Mentora Russa escrita por Helem Hoster


Capítulo 59
Normal


Notas iniciais do capítulo

Penúltimo capítulo pessoal. Espero que gostem. E muito obrigada por todos os comentários e visualizações. Obrigada por recomendarem e acompanharem essa aventura. Enfim, boa leitura.♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/544148/chapter/59

– Foi isso o que aconteceu, pai. – Lena concluiu ao terminar de contar toda sua aventura.

– Eu entendo. – ele falou em tom paciente.

– Como o senhor soube sobre a SHIELD, e o Nick? – Lena perguntou curiosa. Ele pareceu pensativo. Como iria contar a ela sem sobrecarrega-la ainda mais.

– Bom. – ele suspirou. – Alexander Pierce. – ele disse.

– Sei quem, mas... o que tem ele? – Lena ficou confusa.

– Você sabe qual o trabalho dele?

– Sei... eu acho. Ele é membro de alguma coisa que supervisiona a SHIELD, até onde sei. – Lena deu de ombros.

– Ele faz parte do conselho mundial.

– ONU? – Lena arriscou.

– Não exatamente. Ele é um dos conselheiros. Eu trabalho pra ONU, e ajudo com a realização das decisões tomadas nos conselhos. – ele contou.

– Então, o senhor é um dos supervisores? – Lena arriscou. Ele concordou. – Mas... como?

– Eu trabalho pra ONU á muito tempo. Eu trouxe Alexander Pierce pra fazer parte do conselho. Meu maior erro. – ele falou com certa pontada de raiva.

– Mas, se o senhor se arrepende, por que o trouxe?

– Ele é meu irmão. – ele contou. Lena arregalou os olhos surpresa. – Mas, eu não o trouxe pro conselho por isso. Eu o trouxe, porque ele parecia promissor. Pensamos que poderia ajudar.

– E ele não pode? - Lena perguntou.

– Pode. Ele está ajudando. Mas, ele é imprevisível, ambicioso. Tem seus próprios planos. Sempre defendendo as maquinações do Fury e dando um jeito pra que o conselho aprove e execute as ideias de Nick Fury. Sempre um passo a minha frente. – ele comentou com olhar distante.

– Mas, pai, por que nunca falou dele antes? – Lena perguntou um pouco ressentida.

– Vocês não precisavam. Poderia ser perigoso de mais. E você era só uma menininha. Minha garotinha que pulava nos meus braços toda vez que me via chegar em casa. Não queria sobrecarregar vocês. – ele falou mexendo em seus cabelos. – E, eu e meu irmão nunca nos demos bem. Não queria que nossas constantes brigas e intrigas fossem um mal exemplo pra você e sua irmã. E, não foi crueldade, porque ele nunca fez falta. Nunca quis saber de vocês. Nem se importou. Ele não passa de um egoísta. Como o Fury. – ele falou com uma pontada de raiva. Lena não podia negar que ele tinha razão.

– Só espero, papai, que sua raiva não se volte contra os agentes também. Tem pessoas boas naquela agência. São poucas, mas são de bem. – Lena comentou.

– Como assim “poucas”? É o maior sistema de espionagem do mundo. Como podem ser poucos?

– Não disse quem tem poucos agentes, pai. Eu disse que são poucos os que são de bem. – Lena respondeu.

– Compreendo. – ele suspirou. Claramente, nenhum dos dois queria mais falar nesse assunto.

– Pai, pra onde vamos agora? – Lena perguntou.

– Bom, eu e sua mãe vimos um apartamento grande no outro lado da cidade. É espaçoso. Três quarto com banheiro, sala, cozinha com ilha, copa, lavabo, escritório, e estacionamento próprio no subterrâneo. Pode ser uma opção melhor que um sobrado. E, melhor ficarmos por aqui, perto dos seus avós, e também, depois do que vocês descobriram, duvido que Rogers vá deixar que fiquem muito longe. – ele brincou.

– Verdade. – Lena concordou rindo. – Mas, e meu colégio?

– É uma boa pergunta. O que você está planejando? – ele a olhou.

– Faculdade. – Lena concluiu. Ele ergueu as sobrancelhas surpreso.

– Faculdade? Lena, você só tem 15 anos, filha. – ele riu.

– E o que me impede de fazer o teste pra faculdade? Eu devia ter feito já a algum tempo, só não quis fazer porque meus amigos ainda estavam no médio. Agora não tenho mais motivo pra continuar no ginásio. Quero ir pra universidade. – Lena respondeu.

– Bom, se acha que consegue (eu sei que sim.), eu soube que vão abrir as inscrições das provas seletivas mês que vem. É só pra acima de 18, mas, se provarmos que você tem aptidão pra já cursar a faculdade, podemos dar um jeitinho. Você pode ser caloura. – ele falou.

– Valeu, pai. – ela agradeceu. Ele piscou pra ela e se levantou.

– Tudo bem, descanse um pouco, agora. Você precisa. – ele falou. Lena deu um pequeno sorrio e observou o pai sair do quarto.

Assim que aporta se fechou ela tirou de baixo do seu travesseiro a pasta que ganhara de Fury. Arrumou-se na cama se encostando em seu travesseiro e começou a olhar as fichas contidas ali. Todas falavam sobre ela. Nada de mais, nada que valha a pena ser registrado, pois não quero mata-los de tédio. Entre algumas folhas, ela viu uma foto. Tocou seu queixo com a ponta dos dedos rindo. Se lembrava desse dia como se fosse ontem. Mas, não sabia que estava sendo fotografada, se não, teria feito uma cara melhor. Era o dia em que encontrara Coulson pela primeira vez. Aquela foto, era o momento em que ela vira a silhueta estranha nas sombras, no pátio do colégio. Ela podia imaginar que aquilo era qualquer coisa, um fantasma, um espião, assombração, ou pior, russos. Mas não imaginava, que poderia ser alguém com uma câmera.

