Lena entrou em casa faminta. Não comera nada desde o almoço. E já estava anoitecendo.

– Oi vovó. – ela se anunciou fechando a porta.

– Oi querida! – Rita falou da cozinha. – Pega os pratos pra mim, pai? – ouviu-se ela dizer.

– O Capitão veio? – Lena perguntou entrando na cozinha.

– Veio. – Steve sorriu colocando os pratos na mesa.

– Como entrou em contato com ele? – Lena perguntou com um sorriso.

– Eu fui ao Hospital dos Veteranos ver minha mãe, e o encontrei lá. Então o convidei pra jantar conosco. – Rita explicou.

– Legal. – Lena falou animada.

– E como foi com a... de onde essa flecha? – Rita se espantou finalmente percebendo o que Lena tinha em suas mãos.

– Ah! Foi um presente. Ela e o Clint me levaram à uma espécie de clube de tiros. E eu ganhei pelo primeiro manuseio no arco. – Lena explicou estendendo-lhe a flecha. Rita pegou. Steve a olhou severamente como se soubesse que ela estava mentindo. Lena fez um leve aceno e ele fungou insatisfeito. Rita sorriu.

– Olha. – ela mostrou a flecha pra Steve que sorriu ao ver o nome gravado. – Eles foram muito gentis. – Rita lhe devolveu a flecha. Lena concordou. – Vá se trocar pro jantar. Jorge E Dani já estão chegando.

– Sim senhora.- Lena concordou dando uma última olhada pra Steve e saiu subindo as escadas. Entrou em seu quarto e fechou a porta. Trocou de roupa e ligou seu notebook que estava em sua escrivaninha. Chamou Bem pela web, mas ele não respondeu como das outras vezes que ela tentou. Ela nem se deu tempo de ficar chateada. Chamou Peter pela web.

– Oi, minha flor. – Peter atendeu.

– Oi Peter. – ela sorriu. – Como foi o dia?

– Ah. Eu impedi um assalto à joalheria, salvei duas crianças de serem atropeladas por um caminhão, e comi uma pizza. – ele disse feliz. – Nada com um dia comum. E você?

– Bom, ontem tentaram me estrangular e descobri que o Capitão América é meu bisavô. E hoje eu treinei tiros e arco e flecha. Até ganhei isso do Clint. – ela respondeu mostrando a flecha pra ele.

– Nossa! Que legal. – Peter falou ao ver o nome gravado. –Tem certeza de que ele te deu e não que tentou atirar em você?

– Tenho. Ele mesmo entregou em minhas mãos. – ela respondeu deixando a flecha ao lado do notebook.

– Parabéns, ele nunca fez isso com ninguém antes. Ele deve te achar muito especial.

– Que nada. Acredito que ele só esteja fazendo isso pra perturbar a Romanoff. – Lena retrucou. Peter riu concordando. – Mas e aí? Alguma novidade?

– Bom, Nick vai me mandar de volta pra Washington DC em 2 ou 3 dias.

– Que bom, Pete. Vai chegar bem à tempo. – ela falou sorridente.

– À tempo de quê? – ele perguntou confuso.

– O baile da Cindy Hockey no meu colégio. Gostaria de ser meu par? – ela perguntou.

– Pensei que convidaria o Keys. – Peter indagou.

– Eu também. Mas aparentemente ele não quer falar comigo. – ela comentou.

– Bom, nesse caso, adoraria ser sua segunda opção. – Peter brincou.

– Obrigada, Cabeça de Teias. – ela riu.

– Só uma coisa. – ele ficou sério. – Devo ir de smoking, ou de uniforme?

– Bobo! – Lena chingou rindo, ele riu também. – Hey! Sabia que a Romanoff mora aqui no lado?!

– Sério?

– Aham. A janela do quarto dela dá direto pra minha.

– Duvido. – Peter cruzou os braços. Lena arqueou as sombracelha e saiu da frente do computador direcionando a câmera pra sua janela. Dava pra ver Natasha no quarto dela falando no celular. – Não acredito! – Peter ficou boquiaberto.

– É verdade. – Lena confirmou.

– Como fez pra sua câmera ter um alcance ótimo e nítido desses? – Peter perguntou curioso.

– Ben modificou pra mim quando eu ganhei. – Lena explicou.

– E você me vê nitidamente também?

– Vejo. Também vejo sua máscara jogada no tapete, um pé de meia no seu travesseiro, um pé do sapato do seu uniforme em cima do criado mudo, pedaços de pizza grudados no teto ( não quero nem saber como foi parar lá), um monte de revistas espalhadas pela sua cama e sua toalha dos Beathles em cima da sua cômoda. Um tanto desorganizado srParker.- Lena comentou. Peter ficou corado.

– Eu ainda não tive tempo de arrumar meu quarto. – ele encolheu os ombros. Lena arqueou as sombracelhas.

– Você sabe porquê que o Fury quis te trazer? Não que eu não queira, mas por que?

– Sei lá. Depois de um tempo, você aprende a não questionar. – Peter deu de ombros.

– E a sua tia? Ela sabe?

– Ela não tá aqui. Fury fez o hospital transferir ela pra um hospital no Texas. Ala de pediatria, eu acho. – ele respondeu.

– Será que ele ficou sem imaginação de pra onde mandar nossas famílias? Porque ele fez a mesma coisa com a minha mãe. – Lena cruzou os braços.

– Acho que sim. Sei lá. – Peter concordou.

– Lena! O jantar está na mesa! – sua vó chamou das escadas.

– Tenho que desligar. Vou jantar com o Capitão América. – Lena encolheu os ombros. Peter sorriu.

– Tudo bem, então. A gente se fala depois. – ele falou.

– Tchau, Peter.

– Tchau Lena. – ele desligou.

Lena fechou o notebook e saiu do quarto.

– Com quem estava falando, Lena? – Rita perguntou. Eles jantavam tranquilamente. Lena estava sentada entre Steve e Dani.

– Com um amigo, sobre o baile da escola. – Lena respondeu. De certa forma não estava mentindo.

– “Baile”? E ainda existem essas coisas formais nas escolas de hoje? – Steve perguntou.

– “Formal”? Quem dera. – Lena riu.

– É, agora só tocam aquelas músicas de batstaca. Parece coisa de videogame. – Dani concordou.

– Hey! – Lena chamou-lhe a atenção parecendo ofendida. – Não é batstaca. Tem nada a ver. Isso é coisa de balada. No baile a gente toca rock. EU toco rock no baile, tá?!

– Tá! Não quis ofender. – Dani ergueu as mãos em sinal de rendição. Os outros riram divertidos.