Mentora Russa escrita por Helem Hoster


Capítulo 49
Pasha.


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal. Espero que gostem desse capítulo. E tentem imaginar o Pasha como o ator Morgan Freeman. É que eu gosto bastante dele. E queria que ele participasse de alguma forma. Enfim, obrigada e boa leitura.♥



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– E aí? Não é tão valente agora, né?

– Não me importa oque você pensa, Margarete.

– Como assim? – Margarete riu do lado de fora da cela. Lena se aproximou da grade.

– Já lidei com vários do seu tipo. Você só faz o que te mandam. Faz o que o teu chefe não tem coragem ou a capacidade de fazer sozinho. Você finge que não faz parte. Que tem seu próprio código. Tenta encobrir os horrores do seu passado. Mas, não importa oque faça, eles fazem parte de você. E nunca irão embora. – Lena se apoiou na grade. Margarete ficou estática. – Finge que busca uma vingança pessoal, mas só quer repor o vazio que tem dentro de você. E tem medo que descubram. E mais medo ainda que seu chefe descubra. Por isso faz o que ele manda sem questionar. Não é a primeira faxineira com quem eu lido, agente Darlles. E não será a última.

Margarete tinha os olhos brilhando de ódio.

– Se dependesse de mim, eu seria a última pessoa que você veria. Mas, acho que não. Morte, é uma forma de arte pra nós. Pode esperar. O que é seu tá guardado. – Margarete trancou a cela e entregou a chave ao carcereiro. – Mantenha ela aqui. – ela ordenou saindo e fechando a porta.

– Como se acha. – o carcereiro zombou. Lena olhou pra ele. Sabia que não era má pessoa. – E o chefe continua me mandando prisioneiros cada vez mais jovens. Mais um pouco, e vou ter que aprender a trocar fraudas. – ele brincou. Lena riu. – Tinha que ver o último. Era um rapaz coreano de 17 anos. Passou dois dias e noites gritando na cela. – ele contou.

– Por quê? Torturaram ele? – Lena perguntou curiosa.

– Não o corpo. Ele era claustrofóbico.

– Ah tá. – Lena compreendeu.

– Eu sou Pasha. Qual sua graça, minha jovem? – ele perguntou.

– Sou Helena Carter.

– Parece não merecer estar aqui, senhorita Carter. O que fez pro chefe ficar furioso com você? – ele perguntou curioso.

– Ele não está furioso. Só está com raiva porque outra agência me contratou primeiro. – Lena respondeu.

– Uma agente? Nossa, lamento que tenha que passar por isso tão cedo. – ele falou seu tom era sincero.

– Obrigada, eu acho. – Lena sorriu. – Mas, não vou ficar aqui por muito tempo. Eles vão vir atrás de mim.

– Boa sorte então. – Pasha deu de ombros e sentou a frente de uma mesa ao lado da porta. – Bom, me mandaram cuidar de você, então... quer ouvir um pouco de música?

Lena deu de ombros se sentando na cama da cela. Pasha ligou o radinho que tocava ópera.

– Você realmente gosta disso? Parece musica de vilão de filme do século IXX. – ela fez uma careta.

– É só o que deixam ouvir. – ele deu de ombros. Lena pensou um pouco.

– Meus pertences estão com você? – ela perguntou. Ele confirmou. – Pode pegar meu celular?

– Não posso te entregar.

– Não precisa. Você mesmo pode mexer. – Lena deu de ombros. Pasha pegou o celular da gaveta e ligou.

– Precisa de senha em letra. – ele falou.

– É “Dani”. – Lena respondeu. Pasha digitou.

– E agora?

– Vai pro menu... favoritos... música. – ela instruiu e ele fez de acordo com que ela falou. – Agora é só escolher a música.

Pasha escolheu uma música.

– “Ain’t No Mountain High Enough”. Boa escolha. – Lena sorriu.

– Me lembra um pouco de casa. Eu escutava quando criança. – ele sorriu. Lena concordou. Ficaram ali ouvindo as músicas do celular de Lena. Até que a música parou e o celular começou a vibrar numa chamada. Pasha e Lena se entreolharam. Sabiam que não podiam atender.

– De quem é? – Lena perguntou.

