Mestiça escrita por Tayná Milene


Capítulo 5
Capítulo 5 - Um Mistério


Notas iniciais do capítulo

(Reescrita) Está ai o POV de Edward, logo sai o próximo, A Caçada. Espero que gostem ;)



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Ponto de Vista de Edward

Eu me minha família tínhamos decidido ir comprar mais equipamentos de acampamento, visando manter as aparências, pretendíamos comprar equipamentos de escalada na loja dos Newton.

A sra.Newton é umas das pessoas mais fofoqueiras da cidade, então no dia seguinte todos da cidade já estarão sabendo que fomos a loja, o que é bom, pois assim teremos um álibi nos dias de sol, pois sempre damos a desculpa que aproveitamos o bom tempo para ir acampar.

Estacionei o carro logo a frente da loja, Carlisle estacionou na vaga a meu lado. Emmet e Rosalie estavam em meu carro e Alice, Jasper e Esme no de Carlisle.

Carlisle e Esme, nossos “pais” foram na frente e entramos logo depois, atrás do balcão se encontrava uma garota, mais ou menos da minha idade aparente.

Seus cabelos eram castanhos escuros, olhos de um tom de chocolate lindo, sua pele parecia de porcelana, lábios muito convidativos, num tom avermelhado natural. Ela era linda. Parecia uma vampira, mas seus olhos castanhos e seu coração batendo provavam o contrario.

Ela olhou em nossa direção e seus olhos por um momento perderam o foco, mas logo clarearam. Curiosidade ficou estampada em sua cara, mas logo depois ela sorriu para nós, com um quê de reconhecimento nos olhos. Não era uma reação normal de humanos a nós.

—em que posso ajudar? –pergunta a garota.

—vamos acampar esse final de semana e precisamos comprar algumas coisas. –falou Carlisle.

Então nesse momento todos de minha família olharam para a garota, pareciam surpresos, mas como eu escutaram seu coração batendo.

Tento focar em sua mente, para ouvir seus pensamentos, mas tudo que ouço é silencio vindo dela. Me esforço novamente, mas não capto nada. Não consigo ler os pensamentos dela!

—você é nova aqui? –perguntou Carlisle.

—sim, cheguei ontem, peguei um emprego aqui hoje. –fala ela.

—e de onde você veio? -perguntou Esme.

—vim de La Push. –responde a garota.

—você não parece ter vindo de La Push. –comenta Jasper.

—Billy Black me adotou. –fala ela.

—conheço esse sobrenome. –eu digo.

—tenho certeza de que você já ouviu falar de Ephariam Black. –fala a garota sugestivamente.

—não. –falo tentando disfarçar.

—cara de quem é a moto lá fora? –pergunta Emmet mudando de assunto.

—é minha, por que? –pergunta a garota, erguendo uma sobrancelha.

—eu só vi uma dessa numa exposição de motos em Paris mês passado, eu iria comprar esse modelo de moto, mas já estava vendida. –ele falou.

—eu não te vi por lá, que dia você foi? –pergunta ela.

—no segundo dia. Você estava lá? –perguntou Emmet.

—sim, mas só fui no primeiro dia, eu a comprei lá. –diz a garota.

—e quanto você pagou nela? –perguntou Jasper.

—muito dinheiro. –ela diz e ri de forma encantadora.

“Isabella!”— escuto alto em minha mente, eu e a garota olhamos na mesma direção rapidamente, vejo um lobo do outro lado da estrada, com as presas a mostra, rosnando. O lobo é marrom escuro e logo atrás dele aparece um menor, com pelagem acinzentada.

Logo percebo que são Lobisomens, provavelmente os Quileutes, com quem nos encontramos a muitos anos atrás, nessas terras. De repente o pensamento dos lobos se cala também e fico sem escutar nada, além dos pensamentos de minha família.

—olhem. –falo para minha família.