Viu num tipo de bolsinho nas pasta, um pen drive. Era preto com um eixo redondo. Nesse eixo, tinha o desenho do símbolo da SHIELD, e no outro lado do eixo, tinha uma ampulheta vermelha. Era o símbolo da Viúva Negra, era o símbolo de Natasha. Suspirou rolando o pen drive nos dedos. O que mais Fury queria eu ela soubesse? Será que ela já não sabia de mais?

– Que seja. – ela suspirou se levantando. Foi até sua escrivaninha e ligou seu notebook. Conectou o pen drive e liberou acesso aos arquivos. Ela demorou um pouco, porque alguns acessos estavam bloqueados. O que era um tanto estranho já que o pen drive havia sido dado a ela, e não roubado. Ela devia ter acesso livre a todas as informações, mas isso não importa.

Quando conseguiu desbloquear os arquivos começou a acessar as pastas disponíveis. Entrou em uma pasta e viu vários vídeos numerados. Acessou o primeiro. Logo reconheceu. Era seu primeiro dia de treinamento com Natasha. Ela ficou ali assistindo, lembrava-se de cada momento desse dia. Se sentia bem com isso. Eram lembranças boas, apesar desse ter sido um momento sombrio de sua vida. Mas, mesmo assim, se sentia feliz. E até uma pontada de saudades. Quando o vídeo acabou, ela acessou outra pasta. Essa era diferente.

– “ Iniciativa Vingadores”? Vocês são mesmo péssimos com nomes. – ela falou em tom de reprovação. Acessou o arquivo e começou a ler. – Lista de aprovados: Capitão América, Bruce Banner... Opa! Bruce Banner? Legal! – ela sorriu. – Continuando... Thor? - ela riu. – Thor filho de Odin? Da mitologia nórdica? Eles andam lendo muitos livrinhos ilustrados. – ela zombou. – Homem de Ferro aprovado. Teremos problemas se Tony Stark for aprovado. Mas qual a diferença? – ela deu de ombros. – Vamos ver quem é nosso próximo pobre coitado... Ghost Oracle? – ela arregalou os olhos ao ler. – Fury tá louco se acha que vou aceitar fazer parte disso. “Pensa com carinho”. – ela zombou. Saiu desse arquivo e foi para outro chamado... – Fase dois. – ela leu. Abriu o arquivo e começou a ler. Ficou horrorizada. – Fury. Você enlouqueceu. Como puderam permitir isso? E o que é o Terceract? – ela se perguntou saindo do arquivo entrando em outro. Viu uma pasta chamada “Terceract”. – Sutil. – ela zombou abrindo. – Muito bem. “Terceract. Uma joia alienígena dos salões do Odin, encontrada na terra por Johan Smith, em 1940, com o intuito de fabricar armas de destruição em massa pra HIDRA. Mas depois que Capitão Rogers derrotou o Caveira Vermelha em 1945, o Terceract se perdeu no mar, logo após, houve o acidente que teria matado Capitão América. Em 1947, durante uma de suas buscas pelo corpo de Capitão Rogers, Howard Stark encontrou o Terceract no fundo do Ártico, e o pegou com a intenção de utilizar o Terceract como fonte de energia ilimitada.” – Lena leu. – Mas que idiota! Devia ter deixado no mar. Agora está com a SHIELD, se cair em mãos erradas estaremos ferrados! – ela comentou indignada. Desligou o note e desconectou o pen drive. O que faria com ele agora? Precisaria guardar num lugar bem escondido e improvável. Se aquele pen drive caísse em mãos erradas, seria perigoso.

Se levantou olhando em volta. Todos os esconderijos em que pensava pareciam óbvios de mais. Deitou-se frustrada em sua cama e olhou o teto e as paredes. Viu em sua parede, a flecha que Clint lhe dera. Se levantou pegando a flecha. Avaliou o objeto. Viu na ponta de metal um encaixe. Girou e ouviu um “click” então a ponta saiu. Ela olhou, tinham algumas bolinhas de metal que ela julgou serem bombinhas. Riu, Clint com certeza tentou lhe pregar uma peça. Ela retirou as bombinhas com cuidado e colocou na ponta da flecha, o pen drive. Encaixou novamente a ponta na flecha e guardou de volta no devido lugar. Guardou as bombinhas numa caixinha de madeira forrada com espuma, pra não correr riscos de acordar com o guarda roupas explodindo. Guardou a caixinha na sua gaveta de meias e deitou-se novamente em sua cama.

Tudo seria diferente agora. Ou será que voltaria ao normal? Ela seria capaz de simplesmente esquecer e seguir com sua vida? Ao menos conseguiria tentar? Como seguir em frente depois de tantas mudanças, tantas perdas? Como iria dirigir sua vida agora?

– Senhor, me ajuda. – ela sussurrou como uma oração fechando os olhos. Suspirou. Dizem que algumas coisas, só o tempo cura. Algumas perguntas, só o tempo responde. Será?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? Será que ela vai conseguir ter uma vida normal? Será que nossa Lena vai conseguir simplesmente esquecer? Deixem seus comentários. Espero que tenham gostado.bjs



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Mentora Russa" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.