Mentora Russa escrita por Helem Hoster


Capítulo 56
Fantasmas


Notas iniciais do capítulo

A fantasminha tá de volta meu povo! Espero que gostem. boa leitura meus amores♥



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Coulson saiu seguido de Fitz e Simmons. Ward tentava se levantar, com dificuldade. Lena suspirou e foi até ele. Ela o puxou pelo braço o fazendo levantar passando o braço dele por cima de seus ombros. Ele segurou-lhe a gola do suéter, mal se aguentando em pé, mas estava com raiva.

– Não pense que vou esquecer isso. – ele falou entre dentes.

– Não pense que sua traição ficará impune. – Lena retrucou. – Você pode ter enganado até o próprio Fury com seu tom educado, e seu jeitinho respeitoso de garoto que admira seus superiores, mas, você não me engana. – ela falou o deixando encostado na mesa. – Fique de olhos abertos. – ela falou.

– Isso foi uma ameaça? – ele perguntou em tom ríspido segurando-lhe o pulso.

– Tome do jeito que quiser, bonitinho. – Lena respondeu com ar de deboche. Ele serrou os dentes com raiva. Ela se soltou e saiu.

Entrou no laboratório onde estavam Fitz e Simmons.

– Hey! Sabem onde estão as minhas coisas? – ela perguntou.

– Suas coisas? – Simmons perguntou.

– É. Meu celular, meus fones de ouvido, minha arma... – Lena respondeu.

– Devem estar com o Coulson. – Fitz deu de ombros. Lena foi até Simmons.

– Jemma. Eu posso te pedir uma coisa? – ela falou baixo.

– Peça. – Simmons deu de ombros.

– Quando terminar suas pesquisas. Se livre do sangue que você tirou de mim. – Lena pediu. Simmons parou.

– Não posso. Podemos fazer muitos avanços com as amostras de sangue que tirei. – ela falou.

– É por isso que eu quero que você se livre disso. Pode ser perigoso pra muitos. Sei que vão tentar reproduzir o soro. E isso não pode acontecer. – Lena falou ainda em tom baixo.

– Por que não?

– Porque... se cair nas mãos erradas, será um grande massacre.

– A SHIELD não permitirá que caia em mãos erradas.

– Você não entende. As mãos erradas são a SHIELD. Quando se tem poder, o que mais se teme, é perde-lo. Não importa se tem boas intenções. – Lena insistiu.

– Isso vale pra você também. – Simmons se levantou.

– Eu não pedi pra ter isso. Aliás, eu nem queria. Foi contra a minha vontade, não posso me livrar mais disso, mas posso controlar. Se a SHIELD tiver, não vai poder controlar o motim que está pra acontecer. E será o fim. – Lena falou a seguindo.

– Não haverá motim na SHIELD. Estamos em paz. – Simmons deu ar de riso.

– Não, Jemma. Não estão. – Lena negou sombria. – Faça o que eu pedi, antes que se arrependa.

– Helena. – Coulson chamou da porta. Lena se virou. – Venha comigo, por favor.

Lena lançou um olhar pra Jemma, e seguiu Phil pra fora da sala.

Phil a guiou até uma espécie de garagem ode tinham alguns carros e uma moto. Lena se apaixonou por um carro vermelho de capota aberta.

– Show. – ela falou deslizando a ponta dos dedos no capô do carro.

– Diz isso, mas nem viu o sistema de voo dele. – Phil comentou, Lena se afastou do carro.

– Não sei, mas de repente, ele não me parece mais tão atraente. – ela falou fazendo-o rir.

– Tome. – ele tirou um saquinho do bolso interno do casaco. – Seu amigo nos devolveu isso.

– Pasha. – Lena conclui ao ver o conteúdo do pacote. Era sua arma, seu celular, e seus fones de ouvido. – Obrigada, Phillip.

– Phillip. – ele repetiu como se estranhasse. – Não me chamam de Phillip desde a morte de minha mãe. – ele comentou em tom triste.

