakure no Jutsu.

Naruto: Voltaram.

Continua...