Todos olharam. O lobo estava saindo da floresta em forma humana agora acompanhado pelo lobo menor. A garota saiu do balcão muito rapidamente e interceptou o lobo antes de ele chegar até nós.

—não. –falou a garota, bloqueando a passagem do lobisomem.

—saia da frente Isabella. –ele falou.

Ele a empurrou para o lado e o outro lobisomem mais jovem foi para o lado da garota, enquanto o outro lobisomem, que estava tremendo, andou em direção a mim e minha família.

Isabella foi até o Lobo de pelagem marron, que estava a quatro metros de nós e quase se transformando, ela colocou a mão em seu peito.

—Pare. Agora. –falou Isabella.

Ele parou de tremer, parou de andar e olhou para a garota. Vejo nos pensamentos de Jasper que assim que a garota falou os sentimentos do lobo mudaram completamente e ele se acalmou, de forma muito estranha.

—você esta defendendo os sanguessugas Isabella? –perguntou o Lobisomem mais velho.

—esses são os Cullens, temos que respeitar o tratado. –fala Isabella.

—eles respeitam o tratado? –perguntou ele ironicamente.

—sim, eles só bebem sangue de animais, olhe os olhos deles, são dourados, provando que são vegetarianos. –diz a garota.

—grande coisa. –falou o cachorro.

—e alem disso, nós estamos no território deles e eles estão melhor preparados para uma batalha que vocês. –fala Isabella.

—Paul é melhor voltarmos. –falou o lobo mais novo com um pouco de medo na voz.

—é melhor mesmo. –respondeu o outro.

Os dois estavam indo embora, mas o mais velho virou para trás e encarou Isabella visivelmente irritado.

—Isabella, é bom você conversar com eles. E Cullens, tomem cuidado com o que fazem. –ameaçou o lobo.

Quando eles já estavam longe, Isabella se virou para nós.

—as vezes Paul sabe me irritar, o que não é fácil. –fala ela tranquilamente rindo.

—você sabe. –declarou Alice.

—sim. –foi tudo o que a garota disse.

—você parece não ter medo da gente. –falou Rosalie.

—e não tenho. –diz Isabella e revira os olhos, Rosalie não gosta nada.

—então você é muito burra. –falou Rosalie ameaçadoramente.

—vamos acalmar os ânimos aqui. –falou Carlisle se colocando entre Rosalie e a garota.

—estou calma. –falou Rosalie se virando dramaticamente.

Rosalie definitivamente não gostou dela, seu temperamento não ajuda em nada, quando ela não gostava de alguém era difícil mudar de opinião, mas o difícil era achar alguém de quem Rosalie gostava.

—o que o cachorro fedido queria dizer com “é bom conversar com eles”? –pergunto intrigado.

—hey, ele é da minha família, não devia chamá-lo assim, ele tem nome viu? –falou claramente ofendida e brava.

—não respondeu minha pergunta. –eu digo.

—tenho que avisar vocês que o tratado ainda esta valendo, e estamos de olho em vocês, não importa o que façam, vamos ficar sabendo. –fala Isabella a contra gosto.

—por nós o tratado vai durar muito tempo ainda, conhecemos as regras e prometemos cumpri-las. –falou Carlisle com seriedade na voz.

—então não haverá problemas entre nós. –ela fala e sorri novamente.

—o que você fez com o lobo? Ele estava furioso e quando você o tocou logo se acamou. - questionou Jasper.

—segredos, segredos... –fala a Garota e da uma piscada para ele. –okay, vão pedir o que vocês queriam comprar aqui ou não? Eu tenho que fechar a loja ainda.

—desculpe-nos, aqui estão. –fala Alice e coloca muitos equipamentos de escalada em cima do balcão.

Logo ela pega as coisas, soma os preços, e constata que deu um valor bem alto, coloca em sacolas e Alice entrega um cartão ilimitado para pagar.

—querem que eu ajude a colocar as coisas no carro? –pergunta ironicamente erguendo uma sobrancelha.

