Mentora Russa escrita por Helem Hoster


Capítulo 57
Ghost Oracle


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela demora, mas estive meio ocupada nesse fim de semana. Espero que gostem. bjs



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– Vai me contar o porque de você ter deixado Ben morar com a Hill, ou vai ser mais uma coisa pra eu ter que adivinhar? – Lena perguntou.

– Você sabe porque. – ele falou de costas pra ela.

– Por mim. – Lena respondeu. – Desde o início. Foi por minha causa. Você atendeu as minhas condições, porque queria que eu ficasse. Precisa de mim. A ironia nisso, Nick, é que eu não preciso de vocês. Nunca precisei. Nem mesmo quando a KGB tentou me pegar. Você só tem medo de admitir que precisa de ajuda. Ainda mais quando é de uma adolescente de 15. Você só aceitou, porque quis que parecesse que eu te devo. Mas, a verdade, Nick, - ela virou-se para ele. – É de que eu não te devo nada. Absolutamente nada. – ela sorriu. Nick ergueu a cabeça pensativo. Sabia que era verdade. Não se surpreendia pela audácia da jovem.

– Muito bem, srta Carter. Você tem meu respeito. O que quer de mim? – ele perguntou olhando em seus olhos.

– O que eu quero? Minha vida. Você me tirou isso. Quero tempo. Tempo pra me acertar. Pra me consertar com minha família. Ou o que sobrou dela. – Lena falou.

– Eu entendo. – Fury suspirou.

– Também, peço que isso não interfira em nada na carreira e na vida do Keys. Ele não sabe que você não se importa com ele. E quero que continue assim. Ele está feliz agora. Mais do que nunca. Deixe-o em paz. Ele tem o emprego com que sempre sonhou, e tem uma mãe. Está feliz. Deixe-o assim. – Lena falou. Fury pareceu pensativo.

– E o que você fará se eu jurar deixa-lo em paz? – ele perguntou.

– Eu não vou voltar pra SHIELD. Não quero. Ela não é mais a mesma agência. Mas... posso te dar um conselho. – ela falou.

– Estou ouvindo. – ele voltou a caminhar pela sala.

– Há traidores em toda parte. Em cada sala, em cada base, tem pelo menos um traidor. E não tem nada que você possa fazer pra detê-los. – ela falou.

– E no que isso me ajuda?

– Pode salvar sua vida. Eu aconselho que os deixe. Eles vão se rebelar. Eu digo, que se prepare pra isso. Prepare um refúgio ou esconderijo pra os poucos em que você confiaria sua vida. Não conte sobre isso pra ninguém. – Lena falou.

– E depois? Depois que se rebelarem?

– Você é o diretor, Nick. Não chegou a esse cargo por sorteio. Você tem suas artimanhas. Eu te dei a corda e o equipamento, Nick. Faça você mesmo a escalada, - ela falou.

– Mas isso ainda não resolve mais um detalhe. – ele comentou.

– Claro. Você ainda precisa de mim. – ela riu. – Já disse que não trabalho mais pra SHIELD. Porém, meus amigos trabalham. E irei ajuda-los, em caso de extrema necessidade. Pode me considerar uma amiga da SHIELD. Mas, apenas aliada, não agente. Se resolver de me chamar, pra resolver seus problemas, ou problemas e missões, não importa quem você mande, eu tiro sarro de vocês, e fecho a porta na cara de quem for. Pode ser, Coulson, Ben, Clint e até a própria Natasha.

– Tudo bem. – ele concordou. – Como você escapou do quartel?

– Tive a ajuda de um amigo. – ela respondeu. – E eu vou tirá-lo de lá.

– Um amigo? – ele arqueou a sombracelha.

– Ele se chama Pasha. Ele me ajudou a escapar. Ele arriscou a vida por mim. E eu vou tirá-lo de lá.

– Bom, nesse caso, eu proponho um acordo.

– Não temos mais nada pra negociar. – Lena franziu o cenho confusa.

– Você tem uma dívida com esse Pasha. Eu tenho uma proposta a fazer. – ele falou.

– O que você quer, Nick?

– Eu vou te dar o tempo que você pede. E não vou te obrigar a continuar sendo agente, mas, eu providencio um grupo de agentes pra resgatar seu amigo, se você aceitar fazer parte de algo que eu estou planejando. – ele pediu.

– O que está planejando? – ela perguntou desconfiada. Nick foi até sua mesa e tirou de lá de dento, uma pasta cinza e deu a ela.

– Aqui, tem tudo o que precisa saber. – ele falou.

– Eu vou ver. E vou pensar. OK? – ela propôs. Nick a olhou. Quase se podia ver um sorriso se formar. Quase.

– Pensa com carinho, tá? – ele falou e saiu. Lena fungou abrindo a pasta que tinha o símbolo da SHIELD.

– “ Relatório de Viúva Negra sobre Ghost Oracle.” - ela leu. – Quem diabos é Ghost Oracle? Que nome ridículo. “Oráculo Fantasma” - ela zombou. Dentro da pasta, também tinha uma carteira de couro preta. Ela abriu. Era um distintivo e um crachá. Era parecido com o que Coulson lhe deu na primeira vez que entrou no QG. Porém, agora, ao invés de “aprendiz”, sua colocação era de agente. Ela deu ar de riso. – Nick tá apelando muito. – ela comentou. Continuou com os arquivos na pasta. – Muito bem, - ela suspirou começando a ler. – “Nome: Helena Sousa Rogers Carter.” Tiveram a audácia de mudar meu nome? “ Idade... blá blá blá, nascimento, altura...etc”, que prático. – ela zombou. – “ Codinome”? Eu tenho codinome? “Ghost Oracle”? Eu não vou me chamar Ghost Oracle! - ela esbravejou indignada. – Chega! Isso é ridículo. – ela fechou a pasta e deixou em cima da mesa indo em direção a porta. Parou com a mão no trinco. Suspirou fechando os olhos com força. – Droga! – ela rosnou, voltou pegou a pasta e saiu da sala. Guardou o distintivo no bolso.

