Mentora Russa escrita por Helem Hoster


Capítulo 27
Dia seguinte


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem desse capítulo, amores. Amanhã sai o resultado da IFPR, torçam por mim. bjs, aproveitem.



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– O QUÊ????? - Peter exclamou pela web.

– Pois é. E agora meus avós estão numa reunião com Fury pra decidir o que vão fazer. – Lena falou. Era a manhã seguinte ao ocorrido. Ela contara a ele o que acontecera na noite anterior.

– E você está sozinha aí? – Peter perguntou.

– Não. Eu estou com meu avô. – ela respondeu com um pequeno sorriso.

– O Capitão América está dando uma de babá?? – Peter riu.

– Nem a pau, garoto. – Steve falou sentando ao lado de Lena. Peter ficou vermelho. Lena riu da cara dele.

– Ham... é... o-oi Capitão Rogers, eu não sabia que... o se-senhor estava aí...- Peter gaguejou.

– Percebi. – Steve comentou.

– Foi mal. – Peter coçou a cabeça sem jeito. Steve riu.

– Tudo bem. Acho que se isso é dar uma de babá, então, eu quero o emprego. – Steve falou fazendo-os rir. Peter riu mais de alívio do que de graça.

– Peter a bateria tá acabando. Eu vou ter que desligar. – Lena falou.

– Tudo bem. Até mais então. – Peter falou parecendo aliviado.

– Tchau, Peter. Até mais. – Lena se despediu desligando o notebook.

– Aparelho interessante. – Steve comentou. – O que faremos hoje?

– Dani. – Lena chamou depois de pensar um pouco. O garotinho olhou pra ela. – Pode pegar minha mochila no meu quarto, por favor?

O garotinho deu de ombros e subiu as escadas correndo.

– O que pretende fazer? – Steve perguntou.

– Vamos assistir alguns filmes que eu trouxe. – ela respondeu calmamente.

– Você trouxe um mini cinema na sua mala? – Steve brincou.

– Mais ou menos. – ela respondeu enquanto Dani voltava com sua mochila. Ele sentou no colo de Steve enquanto Lena abria a mochila. – Vejamos o que temos aqui. – ela falou olhando dentro da bolsa. – Hum... Superman – O retorno, Viagem ao centro da terra, Garfield, A múmia, as temporadas de Star Trek, o filme de Star Trek, Star Wars primeira e segunda trilogia, seis temporadas de The Big Bang Theory – ela disse tirando alguns pandrives do bolso da mochila, começou a tirar as caixinhas de CD. – Piratas do Caribe, As Crônicas de Nárnia, A Fantástica Fábrica de Chocolate, Scob – Doo, coletânea Indiana Jones, trilogia Senhor dos Anéis, trilogia MIB, trilogia De Volta pro Futuro, O Exterminador do Futuro, Os Caça- Fantasmas, Batman, O Pianista, O Menino do Pijama Listrado...

– “ Menino do Pijama Listrado”? – Steve riu. – Sei não se vou entender. Quero dizer, quantas pessoas andam de pijama por aí?

– Capitão, acho que esse é o filme que você mais vai entender. – Lena comentou paciente. – Dani, coloca lá pra gente assistir. – ela pediu, ele pegou o CD das mãos dela e colocou no DVD.

O filme começou. Garotinhos corriam pela rua brincando fingindo que eram aviões. Lena observava as reações de Steve, que a cada cena, compreendia mais. Depois, assistiram O Pianista. Lena se perguntava o quanto ele se lembrava. Se ele já visitou um Campo de concentração, ou o Gueto de Varsóvia.

Depois do filme, pediram comida mexicana pro almoço.

– Steve... – ela cutucou uma tortilla.

– Fala. – ele deu um pequeno sorriso.

– O que achou dos filmes? – ela perguntou.

– Triste. Meio realista, mas não mostra TODOS os horrores que os nazistas fizeram no resto do mundo. – ele mordeu o taco.

– Já esteve em um Campo de concentração? – ela perguntou.

– Uhum. – ele respondeu de boca cheia. – Uma vez... eu...fui salvar uns judeus de um campo de concentração na Alemanha com uns soldados, e dois irmãos. Eles eram diferentes.

– Diferentes como?

– Como posso dizer, um deles, o mais novo, tinha garras, e o outro... não era tão aparente, mas tinha unhas afiadas que cresciam. Não importava o quanto atirassem nos dois, eles nunca caíam. Como era mesmo os nomes deles? – ele se esforçou pra lembrar. – Ah! Sim, eram Victor e Logan.