– Desculpe. Não quis ser indelicada.

– Não se preocupe. É bom ouvir o som do meu nome na voz de alguém que eu gosto. – ele falou. Lena deu um sorriso sem graça. – Vamos assustar o diretor?

– Ele acredita em fantasmas? – Lena perguntou sorrindo e guardando suas coisas no bolso.

– Veremos. – ele sorriu. O avião pousou e Phil desceu seguido de Lena. Eles caminharam pelo pátio da SHIELD.

Lena logo reconheceu Ben na entrada, assim que ele a viu correu até ela e só parou ao abraça-la. Coulson deu um passo pro lado.

– Você tá viva. Você tá aqui. – ele sussurrava a abraçando forte.

– É, eu tô aqui. – ela respondeu.

– Desculpa, Lena. Me desculpa, eu fui um idiota! Me desculpa por sido grosseiro com você. – ele pediu enterrando o rosto em seu ombro.

– Tudo bem. Eu entendo. – Lena falou. – Não estou chateada. Só senti saudades do meu amigo. – ela segurou-lhe os ombros. Ele sorriu.

– Sério? – ele sussurrou esperançoso.

– Conversamos depois. – ela falou ao notar certa impaciência da parte de Coulson, mesmo sem olhar pra ele. Ben concordou. – Vou assustar algumas pessoas agora. Nos vemos depois. – ela sorriu. Ele sorriu de volta e Lena voltou a seguir Phil prédio a dentro.

Entraram no elevador. E pela primeira vez, Lena apreciou a vista. Ainda sentia um pouco de receio, mas, era como se ela soubesse que não correria mais risco por isso. Desceram no andar dos escritórios. Logo avistaram a sala do Fury. A porta se abriu e Clint saiu, seguindo em outra direção, ele estava horrível. Andava de cabeça baixa, e estava como se tivesse quebrado pelo menos três costelas. Lena deu ar de riso.

– Você está ótimo, Clint. – ela brincou. Ele parou erguendo a cabeça. Virou-se pra ela de olhos arregalados, e uma expressão de ódio e medo.

– Mas... que brincadeira é essa?? – ele perguntou indignado.

– Não é tão engraçado quando é com você, né? – Coulson falou com ar vingativo.

– Você morreu. Eu vi você morrer! Vo... você estava no necrotério... seu coração tinha parado! Vo... estava sem temperatura, sem cor... – ele gaguejou. Lena se aproximou lentamente, ele deu alguns passos pra trás atordoado.

– Eu tô aqui. Clint... sou eu. – ela andou na direção dele e segurou sua mão pra que ele a sentisse. Ele deu lugar a um pequeno sorriso, com os olhos brilhantes segurando as lágrimas,

– Você tá aqui. – ele sussurrou. Lena sorriu confirmando. – Você tá aqui. – ele soltou o ar dos pulmões a abraçando, o que a deixou meio surpresa. – Me desculpa. Eu... eu sinto muito. Foi minha culpa. – ele soluçava a abraçando com força.

– Não foi não. – Lena falou.

– Foi sim. Não fui forte o bastante pra proteger vocês dois. – ele retrucou.

– Clint. Olha pra mim. – ela falou o soltando. Ele olhou em seus olhos. – Eram muitos na emboscada. Não tínhamos chances. Estávamos sozinhos. Além do mais, deixaram um tremendo dum Mike Tyson pra você. E mesmo que tenha matado meu irmão, você o vingou. E eu me vinguei da minha maneira. Lembre-se a morte de Dani não foi culpa sua. Ele não era sua responsabilidade. Era a minha. – ela falou convicta.

– Mas...