—não, obrigado. –fala Rosalie amargamente.

—eu que agradeço por comprarem aqui. –diz ela com sinceridade. –mais alguma coisa?

—não, obrigada querida. –fala Esme docemente.

—podemos conversar mais sobre os acontecidos de hoje um dia desses? –pergunta Carlisle.

—quem sabe... –fala Isabella quietamente.

—vamos indo, até mais. –diz Carlisle e nós saímos pela porta.

—até. –ouço ela falar enquanto saímos.

Entro em meu caro e meus irmãos entram também. Vamos direto para casa e lá nos reunimos na sala. Eu me sento no sofá maior, com Alice e Jasper a meu lado, Carlisle se senta numa poltrona e Esme fica em pé atrás dele, Emmet e Rosalie sentam no outro sofá, de dois lugares.

—aparentemente os Quileutes ainda vivem. –fala Carlisle.

—pensei que já estivessem extintos, ou no mínimo que não se transformassem mais. –fala Rosalie.

—é o que todos pensávamos. –fala Esme.

—qual a ligação da garota com eles? Ela não parece muito normal. –comenta Jasper.

—ela parece uma vampira. –fala Alice.

—acho que nós todos podíamos ouvir seu coração batendo, o que nos prova o contrário. –fala Carlisle.

—o sangue dela não me atraiu, o que é muito estranho. –fala Jasper.

—agora que você falou, minha garganta não ardeu nem um pouco perto dela. –falo.

—mas até que provem o contrario ela é somente uma humana, criada entre os Quileutes, o cheiro do sangue dela não se parece em nada com o dos lobos. –fala Carlisle.

—o estranho é que não consigo ler a mente dela. –falo.

—o que?! –pergunta Rosalie espantada.

—isso nunca aconteceu antes. –diz Alice.

—quando os lobos chegaram eu pude ler os pensamentos deles, mas depois tudo se calou, como se eles tivessem parado de pensar. –eu digo.

—precisamos conversar melhor com Isabella, talvez ela posso nos explicar. –fala Carlisle.

—acho melhor nos afastarmos o quanto pudermos de La Push pelo que vimos hoje. –diz Esme.

—com certeza. –fala Carlisle.

—eu ia gostar de um pouco de diversão, quebrar a fuça de uns lobinhos ia ser legal. –fala Emmet socando a própria mão e rindo.

—Emmet! –Esme o repreende.

—só tava brincando mãe. –fala Emmet e levanta as mãos defensivamente

Todos rimos, Emmet é uma eterna criança. Após conversarmos por mais um tempo cada um vai fazer alguma coisa, eu vou para meu quarto e fico escutando musica.

* * *

Na segunda de manhã nos arrumamos para ir a escola, Alice como sempre nos atrasa um pouco. Vamos todos no meu carro. Acelero rapidamente em direção a escola e chegamos em poucos minutos.

Quando entramos na escola estacionamos na vaga de sempre, mas ao lado dela esta um carro desconhecido, muito potente, mas também muito carro. Logo examino os pensamentos da escola aleatoriamente para descobrir de quem é o carro.

“nossa, a aluna nova é uma gata”

“tem cara de metida”

“olha o carro dela”

“Essa tal de Isabella deve ser podre de rica”.

—Wow, olha esse carro. –fala Emmet analisando o carro ao lado do meu.

—qual dos caipiras ganhou na loteria? –pergunta Rosalie ironicamente.

—o carro é meu loirinha. –falou Isabella baixinho.

Isabella não tinha como ter escutado o que Emmet e Rosalie falaram, ela estava muito longe de nós. Ela vinha da direção da secretaria, os pensamentos de Alice giravam em torno das roupas que ela usava. Rosalie estava imaginando varias formas de matá-la. Emmet só conseguia pensar no carro e na moto da garota.