Lena concordou com a cabeça tentando imaginar os dois. Olhou pro irmãozinho que estava sentado no tapete da sala.

– Daniel! Pare de dar tacos pro cachorro, ou quem vai limpar a sujeira dele vai ser você!- ela brigou. Dani a olhou assustado e Marshal saiu correndo. Steve riu com a situação.

Rita e Jorge entraram em casa discutindo. Mas não na língua comum.

Ela só estava fazendo o trabalho dela, Rita! A culpa não foi dela! – Jorge disse em alemão.

“Ela” admitiu que a culpa foi dela, Jorge! E foi ela quem deixou as marcas no pescoço da Helena. Não quero ela treinando minha neta ao mesmo tempo que tenta mata-la! – Rita retrucou. Lena e Steve se entreolharam. Ambos entendiam perfeitamente o que os dois diziam. Dani, assustado pelo tom de seus avós, tinha os seus olhinhos azuis arregalados.

– Quer que eu leve o Daniel lá pra cima? – Steve perguntou.

– Não, deixa que eu levo. – ela falou se levantando, mas sua perna vacilou pela dor, e ela caiu sentada no sofá. Steve a olhou arqueando a sombracelha. Ela fez sinal com a mão como quem diz : Faça as honras.

Ele sorriu e se levantou indo até Dani.

– Hey, amigão. Por que não vamos lá pra cima brincar? – ele perguntou. Dani sorriu e levantou pegando seu boneco do Capitão América e segurando o Capitão América pelo pulso e subiu as escadas. Marshal seguiu os dois.

Rita pendurou seu casaco, e Jorge fez o mesmo.

– Então... a reunião foi bem animada, heim? – Lena brincou. Rita bufou irritada sentando na poltrona perto da lareira.

– Como você está? –Rita perguntou num tom tão irritado, que Lena chegou a se perguntar se ela realmente queria saber.

– Ainda tá um pouquinho complicado pra andar, mas em geral, estou bem. – Lena respondeu.

– Ótimo. – ela respondeu em tom frio.

– Que foi que aconteceu? – Lena perguntou.

– Fury pirou. Foi isso que aconteceu. – ela respondeu. – Depois de tudo o que houve, ele ainda queria que Romanoff continuasse te treinando.

– E daí? – Lena deu de ombros. Rita ficou boquiaberta parecendo ainda mais indignada.

– “ E daí”, que ela já tentou te matar uma vez, isso me leva apensar, que ela não era aquele carinho todo que demonstrou ontem. - Rita respondeu. – E agora espiões da KGB, que por acaso, é a agência em que ela trabalhava, vieram e tentaram te sequestrar. E eu tenho certeza de que quase o fizeram só pra atingir ela, e não a você! Não estou afim de ver minha neta correndo perigo quando mal sabe se defender. Então eu disse pra ele que ou mudava você de mentor, ou você não trabalharia mais pra SHIELD!

Lena ficou surpresa. Sabia que sua avó tinha colocado Fury numa saia justa. E não tem nada mais horrendo que ver um negão de saia colada.

– OK. E o que ele disse? – Lena perguntou.

– Disse que iria pensar. Daria a resposta quando você estivesse melhor. Enquanto isso, o agente Barton iria ficar te protegendo, caso a KGB tentasse atacar de novo.

– E a Natasha? – Helena perguntou. – Que que ela acha disso?

– Não me importa o que ela acha, desde que fique bem longe de você. – Rita retrucou.

– Clint vai ficar pelo bairro?

– Vai ficar na casa dela. É mais perto. – Rita respondeu.

“Isso não vai dar certo.” Lena pensou.

– Tudo bem. – ela suspirou. – Quando que ele vem?

– Amanhã.

– Quem vai vir? – Steve perguntou descendo as escadas.

– Oi. – Rita sorriu.

– Oi. – ele sorriu de volta. Sentou-se ao lado de Lena. Jorge subiu as escadas indo pro quarto dele. – O que aconteceu?

– Lena não vai mais ser treinada pela agente Romanoff. – Rita respondeu.

– Hum. – Steve concordou como se ela tivesse dito algo importante. – Quem é Romanoff?

Lena se segurou pra não rir. Sabia que ele estava tentando descontrair.

– Infelizmente, nossa vizinha. – Rita respondeu.

– Ah! Pera aí! Estão de amores com ela desde que cheguei. E agora, só porque uns malucos da KGB tentaram me sequestrar, vocês ficam aí, falando mal dela. Garanto que se não fosse por ela, eles teriam me matado. Ou pior, me levado! – Lena protestou.

