Mentora Russa escrita por Helem Hoster


Capítulo 46
Invasores 2.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, mas nossa aventura começa aqui. Espero que gostem, e boa leitura.



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– Vamos logo! Ou vamos perder as reservas! – Safira apressou do andar de baixo.

– Já vamos mãe! Só um minutinho! – Frankie gritou da porta do quarto.

– Não demorem!

– Pode deixar! – Frankie fechou a porta. Lena estava sentada em sua cama, com o celular nas mãos, e uma expressão preocupada no rosto. – Que foi?

– Não posso ir. – Lena respondeu quase que num sussurro. Frankie se aproximou.

– Por quê?

Lena lhe mostrou o celular que continha uma mensagem.

“ A KGB está na cidade.

Meus agentes estão fazendo a ronda.

Fique com o Barton, e não saia de casa.”

Fury

Frankie suspirou.

– Não tem problema, afinal, essa neve acaba com a gente. Alguém sempre acaba pegando um resfriado. – Frankie deu de ombros.

– Frankie...? – Lena a olhou esperançosa.

– Eu cuido de tudo. Fique tranquila. – Frankie deu um pequeno sorriso. Lena a abraçou.

– Obrigada mana. – Lena a abraçou forte, Frankie retribuiu o ato.

– Qualquer coisa pra manter minha pequena segura. – Frankie beijou-lhe o topo da cabeça e saiu. Lena a seguiu.

– Ah! Finalmente! – Safira falou ao vê-las descer as escadas. – Você vai assim, Lena?

– Não. Porque eu não vou. – Lena respondeu sentando no sofá.

– Por quê?

– Não estou legal. – Lena falou. Safira mexeu em seus cabelos.

– Essa neve acaba com a gente, né?

Lena deu um pequeno sorriso.

– Eu fico com ela. – Steve se ofereceu.

– Não. Steve a ideia de ir patinar na pista de patinação no gelo foi sua. Você fez as reservas. Não vai fazer a desfeita de não ir, vai? Seria descortês. – Frankie falou. Steve pensou um pouco.

– Mas...

– Eu fico com ela. – Clint declarou. Todos o olharam.

– Barton... – Steve tentou intervir. Clint se aproximou dele.

– Capitão, essa é a única razão da qual fui mandado pra cá. – Clint sussurrou.

– Não posso deixar minha neta sozinha com um homem que acabou de conhecer. – Steve sussurrou no mesmo tom.

– Rogers eu conheci Lena antes mesmo dela conhecer Fury, muito mais você. Fui designado pra cuidar dela, e serei punido se não o fizer. – Clint retrucou. Steve serrou os dentes.

– É melhor cuidar bem da minha neta. Eu só estou aqui graças a ela, então cuide bem dela. – Steve falou depois de pensar. Clint concordou num aceno. – Tá, Barton vai ficar com a Lena. Podemos ir. – Steve declarou aos outros.

– Eu fico também! – Dani declarou. Clint fechou os olhos lentamente como se temesse que isso acontecesse.

– Dani, você devia ir. Vai ser divertido. Vocês vão patinar. – Lena falou enquanto o irmãozinho corria até ela.

– Não vai ser divertido sem você. – Dani falou. Lena suspirou o olhando com doçura.

– Tudo bem. – ela falou. – Deixa ele.

Os outros concordaram e rumaram pro carro.

– Cuida dos meus irmãos. – Frankie falou firme pra Barton.

– Sim, milady. – Clint devolveu no mesmo tom. Frankie lançou um olhar pra Lena, que deu um aceno, e Frankie saiu depois de dar um abraço em Dani.

Clint sentou-se na poltrona perto da lareira com uma arma de baixo da almofada. Tinha um olhar distante, como se estivesse perdido em seus pensamentos.

– Sente falta dela, né? – Lena perguntou.

– Hum? Que foi? – Clint pareceu acordar do transe.

– Você sente falta da Natasha, né?

– Não é a primeira missão que ela vai sem mim. E não vai ser a última. – Clint se arrumou na poltrona olhando Dani brincar com o leãozinho e Marshal no tapete na frente da lareira.

– Não foi o que eu perguntei. – Lena o fitou.

– Eu só... me preocupo. – ele a olhou.

– Acha que ela não vai conseguir?

– Natasha? Não conseguir o que lhe foi mandado? Se algum dia isso acontecer, eu volto pro circo. – Clint riu irônico.