Isabella entra na escola e quando o sinal bate entramos também, ignorando momentaneamente o fato de ela ser estranhamente anormal. As primeiras aulas passam rapidamente, me dirijo a sala de biologia e sento no meu lugar habitual, sozinho.

Quando todos já entraram na sala chega Isabella, o professor a faz se apresentar a turma e a mandou sentar-se na cadeira a meu lado. Ele começou a falar imediatamente e Isabella veio sentar-se a meu lado, olhei para ela, mas pretendendo me ignorar ela olhava fixamente para frente da sala.

—Hoje iremos ver o tipo sanguíneo de cada um, além de analisarmos esse sangue. –fala o professor. –faremos assim.

O professor pega um equipamento pequeno, com uma agulha em sua ponta, ele leva a agulha até seu dedo e espeta. O cheiro de sangue me inundou imediatamente. Me segurei na beirada da mesa, me controlando.

O professor começa a passar de mesa em mesa, espetando o dedo de cada aluno e pegando uma gota de sangue de cada, deixando ela pingar em um papel e entregando para cada aluno.

A essa altura o sangue já subiu completamente minha cabeça, meus sentidos estão todos focados nele e esta difícil me controlar.

—droga. –falo e aperto a mesa, ao ponto de amassar a borda.

Quando o professor espeta a sexta pessoa não consigo mais me controlar, tudo o que penso são jeitos de cravar minhas presas nos pescoços de todos os alunos da sala. Iria ser tão fácil...

Começo a pensar claramente novamente quando uma rajada de vento entra na sala, o que clareia um pouco meus pensamentos, minha garganta ainda pega fogo.

—vou dar um jeito nisso. –fala Isabella e olho para ela, mas não entendo o que ela disse, tudo o que penso é em sangue.

De repete Isabella se levanta e cai, por puro instinto eu a amparo antes de cair, seguro ela firme em meus braços, por um instante só estou focado nela. Ela abre os olhos e pisca para mim rapidamente, eu assinto, entendendo o plano dela.

—professor, ela desmaiou, acho que por causa do sangue. –falo rapidamente demonstrando preocupação.

—leve ela para a enfermaria, rápido. –fala o professor.

Rapidamente a pego no colo e a levo para fora da sala, ela continua mantendo os olhos fechados, até que acho que já estamos longe o suficiente da sala. Ela se joga abruptamente do meu colo, sem nenhuma dificuldade e cai de pé chão graciosamente.

—obrigado. –eu digo, realmente agradecido, eu teria matado todos na sala se não fosse por ela. –você atua bem.

—não ache que foi por você. –fala e começa a caminhar em direção do estacionamento.

—hey, onde você vai? –pergunto, já a seguindo.

—ao meu caro, para todo efeito estou passando mal, não posso ser vista nos corredores. –diz ela revirando os olhos inconscientemente.

Ela anda em direção a seu carro, e eu vou ao seu lado por todo o caminho. Ela abre a porta e se senta no banco do motorista. Eu hesito por um segundo antes de dar uma volta no carro e sentar-me ao lado dela no banco do passageiro.

—eu autorizei você entrar no meu caro? –pergunta Isabella erguendo uma sobrancelha.

—não perguntei, mas entrei mesmo assim. –falo rindo.

Ela bufa e encosto a testa no volante. Respira profundamente, e eu fico imaginando o que esta pensando. Minha garganta ainda sente um eco da sede, ainda arde um pouco, mas a presença dela a meu lado me acalma, e faz com que eu pare de pensar em sangue.

—você salvou aquelas pessoas. Não sei se ia conseguir me controlar. –falo em tom de desabafo, a culpa me abatendo fortemente.

—tenho certeza que iria. –diz ela, soando sincera.

Ela esta com tristeza estampada nos olhos, talvez culpa também. Andar muito tempo com Jasper me ensinou a analisar as pessoas. Me preocupo instantaneamente com ela, o que não é algo natural para mim.