– Garanto que se não fosse por ela, eles sequer teriam vindo aqui. – Rita retrucou. – E não me surpreende, já que ela já tentou te matar antes. Eu não sou cega, Helena. Vi as marcas no seu pescoço, sei que foi ela, porque conheço você. Você nunca falava dela, e estava sempre de mau humor.

– Hey! Ela mesma falou que eu nunca corri risco algum durante o treino!

– Não! – Rita ironizou. – Só de perder o pescoço. Não vou deixar uma psicopata louca treinar minha neta! Nem pagando!

– NÃO FALE ASSIM DELA!!!! – Lena se levantou alterando sua voz, irritada. Não sabia bem ao certo porque estava defendendo Natasha. Mas sabia que devia a ela, e faria isso com unhas e dentes. Gostando ou não.

Os dois a olharam espantados. Não esperavam uma reação tão agressiva da parte dela. Ainda mais com os membros da família, que ela mais admirava. Ela suspirou e subiu as escadas mancando. Mas, estava com tanta raiva, de Rita, e de si mesma também, que nem sentia dor. Entrou em seu quarto e fechou a porta, mas sem bater.

Puxou a cadeira de sua escrivaninha e sentou em sua cama apoiando a perna na cadeira. Suspirou. Se enrolou no cobertor. Ficou surpresa ao se pegar observando o quarto de Natasha. Ela estava entrando. E não parecia feliz. Sentou na cama de frente pra janela, apoiou os cotovelos nos joelhos, e a cabeça nas mãos. Seus ombros subiam e desciam. Lena se arrepiou com a ideia de Natasha estar possivelmente chorando. Teve uma ideia. Pegou o celular, e torceu pros números serem os certos.

O celular de Natasha tocou, e ela atendeu.

– Oi. – Lena falou.

– Oi. – Natasha falou com a voz pesada de quem acabou de chorar.

– Você tava chorando, né? – ela perguntou.

– Eu ? Chorando?

– Tava chorando que eu sei! Eu tô te vendo. – Lena retrucou. Natasha olhou pela janela, e Lena acenou pra ela.

– O que você quer? – Natasha perguntou. – Por que ligaria pra mim? Não sou mais sua mentora.

– Bom, eu tava de bobeira, discutindo com meus avós, e lembrei que não te agradeci por ontem. Se não fosse por você, teriam me levado. Quem sabe o que fariam depois? – Lena respondeu.

– Bem, foi um prazer. Faz alguns anos que espero por uma chance de atirar em Margarete. Ou em qualquer outro idiota da KGB. – Natasha falou se apoiando no parapeito da janela. – Mas, como assim “ discutiu com seus avós”? Eles não desmembraram você por isso?

– Não, eu já tomei um tiro, então tá tudo certo. E eles precisam de mim viva pra controlar o Dani. Lena respondeu fazendo-a rir. Ela nunca tinha escutado a risada de Natasha antes.

– Mas, por que discutiu com eles?

– Porque... eles... te magoaram. E Rita te chamou de psicopata louca! Só eu te chamo de louca! Ela acha que você realmente quer me matar. Vê se pode? Ela acha que é tudo culpa sua!

– E seu avô? Quê ele acha?

– Ah! Ele não acha que é culpa sua. Acha que você só estava fazendo seu trabalho. E Steve nem sabe quem você é, então não expressou sua opinião. – Lena respondeu.

– E... – Natasha cutucou a tinta do parapeito da janela. - ... e você? O que você acha?

– Não acho que eu deva pensar em algo. Até agora ninguém perguntou minha opinião. Apenas decidiram por mim. – Lena respondeu.

– Hum. Lamento que tenha discutido com seus avós. – Natasha disse em tom baixo.

– Lamento que as “lendas” dos meus avós tenham te tirado do seu castigo. – Lena falou. – Pelo menos Clint vai estar com você.

– É. Ele vem amanhã.

– Afinal, por que Fury te colocou de castigo? – Lena perguntou.

– Ham... preciso desligar. Depois nos falamos, tá? Tchau. – Natasha falou fechando a janela e desligando. Lena guardou o celular. Talvez tenha pego pesado de mais. Jogou-se na cama suspirando. Abraçou seu travesseiro fechando os olhos.

Ouviu alguém batendo na porta.

– Lena? Sou eu, Steve. – ouviu-se a voz dele.

– Entra. – ela se sentou na cama. A porta do quarto abriu e Steve colocou a cabeça pra dentro do cômodo.

– Oi. – ele falou suavemente.

– Oi. – Lena respondeu. – Traga o resto de você pra cá.

Ele sorriu e entrou.