– Ah! Eu sabia que você tinha um “quê” de palhaço. – Lena brincou.

– Eu não era palhaço. Era artista. Me chamavam de Gavião Arqueiro, porque eu sempre fiz meus números do alto da tenda, ou pendurado num trampolim. E eu nunca errei o alvo. – ele falou como se lembranças o atingissem. Depois a olhou sorrindo. – Me servil de alguma coisa essa experiência. Sabe, é difícil pra um garoto órfão encontrar ... seu lugar no mundo. – ele falou parecendo desconfortável.

– Aposto que foi daí que você me apareceu com uma fantasia ridícula, né senhor lilás? - Lena brincou.

– Primeiro, não é lilás, é roxo pancada. E segundo, gosto de respeito, mas pare de me chamar de “senhor” essa é uma referência a homens casados. E eu não sou. – ele corrigiu.

– Mas gostaria. – Lena sorriu.

– Aí depende. – Clint relaxou.

– Se for com a Natasha...

– Aí eu caso. – Clint respondeu no automático. Mas, então se tocou do que tinha falado. A olhou, ela ria. – Oras sua pestinha! – ele se levantou.

– Hey! Hey! Eu tô desarmada! – Lena ergueu as mãos em sinal de rendição. Clint bufou sentando.

– Já falei de mim. Até demais. Mas e você? Sente falta dela também? – ele perguntou.

– Não sei bem ao certo. Eu acho que sim. É a mesma sensação que eu tinha sobre a Frankie quando estava perto dela. Ela é como... sei lá. Talvez como uma irmã, as vezes amiga. E várias vezes como a professora que te odeia de todo o coração. É confuso. Com a Natasha depende muito da situação. Você sabe, né? – Lena falou.

– Eu sei sim. Natasha é profissional quando o assunto é nos deixar confusos. Mas, eu vou te contar um segredo. Ela só faz isso, com as pessoas que ela realmente gosta, e respeita. – ele falou se inclinando na direção dela. Lena sorriu relaxando. Clint deu um pequeno sorriso se encostando de volta em sua poltrona. Lena voltou a observar o irmãozinho. – Lena. – Clint chamou, ela o olhou. – Sobre o que conversamos aqui. Sabia que é confidencial. Segredo absoluto. Conto nos dedos, as pessoas que sabem das minhas origens, portanto, se você contar pra alguém. Qualquer um. Eu te mato. – ele falou ameaçador.

– Pode deixar, Legolas. – Lena sorriu. – Te dou minha palavra de nerd.

Clint fungou insatisfeito, mas resolveu dar um voto de confiança.

– Hey! Será que a Natasha está com a orelha queimando? – Lena riu.

– O quê? – Clint ficou confuso. Então, ouviu-se o som como de muitos carros. Ele se levantou sacando a arma. Fez sinal pra que os dois ficassem em silêncio. Dani correu até Lena que o segurou. Clint foi até a porta e olhou pelo vidro da porta. Arregalou os olhos. – Pro sótão! Agora! – ele ordenou. Lena pegou Dani no colo e correu pras escadas. Mas parou ao perceber que Clint não a seguia.

– Clint! – ela chamou.

– Vai! – ele mandou.

– Eles vão te matar! – Lena falou pela primeira vez, demonstrando medo.

– Eu mandei vocês irem! – ele falou ameaçador. Lena suspirou e correu com Dani pro sótão. Ao entrar, fechou a porta.

– Dani, se esconda! – Lena mandou. Ele se escondeu entre um armário e uma caixa. Lena foi até o baú encostado na janela. Lena se abaixou pra não ser vista. Pegou as duas Berettas que estavam no baú. Pegou a Eckle também, mas ao ver que estava sem munição, deixou onde estava. Foi até a porta. Ouviu-se silêncio por um instante. O que a deixou arrepiada. Então, ouviu o som de tiros, e o de uma luta.

– Dani. – ela falou. – Fique aqui. Só saia quando estiver tudo bem. – Lena falou. Dani concordou encolhido e agarrado ao leãozinho. Lena deu um beijo em sua testa. – Eu volto logo, tá? – ela prometeu.

– Tá. – ele concordou a abraçando. Ela saiu fechando a porta. Foi até seu quarto, e pegou a arma que ganhara de Natasha. Correu até a sacada que dava pra sala e se abaixou escondida. Viu Clint que lutava contra um batalhão de agentes da KGB. Mirou em um agente que iria atacar Clint por trás. Atirou no meio das costas dele, se certificando que não fosse fatal. E não foi. Ele só ficou tetraplégico.