—porque esta assim? –pergunto.

—você não consegue ficar quieto por um segundo? –pergunta Isabella irritada.

—desculpe. –falo, olhando meio preocupado.

—desculpe-me, estou meio nervosa. –fala ela.

Eu assinto com a cabeça e vejo que ela analisa por um segundo o estacionamento, constatando que estamos sozinhos. Olho para o radio, talvez um pouco de musica a tirasse de seus pensamentos.

—posso? –pergunto apontando para o som.

—claro. –Isabella fala e ergue a mão ao mesmo tempo que eu para ligar o som.

Nossos dedos se chocam e eu sinto uma corrente elétrica passando por eles, forte até, mas não tenho certeza que ela sentiu. Mas pelo fato de ela retirar a mão rapidamente percebo que deve ter sentido também, mas não comento nada a respeito. Eu ligo o som e a seleciono uma radio, colocando o som num dos volumes mais baixos.

—por que você veio até aqui comigo? –pergunta ela, relaxando um pouco no banco.

—eu teria que me esconder, você teria que se esconder, porque não nos escondemos juntos? –falo em tom de brincadeira, tentando animá-la um pouco.

—vou fingir que acredito. –murmura ela.

—okay, só estou curioso. Seu cheiro não me atrai, mas você parece humana e você tem uma forte ligação com os Quileutes, mas não é um transmorfo. Você é um mistério para mim. –falo colocando todas as cartas na mesa.

—só vocês vampiros podem ter segredos? –pergunta Isabella, erguendo uma sobrancelha, fato que ela faz constantemente, talvez um tique.

—nosso segredo não é segredo para você. –comento.

—você acha realmente que eu vou falar alguma coisa para você? –questiona ela rindo.

—talvez. –falo, perdido momentaneamente em seu sorriso,

—eu nem te conheço direito, e você é um vampiro! –exclama ela.

Ficamos em silencio por um tempo. Não sabia o que dizer e parece que ela também não. Ela checa a hora em seu braço e parece descontente. Pela primeira vez na vida, imagino o que outra pessoa esta pensando.

—não consigo ler sua mente. Me perturba não saber o que você esta pensando. –falo exasperado.

—você não gostaria de estar em meus pensamentos. –diz ela enigmaticamente.

—por que não?

—não é o lugar mais tranqüilo no mundo. –fala e da uma risada sem humor.

—eu correria o risco. –digo, inconscientemente em tom de flerte e sorrio.

Por um instante vejo que ela realmente olha pra mim, me encarando e todas as barreiras que estavam a sua volta caem. Vejo em seus olhos um tipo de compreensão, entendimento, aceitação, esperança, mas sua expressão muda. Vejo que ela não está mais no carro comigo e sim em algum outro lugar, perdida em pensamentos, vejo um lampejo de tristeza perpassar sua face, me cortando por dentro, um segundo depois tudo isso se vai e uma camada espessa de gelo volta a cobrir seus belos olhos.

—tudo bem com você? –pergunto, genuinamente preocupado.

—sim. –fala ela friamente.

—você parecia meio perdida. –digo e levo a minha mão até a dela que estava sobre seu colo, tentando apagar qualquer vestígios daquela tristeza. O choque acontece de novo. Ela se levanta e sai do carro bruscamente, faço o mesmo confuso pela reação dela.

—o que foi? Onde você vai? –pergunto acelerando o passo para acompanhá-la.

Ela me ignora visivelmente e paro de segui-la, vejo que ela vai em direção do refeitório, mas não faço o mesmo, vou em direção da sala de Alice, esperando-a, em cerca de 15 minutos o sinal bate e Alice sai da sala e vem para o meu lado.

—o que aconteceu Edward? –pergunta ela, vendo minha expressão.

—nada de mais, Isabella apenas me salvou de matar toda a escola. –falo despreocupadamente.

—meu deus Edward, o que aconteceu? –pergunta ela realmente preocupada.