– Clint. Aceite. Você não podia fazer nada. Você não é o Superman, você é um agente. Fez por merecer seu distintivo. Fique feliz por isso. Lutou com honra. Bateu o bom combate. O que passou, passou. Não vale a pena sentir remorso pelo ocorrido , porque isso só vai minando você aos poucos. De forma dolorosa. E sentir culpa, não vai trazer Dani de volta. – ela o interrompeu. Ele suspirou e concordou em fim. Ela sorriu. – Amigo, você está um caco. Apanhou que nem cachorro velho. – ela falou num tom mais animado erguendo o pulso dele com o polegar e o indicador. Ele se soltou.

– É. Não está fácil pra ninguém. – ele cutucou o curativo na lateral da testa dela.

– Mas você tá parecendo um saco de pancadas todo estraçalhado. – ela retrucou.

– Tá, já entendi. Mas umas costelas quebradas não são nada. Nada que eu já não tenham aguentado antes. Já estive pior. – ele bufou.

– Bom, vamos falar com o diretor. – Coulson segurou seus ombros.

– Tá. – ela concordou.

– Ele tá ali com o Parker. – Clint falou. Lena agradeceu num aceno. – Eu te espero lá em baixo.

– Obrigada. – Lena agradeceu passando por ele seguindo Coulson.

– Lena. – ele chamou, ela se virou pra ele. – Que bom que voltou.

Lena deu um sorriso e um aceno de cabeça. Clint seguiu pro elevador.

Lena e Coulson prosseguiram até a porta. Lena parou.

– O que foi? – Phil perguntou.

– E-eu não seu se consigo. Quero dizer, vai ser tudo diferente agora, né? – ela falou e olhou nos olhos dele. Ele, com uma expressão firme, pousou a mão em seu ombro e balançou a cabeça concordando.

– Vai. Se assim, você o quiser. Eu já te disse. Você não entra numa briga, que não pode aguentar. Sabe por quê?

Lena negou com a cabeça.

– Porque você calcula, e pesa os riscos. Mas, se você tomar coragem, e ter convicção de que vai conseguir o que quer, o que precisa, aí, mesmo que as chances estejam contra você, você vai vencer. Você terá batido o bom combate. Lena, desde o momento em que decidiu aceitar ser uma de nós, você passou a ser guerreira. Achei que você não duraria uma semana. Mas, você mudou tudo. Você amoleceu corações, conquistou pessoas inimagináveis. Você é diferente. Você ajuda. – ele falou. – Se vai ficar conosco, vai depender de você. A decisão é sua, e de mais ninguém.

– Obrigada, Phil. –ela agradeceu com a voz sumida, ele a abraçou.

– Eu sei qual é a sua decisão. Saiba, que foi um prazer, e uma honra, trabalhar com você, agente.- ele falou. E a soltou.

– A honra foi minha, Phil. – ela sorriu.

Phil abriu a porta da sala de Fury.

– Coulson. – Fury exclamou. – E então? Conseguiu chegar a um acordo pra ficarmos com o corpo? – ele perguntou esperançoso.

– Não senhor. – Coulson respondeu entrando. – Mas, isso não importa mais. – ele falou enquanto Lena entrava. Fury se levantou pasmo. Com o olho arregalado.

– Oi Nick. – ela cumprimentou em tom profissional.

– Como é possível? – ele perguntou atordoado.

– Senhor, não é a primeira vez que passamos por isso. Já parei de questionar. – Phil comentou.

– Lena... é você mesmo? – Peter perguntou surpreso. Estava de uniforme.

– Sou. – Lena deu um pequeno sorriso. Peter a abraçou forte. Veio a mente de Lena, a imagem da garota ruiva que ela viu quando o beijou no baile. – Mary Jane. – ela sussurrou.

– O quê? – ele perguntou.

– Quando você me beijou no baile. Eu vi uma garota ruiva muito bonita. É Mary Jane, né?

– Sim. – ele respondeu achando um tanto estranho.

– Eu acho, tenho certeza, de que ela gosta de você. Devia ficar com ela. – Lena incentivou.

– Mas... eu gosto de você. – ele protestou.