– Você esqueceu o seu... ham... na verdade, o que é isso? – ele perguntou estendendo o notebook vermelho pra ela. Ela pegou rindo.

– É um notebook.

– Fascinante. Enfim, você esqueceu seu troço lá na sala.- ele concluiu.

– Pelo menos não chamou de caixa mágica. – ela riu. Ele sentou do lado dela.

– Não, eu conheço a caixa mágica. E de dentro dela sai um palhaço. – ele retrucou.

– Bom. Aparecem uns palhaços pela web de vez em quando. – ela comentou. Ele riu olhando pra baixo. Ela olhou pro notebook em seu colo. – Minha vó te mandou vir falar comigo, não mandou?

– Não. Eu sou o pai, aqui. Ela não manda em mim. – ele retrucou ainda fitando o chão.

– Então, por que está aqui? – ela perguntou. – Tenho certeza de que não foi só pra devolver meu computador.

– Não. Vi como você ficou chateada. Eu não gosto disso.

– Por quê?

– Porque você é minha bisneta. Não gosto de te ver triste. Você quem me deu uma razão pra querer me adaptar a esse novo estilo de vida. Se eu não tivesse conhecido você, estaria enfornado no meu apartamento agora. Eu nem saberia que tenho família, ou sequer que Peggy está viva. Você é a razão de tudo. – ele falou.

– Então quer dizer que a culpa é minha????? - ela perguntou parecendo estar ofendida.

– Não! Sim! Quero dizer... não foi o que eu...

– Relaxa, Steve. Eu entendi. – ela falou rindo. Ele pareceu aliviado. – Você ainda não leva o menor jeito com mulheres, né?

– Que homem leva? – ele retrucou. – O dia que eu achar que estou começando a entender uma mulher, com certeza, é porque vou estar no fundo do poço de um elevador.

– Obrigada, Steve. Mas, se minha avó quer que eu entenda, ela vai ter que recuperar minha confiança. Porque ela perdeu. Natasha era problema MEU. Ela não tinha que meter o nariz no meio. E eu já tinha me resolvido com minha mentora. Tava tudo certo. Além de que sua filha, colocou Fury numa saia justa. E colocou em risco o emprego e a reputação da Natasha.

– Pelo menos não vai interferir na sua vida. – Steve comentou.

– Errado. Eu não vou sossegar até descobrir exatamente o que está acontecendo. – Lena retrucou.

– Por quê?

– Tentaram me sequestrar, Steve. Atiraram em mim. Mas se fosse pra me matar, teriam feito isso de primeira, ao invés de tentarem me sedar. E eu quero descobrir porquê. Tenho a impressão de que Natasha tem as respostas que eu preciso. Por isso acho burrice me afastarem dela. Isso só piora as coisas. Tanto pra mim, quanto pra ela.

– Do quê precisa? – ele perguntou pensativo. Lena o olhou surpresa.

– Quer mesmo me ajudar?

– Ninguém consegue aguentar o mundo sobre seus ombros, sem ajuda. Sei disso por experiência própria. Eu recebi ajuda, agora é minha vez de ajudar. Repito: do quê precisa? – ele explicou. Lena pensou um pouco.

– Barton vem amanhã. Preciso que distraia ele enquanto eu converso com ela.

– Por quanto tempo?

– Ele é esperto, se conseguir enrolá-lo por uns dez ou quinze minutos, já vai ser o suficiente.

– Não é por nada, mas por que não liga pra ela? – Steve perguntou.

– Provavelmente estão monitorando a linha dos celulares e telefones residenciais do bairro. E eu não tenho o equipamento necessário pra fazer uma linha criptografada, então, vou ter que conversar com ela pela minha janela.

– E como vai avisá-la?

Lena pensou. Sentou na cadeira da escrivaninha e pegou um papel e uma caneta de dentro da gaveta. Escreveu um recado, dobrou a folha ao meio e deu a Steve.

– Ela mora nessa casa. – Lena apontou pela janela pro quarto de Natasha. – Nem precisa falar com ela, é só passar o bilhete por debaixo da porta.

– Tá bem. – ele guardou o bilhete no bolso se levantando. – Eu venho amanhã depois do almoço pra ver você, tá? Aí colocamos em prática.

– Tá. – ela falou enquanto ele beijava-lhe o topo da cabeça.

– Até amanhã.

– Até, Capitão. – ela falou o observando sair.


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Notas finais do capítulo

Que clima, heim? Romanoff chorando???? Essa é nova. kkk Espero que tenham gostado. bjs, deixem seus comentários. bjs, lindos.



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