—na aula de biologia, fomos analisar os tipos sanguíneos e eu não consegui me controlar, acho que ela percebeu, pois fingiu desmaiar para que eu precisasse levá-la para a enfermaria. –conto.

—espero que pelo menos tenha agradecido a ela. –diz Alice, em tom reprovador.

—quem acha que sou Alice? –pergunto ceticamente.

—todos precisamos caçar hoje. –fala ela, ignorando minha pergunta.

—com toda certeza, está na época dos leões da montanha. –falo, já com sede.

Caminhamos para o refeitório e nos juntamos a nossos irmãos para irmos juntos à mesa habitual. Nossa conversa acaba por ali e Alice, assim que nos sentamos, combina com todos a próxima caçada. Mas não consigo prestar atenção, pois bem á minha frente está Isabella e não consigo tirar os olhos dela.

—os Cullens também são bem reclusos, nunca falam com ninguém, a não ser os membros da própria família. –ouço a menina que está com Isabella falar.

—melhor assim. –diz Isabella sem pensar muito no que diz.

—por que?

—intuição. –é tudo o que ela diz.

Eu sei o porque de ela dizer isto, mas mesmo assim sinto algo em meu peito, algo que achei que havia morrido a anos. Ouço os pensamentos da garota, que descubro se chamar Sarah, e eles estão totalmente focados em Isabella, uma amizade genuína e sem segundas intenções.

De repente Isabella olha para mim, e vê que a estou encarando, ela ergue uma sobrancelha, e não consigo evitar o sorriso, ela revira os olhos, como se estivesse caçoando de mim e sorrio ainda mais.

—o que ta sorrindo que nem idiota Edward? –pergunta Emmet.

—nada. –falo e movo minha atenção para ele.

Ela da uma pequena risada e volta a conversar com Sarah, mas não a encaro mais e tento prestar atenção ao que meus irmão dizem, em vão. Quando o sinal bate, sigo em direção a minha próxima aula.

* * *

Quando a ultima aula termina, vou em direção do estacionamento e vejo que Emmet já esta lá, com uma cara de criança que quer contar para todo mundo o que ganhou de natal. Alice logo chega a seu lado.

—não me diga que você sumiu com as cuecas do time enquanto eles tomavam banho de novo Emmet. –repreende Alice.

—não, é sobre minha aula de Educação Física. –fala ele e depois vê o que Alice disse. –ei, eu só fiz isso uma vez, porque eles me deixaram no banco de reserva. –fala Emmet indignado.

—é que você ganha de todos amor. –fala Rosalie chegando também.

Logo depois eu e Jasper nos juntamos a eles. Emmet começa a contar o que viu Isabella fazer na aula.

—a bola ia acertar ela, não tinha como ela ver, estava vindo por trás dela, mas em menos de meio segundo ela simplesmente pegou a bola a um centímetro da cabeça e páh! Arremessou a bola de onde ela estava e acertou a cesta certinho, tinham duas quadras separando ela da cesta! –fala Emmet como se ela fosse uma super heroína.

—ela deve ser alguma coisa, talvez uma transmorfa? –medita Rosalie.

—teríamos sentido o cheiro nela. –diz Jasper.

—tem algo de errado com ela e precisamos descobrir o que é, e logo. –fala Alice.

—se eu ao menos pudesse ver seu futuro... –fala ela, e vejo em sua mente imagens de algumas possibilidades de futuro que ela viu desde que nos encontramos com ela, mas nada sobre Isabella. A única coisa que me chama a atenção é um penhasco, que freqüentávamos tempos atrás, um local que não pertencia a nós e nem aos Quileutes, onde nem os humanos se arriscavam a ir.

—quem quer ir a praia? –pergunta Alice.

* * *

Quando chega o fim de tarde todos estamos prontos para mais uma caçada e no dia seguinte iríamos a praia, pois haveria sol e não poderíamos ir á escola.


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