– Lena. – ela sentiu sacudirem sua perna. – Lena! – sacudiram com mais força.

– Hum! Para! Mais cinco minutos. – ela deitou-se de bruços colocando o travesseiro em cima da cabeça.

– Vamos, Lena! Acorda! – Frankie lhe puxou os cobertores.

– Me deixa em paz, Carter! – ela resmungou.

– Vamos! O Will quer falar com você. – Frankie insistiu.

– Por quê? Ele tá afim de morrer hoje? – ela resmungou.

– Você sabe que ele está te ouvindo, né?

– Se eu não soubesse não diria. – Lena retrucou se levantando. Olhou pro computador em sua escrivaninha, que mostrava Site por Skype. – E aí, Site. – ela cumprimentou. – Já tão cedo no PC? – ela reprimiu um bocejo.

– Bom dia, milady. – ele sorriu.

– Fala aê, cunhado. – ela respondeu. Ele riu. – Primeiro natal sem você em três anos.

– Pois é. – ele concordou. – Arrumei um emprego com o professor de Física Quântica.

– Tô sabendo. Tô sabendo! – Lena ergueu as mãos. – Sua namoradinha aí me contou. – ela apontou pra Frankie que lhe fez uma careta. – Mas, afinal por que me acordaram? É bom que seja algo importante.

– Bom, nem eu nem o Will pudemos ouvir você tocar no baile, então... queremos que você toque um pouquinho pra gente. – Frankie explicou. Lena encarou os dois boquiaberta e indignada.

– Vocês beberam? – ela perguntou.

– Algumas vezes. – Frankie respondeu com um pequeno sorriso. – Mas não hoje.

– Não, sério. É que é a única explicação lógica pra terem me acordado às dez da madrugada de domingo, pra tocar guitarra! – Lena falou indignada.

– Olhe tudo o que aconteceu com você até agora! Acha mesmo que a lógica faz parte dessa família? – Frankie ironizou. Lena olhou pro rapaz de cabelos dourados e olhos claros no computador. Ele concordou. Lena fechou os olhos suspirando.

– Vocês são desprezíveis. E muito cruéis! – Lena se levantou e foi pegar sua guitarra. Os dois sorriram vitoriosos. – Muito bem. – ela suspirou arrumando a guitarra em seu colo e afinando as cordas. – O que as crianças querem que a titia toque?

Site e Frankie se entreolharam sorrindo.

– Skillet. – disseram em unissom. Lena começou a tocar o refrão de Hero. I need a hero to save me now

I need a hero

Jen: Save me now

I need a hero to save my life

A hero'll save me

Jen: Just in time

Will cantava de Oxford, enquanto Frankie cantava do quarto de Lena, e Lena tocava guitarra. Steve abriu a porta do quarto e Frankie fechou o notebook num piscar de olhos.

– Que bagunça é essa? – ele perguntou.

– Ham... eu tô tocando guitarra pra Frankie. Sabe, que ela não pôde ver o que eu toquei no baile, então, eu tô tocando pra ela. – Lena explicou.

– Eu ouvi voz masculina. – ele falou desconfiado.

– Mas não tem nenhum garoto no meu quarto. Tá tudo OK. – Lena retrucou.

– Tá. Só cantem um pouco mais baixo. Eu tô aqui no quarto do Dani. Ele tá me ensinando a jogar videogame. – Steve falou. As duas concordaram e ele saiu fechando a porta.

Frankie contactou Will novamente.

– Que diabos aconteceu? – ele perguntou assustado.

– Calma, foi mal milorde, mas, é que meu bisavô ficou bravo porque cantamos muito alto e atrapalhou na soneca dele. Sabe como é, quando os velhos estão dormindo não se pode fazer nenhum barulhinho sequer, que já atrapalha em seus aparelhos auditivos, ainda mais ele que já é bem idoso. Cê sabe, né? Problemas de terceira idade. – Frankie disse em alto e bom tom, para que Steve ouvisse do cômodo ao lado.

– Velho é teu passado, garota! Sou velho não! – Steve gritou do quarto de Dani.

– Isso mesmo, vovô! Autoestima é o primeiro passo pra superação! – Frankie gritou de volta.

– Te faço ver superação já já! – Steve gritou. Eles riram.

– Você não presta. – Site falou.

– Eu sei. Por isso você me ama. – Frankie retrucou.

– Pior que é verdade. – Site riu.

– É sim meu geniozinho da mecânica e física. – Frankie disse toda melosa. Lena revirou os olhos se levantando pra guardar a guitarra.

– Não vejo a hora de ver você pessoalmente, milady.

– Só horas? Eu tô contando os segundos desde que entrei no avião. – ela retrucou. Lena fez uma careta.

– Awww! Docinho de coco.

– Meu pudinzinho de leite. – Frankie falou. – Chazinho com mel!

– Ah! Parem om isso! Mais um pouco eu viro diabética. – Lena interrompeu. – Façam isso no quarto de vocês, parem de profanar o meu!

– Ok, miladys. Tenho que desligar. Sabem, alguns homens tem que trabalhar.

– Sério? Mas pensei que você é quem tinha conseguido emprego com o professor de física. – Lena zombou. Site lhe fez uma careta.

– Tchau, milorde. – Frankie lhe mandou um beijo.

– Tchau, milady. – Site retribuiu o ato e os dois desligaram ao mesmo tempo.

– Que história é essa de Pudinzinho de leite e Docinho de coco? - Steve entrou novamente no quarto. As duas se assustaram. Steve olhou pra Lena, desconfiado.

– Ô! Não olha pra mim. Ela é quem namora o Justin Bieber do Out of Blue! – Lena apontou pra Frankie.

– Ele não é Justin Bieber! Muito menos do Out of Blue! – Frankie brigou.

– Não! Mas continua sendo seu namorado, e usando a franja de lado. – Lena cruzou os braços.

– Que namorado? Seus pais sabem? – Steve perguntou indignado.

– Não, não sabem! Ele só passa o natal aqui à três anos porque não tinha mais o que fazer! – Frankie ironizou. – Eu acho que já estou bem grandinha pra ficar pedindo autorização pra namorar!

– Quantos anos você tem? – Steve se encostou no apoio da porta cruzando os braços.

– Eu tenho 21 anos, e estou no quarto ano da faculdade. – Frankie falou.

– Não passa de uma criança! Mal saiu das fraudas e já tá namorando?? Você devia começar a pensar em namorar com 30 anos. E só com a autorização dos seus pais! Ou minha! – Steve brigou.

– Aí!! Você não pode falar nada, já que teve uma filha com 23 anos! – Lena interviu. Steve ficou vermelho . Com uma simples frase, Lena acabou com todos os argumentos dele, e tirou toda a razão de ele estar brigando com Frankie. Ele simplesmente fechou a porta. Lena e Frankie fizeram um hige five. Ele abriu a porta novamente com um olhar severo e ela s ficaram sérias. Ele fechou novamente e elas sorriram.