Idiota! Era pra ter atirado no americano, não no Rands! – um deles falou em russo ajudando o agente ferido a levantar a sair da casa.

Mas eu não atirei! – outro que tinha uma arma não mão retrucou. Lena sorriu. Clint derrubou alguns que estavam lutando com ele.

– Aí! – ele chamou. Eles o olharam, ele limpou o sangue da boca. – Vocês falam de mais! – ele sorriu. Outros avançaram nele, e Lena pulou da sacada caindo bem em cima de um agente que iria dar uma coronhada em Clint.

– Você está ótimo, Clint. – Lena brincou derrubando facilmente um agente que avançou nela. Ele a olhou surpreso. Estava todo arrebentado, com um corte na lateral da testa, um olho meio roxo, a boca sangrando.

– Eu mandei você ficar lá em cima! – ele esbravejou dando um soco e um chute num grandão moreno.

– E deixar você ficar com toda a diversão? Não seja egoísta Barton! – Lena atirou em outro o deixando desacordado, mas não morto. Ela não matava.

– É a garota! Peguem ela! – um agente russo falou com um sotaque carregado.

– Vocês podem tentar, seus soviéticos de beco! – Clint falou se colocando na frente de Lena, que lhe deu uma das Berettas. Os dois começaram a atirar. Clint matava, mas Lena não. Quando a munição acabou eles tiveram que resolver no combate corpo a corpo. Um deles deu um soco em Lena, a deixando meio atordoada, ela sentiu a lateral da testa latejar, e o sangue escorrer. Ela deu um forte chute no estômago do cara que urrou de dor se encolhendo, Lena lhe deu uma coronhada e ele apagou. Mais e mais agentes entravam na casa.

– Caramba! Parece que eles brotam do chão! – Lena exclamou lutando ferozmente.

– Diz isso porquê não esteve em Budapest. – Clint se riu e acabou levando um soco.

– Tá aí uma história que eu gostaria de ouvir. – Lena comentou derrubando seu adversário.

– Só por cima do meu cadáver! – Clint esbravejou. Então, veio até ele um cara assustadoramente grande, e careca. Clint o olhou surpreso. – OK. Você é bem grande. – Clint falou. O cara o segurou pelo pescoço o erguendo. – Opa! – Clint gemeu. O cara o jogou longe. – Wow!! – Clint gritou enquanto praticamente voava pela sala até bater de costas na parede. – Ahai! – Clint gemeu tentando se mecher.

– Clint! – Lena gritou tentando se aproximar, mas foi barrada por vários agentes. Começou a lutar furiosamente. Clint a olhou meio atordoado, e viu um agente que se aproximava dela por trás, tentou se levantar mas não conseguia.

– Lena!!! – ele gritou. Lena o olhou e sentiu uma picada em sua nuca. Então, tudo escureceu. Um agente a amparou por trás, pra que não caísse no chão. – Fique longe dela seu bárbaro! – Clint se esforçou pra levantar. Mas ao ficar de pé levou um soco que o fez cair.

Rayel! Ele é todo seu. – o agente que carregava Lena falou pro grandão, enquanto saía seguido dos outros agentes. O grandão o ergueu pelo suéter e pela calça o jogando longe. Clint se levantou com dificuldade. Lutando pra ficar de pé, encarou o grandão.

– É o melhor que sabe fazer aeroporto de mosquitos? – ele desafiou.

– És um louco! – o grandão falou com sotaque carregado.

– Eu tento. – Clint falou e meteu um tiro no grandão que caiu. Depois, correu pra fora. Mas já era tarde. Ele conseguiu avistar vãs cheias de agentes russos desaparecendo a distância. Ele tentou atirar nos pneus, mas era muito longe pra alcançar. Ele caiu de joelhos. Ficou desesperado. O que faria agora? O que diria ao Fury, Steve, Frankie... Natasha? Ele falhou. Falhou com todos eles. E agora, sua protegida estava nas mãos dos soviéticos. Ele foi mandado com uma missão. Uma só. E falhou.


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Notas finais do capítulo

Ah não, Clint! E agora? Espero que tenham gostado amores. Deixem seus comentários. Garanto que o próximo vai ser forte. bjs



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