– Mas vai amar ela. Olha Peter, você já tentou com loiras e com morenas. Não deu certo. Ainda mais que as loiras morreram. Tenta com uma ruiva. Vai que funciona. – ela falou.

– Mas...

– Conversamos depois. Tenho que resolver umas coisas agora. – ela falou apontando pro Fury que conversava com Phil.

– Tá. Te ligo depois. – ele falou. Lena deu um sorriso fechado. Peter saiu.

– Preciso falar com você. – Lena pediu pra Fury.

– Certo. – Nick concordou fazendo sinal pra que Coulson saísse, e assim ele o fez.

Lena caminhou silenciosamente até a janela panorâmica atrás da mesa de Nick. Ficou observando a cidade, com o semblante sério.

– Lamento por seu irmão. – Nick tentou descontrair. Lena permaneceu em silêncio. – Receio que... não queira mais trabalhar aqui.

– Não, de fato. – ela falou se apoiando no vidro. A dois dias atrás, ela nem ousaria se aproximar da janela, mas agora, ela não sentia nada.

– Eu compreendo. – ele olhou pra baixo.

– Vocês são a agência mais bizarra que eu já vi. Toleram a presença de traidores, contratam deslocados, anormais, pessoas que não podem ser superadas. Tentam ser controladores. Mas, foi uma honra trabalhar pra vocês. Mas, não posso. Não mais.- ela falou sem desviar os olhos da cidade.

– Você vai desistir. Vai desistir de tudo aquilo pelo que sua família lutou. – ele falou com tom desapontado.

– Não sou meus avós, nem meus bisavós. Não dou a mínima pra suas regras, quando elas vem contra meus princípios. Não estou afim de que fiquem pensando que sou incapaz de completar uma missão, porque não mato. – ela falou fitando a cidade.

– Ninguém disse isso. – ele retrucou.

– Coulson disse. Clint disse. Não com exatas palavras, mas disseram. E Natasha também. Se meus amigos pensam assim. Talvez, seja melhor não trabalhar com eles. Não quero correr o risco de me ver numa situação que é matar ou morrer, ou matar e ver um amigo morrer. – ela falou tamborilando os dedos no vidro.

– Nós podemos dar um jeito nisso. – Nick insistiu.

– Eu tô falando grego?? – ela se irritou. – Eu sou incapaz de matar! Eu sei eu não consigo, eu já tentei!

– Helena. Você não precisa matar. Podemos achar um jeito. Você mudou muitas coisas por aqui. Mudou nossa forma de pensar. Amoleceu corações duros, mudou vidas...

– Se refere a Ben e Hill? – ela perguntou ainda fitando horizonte.

– O que sabe sobre eles? – Nick perguntou se colocando ao lado dela.

– No início eu não sabia. Achei estranha a reação dela ao conhecer Ben. Mas, depois liguei os pontos. Sabe, em como os dois se parecem, como são chegados, a reação de Coulson ao você ter contado algo que supostamente aconteceu a 15 anos atrás... – ela respondeu.

– E o que você descobriu? – ele falou caminhando pela sala.

– Hill é mãe de Ben. – ela falou sem desviar o olhar da cidade. Nick ficou em silêncio. – Ben sabe disso. – ela concluiu.

– Sabe. Hill contou pra ele, depois do funeral. E permiti que ele morasse com ela, pra se conhecerem melhor. – Nick contou.

– Você não fez isso por ele. – ela concluiu.

– Não. Por mim, eu o mandava pra um orfanato, ou arranjaria um quarto pra ele aqui ou em qualquer outra base da SHIELD. – ele deu de ombros.

– Não me surpreende. E você se diz ser um cara legal. – ela fungou.


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Notas finais do capítulo

Nossa! Isso foi no mínimo sendo bem delicada "insensível".Mas, espero que tenham gostado.bjs chuchus comentem. Já falei, de fantasminha aqui, só a Lena.♥
#FURYCRUÉL



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