Entrou no elevador e encontrou Sitwell. Apesar de claramente não gostar nadinha dele, não expressou nenhuma reação, nem disse nada. Apenas se colocou em um canto do elevador.

– Então, é verdade. Não mataram você? – ele perguntou olhando pra ela. Ela deu de ombros.

– É o que parece, não? – ela falou. Ele fungou.

– Pelo jeito não é tão fácil assim se livrar das pragas. – ele comentou olhando a porta.

– Oras, meu caro. – ela riu. – Você pode matar o transmissor, mas não pode matar o vírus. Assim como você pode se curar de leptospirose, mas não pode matar todos os ratos do mundo. Não podem me matar, ainda. Mas, vou ficar fora do seu caminho. Por enquanto. – ela falou em tom amigavelmente cruel. Sitwell deu ar de riso. O elevador abriu e Lena desceu. Ela foi até a garagem onde Clint a esperava. Ela deu um sorriso, ao vê-lo vivo e parecendo bem mais aliviado. Ele abriu a porta do carro pra ela. Ela entrou.

– Onde quer ir? – ele perguntou colocando o cinto.

– Primeiro, eu quero saber, o que aconteceu hoje? Você me pareceu mais arrasado do que o normal. – ela falou. Clint suspirou.

– Nós... – ele fitou o volante. Ela buscou o olhar dele. Ele a olhou. – Acabamos de enterrar você, e seu irmão.

Lena ficou em silêncio. Olhou pela janela pensando. Fechou os olhos suspirando.

– Eu quero vê-lo. – ela concluiu. Olhou pra ele. – Me leve ao cemitério onde enterraram a gente. – ela pediu.

– Tudo bem. – ele suspirou ligando o carro. Clint dirigiu pelas ruas da cidade, e Lena pensava no que acontecera, em sua conversa com Nick. De repente, tudo em que ela acreditava parecia ser uma simples fantasia. Talvez ela não devesse mais confiar tanto nas pessoas.

– Clint. – ela chamou enquanto olhava pela janela.

– Sim? – ele sorriu.

– Você estava lá? – ela perguntou.

– Lá onde?

– Quando eu... quando injetaram o soro em mim.

– Sim. Eu estava. Eu fui com Natasha e Coulson. Eu nunca vi Natasha tão desesperada. Já a vi chorar antes, mas, nunca a vi fazendo tamanho escândalo. Ela fazia de tudo pra tentar fazer com que te libertassem. Ela não aguentava te ver daquele jeito. – ele contou. Lena ficou fitando o lado de fora. – Ela gosta de você. Ela não fez um escândalo desses nem quando EU quem morri. – ele se riu. Lena o olhou espantada.

– O quê? – ela indagou assustada.

– Nada, nada. Maneira de falar. – ele disfarçou. Lena insistiu com um chiado insatisfeito. – Olha, nã... não sou a pessoa certa pra te contar isso. Eu só falei de mais, tá? Só escapou. – ele encolheu os ombros. Lena deu ar de riso.

– Homens foram mortos por falar de mais. – ela comentou. Clint riu.

– É. Vou ser morto se sua amiga souber que eu deixei isso escapar. – ele concordou.

– Não se preocupe. Não vou contar a ela por enquanto. – Lena prometeu. Clint deu um pequeno sorriso e estacionou. Desceram do carro. Entraram no cemitério. Era um longo campo gramado com lápides. Passaram por algumas fileiras, e logo Lena avistou uma figura conhecida na frente de duas lápides. Lena olhou pra Clint.

– Vou esperar você no carro. – ele falou compreendendo. Lena agradeceu num aceno e Clint se afastou. Lena se aproximou por trás da figura conhecida. Não sabia se devia chama-lo, ou se simplesmente esperaria ele sair. Se colocou atrás dele. Viu duas lápides. Uma dizia “ Helena Sousa Rogers Carter – filha, neta, amiga, heroína.” E na outra, estava escrito “ Daniel Sousa Rogers Carter – filho neto, irmão. Ele nasceu pra iluminar o mundo.” Lena engoliu o nó de choro que se formava em sua garganta.

– Obrigada, por ter me dado uma família, Lena. Eu prometo que vou cuidar deles. – Steve falou em tom baixo.

– De nada, Steve. Eu espero que cuide mesmo. – Lena falou o fazendo dar um pulo. Steve a olhou de olhos arregalados. Deu alguns passos pra trás. – Cuidado, não vai pisar no meu túmulo, vai?

– Deus... – foi tudo o que ele conseguiu dizer.

– Não vai ter um infarto, vai? – Lena brincou.

– O que... que brincadeira é essa?? – ele perguntou.

– Pois é. O soro teve uma ração positiva afinal. – ela encolheu os ombros enfiando as mãos nos bolsos. Steve a abraçou. Lena sorriu o abraçando de volta.

– Isso não é natural, mas estou feliz por ter uma reação positiva. – ele soluçou. Lena riu baixo.


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Notas finais do capítulo

Q isso Lena? Quer matar o Steve do coração? E que história é essa de "Oráculo Fantasma"? Sou só eu ou a SHIELD realmente estava sem idéias pra dar codinomes? E pra qual projeto será que o Nick quer a Lena, heim? Mistéééérioooo!!Huuuuuuhhh!kkk comentem.bjs



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