Mentora Russa escrita por Helem Hoster


Capítulo 4
A caminho da base




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– Coragem, garota. - ela sussurrou para si mesma. - É só ir pra tal da reunião, recusar a proposta, e voltar pra casa a tempo de buscar o Dani. Pronto! Simples!

Ela se levantou e foi para seu guarda-roupas. Se ia mesmo para uma reunião, teria que estar ao menos com uma roupa decente. Ela vestiu uma jaqueta de couro preta. Era a sua jaqueta favorita. Vestiu uma calça jeans escura e suas botas de couro pretas. Desceu as escadas fazendo uma trança lateral nos cabelos dourados.

Quando saiu, viu Coulson andando de um lado para o outro enquanto falava no celular. Desligou assim que a viu.

– Vamos logo com isso. - Lena se colocou de frente para ele.

– Então entre no carro.- ele falou abrindo a porta de trás. Ela entrou.

Já estavam na estrada à meia hora quando Coulson perguntou:

– Por que demorou tanto pra voltar?

– Estava falando com um amigo.

– Contou a ele sobre nós? - Coulson se indignou.

–Relaxa! Ele já sabia de vocês a muito tempo ao que pareceu.

– Está certo então. - Coulson disse, mas não estava tranquila.

– Então ... vocês são, tipo, uma super-agência que contrata adolescentes com habilidades especiais?

– Primeiro, uma lição de gramática: nunca use a palavra "tipo" numa frase. E nós só contratamos quem vale a pena.

Isso deixou Lena furiosa. Quer dizer que não valhe a pena contratar o melhor hacker da área dos três estados?

Coulson notou que Lena mudara de expressão.

– Algum problema?

– Se rejeitar um jovem com grande talento e potencial não for um problema, não tem problema algum. - ela deu de ombros, com tom de voz irônico.

– Na verdade, não. Pelo menos, até esses talentos se fazerem necessários. - Coulson falou. Lena se irritou com o tom de voz grosseiramente calmo dele.

– Então vocês simplesmente arrancam as pessoas das vidas delas só porque precisam delas? Isso é egoísmo! - ela se indignou.

– Não do nosso ponto de vista. - Coulson falou, estacionando o carro.

Era uma espécie de pista de voo, com muitos aviões estacionados em um galpão. Havia um jato militar, meio camuflado, bem tradicional. Helena seguiu Coulson, caminhando por aquela pista enorme. Um homem os recebeu. Ele era alto, careca e usava óculos. Helena olhou bem para ele. No fundo daqueles quatro olhos ela sabia que algo terrível se escondia.

– Senhor Coulson. - ele disse.

– Agente Situell. - Coulson respondeu.

– É tão engraçado ver a ralé cumprimentando um superior... - Helena se riu, mas baixo. Porém não tão baixo que não fosse ouvido.

– O que disse? - o homem olhou para Lena.

– Nada. - Lena virou os olhos - Traidor.

– Senhor, - Situell virou-se para Coulson, ignorando Lena - o avião já está pronto, e o curso já foi traçado, como o senhor solicitou.

– Obrigado. - Coulson disse.

– Pelo menos, faz o que lhe mandam. - Helena falou - Na verdade, sempre faz o que lhe mandam.

– Perdão, como? - Situell perguntou.

– Nada. - Helena falou. - Uma corda que está errada, sempre arrebenta pro lado mais fraco.

– Acho melhor irmos andando. - Coulson falou, puxando Lena levemente.

Eles entraram no avião. Helena sentou-se em uma poltrona e apertou bem o cinto. Na verdade, ela não era muito fã de voar. Coulson sentou na frente dela.

– O que quis dizer? - ele perguntou.

– Como? - ela disse, distraída.

– O que disse para Situell. Você disse que uma corda que está errada, sempre arrebenta pro lado mais fraco. - ele falou.

– Oh, isso! Desculpe por isso, foi apenas um... - ela falou, mas o avião começou a decolar, e com isso, tremeu. - OoOoOoh!

– O que foi? - Coulson perguntou - Tem medo de altura?

– Altura?! Não, claro que não! Medo de altura é ilógico! - Lena falou. O avião se levantou no ar - Mas o medo de cair, porém, é racional e evolutivo...

– Não se preocupe! - Coulson riu - Você está na aeronave mais segura da América. Raramente acontece um problema.

– Mas e se formos atingidos por algo raro, tipo um meteoro? - Lena se segurava na cadeira.

– Bom, aí acontece um problema. - Coulson disse, calmamente.

– Muito tranquilizante... - Lena falou, irônica.

– Mas, mudando de assunto novamente, - Coulson falou - o que quis dizer com um jovem com grande talento em potencial?

– Um amigo. 15 anos, mais ou menos. Mas é o melhor hacker da Califórnia. Foi com ele que eu falei antes de vir para cá, ele conhece vocês muito bem. Na verdade, achei que ele fosse ter um treco quando eu contei! - Lena pegou o celular - Talvez até tenha tido. Ele não responde minhas mensagens!

– Ah, isso é porque bloqueamos o sinal. Segurança. - Coulson inclinou-se para frente, para olhar melhor o aparelho.

O avião fez um movimento para frente, e Lena segurou-se com força na cadeira, quase rasgando o forro dos braços.

– Relaxe, mocinha! Chegamos! - Coulson se levantou da cadeira, e foi para onde Situell se encontrava, para ouvir o que ele queria.

– Se for assim toda vez, nunca mais entro nessa bagaça! - Lena sussurrou.

– Obrigado, pode ir. - Coulson disse para Situell. - Srta Carter? Você está bem?

– Nunca mais vou esquecer desse momento... - ela sussurrou - Vovó diz que nunca nos esquecemos do nosso primeiro ataque cardíaco!

– Pode descer, se quiser! - Coulson riu - Já chegamos!

helena se levantou numa velocidade espantosa. Foi a primeira a sair do avião. Um homem os esperava na pista de pouso, onde haviam várias aeronaves, como a que estavam. O homem tinha cabelos loiros escuros, usava um topete e óculos. Mantinha uma posição fechada, de braços cruzados e expressão séria.

– Agente Barton. - Coulson logo o cumprimentou - Esta é Helena Carter.

– Oi. - ele falou, mas logo se dirigiu á Coulson - O chefe quer ver você e a novata agora.

– Novata? - Lena se revoltou - Eu não trabalho aqui! E pelo visto, não pretendo, já que todos parecem ser uns doces de simpatia!

– E você é bem esquentadinha! Talvez não sejamos tão diferentes. - Barton retrucou, sem alterar seu tom de voz. - Acho melhor irem falar logo com o chefe.

– Nos vemos mais tarde. - Coulson disse para Barton.

– Tchau, esquentadinha! - Barton gritou, enquanto eles entravam no prédio. De certa forma, ele era legal.

– Parece que estão arrumando recrutas cada vez mais novos! Logo logo, teremos que ensinar agentes de fraldas a atirar! - Situell cruzou os braços - Pestes!

– Tudo bem, aeroporto de mosquito. - Barton disse - Mas você não vai ter que treiná-los. Agora, cai fora antes que eu te arrume algo para fazer.

– Certo. - Situell se afastou.

– Era só o que me faltava, ter que aturar esse careca fresco no meu cangote! - Barton resmungou, assim que Situell saiu.


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Notas finais do capítulo

Momento sinceridades.... espero que tenham gostado!



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