– “Cabeça de fósforos”. – ele leu. Lena sentiu o peito apertar. Era Natasha quem ligava. Ela suspirou e deu um aceno de cabeça. – Sinto muito. – Pasha falou.

–“O que tens que fazer, faça de pressa.” – Lena falou.

– Não sou Judas. – ele retrucou se levantando. Lena concordou e ele saiu levando o celular. Lena encostou-se na parede. Pelo menos sabia que Natasha estava bem. Mas e quanto a Clint e Dani? Como estariam? Vivos?

Seu coração chorava com as dúvidas, e a angústia de estar longe daqueles que ela amava. Mas permanecia em silêncio. Fechou os olhos por uns instantes. Estava presa e sozinha, num lugar desconhecido, com pessoas que lhe querem mal. Indefesa e infeliz, ela sentia fortes saudades de sua família e especialmente de Frankie, Dani e Natasha.

Pasha retornou fechando a porta. Lena o observou. Ele era negro, com cabelos grisalhos tal como seu cavanhaque. Aparentava ser um pouquinho mais velho que Fury, e tinha ar sábio e gentil, o que fazia os outros pensarem que era molenga demais pro cargo.

– Você não é daqui. – Lena afirmou.

– Não. Eu nasci no Brooklyn. Mas, com 12 anos vim parar nesse inferno congelado. – ele falou com desprezo.- Uma mulher cuidou de mim. Ela era legal. Mas, foi morta num incêndio no hospital em que ela estava, depois de dar a luz a filhinha. A KGB a matou, assim como ao esposo. Eu cuidei da bebezinha até ela ter dez aninhos. Depois, teve a segunda guerra, e eu acabei vindo parar aqui, e ela num campo de concentração. Anos depois, ela veio pra cá. Fiquei feliz em saber que ela tinha sobrevivido. Mas, ela não se lembrava de mim. Mesmo assim, ficamos amigos. A KGB acabou fazendo algo com ela, que eu não sei o que era, mas os anos passavam pra todos, menos pra ela. Ela, depois de um tempo, recrutou Margarete Darlles, e a treinou. – Pasha contou. Lena ficou estática. Ele estava falando da Natasha. – Quando Margarete se tornou agente, ela saiu. E eu nunca mais a vi. – ele falou com ar triste.

– Ela está bem. – Lena falou.

– Como pode saber? – ele perguntou.

– Eu fui aprendiz dela. – Lena sorriu. – Natasha Romanoff.

– Não. Natália. – Pasha corrigiu franzindo o cenho.

– Nos EUA, Natasha. – Lena explicou.

– Sei, é claro. Mas, como se conheceram? Como ela está? – ele perguntou esperançoso. Lena sorriu.

– Bem, não nos demos muito bem no início. Mas, depois que a KGB invadiu minha casa e atirou em mim, ela mudou. Ficou mais legal comigo. Por um tempo, eu até pensei que fosse uma outra maneira dela tentar me matar. – Lena riu. E ficou surpresa com isso. Por não sentir raiva, ou rancor. Eram apenas lembranças.

– Hum. Então se deram bem. – ele concluiu.

– Bastante. – Lena concordou rindo.

A porta se abriu e os dois ficaram em silêncio. Margarete entrou com mais dois agentes bem armados.

– Chegou a hora. – Margarete falou com um sorriso sombrio que fez o coração de Lena gelar. Mas ela não demonstraria medo pra ela.

– Que seja. – Lena se levantou. Margaret abriu a cela e entrou. Algemou Lena.

Pasha sussurrou um “Sinto muito” pra Lena ao vê-los sair. Lena deu um pequeno sorriso de compreensão. Sabia que o novo amigo não poderia fazer nada.

Ao sair da sala, passaram por alguns corredores que tinham várias salas com agentes de guarda. Pararam num corredor, e Margarete lhe mostrou uma venda.

– Sério? – Lena riu. Margarete sorriu concordando. Lena suspirou e Margarete a vendou, e continuaram a andar. Os dois agentes a guiavam segurando-lhe os braços.


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Notas finais do capítulo

Iiiiiiiihhhh! O que que vão fazer com a Lena agora? Espero que tenham gostado.bjs seus lindos. E comentem por favor.♥



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